Barbie: As 10 melhores citações do filme de Greta Gerwig

“Barbie” é, passado pouco mais de um mês da sua estreia, já o filme mais visto do ano, tanto nos Estados Unidos, como em Portugal. A ode à boneca mais famosa do mundo, assinada por Noah Baumbach e Greta Gerwig e realizada pela segunda, apresenta uma narrativa inspirada e fora do comum. Vamos conhecer as melhores citações de Barbie?

[Alerta: Juntamente com as melhores citações de Barbie iremos introduzir pontos centrais do argumento do filme, tendo este artigo SPOILERS ligeiros]

Um dos poucos filmes a ultrapassar a barreira de faturação dos mil milhões (o chamado bilião), “Barbie” é um fenómeno de popularidade que conseguiu empolgar todo o tipo de públicos e faixas etárias. Esta narrativa, que transporta as Barbies e Kens para um cenário de carne e osso, apresenta-nos uma Barbie estereotípica a passar por uma crise existencial (Margot Robbie).

Na sua tentativa de regressar à normalidade, e à aparente perfeição da “Barbieland“, a Barbie de Margot Robbie aventura-se no mundo real, onde conhece uma família  que irá para sempre transformar a sua noção de humanidade. Durante a sua jornada ao mundo real, o companheiro de Barbie, Ken (Ryan Gosling), é influenciado depois de descobrir uma existência bem diferente da vivida em “Barbieland” – em particular no que diz respeito a papéis de género.

Da visita ao mundo real resulta uma “Barbieland” virada do avesso, que apenas Barbie e as suas novas companheiras de viagem, as humanas Gloria (America Ferrara) e Sasha (Ariana Grrenblatt) poderão ajudar a restaurar . Pelo meio, somos brindados com vários números musicais, cenários incríveis como já não se constroem hoje em dia – repletos de cor e atenção ao detalhe – e muita sátira, hipérbole e existencialismo.

Noah Baumbach wanted to direct #Barbie but Greta Gerwig jokingly told him to “step aside”.

That’s what we call, a queen. pic.twitter.com/90aK9TVNfL

— Letterboxd (@letterboxd) April 26, 2023

“Barbie” apresenta um argumento arrojado e escrito por uma dupla cúmplice, o casal-maravilha Greta Gerwig e Noah Baumbach. O par trabalha em conjunto há mais de uma década, tendo criado em conjunta obras como “Frances Ha” e “Mistress America”. Neste artigo, colocamos em destaque, sem nenhuma ordem estabelecida, as muitas linhas de diálogo inteligentes criadas por Gerwig e Baumbach para o seu “Barbie”:

As melhores citação de Barbie, de Greta Gerwig

Ruth Handler (personagem inspirada na criadora da Barbie) :

Humans have only one ending. Ideas live for ever.

(“Os Humanos só têm um fim. As ideias vivem para sempre”)

Uma das frases mais inspiradas de “Barbie” (2023), inclusive incluída em vários dos seus trailers, alude às ideias e conceitos expressados através da criação da Barbie – como boneca aspiracional, que mostraria a mulher como auto-determinada, com direito à sua casa, ao seu carro, e à sua própria vida. Também a Barbie de Margot Robbie quer usufruir dessa mesma autonomia.

Num momento essencial do filme, a misteriosa e importante personagem Ruth recorda Barbie de que os humanos não são eternos, mas as ideias sim.

Barbie:

I want to be a part of the people that make meaning, not the thing that’s made.

(“Eu quero fazer parte do grupo de pessoas que criam significado, não ser a coisa que é criada”)

Outra frase essencial, ao falarmos das melhores citações de Barbie, ocorre também num dos momentos mais emotivos do filme. Musicado ao som do belo tema de Billie Eilish, “What Was I Made For?“, ambas as frases aqui apresentadas de seguida destacam-se como integrais para o climax emocional de um filme que pensa, por meio da comédia, questões pesadas e importantes como a finitude da vida humana ou os papéis que ocupamos na sociedade.

Gloria | as melhores citações de Barbie: 

It is literally impossible to be a woman. You are so beautiful and so smart, and it kills me that you don’t think you’re good enough. Like, we have to always be extraordinary, but somehow we’re always doing it wrong. You have to be thin, but not too thin. And you can never say you want to be thin. You have to say you want to be healthy, but also you have to be thin. You have to have money, but you can’t ask for money because that’s crass. You have to be a boss, but you can’t be mean. You have to lead, but you can’t squash other people’s ideas. You’re supposed to love being a mother but don’t talk about your kids all the damn time. You have to be a career woman, but also always be looking out for other people. You have to answer for men’s bad behavior, which is insane, but if you point that out, you’re accused of complaining. You’re supposed to stay pretty for men, but not so pretty that you tempt them too much or that you threaten other women because you’re supposed to be a part of the sisterhood. But always stand out and always be grateful. But never forget that the system is rigged. So find a way to acknowledge that but also always be grateful. You have to never get old, never be rude, never show off, never be selfish, never fall down, never fail, never show fear, never get out of line. It’s too hard! It’s too contradictory and nobody gives you a medal or says thank you! And it turns out in fact that not only are you doing everything wrong, but also everything is your fault. I’m just so tired of watching myself and every single other woman tie herself into knots so that people will like us. And if all of that is also true for a doll just representing women, then I don’t even know.

(“É literalmente impossível ser uma mulher. Tu és tão bonita e tão inteligente, e dá cabo de mim que não te consideres boa o suficiente. Temos sempre de ser extraordinária, mas parece que estamos sempre a fazer tudo mal. Tens de ser magra, mas não demasiado magra. E nunca podes dizer que queres ser magra. Tens de dizer que queres ser saudável, mas também ser magra. Tens de ter dinheiro, mas não podes pedi-lo, porque isso é má educação. Tens de ser uma líder, mas não podes má. Tens de liderar, mas não podes rejeitar as ideias dos outros. É suposto adorares ser mãe, mas não podes falar dos teus filhos a toda a hora. Tens de ser uma mulher de carreira, mas também prestar sempre atenção aos outros. Tens de responder pelo mau comportamento dos homens, o que é insano, mas se o apontares és acusada de te queixares. É suposto manteres-te bonita para os homens, mas não tão bonita que os possas tentar em demasia ou ser uma ameaça para outras mulheres, porque é suposto fazeres parte de uma irmandade. Mas destaca-te sempre, e sê sempre grata. Mas nunca que te esqueças que o sistema está manipulado. Por isso, encontra uma forma de reconhecer isso e manter a tua gratidão. Nunca podes envelhecer, nunca podes ser mal educada, dar nas vistas, ser egoísta, nunca podes cair, nunca podes falhar, mostrar medo ou sair da linha. É demasiado difícil! É demasiado contraditório e ninguém te dá uma medalha ou te agradece! E, ao fim de contas, não só estás a fazer tudo mal, como tudo é tua culpa. Estou tão cansada de me ver, a mim mesma, e a todas as outras mulheres, a fazerem de tudo para que as pessoas gostem de nós. E se tudo isso também é verdade para uma boneca que simplesmente representa uma mulher, então nem sei.”)

Esta frase, ou antes este monólogo, depressa se tornou um dos momentos mais icónicos de todo o filme “Barbie”. Proferido pela humana Gloria (interpretada por America Ferrera, a eterna “Betty Feia”), uma atriz que sempre se destacou na televisão mas que, em 2023, e com a ajuda do filme de Greta Gerwig, está a ter um pico na sua carreira no grande ecrã (há até quem defenda que a entrega deste monólogo lhe pode valer uma nomeação ao Óscar de Melhor Atriz Secundária).

America Ferrera entrega com emoção franca e garra o monólogo escrito por Gerwig (alegadamente ao longo de vários meses, sendo este um dos momentos mais importantes do filme) e entretanto as suas palavras já circularam por toda a internet, interpretadas por muitas mulheres como uma explicação perfeita daquela que é a experiência feminina.

Barbie:

By giving voice to the cognitive dissonance required to be a woman under the patriarchy, you robbed it of its power!

(“Ao dares voz à dissonância cognitiva necessária para ser uma mulher a viver no Patriarcado, roubaste-lhe o seu poder!”)

O conceito de patriarcado é alvo de uma forte paródia ao longo de todo o argumento de “Barbie”, sendo apresentado com total ironia e perante uma perspectiva radical e diferente. Uma sátira acídica, “Barbie” vira o patriarcado do avesso. Neste caso, o discurso de Gloria será mesmo essencial para quebrar um feitiço bem particular…

Ao longo da sua jornada no mundo real, Barbie (Margot Robbie) aprende o que é um Patriarcado. Nunca se havia confrontado com esse conceito, pois na “Barbieland”, as mulheres têm uma autonomia e controlo sem paralelo no mundo em que nos movemos.

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Ken: 

To be honest, when I found out the patriarchy wasn’t just about horses, I lost interest.

I’m just Ken, anywhere else I’d be a ten
Is it my destiny to live and die a life of blonde fragility?
I’m just Ken
Where I see love, she sees a friend
What will it take for her to see the man behind the tan and fight for me?

Allans have been in the real word before, no one’s noticed! NSYNC? They’re all Allans! Even that one!

We mothers stand still so our daughters can look back to see how far they have come.

 Does the label “long-term long-distance low-commitment casual girlfriend” mean nothing to her?

You’re very brave, Ken. -Barbie
Thank you, Barbie. You know surfing is not even my job. -Ken
And it is not lifeguard. Which is a common misconception. -Ken
Yeah, because actually my job, it’s just Beach. -Ken

And what a great job you do at beach – Barbie