Óscares 2025 | Eis os melhores momentos da noite mais importante do ano
A 97ª Cerimónia de entrega dos Óscares aconteceu esta madrugada e ficou marcada por alguns momentos especiais.
Sem dúvida alguma, a Cerimónia de entrega dos Óscares é um dos momentos mais aguardados do ano para todos os fãs de cinema. Este ano, o evento teve lugar no Teatro Dolby, em Los Angeles, e contou com Conan O’Brien como anfitrião. Mas, o maior destaque da celebração foi a dedicatória da cerimónia a todos os que sofreram com os incêndios que devastaram a cidade no início do ano.
O grande vencedor da noite foi “Anora“, que arrecadou cinco Óscares das seis categorias em que estava nomeado. Por outro lado, “O Brutalista” conquistou apenas três estatuetas douradas em dez nomeações. Além disso, houve outros momentos que marcaram a noite mais importante do ano…
Uma singela homenagem à Cidade de Los Angeles
Na abertura da 97ª Cerimónia dos Óscares, a Academia fez uma bonita homenagem à cidade que acolhe a premiação desde a sua primeira edição, em 1929, Los Angeles. Após uma sucessão de imagens de filmes gravados em Los Angeles, Ariana Grande subiu a palco para cantar o clássico “Over the Rainbow”, interpretada originalmente por Judy Garland em “O Feiticeiro de Oz”. Ao mesmo tempo, os ecrãs mostravam a frase “We Love Los Angeles”, homenageando a cidade que foi devastada por uma série de incêndios devastadores em janeiro deste ano.
Logo a seguir, Cynthia Erivo continuou com o medley de canções da banda sonora original do filme que está na base de “Wicked“, filme nomeado a dez Óscares a dez anos. No fim, as duas protagonistas da longa-metragem juntaram-se ao centro a interpretar “Defying Gravity”, levando toda a plateia a aplaudir de pé este momento de singela homenagem.
Mais tarde, a corporação de bombeiros de Los Angeles subiu ao palco dos Óscares para receberem um agradecimento pelo árduo trabalho no combate às chamas. No entanto, um caricato momento pôs os próprios soldados da paz a lerem piadas sobre as consequências dos incêndios, gerando alguma estranheza na sala.
Conan O’Brien terá sido uma boa escolha para apresentador?
Jimmy Kimmel tem sido o anfitrião das duas últimas edições dos Óscares, tendo apresentado outras duas cerimónias. Mas, este ano, Conan O’Brien foi o escolhido para o papel de anfitrião. Antes de entrar em palco, o comediante participou numa paródia do filme “A Substância“, substituindo Margaret Qualley na cena em que esta surge de dentro da atriz Demi Moore.
Logo a seguir, o comediante subiu ao palco dos Óscares, mas, durante o seu monólogo inicial, o discurso raramente divergiu para questões políticas. A exceção surgiu quando o apresentador se dirigiu a Karla Sofía Gascón, protagonista de “Emilia Pérez“. Conan O’Brien pediu-lhe que quando falasse sobre os Óscares, para dizer que o apresentador era Jimmy Kimmel, aludindo ao facto de os comentários não serem positivos.
Um outro momento alto surgiu quando Adam Sandler apareceu vestido com calções e uma t-shirt, logo após O’Brien ter mencionado os glamorosos fatos dos artistas. A interação de Sandler com o público levou a que este se desmanchasse em gargalhadas. Ainda antes de sair de palco, O’Brien interpretou uma canção, na qual até Deadpool foi convidado a participar. Para terminar, Conan ainda regressou ao tema inicial da sua apresentação e mostrou fotografias de vários atores e atrizes quando eram mais novos.
Mais tarde, Conan O’Brien subiu de novo ao palco dos Óscares para mais um pequeno monólogo. Desta vez, o apresentador começou por fazer uma piada com o facto de a Letónia ter vencido o seu primeiro Prémio da Academia, com “Flow – À Deriva“, enquanto a Estónia continua com o número a zeros. Logo de seguida, o comediante dirigiu-se aos espectadores em casa e um texto em várias línguas – espanhol, indiano e mandarim, tendo pedido emprego à China, o que arrancou várias gargalhadas.
Num outro momento, o comediante teve ainda uma interação com Nick Offerman, na qual o ator fez várias piadas sobre a escolha de Conan O’Brien para apresentador dos Óscares. Mais adiante, e, digamos, de uma forma bastante genial, O’Brien criticou o facto de as pessoas passarem mais tempo a ver filmes no streaming, ignorando por completo a existência de cinemas. Além disso, houve ainda tempo para brincar com a atuação de Kendrick Lamar durante o intervalo do Super Bowl.
Contrariamente ao que se esperava, as piadas de Conan O’Brien foram bastante contidas, no que toca a questões políticas. Ainda assim, após “Anora”, que fala do romance entre uma dançarina exótica e o filho de um oligarca russo, arrecadar alguns dos prémios mais importantes da noite, o apresentador comentou que “os americanos estão excitados por verem alguém finalmente a levantar-se para um russo poderoso”. O comediante fazia assim uma referência à reunião entre Donald Trump e Volodymyr Zelensky, na qual o Presidente da Ucrânia foi enxovalhado por um apoio claro dos Estados Unidos à Rússia.
Kieran Culkin poderá voltar a ser pai após vencer o Óscar
Este ano, o nome de Kieran Culkin figurou pela primeira vez a lista de nomeados aos Óscares, pela sua participação em “A Verdadeira Dor“. Após receber o Prémio de Melhor Ator Secundário, Culkin subiu ao palco para agradecer a todos os envolvidos. Mas, o momento alto do seu discurso surgiu quando o ator recordou a ocasião em que venceu o Globo de Ouro, em 2024, por “Succession”.
Aparentemente, no ano passado, a sua esposa, Jazz Charton, havia prometido dar-lhe um terceiro filho caso ele vencesse o Globo de Ouro. No entanto, após Culkin lhe cobrar a promessa, a sua mulher terá respondido que faria um quarto descendente quando este conquistasse um Óscar. Em cima do palco, Kieran fez questão de voltar a cobrar o feito, gerando muitas gargalhadas no público.
Paul Tazewell tornou-se o primeiro estilista negro a vencer um Óscar
No momento de apresentar o Óscar de Melhor Guarda-Roupa, um ator de cada filme nomeado subiu a palco para homenagear os figurinistas indicados ao Prémio da Academia. Inclusive, num momento mais cómico, Bowen Yang surgiu vestido com as roupas da sua personagem. Além disso, o ator de “Wicked” acabou mesmo por entregar a estatueta dourada a Paul Tazewell. Num discurso assertivo, o estilista mencionou o facto de ser o primeiro figurinista negro a vencer um Óscar, levando a sala do Teatro Dolby a ovacioná-lo de pé.
A Academia homenageou o espião mais famoso do mundo
No ano em que celebra 63 anos desde que surgiu no grande ecrã pela primeira vez, James Bond teve direito a um momento de homenagem na 97ª Cerimónia dos Óscares. Sob a apresentação de Halle Berry, a saga foi relembrada, fazendo-se uma menção honrosa a algumas pessoas que sempre contribuíram para o sucesso destes filmes de ação, como o saudosos Quincy Jones. Mas, a principal referência foi feita a Barbara Broccoli e o seu meio-irmão Michael G. Wilson, responsáveis pelo controlo criativo da saga.
Após a apresentação de algumas cenas dos 25 filmes sobre as aventuras de James Bond, o palco dos Óscares encheu-se de música, com vários figurantes vestidos de espião e de Bond Girls a dançar, com Margaret Qualley, de “A Substância”, a liderar. Como tal, ao longo da performance, Lisa, Doja Cat e Raye interpretaram temas marcantes da saga, arrancando uma ovação de pé.
Quem teve os discursos mais políticos da noite?
Notada a ausência de discursos políticos por parte do apresentador dos Óscares, também os discursos de aceitação do prémio fugiram ao lado mais governamental. Mas houve exceções… Ao subirem a palco para receber o Óscar de Melhor Canção Original (por “El Mal”), Clément Ducol e Camille Dalmais explicaram o contexto da música. Segundo os compositores, a canção foi escrita para denunciar a corrupção do Governo. Durante esse momento, Camille aproveitou para expressar a sua alegria, interpretando um dos temas do filme.
Como não poderia deixar de ser, o momento em que os produtores de “No Other Land” subiram a palco para receber o Óscar de Melhor Documentário revelou o discurso mais politico de todos. A longa-metragem aborda a guerra entre Israel e a Palestina e, consequentemente, os vencedores falaram sobre o impacto do conflito. Como tal, durante o curto monólogo, os produtores alertaram para os horrores da guerra e manifestaram as suas preocupações para com as gerações futuras.
A Academia fez uma bonita homenagem às estrelas que se apagaram
Por fim, o momento mais emocionante da cerimónia dos Óscares é o segmento “In Memoriam” que homenageia todos os artistas e trabalhadores da indústria do cinema que partiram recentemente. Este ano, Morgan Freeman subiu a palco para falar sobre Gene Hackman, o ator que nos deixou há muito poucos dias. Durante o discurso, Freeman mencionou a amizade de Hackman e expressou a genialidade do artista com um dom para a representação. Seguiu-se a apresentação de curtos vídeos dos homenageados que nos deixaram, enquanto um coro interpretava Mozart.
Mais tarde, Oprah Winfrey e Whoopi Goldberg subiram ao palco dos Óscares para homenagear Quincy Jones, o génio da música que faleceu em novembro passado. Vencedor de 28 Grammys, o músico esteve envolvido na produção da banda sonora de dezenas de filmes marcantes. Além disso, durante o discurso, as duas atrizes recordaram o momento em que as duas trabalharam com o músico na longa-metragem de sucesso “A Cor Púrpura”. No fim da homenagem, Queen Latifah interpretou um tema que pôs a plateia a mexer, fazendo uma metáfora para a alegria contagiante de Quincy Jones.
Concordas com todos os vencedores da noite? Qual o momento mais impactante dos Óscares deste ano?