Bubble, em análise
Uma adaptação livre do clássico conto da “Pequena Sereia” chega à Netflix em forma de anime. “Bubble” prima pela encantadora animação.
A grande aposta da Netflix em anime já tornou a plataforma num nos melhores serviços onde podemos encontrar novo conteúdo deste género de animação japonesa. Se a Crunchyroll e a Funimation continuam a ser os mais conhecidos dos entusiastas de anime (ou otakus), a Hulu também já ganhou alguma fama na procura de anime clássicos e todos os anos os fãs esperam novidades das estreias de anime na Netflix.
A mais recente longa-metragem, “Bubble” (“Hepburn: Baburu”, em japonês), tem origem na realização de Tetsuro Araki (“Shingeki no Kyojin”, “Kabaneri of the Iron Fortress: Unato Decisive Battle”), na escrita de Gen Urobuchi (“Psycho-Pass”), com desenhos de personagens por Takeshi Obata (“Aoi Bungaku Series”) e música composta por Hiroyuki Sawano (“Shingeki no Kyojin”, “86”, “Nanatsu no taizai”).
O filme pós-apocalíptico de animação japonesa de 2022 foi produzido pelo Wit Studio, reconhecido pelos seus trabalhos nas temporadas iniciais de “Shingeki no Kyojin”, em “The Ancient Magus’ Bride”, no histórico viking de “Vinland Saga”, no surpreendente “Ranking of Kings” e mais recentemente “Spy × Family”.
“Bubble” teve exibições iniciais no Festival Internacional de Cinema de Berlim a 10 de Fevereiro de 2022, antes do seu lançamento mundial na Netflix em 28 de Abril de 2022. Em Maio, o filme teve estreia nos cinemas do Japão com distribuição da Warner Bros. Pictures. A adaptação do filme em manga, por Erubo Hijihara foi serializada na Shōnen Jump+ de 22 de Abril a 23 de Maio de 2022.
O anime de fantasia e aventura conta com as vozes de Jun Shison como Hibiki, Riria a interpretar Uta, Alice Hirose como Makoto, Mamoru Miyano no papel de Shin, Yuki Kaji como Kai e Sayaka Senbongi como Usagi. O tema de abertura do filme, intitulado “Bubble feat. Uta” é de Eve, e o tema de encerramento “Jaa ne, Mata ne” (“See You, Catch You Later”) foi interpretado por Riria.
A narrativa foca-se num futuro próximo, onde Tóquio é invadida por estranhas bolhas que desafiam as leis da gravidade. Apesar de teoricamente inabitável, vários jovens refugiam-se na cidade para viverem em liberdade. Aliando distopia, parkour e uma adaptação livre de alguns elementos do conto de fadas original de Hans Christian Andersen: “A Pequena Sereia“, “Bubble” apresenta-se inicialmente bastante apelativo em termos de argumento.
O ponto alto do anime são os seus visuais, com cores aguerridas e personagens e ambientes distintos. Para além disso, a dinâmica do movimento e da ação, principalmente ao nível dos movimentos de parkour, são um puro prazer a nível de trabalho de animação. A composição musical enquadra-se com o resto da produção e fica no ouvido, tal qual o canto de uma sereia.
Infelizmente, o potencial da história é desperdiçado com a falta de desenvolvimento das personagens e com a decisão de um desenrolar da narrativa básico e gasto. Uma confusão inicial transforma-se numa resolução previsível e sem grandes surpresas.
“Bubble” não alcança a expectativa a nível narrativo, mas não deixa de ser um anime visualmente impressionante, complementado com uma sólida banda sonora.
TRAILER | NUM MUNDO SEM GRAVIDADE, AS BOLHAS IRÃO ATRAIR DUAS PESSOAS!
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Bubble, em análise
Movie title: Bubble
Movie description: Numa Tóquio abandonada, invadida por bolhas e com as leis da gravidade alteradas, o destino de um jovem excecional cruza-se com o de uma rapariga misteriosa.
Date published: 28 de April de 2022
Country: Japão
Duration: 101 minutos
Director(s): Tetsuro Araki
Actor(s): Jun Shison, Riria, Mamoru Miyano
Genre: Animação, Aventura, Ação
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Emanuel Candeias - 69
CONCLUSÃO
A última estreia anime na Netflix prometia mais do que aquilo que entregou. “Bubble” prima pelo visual e a animação, desenrasca-se na música, mas tropeça e desilude na narrativa.
Pros
- Wit Studio: animação de realce com visuais, movimentos e ação impressionantes
- Banda sonora que combina com a animação
Cons
- Narrativa é inicialmente meio indeterminada e no final acaba por ser superficial.
