Black Eyed Peas terminam em festa o MEO Marés Vivas 2023
Os terceiros cabeças de cartaz do MEO Marés Vivas criaram uma pista de dança ao ar livre em Vila Nova de Gaia, e ainda tiveram uma convidada especial.
Três dias de enorme animação no Parque de Campismo da Madalena, em Vila Nova de Gaia, culminaram com o concerto dos internacionais Black Eyed Peas, num palco principal que já tinha sido pisado por Xavier Rudd, Fernando Daniel, e The Script no mesmo dia.
Um dia talvez de menor expectativa por um artista só do que os anteriores – claramente marcados por fãs de Da Weasel no primeiro dia, e J Balvin no segundo dia – e que por isso levou os festivaleiros a aproveitar melhor o recinto e a assistir aos diferentes concertos, bastante variados no estilo musical, de forma mais relaxada.
A atração principal não deixariam, no entanto, de ser os programados para as 23:30 hora local. Os Black Eyed Peas eram o nome mais sonante e foram também os convidados do dia mais energéticos, o que encaixou perfeitamente num domingo à noite de final de festival e não deixou ninguém de pé no chão, por muito cansaço que pudesse estar acumulado.
O grupo, nascido na Califórnia, dispensa quaisquer apresentações mas fizeram questão de se apresentar individualmente: will.i.am, Taboo, Apl.de.Ap e J. Rey Soul (a mais recente adição ao grupo, que inicialmente tinha a voz feminina de Fergie) apresentaram-se em palco, sem apetrechos, cenários ou grandes escolhas visuais, só mesmo os quatro membros, um baterista e um guitarrista – sendo que a maioria dos temas tem a musicalidade eletrónica replicada no computador.
Formados em 1992, os Black Eyed Peas tiveram os seus maiores (e para alguns, melhores) anos na década de 2000. Foi durante esse período que lançaram alguns dos seus mais conhecidos êxitos como Where Is the Love?, Shut Up, My Humps, Don’t Phunk With My Heart, e Pump it.
No entanto, o grupo não terminou por aí, tendo nos anos mais recentes divergido para temas mais populares mas que convidam a dançar, com colaborações com outros artistas de renome como Ozuna, J Balvin, Maluma, Daddy Yankee, Britney Spears e Shakira, e que talvez fosse o que o público do MEO Marés Vivas mais pedia: energia para terminar o festival numa nota alta.
O grupo de hip hop, R&B e de música eletrónica trouxe a Vila Nova de Gaia uma boa relação entre alguns dos seus êxitos do passado e dos presentes, estando cada um à vez na luz da ribalta fosse a falar com o público – no caso de Taboo, em espanhol -, ou na voz principal de temas tanto do grupo como de nome próprio, como foi o caso de Scream & Shout, tema a solo de will.i.am com colaboração de Britney Spears.
A ligação com o público do Parque de Campismo da Madalena foi constante, fazendo os presentes sentir que faziam parte do espetáculo. O grupo agradeceu ao Porto (e ao facto de voltarem a Portugal), e repetiu vezes sem conta o nome do distrito mesmo durante as letras dos seus temas. Fizeram brincadeiras com os festivaleiros, convidaram a cantar e dançar com as mãos no ar, e apesar de já ter sido no passado dia 14, Taboo teve também direito a que o público lhe cantasse os parabéns. Fizeram ainda alusão a J Balvin, que tinha estado no mesmo palco no dia anterior.
O momento alto da noite foi sem dúvida o que antecedeu a música Where is the Love?: os membros da banda detectaram uma fã no público que tinha um cartaz que dizia “Quando cantarem a Where is the Love, posso cantar convosco? Sei o rap, é a minha música favorita.“. Apesar de parecerem duvidosos no início, os Black Eyed Peas fizeram o deleite desta fã e convidaram-na a subir ao palco para cantar então o tema com eles.
A Sofia (que prontamente se juntou ao grupo e se apresentou), parece ter nascido para o palco; e se qualquer um de nós ficaríamos nervosos por subir a um palco com milhares de pessoas a assistir, para cantarmos a nossa música favorita com uma banda internacionalmente famosa, a Sofia criou um momento tão único e especial que os presentes deram por si a torcer por uma jovem que não conhecem, mas que queriam tanto que ela se saísse bem. E mostrou-se em paz: apesar de provavelmente ter ficado emocionada, transpareceu calma e cantou toda a música com o grupo, mostrou que sabia todas as partes da letra, e apanhou de surpresa até os membros da banda, que ficaram tão emocionados como quem assistia.
A Sofia estava preparada e brilhou quase tanto (naquele momento até mais) como a banda, e a verdade é que provavelmente todos gostávamos de ser um pouco como a Sofia: ter a coragem de dizer o que queremos, e quando nos permitem o nosso momento, tomá-lo sem medos e simplesmente, viver.
Os Black Eyed Peas foram a escolha certa para o último dia do MEO Marés Vivas 2023; apesar de por vezes ficarem muito, muito tempo no mesmo tema – fica a ideia que poderiam ter tocado mais êxitos caso não o fizessem -, mais do que artistas e músicos, são um grupo de amigos a divertir-se em cima do palco, a tornar-se um só com o público, e isso já não se vê muitas vezes. E isso elevou a sua atuação ao nível que o público merecia, permitiu momentos únicos (provavelmente irrepetíveis e sem dúvida inesquecíveis), e criou o ambiente perfeito para terminar o festival.
Terminaram com a bandeira de Portugal, e em explosão com I Got a Feeling; os Black Eyed Peas já tinham um feeling que iria ser uma óptima noite, e foi mesmo.
VÍDEOCLIPE | A FESTA DOS BLACK EYED PEAS NO ÚLTIMO DIA DE MEO MARÉS VIVAS
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