© Jairo Goldflus

Wicked Brasil, em análise

Wicked é uma das peças de teatro mais populares do mundo. A Magazine.HD teve a oportunidade de assistir a adaptação brasileira da obra em São Paulo.

Wicked é descrito como ‘’A história não contada das bruxas de Oz’’ Elphaba, a Bruxa Má do Oeste e Galinda, a Bruxa Boa do Norte. Produzido pelo Instituto Artium de Cultura com parceria do Atelier da Cultura, os bilhetes entraram à venda no início do ano e rapidamente todas as sessões foram esgotadas. Wicked esteve em cartaz de março à julho.

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A produção adapta o livro de 1996: ”Wicked: The Life and Times of the Wicked Witch of the West” de Gregory Maguire, que por sua vez expande o universo de ”The Wonderful Wizard of Oz” de L. Frank Baum de 1900. Wicked irá receber em 2024 uma adaptação no formato cinematográfico, o protagonismo fica na responsabilidade de Ariana Grande e Cynthia Erivo.

ANTES DE ENTRAR EM OZ

A experiência da peça começa antes de entrar no teatro. Tendo todas suas sessões esgotadas meses antes de ocorrerem, garantir bilhetes em cima da hora era um desafio, porém não uma impossibilidade. Localizado na Vila Olímpia, os que não quiseram perder oportunidade de ver esta magnífica peça teriam que deslocar-se para a bilheteira do Teatro Santander horas antes de começar. Foi o que eu fiz. Sendo a primeira pessoa a chegar, ao meio-dia, consegui garantir o bilhete duas horas e meia depois, quando uma fila interminável se formava atrás de mim. Bilhetes que seriam para convidados e que não são levantados até meia hora antes do espetáculo passam à bilheteira, onde os que fazem fila podem finalmente adquiri-los. 

UMA DIVINA EXPERIÊNCIA

Finalmente dentro do moderno Teatro Santander, já é possível entender que a magnitude de Wicked é gigante. Esta não é a primeira vez que a história das bruxas chega aos palcos brasileiros, porém, diferente da versão de 2016, esta versão não é uma réplica. Significa que, como foi o caso, cenários e figurinos são diferentes da versão original, me parece um acerto. Apesar de as únicas referências que tenho de Wicked na Broadway são de fotografias, ao comparar as duas versões, a mais recente ganha. Especialmente por remodelar o uniforme da Universidade Shiz e reformular a roupa de Elphaba.

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Wicked Brasil não apenas se sobressai pela ousadia nas mudanças, mas sim por manter um nível de qualidade extremamente alto, que se comprova em todos os aspectos técnicos da peça. Há uma cena em que um certo personagem está a se transformar no  Homem de Lata. Essa transformação é feita tão suavemente que nossos olhos nem podem acreditar no que viram. 

Qualquer ato musical é de arrepiar, sendo conduzidos pela maestrina Vânia Pajares, o momento em que os fãs realmente esperam é o clássico ‘’Defying Gravity’’ que se tornou a marca da peça. O número, que demora uns bons minutos, é de uma antecipação enorme. A adaptação brasileira desta música é tão fantástica que antes de Elphaba desafiar a gravidade, um aumento da presença dos seguranças na sala não se faz de despercebida, o motivo é claro: é estritamente proibido gravar. Porque a segurança é reforçada nesse ato e não durante a peça toda? Bom, enquanto na Broadway a bruxa apenas levita, em São Paulo ela voa, por cima da plateia. O momento extrai os gritos e aplausos da plateia enquanto Myra Ruiz fica suspensa e sustenta as notas altas da canção.

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A primeira parte acaba da forma mais impactante possível. Seguindo para a segunda e última parte da peça, que é o ponto mais fraco. Definitivamente parece que toda a atenção aos detalhes e desenvolvimento de narrativa foi posto na primeira parte, deixando a segunda um pouco mais pobre e com um ritmo mais frenético que tira a imersão do espetáculo.

Apesar da descida na qualidade do guião, Wicked continua ser uma paragem obrigatória para todos aqueles que amam o teatro musical.

TRAILER | WICKED BRASIL

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Wicked Brasil, em análise
  • Catherine Miranda - 90
90

Conclusão

Wicked é um obra que abrange todas as idades, o seu guião amigável e inteligente cativa qualquer pessoa que for assistir.

Pros

Guião;

Excelência na atuação;

Orquestra;

Aspetos técnicos;

Números musicais.

Cons

Segunda parte com o guião mais fraco

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