Acabou a Greve em Hollywood: Atores chegam a acordo com streaming e estúdios
Após 118 dias, há boas notícias para o sindicato de atores que acaba de chegar a um acordo provisório que põe fim à greve em Hollywood.
SUMÁRIO
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À luz de uma indústria em mudança, os sindicatos viram-se obrigados a lutar por melhores condições;
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Entre outros aspetos, o SAG-AFTRA procurou exigir compensações mais justas por parte do streaming e proteção contra a Inteligência Artificial;
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Ao fim de 118 dias, as duas partes chegam agora a um acordo provisório que simboliza uma grande vitória para o maior sindicato de Hollywood.
A greve do SAG-AFTRA que durou 118 dias chegou, finalmente, ao fim com os atores a conseguirem um acordo provisório para um novo contrato de três anos com os estúdios.
O acordo foi aprovado, por unanimidade, pelo comité de negociações, e agora seguirá para ser ratificado pelo conselho nacional do sindicato.
Entre as principais conquistas alcançadas pela greve, está um bónus de participação no streaming, regulamentos sobre o uso de inteligência artificial, aumentos de compensação para figurantes, medidas para proteger comunidades diversas e ainda, tetos mais elevados em fundos de saúde e de pensão.
O acordo está assim avaliado em mais de mil milhões de euros, incluindo aumentos salariais mais elevados do que os recebidos por qualquer outro sindicato este ano.
Se o acordo for validado, o contrato poderá já entrar em vigor, caso contrário, as renegociações irão ser retomadas.
Num comunicado na quarta-feira à noite, a AMPTP, a aliança dos estúdios, disse:
O acordo provisório de hoje representa um novo paradigma. Dá à SAG-AFTRA os maiores ganhos contratuais na história do sindicato, incluindo o maior aumento de salários mínimos nos últimos quarenta anos, uma nova remuneração residual para programas de streaming; extensas proteções de consentimento e compensação no uso de inteligência artificial, e substanciais aumentos contratuais em diversos itens. A AMPTP está satisfeita por ter alcançado um acordo provisório e aguarda com expectativa o regresso da indústria ao trabalho de contar grandes histórias.
SAG-AFTRA ANUNCIA O FIM DA GREVE
In a contract valued at over one billion dollars, we have achieved a deal of extraordinary scope that includes “above-pattern” minimum compensation increases, unprecedented provisions for consent and compensation that will protect members from the threat of AI,… pic.twitter.com/lQe6snkQsY
— SAG-AFTRA (@sagaftra) November 9, 2023
Quando as negociações recomeçaram a 2 de outubro, a primeira vez desde que a greve tinha começado, havia esperança de que o maior sindicato de Hollywood chegasse rapidamente a um acordo com os grandes estúdios. Mas tal, acabou por se revelar mais difícil que o esperado.
Tal como já tinham feito nos últimos dias de negociações com os argumentistas, o co-CEO da Netflix, Ted Sarandos, o CEO da Warner Bros. Discovery, David Zaslav, o CEO da Disney, Bob Iger, e a presidente e diretora de conteúdo do NBC Universal Studio Group, Donna Langley, estiveram presentes para negociar com o sindicato.
A 11 de outubro, os estúdios abandonaram as conversas quando o SAG-AFTRA propôs cobrar uma taxa por cada assinante de streaming nas principais plataformas.
Foi então que a 24 de outubro, após uma pausa de quase duas semanas, as duas partes voltaram a reunir-se. Desta vez, os estúdios fizeram uma oferta mais generosa: aumentar os salários dos atores e uma versão ligeiramente modificada do modelo de bónus de streaming que tinham oferecido ao WGA, o sindicato de guionistas.
Ao longo destas semanas, as duas entidades foram trocando propostas numa situação tensa que deixou a indústria em suspense.
Mesmo com um acordo à vista, o progresso foi lento, principalmente porque o sindicato priorizou as questões relacionadas com a inteligência artificial e procurou fechar quaisquer lacunas que possam levar a problemas futuros.
No sábado, os estúdios apresentaram o que o sindicato caracterizou como a “última, melhor e final” oferta, mas tal não impediu que continuassem a comunicar para chegar a este acordo provisório que visa terminar com esta greve histórica em Hollywood.
Segundo o Instituto Milken, estima-se que as greves tenham custado pelo menos seis mil milhões de dólares à economia da Califórnia.
E tu, acreditas que o acordo será aprovado pelos membros?