5 Melhores Concertos do Vodafone Paredes de Coura 2018
O Vodafone Paredes de Coura 2018 foi, como se esperava, um grande festival. Mas que concertos ficariam para a história (pelo menos a nossa) seria sempre imprevisível. Eis o melhor da edição deste ano.
Na 26ª edição do Vodafone Paredes de Coura não faltaram bandas e cantautores de peso, um cartaz que prometia vir a ser este um dos melhores festivais portugueses do ano. Mas promessa não é cumprimento, e é da natureza de todo o acontecimento artístico que não possa ser derivado necessariamente de um algoritmo. Neste campo, quando uma coisa tem tudo para correr bem, o mais provável é que corra. Afinal estamos a falar de técnica e profissionais.
Ainda assim, pode ficar aquém do esperado, pode mesmo correr mal ou não correr de todo. De facto, não faltaram incidentes e não há dúvida de que tais incidentes prejudicaram os concertos que deles foram vítimas, mesmo se os contratempos foram superados com maior ou menor elegância, consoante o talento e os recursos pessoais de cada artista. Por outro lado, quem pode adivinhar aquele irredutível “qualquer coisa mais” que a pessoa, ou a pessoa no instante onde tudo se joga, acrescenta ao técnico em si? Nem o artista pode, quanto mais nós. Arte e história não são ciências da natureza, e chegou a altura – a única possível – de fazer a breve crónica do que mais nos impressionou no Vodafone Paredes de Coura 2018.

# 5 Vodafone Paredes de Coura 2018 | Lucy Dacus
É verdade, é o Kevin Morby a aproveitar, tal como nós, um dos melhores concertos do Vodafone Paredes de Coura 2018. O mesmo que fez Conrad Keely, vocalista e guitarrista dos …And You Will Know Us By The Trail Of Dead, passar e perguntar quem estava a cantar no palco. Sem ser uma ilustre desconhecida nos meios críticos, ou de algum público que cantava a plenos pulmões as letras das canções de Historian, Lucy Dacus está longe de habitar, contudo, as luzes da ribalta (como o atesta a falta delas, alinhada como foi para tocar às 18h30). Não precisava delas, vinham todas do seu rosto aberto e amável, espantado com a estima que lhe demonstravam, e do diálogo descontraído que mantinha com o público. Vinham da controlada dinâmica de silêncio-ruído da sua guitarra. Vinham, sobretudo, das suas letras cantadas com verdade, cada vez mais verdade. Foi cedo, foi curto, foi de pedir por mais e para breve.