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Óscar 2024 Melhor Filme | Simplesmente Barbie vs Oppenheimer, ou algo mais?

Em semana de Barbenheimer, visitamos a corrida ao Óscar 2024. Será que este duelo estará presente também nas premiações?

“Barbie” vs “Oppenheimer” tem sido o grande assunto do momento. Com os dois filmes a dominar as redes sociais e o box office mundial, vale a pena olhar para as chances de ambos e para quem serão os seus opositores na corrida à estatueta dourada.

Começando por “Barbie”, ainda existem alguns céticos, mas o filme de Greta Gerwig não se cansa de provar que está aí para ficar. Para além do estrondoso sucesso comercial, este tem sido muito bem recebido junto da crítica e do público.

Por se tratar de um filme assumidamente feminista, temos assistido a uma minoria barulhenta que se revolta pelas mensagens do filme e o cataloga de woke e “anti-homem”. Trata-se de uma controvérsia que não terá grande impacto na vida real, como comprova o “ame ou odeie” vencedor do ano passado, “Tudo em Todo o Lado ao mesmo tempo”.

Outro dos argumentos que pesa contra o filme é o facto de se tratar de uma abordagem mais divertida e palerma, com uma apresentação em tons de cor-de-rosa e que poderá não ser levado a sério pela Academia. Principalmente quando comparado a filmes ditos mais importantes como “The Killers of the Flower Moon” ou “Oppenheimer”.

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TRAILER | ESTE ANO, O ÓSCAR PODE SER COR DE ROSA!

Todavia, a Academia tem provado, ano após ano, que está cada vez mais disponível para reconhecer fenómenos culturais como “Top Gun: Maverick” ou “Joker” e filmes com um  discurso feminista polarizante como “Uma Miúda com Potencial”.  Quanto a ser um filme difícil de levar a sério, vale recordar, novamente, que os membros premiaram uma comédia de ação sobre multiversos e que envolve vários momentos de humor vulgar.

O elemento que beneficiou o referido filme e irá beneficiar “Barbie” é a componente emocional. Ambos os filmes usam a sua patetice para comunicar mensagens de aceitação e tolerância. São filmes que comovem o seu público e é isso que os faz conectar com as audiências, sendo esse um dos principais motivos pelo qual este é um forte candidato ao Óscar 2024.

Neste momento, “Barbie” é dado como certeza nas categorias técnicas, tais como design de produção ou figurino, e Ryan Gosling é apontado como um dos principais concorrentes na categoria de ator secundário. Isto vai ajudar a manter o filme na conversa e a cimentar a sua posição enquanto concorrente.

Vale também referir que Greta Gerwig tem sido uma cineasta bastante apreciada pela Academia, sendo que os seus trabalhos a solo, “Lady Bird” e “Mulherzinhas” conquistaram várias nomeações, nomeadamente Melhor Filme.

Christopher Nolan é também um nome que a Academia já abraçou, sendo que “Dunkirk” lhe valeu a sua única nomeação como realizador, algo que deverá mudar este ano.

“Oppenheimer” é uma biografia de proporções épicas que apresenta a história de J. Robert Oppenheimer e da criação de bomba atómica. Com um elevado primor técnico, o filme tornou-se um concorrente em todas as categorias, incluindo Cillian Murphy e Robert Downey Jr. nas categorias de representação.




© Apple TVAclamado em Cannes, “Killers of the Flower Moon” é um forte candidato ao Óscar © Apple TV

Mas nem só Barbenheimer vive a corrida, “Killers of the Flower Moon” do mestre Martin Scorsese foi aplaudido em Cannes e mesmo que não vença, é um forte concorrente que deverá marcar presença ao longo da temporada inteira, sendo que Leonardo DiCaprio, Lily Gladstone e Robert De Niro são nomeações praticamente garantidas.

Também em Cannes, “The Zone of Interest” gerou um enorme buzz. O drama histórico de Jonathan Glazer, que faz o público mergulhar nos horrores de Auschwitz, em plena Segunda Guerra Mundial, promete impactar os espetadores e ocupar a vaga de “realizador internacional”, que se tem revelado uma constante desde que Alfonso Cuáron (“Roma”) e Paweł Pawlikowski (“Guerra Fria”) foram nomeados em 2018.

Sobre o filme de Glazer, é dito que apesar de magistralmente construído e impactante, pode não conseguir captar a atenção da audiência por não ter uma estrutura narrativa convencional e ser um pouco inacessível. Por esse motivo, há uma boa chance de Glazer conseguir impressionar somente os realizadores e conquistar a nomeação na sua categoria, com o filme a falhar a categoria principal, tal como aconteceu com o já mencionado “Guerra Fria”.

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Ainda em Cannes, “Anatomie d’une Chute” surpreendeu ao derrotar “The Zone of Interest” e conquistar a Palma de Ouro. O filme de Justine Triet é um thriller sobre uma esposa que é acusada de matar o marido, e tem sido comparado com as séries de true crime que dominam nos serviços de streaming.

Além da estreia em Cannes, o elo em comum entre estes dois filmes é a atriz alemã Sandra Hüller, que conquistou uma enorme aclamação por “Anatomie d’une Chute” e será, certamente, uma das grandes favoritas na categoria de melhor atriz, o que pode dar uma vantagem ao filme de se manter na corrida e gerar burburinho para uma nomeação a Melhor Filme.

O facto de que a distribuição do filme está a cargo da Neon, os mesmos por detrás do Óscar milagroso de “Parasitas” e o sucesso de nomeações pouco esperado de “Triângulo da Tristeza” na edição passada, também é um bom indicador para as chances do filme e da atriz na temporada.

Por falar em queridinhos em festivais, desde que se estreou em Sundance que “Past Lives” de Celine Song tem sido apontado como o melhor filme do ano, impactando e emocionando o público.

Vale destacar que com uma presença reduzida nos cinemas americanos, o drama protagonizado por Greta Lee conquistou mais de dez milhões de dólares, um ótimo desempenho comercial e que garantirá que o filme não ficará esquecido, mesmo tendo sido lançado em junho. Por cá, o filme deverá chegar em janeiro de 2024.




© Big Picture Films“Homem-Aranha: Através do Aranha-verso” pode surpreender  © Big Picture Films

A propósito de sucesso de bilheteira, “Homem-Aranha: Através do Aranha-verso” é a sequela de “Homem-Aranha: No Universo Aranha”, vencedor de melhor animação em 2018, e luta para tentar fazer o que o seu antecessor não conseguiu: encontrar um lugar na categoria de Melhor Filme. A receção da crítica e do público foi forte e é uma grande mais-valia que a Academia já tenha abraçado o primeiro filme.

No entanto, por ter estreado em junho, há o risco de ser ofuscado por todos os outros candidatos que ainda estão por vir, e o fenómeno Barbenheimer parece tê-lo empurrado para fora dos temas do dia. Mas a sua posição enquanto favorito ao Óscar de melhor animação pode consolidá-lo como um candidato inesperado.

Com a época dos festivais a começar, surgirão muitos concorrentes esperançosos que trazem currículos fortes consigo. Já sabemos que nem todos vão ser bem-sucedidos, como aprendemos o ano passado com “O Filho” e “Império da Luz”, dois dos candidatos mais aguardados que não corresponderam às expetativas.

A Netflix tem do seu lado, “Maestro”, de Bradley Cooper, “The Killer”, de David Fincher e “Origin”, de Ava Duvernay, três filmes de nomeados anteriores que irão estrear em competição no festival de Veneza.

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Bradley Cooper em busca do seu primeiro Óscar © Netflix

 “Maestro” parece ser a principal aposta, uma biografia de Leonard Bernstein em que Cooper surgirá soterrado em maquiagem, o tipo de filme para o qual o termo “oscar bait” foi inventado. O buzz à volta do filme não é muito positivo. Segundo algumas reações das sessões de teste, Cooper e Carey Mulligan estão muito bem, mas o filme sofre de problemas sérios de ritmo e montagem, que podem muito bem já ter sido corrigidos. Até lá, fica a suspeita de que podemos estar perante o próximo “O Filho”.

“The Killer” é um thriller de ação em que Michael Fassbender interpreta um assassino contratado que sofre de uma crise de consciência. Fincher já encontrou sucesso junto do Óscar mas até hoje nenhum dos seus thrillers o conseguiu. Será que o burburinho é suficiente para que a Academia queira abraçar este filme?

“Origin”, de Ava Duvernay é a adaptação de “Caste: The Origins of Our Discontents” da vencedora do prémio Pulitzer, Isabel Wilkerson, que analisa as origens do racismo na América, provenientes da divisão social presente. O filme conta com um elenco de luxo, incluindo nomes como Anjuane Ellis-Taylor, Jon Bernthal, Niecy Nash-Betts, Vera Farmiga, Jasmine Cephas Jones, Nick Offerman, Blair Underwood, Audra McDonald e muitos outros. Relevante, atual e pertinente, este pode ser um dos filmes mais aplaudidos do festival e tornar-se a prioridade da Netflix.

Ainda em Veneza, “Poor Things”, de Yorgos Lanthimos, traz a fantástica evolução de Bella Baxter (Emma Stone), uma jovem trazida de volta à vida pelo brilhante e nada convencional cientista Dr. Godwin Baxter (Willem Dafoe). Lanthimos chegou ao Óscar com “A Favorita” e esta pode ser mais uma oportunidade para o reconhecer. O filme apresenta um detalhado e específico trabalho de design de produção e construção de mundo e é baseado numa obra reconhecida de Alasdair Gray.

Também em Veneza, Sofia Coppola regressa com “Priscilla”, que irá contar a história de Priscilla Presley (Cailee Spaeny) e da sua relação com Elvis Presley (Jacob Elordi). Uma abordagem muito diferente da que vimos no ano passado e que poderá não agradar a toda a gente, já tendo sido, inclusive, criticado pela família do cantor.




No Festival de Toronto, que se tem revelado um ótimo termómetro para o Óscar, o grande nome é “The Holdovers”, o regresso de Alexander Payne (“Nebraska”) que reúne o realizador com Paul Giamatti (“Sideways”) para uma comédia dramática com um estilo nostálgico. Em 1970, um odiado professor (Giamatti), um jovem rebelde (Dominic Sessa) e uma cozinheira que perdeu um filho na guerra do Vietname (DaVine Joy Randolph) passam o Natal juntos e formam uma inesperada ligação.

O buzz neste filme é muito forte, tendo impressionado a Focus Features que celebrou um negócio de 30 milhões de dólares para o comprar, o que comprova que eles acreditam estar na posse de um forte candidato.

“Rustin”, de George C. Wolfe (“Ma Rainey: A Mãe do Blues”) é outra aposta da Netflix e marcará presença em Toronto. O filme traz o vencedor do Emmy, Colman Domingo , acarinhado ator da comunidade LGBTQIA+, no papel de Bayard Rustin, um ativista gay dos direitos civis que organizou a marcha de 1963 em Washington.

Domingo é um grande nome para a corrida de Melhor Ator e pode impulsionar o seu filme na corrida ao Óscar.




“Dune: Parte II” deverá ser adiado © 2021 Warner Bros. Entertainment Inc. and Legendary. All rights reserved.

Embora ainda não tenha sido anunciado em nenhum festival, “Saltburn”, de Emerald Fennell, descrito como um conto perverso de desejo e privilégio, vale a pena manter debaixo de olho. Trata-se do segundo filme da cineasta que conquistou o Óscar de melhor argumento original com o já mencionado “Uma Miúda com Potencial” e a trama encontra Oliver Quick (Barry Keoghan, recém-nomeado ao Óscar), um estudante de Oxford, que se vê atraído pelo aristocrático e charmoso mundo de Felix Catton (Jacob Elordi), que o convida para Saltburn, a luxuosa residência da sua família, para passar um verão inesquecível.

Ainda não se sabe bem qual o impacto que a greve de Hollywood irá ter na corrida deste ano mas há vários fortes opções que correm o risco de serem adiados, tais como “Dune: Parte II” ou “The Color Purple”.

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Tendo em conta tudo isto, estes são os dez filmes que acredito que podem surgir na categoria principal do Óscar 2024, nesta altura do campeonato:

  1. “Barbie”, de Greta Gerwig
  2. “Oppenheimer”, de Christopher Nolan
  3. “Killers of the Flower Moon”, de Martin Scorsese
  4. “Past Lives”, de Celine Song
  5. “The Holdovers”, de Alexander Payne
  6. “The Zone of Interest”, de Jonathan Glazer
  7. “Poor Things”, de Yorgos Lanthimos
  8. “Origin”, de Ava Duvernay
  9. “Anatomie d’une Chute”, de Justine Triet
  10. “Saltburn”, de Emerald Fennell

E tu, quais são as tuas apostas para o Óscar 2024? Qual o filme que estás mais ansioso para ver?


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