Festival de San Sebastián | O Melhor do Cinema do Mundo
O 71º Festival de Cinema de San Sebastián (Espanha) vai abrir na próxima sexta dia 22 e vai até 30 de setembro. A Selecção Oficial vai apresentar vários filmes espanhóis e do mundo inéditos e também os melhores filmes internacionais, premiados nos outros grandes festivais. Lá estaremos, durante uma semana para acompanhar ao vivo o melhor do festival e das belezas cidade.
O Festival de San Sebastián 2023, apresentou a há dias a sua programação e todos os filmes que serão exibidos nesta sua já longa história de 71 edições. A abertura, acontecerá no próximo dia 22 de setembro, logo com um primeiro prato — a gastronomia basca e o Culinary Zinema são também algo a ter em conta, neste festival — bastante forte: após 10 anos sem lançar um filme, o veterano realizador japonês Hayao Miyazaki (82 anos) abrirá o 71º Festival de San Sebastián com o muito aguardado na Europa, ‘The Boy and the Heron’ (‘O Menino e a Garça’, no original japonês, ‘Kimitachi wa dô ikiru ka’). Mais um filme saído da mente brilhante de Hayao Miyazaki, que conta a história de um jovem chamado Mahito, que sente falta da mãe e aventura-se num mundo partilhado pelos vivos e pelos mortos. Lá, a morte chega ao fim e a vida encontra um novo começo. Trata-se de mais uma fantasia semi-autobiográfica — aliás como quase sempre, baseados na vida, nas fantasias ou nas inquietações do realizador fundador dos Estúdios Ghibli — sobre a vida, a morte e a criação, que é também uma homenagem à amizade, como sentimento forte entre seres vivos. O filme, será exibido fora de competição, após a sua estreia internacional no Festival de Toronto, que terminou no passado fim-de-semana. O Júri Oficial será presidido pela cineasta francesa Claire Denis e incluirá a atriz chinesa Fan Bingbing; a produtora, realizadora e argumentista colombiana Cristina Gallego; a fotógrafa francesa Brigitte Lacombe; o produtor húngaro Robert Lantos; a atriz espanhola Vicky Luengo e o realizador alemão Christian Petzold.
Dentro da Selecção Oficial (bastante feminina aliás, com várias cineastas a concurso) e com filmes que concorrerão à Concha de Ouro, o prémio máximo, além de nas outras secções, o destaque vai em primeiro lugar para dois grandes cineastas espanhóis que regressam com os seus novos e muito aguardados filmes: Isabel Coixet (‘Un Amor’) na competição, Fernando Trueba e Javier Mariscal, com a animação ‘Dispararon al pianista’), este fora de competição. O cinema espanhol é de grande qualidade e raramente estreia nas salas portuguesas, por isso há da nossa parte uma certa prioridade e preocupação neste festival, em acompanhar as respectivas sessões de filmes do país vizinho. Apesar da greve de argumentistas e atores norte-americanos — que afetaram de certo modo Veneza e Toronto — as passadeiras vermelhas do Auditorio Kursaal e do clássico Teatro Victoria Eugénia, contarão com a forte presença de muitos realizadores e várias estrelas internacionais como: Juliette Binoche, Gabriel Byrne, François Cluzet, Emmanuelle Devos, Griffin Dunne, Aidan Gillen, Mads Mikkelsen, James Norton, Dominic West, Maite Alberdi, J.A. Bayona, Robin Campillo, Isabel Coixet, Víctor Erice, Michel Franco, Matteo Garrone, Craig Gillespie, Jonathan Glazer, Kitty Green, Todd Haynes, Tran Anh Hung, Ladj Ly, James Marsh, Cristi Puiu, Valeria Sarmiento ou Justine Triet, que ao contrário de muitos outros festivais, conseguem circular e passar despercebidas, na cidade. Promete pois, ser intensa esta, pouco mais de uma semana de filmes à beira da bela e luminosa baia em concha de San Sebastián/Donostia, que tem ainda como grande atrativo nos pós-sessões, desfrutar também do lazer e da extraordinária gastronomia, do País Basco.
VÊ TRAILER DE ‘THE BOY AND THE HERON’
A SELECÇÃO OFICIAL
COMPETIÇÃO OFICIAL/CANDIDATOS À CONCHA DE OURO 2023
‘O Corno’ de Jaione Camborda (Espanha)
A cineasta basca Jaione Camborda ficará para a história com o primeiro filme falado em galego a concorrer à Concha de Ouro de San Sebastián. Esta sua segunda longa-metragem conta no elenco, com a bailarina Janet Novás, na sua estreia como atriz. Está acompanhado por Carla Rivas, Nuria Lestegás, María Lado, Siobhan Fernandes e Diego Anido. A história, ambientada na Illa de Arousa em 1971, segue os passos de María (Janet Novás), uma marisqueira, que também trabalha ajudando outras mulheres, nos seus partos, com especial dedicação e cuidado. Após um inesperado acontecimento é obrigada a fugir, atravessando a fronteira portuguesa. Em busca da liberdade, a mulher inicia uma perigosa jornada de luta pela sua sobrevivência, no meio das rotas de contrabando entre a Galiza e Portugal.
VÊ TRAILER DE ‘O CORNO’
‘Um amor’, de Isabel Coixet (Espanha)
A famosa realizadora catalão (‘Elisa e Marcela’), entra nesta competição com uma adaptação do romance homónimo de Sara Mesa. O filme, rodado em La Rioja, tem argumento da própria Coixet, escrito a quatro mãos em conjunto com a jornalista Laura Ferrero. O elenco principal é composto por Laia Costa, Hovik Keuchkerian, Hugo Silva, Luis Bermejo, Ingrid García-Johnsson e Francesco Carril. Todos eles fazem parte da história de Nat, uma jovem de trinta anos que encontra refúgio na pequena cidade de La Escapa, localizada na zona rural da Espanha, enquanto tenta dar a volta à vida. Depois de escapar da sua vida avassaladora na cidade, Nat, vive agora numa casa rústica e em ruínas, acompanhada por um cão selvagem e rude. Depois de enfrentar a hostilidade do seu senhorio e a desconfiança dos habitantes da cidade, Nat aceita uma proposta sexual perturbadora do seu vizinho Andreas. Desse encontro estranho e confuso, surge uma paixão devoradora e obsessiva que a consumirá por completo e a fará questionar o tipo de mulher que acredita ser.
‘El Sueño de la Sultana’, de Isabel Herguera (Espanha, Alemanha)
A artista visual, realizadora e produtora de animação espanhola dirige uma história feminista de ficção científica, inspirada num conto feminista bengali da autoria de Begum Rokeya Hossain, escrita em Bengala, em 1905. Esta adaptação, que reúne na verdade três histórias, segue o rastro da sua protagonista Inés, que fará uma viagem iniciativa pela Índia, em busca de uma terra utópica de mulheres, chamada Ladyland. O filme de animação será também o primeiro do género a concorrer à Concha de Ouro.
VÊ TRAILER DE ‘UN AMOR’
‘Dance First’, de James Marsh (Reino Unido, Hungria, Bélgica)
O encerramento da Secção Oficial de filmes a concurso ficará nas mãos do cineasta britânico James Marsh, vencedor do Oscar pelo documentário ‘Man on Wire’ (2008). Depois do multi-premiado ‘A Teoria de Tudo’ (2014), o realizador dirige agora uma história baseada na biografia do famoso dramaturgo irlandês Samuel Beckett, vencedor do Prémio Nobel. Liderando o elenco está Gabriel Byrne, junto com Fionn O’Shea e Aidan Gillen. O génio literário Samuel Beckett viveu uma vida de muitas facetas: boémio parisiense, combatente da Resistência durante a Segunda Guerra Mundial, marido mulherengo, eremita, enfim uma infinidade características típicas tanto dos génios como dos homens comuns. Mas apesar de toda a adulação que recebeu, Beckett era um homem plenamente consciente das suas próprias fraquezas. O título é uma homenagem ao famoso ethos de Beckett: ‘Dance first, think later’ (‘Dance primeiro, pense depois’), o filme parece que nos vai proporcionar, um relato abrangente da vida deste grande ícone do século XX.
‘All Dirt Roads Tast of Salt’, de Raven Jackson (EUA)
Esta produção norte-americana marca a estreia da artista afro-americana como realizadora de cinema. Raven Jackson é uma premiada poetisa, fotógrafa e agora cineasta que irá competir no festival com a história da vida de uma mulher do Mississippi. Trata-se de um retrato lírico, inquietante, perturbador, assombros e multifacetado, que atravessa várias décadas da vida de uma mulher incrível, em que a realizadora faz quase uma ode às gerações de pessoas e lugares que nos moldam e ao nosso pensamento.
‘Chung Xing’ / ‘A Journey in Spring’, de Tzu-Hui Peng, Ping-Wen Wang’ (Taiwan)
Chega-nos de terras da ilha Formosa (Taiwan), esta estranha e perturbadora história de um homem idoso inválido, que viveu durante muitos anos dependente da sua esposa. Eles moram em uma casa antiga na periferia urbana de Taipei. Porém Khim-Hok vai ter de enfrentar a repentina morte da mulher. Não querendo enfrentar a situação, o velho esconde o corpo no frigorífico e parece continuar a viver uma vida aparentemente pacífica, até que o seu filho há muito afastado e seu novo parceiro, aparecem de repente e descobrem toda a verdade. É então, Khim-Hok tem que finalmente enfrentar a morte da sua esposa.
‘Ex-Husbands’, de Noah Pritzker (EUA)
O cineasta Noah Pritzker concorrerá no festival com uma obra protagonizada por um regressado Griffin Dunne (‘Nova Iorque Fora de Horas’), mas também por um interessante grupo de actores associados de certa forma aos cinema independente norte-americano — fora dos grandes estúdios — como James Norton, Miles Heizer e Rosanna Arquette. O filme conta a história de Peter, um homem que sofreu o divórcio dos pais após 65 anos juntos, além do abandono da sua própria esposa após 35 anos juntos. Os seus filhos, Mickey e Nick, têm já as suas próprias vidas independentes e um deles está prestes a casar. Peter decide então viajar para Tulum, no México e ao infiltrar-se na despedida de solteiro de Nick, — organizada por seu irmão Mickey — vai aperceber -se que afinal não é o único que está numa situação de crise.
‘Fingernails’, de Christos Nikou (EUA)
De um combinação do espírito grego com o tipo de vida americano nasce este ‘Fingernails’, uma história sobre a origem e a verdade do amor. Anna (Jessie Buckley) começa a questionar-se sobre se o seu parceiro Ryan realmente a ama e junta-se a um misterioso instituto de testes de amor, que possui uma tecnologia nova e controversa capaz de demonstrar o que é o amor verdadeiro. Qual o objetivo de Anna? Encontrar as razões do romance e da paixão. Porém, tudo muda quando conhece Amir, o enigmático líder deste estranho projeto. Completando o elenco deste filme, estão atores conhecidos como Riz Ahmed, Jeremy Allen White e Annie Murphy.
VÊ TRAILER DE ‘L’ÎLE DE ROUGE’
‘Great Absence’, de Kei Chika-Ura (Japão)
O realizador japonês participa no concurso à Concha de Ouro, com um filme sobre a família, segredos e verdades. Nele é contada a história de Takashi, um ator que vive afastado do seu progenitor Yohji, um professor universitário agora aposentado, mas desde o tumultuado divórcio dos pais, que separou a família há 20 anos. Pai e filho mal mantêm contato, até que um dia um telefonema da polícia leva Takashi a visitar Yohji, que luta contra a demência na sua casa no sul do Japão. Ao chegar, Takashi descobre que Naomi, a segunda esposa de Yohji, desapareceu. Quando questionado sobre o que se passa com ela, Yohji responde que esta suicidou-se. Takashi tenta então descobrir o mistério desse suicídio e se de facto há alguma verdade nas palavras do seu velho pai.
‘Kalak’, de Isabella Eklöf (Dinamarca, Suécia, Noruega, Finlândia, Gronelândia, Países Baixos
Mais um drama misterioso e perturbador sobre a questão do abuso sexual no seio de uma família, protagonizado pelo personagem de Jan, um rapaz que foge de si mesmo e de um pai abusador, para um lugar longínquo. Vivendo agora na Gronelândia, com sua pequena família, Jan tenta ultrapassar os seus traumas, absorvendo parte da cultura gronelandesa e tornando-se um ‘Kalak’, algo que pode ser traduzido como ‘um sujo gronelandês’.
VÊ TRAILER DE ‘LA PRÁTICA’
‘L’île rouge’, de Robin Campillo (França, Bélgica)
Depois de alcançar reconhecimento internacional com ‘120 Batidas por Minuto’ (2017), o cineasta francês de origem marroquina dirige agora um retrato ambientado em Madagascar, passado no início dos anos 1970, numa das últimas bases aéreas do exército francês, onde as famílias dos militares vivem os últimos dias do colonialismo. Lá vive Thomas, um menino de 10 anos fascinado pela leitura das histórias da intrépido heroína Fantômette. À medida que o mundo colonialista se desagrega Thomas observa com um certo fascínio tudo ao seu redor, enquanto o mundo aos poucos se abre para outra realidade.
‘La Prática’ de Martín Rejtman (Argentina, Chile, Portugal, Alemanha)
O filme do cineasta argentino concorre com uma história sobre a separação de Gustavo e Vanesa e é o único com uma pequena participação portuguesa pela produtora Rosa Filmes. Os protagonistas, são ambos professores de yoga e com a separação, terão que conseguir rever os seus projetos comuns. Gustavo é argentino; Vanesa, chilena. Após cancelarem uma viagem à Índia, Vanesa fica com o apartamento e Gustavo fica sem teto. Por do stress acumulado pela separação, o destino irá pregar uma partida a Gustavo, afrontado com uma lesão da qual, terá alguma dificuldade em recuperar. Gustavo magoa-se no joelho e substitui a ioga: primeiro pelos exercícios de quadríceps e depois pelo ginásio. Mas aos poucos sua vida começa a voltar ao normal, encontrando um caminho de volta à prática.
‘Le Successeur’, de Xavier Legrand (França)
O cineasta francês Xavier Legrand já nomeado ao Oscar de Melhor Curta-Metragem de Ficção (‘Antes de perder tudo’), regressa a San Sebastian, depois de ter ganhar o Prémio do Público com ‘Custódia Partilhada’ (2017), filme que também ganhou o Leão de Prata de Melhor Realização em Veneza nesse mesmo ano. Agora, estreia a história de um homem que descobre uma ligação perturbadora com seu pai. Depois de ser nomeado diretor artístico de uma famosa marca de moda parisiense, as expectativas são altas e Ellias Barnès, de 30 anos começa a sentir dores no peito. Como se não bastasse, de repente, é chamado de volta a Montreal para organizar o funeral do seu pai distante e descobre que pode ter herdado dele algo muito pior do que seu coração fraco.
VÊ TRAILER DE ‘THE ROYAL HOTEL’
‘MMXX’, de Cristi Puiu (Roménia, Moldávia, França)
O renomado realizador romeno participa pela primeira vez no concurso de San Sebastián, depois de exibir outros seus trabalhos em outros festivais como Cannes ou Karlovy Vary. Agora, conta a história de uma jovem terapeuta que aos poucos envolve-se com as perguntas que faz ao paciente. Por sua vez, o seu irmão vê-se envolvido numa história muito maior do que pode suportar. O tríptico é completado pelo marido dela e por um inspector contra o crime organizado, em histórias que se entrelaçam em mistérios não resolvidos. Oana Pfifer, uma jovem terapeuta, aos poucos se envolve com as perguntas que faz ao paciente. Preocupado com o seu aniversário, o irmão de Oana, Mihai, vê-se envolvido numa história muito maior do que consegue suportar. Septimiu, marido de Oana, preocupado com sua saúde, ouve sem muita atenção uma estranha história na qual um colega de trabalho estava envolvido. Narcis Patranescu, inspetor da área do crime organizado, enfrenta uma história perturbadora e sombria enquanto interroga uma jovem durante um funeral.
‘Puan’, de María Alché, Benjamín Naishtat (Argentina, Itália, Alemanha, França)
Os dois jovens realizadores — ele foi actor de Robin Campillo, em ‘120 Batidas por Minuto’ (2017) — aspiraram à Concha de Ouro com um drama ambientado na Academia. Marcelo dedicou a sua vida ao ensino da filosofia na Universidade de Buenos Aires. Quando o professor Caselli, o seu mentor, morre inesperadamente, Marcelo assume que facilmente herdará o cargo de titular da cátedra que ficou vago. O que ele não imagina é que Rafael Sujarchuk, um sedutor e carismático colega, retornará do seu pedestal das universidades europeias, para concorrer a essa mesma cátedra. Os esforços desajeitados de Marcelo para provar que é o melhor candidato irão desencadear um duelo filosófico, enquanto a sua vida e o país mergulham numa espiral de caos.
‘The Royal Hotel’, de Kitty Green (Austrália)
Depois de obter uma menção especial no Festival de Veneza com o documentário Ukraine Is Not a Brothel’, em 2013, Green ousa apresentar agora um projeto de ficção. O filme conta a história de Hanna (Julia Garner) e Liv (Jessica Henwick), duas amigas americanas que viajam de mochila às costas, pela Austrália, em busca de aventura. Depois de ficarem sem dinheiro, aceitam um emprego temporário, no bar do The Royal Hotel, localizado numa remota cidade mineira no Outback. Billy, o proprietário do bar, e um grupo de moradores locais dão-lhes uma introdução selvagem à cultura de beber da Austrália e logo Hanna e Liv rapidamente veem-se envolvidos numa situação perturbadora e fora do seu controlo.
‘Un silence’, de Joachim Lafosse (Bélgica, França, Luxemburgo)
Candidato ao Leão de Ouro de Veneza por ‘Propriedade Privada’ em 2006 o belga estará presente na competição espanhola com um filme protagonizado por Emmanuelle Devos, que interpreta Astrid, uma mulher silenciada durante 25 anos pelo marido, um famoso advogado. A estabilidade familiar é fortemente abalada, quando os seus filhos subitamente decidem lutar na busca pela justiça.
VÊ TRAILER DE ‘DISPARARON AL PIANISTA’
SESSÕES ESPECIAIS/FORA DE COMPETIÇÃO
‘La Mesías’, de Javier Calvo, Javier Ambrossi (Espanha)
Vai ser apresentado também fora da competição, o novo trabalho dos Javis, como são conhecidos em Espanha, esta dupla de realizadores, mais ligados a projectos de televisão. Depois de sucessos como ‘Paquita Salas’ ou ‘Veneno’, os cineastas voltam às séries de televisão com esta ‘La Mesías’. O elenco é composto por Roger Casamajor, Macarena García, Lola Dueñas, Carmen Machi, Ana Rujas, Albert Pla, Amaia, Biel Rossell e Cecilia Roth. Um vídeo viral de um grupo pop musical cristão formados por freiras, vai ter um enorme impacto na vida de Enric, um homem atormentado pela sua infância religiosa, marcada pelo fanatismo e pelo obediência, a uma mãe com delírios messiânicos.
‘Dispararon al pianista’, de Fernando Trueba, Javier Mariscal (Espanha)
Mais um filme apresentado fora de competição é este novo trabalho do realizador do saudoso ‘Belle Époque’ (1992), que mais uma vez trabalhou lado a lado com o famoso desenhador Javier Mariscal. Ambos, já haviam colaborado no cinema com obras como ‘Chico y Rita’ (2010) e agora compuseram mais um filme de animação, feito ao ritmo do jazz e da bossa-nova carioca. Trata-se de um thriller em que um jornalista musical nova-iorquino inicia uma acelerada investigação sobre o estranho desaparecimento do pianista brasileiro Tenório Jr.. frequentador assíduo das tertúlias de Vinicius de Moraes, entre outros elementos da boémia carioca dos anos 70. Este thriller representa também, um ponto de viragem histórico, de uns tempos pouco antes do continente latino-americano se ver envolvido por regimes totalitários.
‘Un métier sérieux’ de Thomas Lilti (França)
Apresentado fora de competição, numa sessão especial, o novo filme deste cineasta francês é uma tragicomédia ambientada numa sala de aula. Trata-se de um retrato da dureza do sistema educativo para os jovens professores. Trata-se da história de Benjamin, um jovem doutorando que verá a sua vocação de professor em perigo enquanto tenta manter-se à tona com o ordenado que ganha como professor. Um novo ano letivo começa e Benjamin é estudante de doutoramento, sem bolsa. Dada a falta de perspectivas de futuro profissional, aceita um emprego como professor numa escola de Paris. Sem formação, nem experiência, o jovem descobre o quão difícil pode ser a profissão docente, num sistema educativo afetado por uma crónica falta de recursos. Com o apoio e empenho dos restantes professores, e um pouco de sorte, Benjamin vai ter de repensar, a sua vocação.
JVM