The Strokes (fotograma do vídeo realizado por Andrew Donoho)

The Strokes encaram-nos em “Bad Decisions”

Na segunda faixa de The New Abnormal, “Bad Decisions”, clones dos Strokes mostram-nos a necessidade que a banda tem de não se repetir.

Já desde o ano passado que temos vindo a acompanhar, através dos concertos ao vivo da banda, a promessa de um novo registo para 2020 e a partilha de algumas novas canções como “Ode to the Mets” e “The Adults Are Talking”. Contudo, só na terça-feira passada é que tudo se tornou oficial, com a partilha do single principal “At The Door”. The New Abnormal será lançado no dia 10 de abril, foi produzido por Rick Rubin e hoje chega-nos mais uma faixa, “Bad Decisions”.

Lê Também:   The Strokes estão de volta com The New Abnormal

Nos créditos do novo single surgem, ao lado da banda, os nomes de Billy Doel e de Tony James, o que não é de estranhar, dada a semelhança que há entre a melodia do refrão e a melodia da “Dancing With Myself”, lançada em 1980 pelos Generation X e em 1981 por Doel. Mas, mais do que tudo, é a pujança dos nova-iorquinos que sobressai ao longo da “Bad Decisions”, altamente marcada pela secção rítmica e pelas malhas de guitarra, por entre as quais surge familiarmente a voz de Julian: “Oh, makin’ bad decisions”.  Em “At The Door”, os Strokes, acompanhados por sintetizadores, arriscaram um retorno enigmático, revelando-nos um lado que não conhecíamos. Já em “Bad Decisions” a banda soa bastante familiar, num regresso quase diretamente vindo do passado.

Lê Também:   The Strokes confirmados no Nos Alive 2020

A faixa vem com um vídeo dirigido por Andrew Donoho, que pretende reproduzir o cenário de um anúncio televisivo retro. Neste anúncio, o que está a ser divulgado é a possibilidade de comprar um clone de algum dos membros dos Strokes, mas estes clones, além de se assemelharem mais a máquinas do que a pessoas, são cópias de uma versão antiga da banda, associada aos seus tempos primordiais.

Este novo vídeo e a sua narrativa espelhada nas várias legendas que vão surgindo, não deixa de transparecer uma certa irritação, suficiente para nos deixar desconfortáveis. Através deste estranho cenário de produção de clones, a banda nova-iorquina parece estar a lutar contra uma visão estereotipada que os fãs têm do seu trabalho, rebelando-se contra a tendência que há de esperar sempre uma sonoridade específica da banda, que eles associam ao passado.

Se em “At The Door” a quebra com o passado é explícita, em “Bad Decisions” os Strokes procuram legitimá-la, revelando que há espaço e vontade de desafiar o conforto de uma sonoridade já conhecida, sem a abandonar totalmente.

THE STROKES | “BAD DECISIONS”

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *