Óscares 2024 | São estes os candidatos da Neflix na categoria de Melhor Filme
A Netflix continua a tentar conquistar o Óscar de Melhor Filme e estas são as suas principais apostas para esta temporada.
Nos últimos anos, a Netflix tem apresentado alguns dos mais promissores concorrentes ao Óscar, como “O Irlandês”, de Martin Scorsese, ou “A Oeste Nada de Novo”, de Edward Berger, mas falhando em materializar essa promessa na tão cobiçada estatueta de Melhor Filme.
De todos os filmes que a Netflix já apresentou, “Roma”, de Alfonso Cuáron e “O Poder do Cão”, de Jane Campion foram os que mais perto estiveram de triunfar na categoria, já que dominaram os percursores televisivos acabando por ser derrotados por filmes mais agradáveis, os chamados “crowd-pleasers”, “Green Book” e “CODA” (a primeira vitória de um filme de uma plataforma de streaming).
Inclusive, não deve ser nada fácil para a Netflix ter sido ultrapassada por um streaming tão recente como a AppleTV+ na corrida ao Óscar.
Este ano, a gigante do streaming volta a tentar a sua sorte com uma lista de candidatos diversificada, onde encontrámos realizadores consagrados, jovens promessas, histórias inspiradoras e muito mais, com o objetivo de conquistar a Academia e derrotar o favoritismo de filmes como “Barbie”, “Oppenheimer” e “Poor Things”.
Para além destes dez filmes, há ainda uma dúvida referente a “Hit Man”, de Richard Linklater, adquirido pela Netflix após o sucesso do filme em Veneza e Toronto. Como ainda não há confirmação de que estreará este ano, não irá ser levado em conta neste artigo.
“NIMONA”, DE TROY QUANE E NICK BRUNO
Sinopse: Um cavaleiro de um mundo medieval futurista é incriminado e acusado de um crime que não cometeu e a única pessoa que o pode ajudar a provar a sua inocência é Nimona, uma adolescente traquina que, por acaso, também é uma criatura metamórfica que ele jurou destruir.
Elenco: Chloë Grace Moretz, Riz Ahmed, Eugene Lee Yang, RuPaul Charles, Indya Moore
Avaliação da crítica: 75 (Metacritic) / 94% (Rotten Tomatoes)
Potencial no Óscar: Ao exemplo de “O Monstro Marinho” no ano anterior, “Nimona” pode encontrar um lugar na categoria de Melhor Filme de Animação.
Sinopse: O Conde combina comédia negra e terror para criar um universo paralelo inspirado na história recente do Chile. O filme retrata Augusto Pinochet, um símbolo do fascismo em todo o mundo, como um vampiro que se esconde numa mansão decrépita no gélido extremo sul do continente e que, para sobreviver, tem de alimentar a sua insaciável fome de mal. Após 250 anos sobre a terra e incapaz de suportar que o mundo o recorde como um bandido, Pinochet decide deixar de beber sangue e abrir mão do privilégio da vida eterna. Apesar da desilusão que sente por ter uma família de oportunistas, uma relação inesperada faz com que o vampiro queira abraçar uma vida de paixão incandescente e contrarrevolucionária.
Elenco: Jaime Vandell, Amparo Noguera, Gloria Münchmeyer, Alfredo Arturo Castro Gómez
Avaliação da crítica: 72 (Metacritic) / 82% (Rotten Tomatoes)
Potencial no Óscar: “O Conde” não foi a escolha do Chile para o Óscar nem foi unanimemente aclamado em Veneza, mas há um elemento que o pode fazer chegar à premiação, a sua fotografia a preto e branco. Trata-se de um trabalho do respeitado Edward Lachman, previamente reconhecido por “Longe do Paraíso” e “Carol”. Seguindo o exemplo de “Bardo” no ano anterior, também da Netflix, “O Conde” pode conquistar uma nomeação solitária para Melhor Fotografia.
“JOGO JUSTO” , DE CHLOE DOMONT
Sinopse: Quando surge a oportunidade para uma cobiçada promoção num implacável fundo especulativo, o outrora apoio afetivo dos amantes Emily e Luke azeda e começa a transformar-se em algo mais sinistro. Com o inevitável desequilíbrio de poder na relação, o casal tem de enfrentar o verdadeiro preço do sucesso e os perturbadores limites da ambição.
Elenco: Phoebe Dynevor, Alden Ehrenreich, Eddie Marsan, Rich Sommer, Sebastian De Souza
Avaliação da crítica: 76 (Metacritic) / 88% (Rotten Tomatoes)
Potencial no Óscar: Este suspense erótico que entusiasmou a audiência em Sundance foi adquirido pela Netflix como uma das suas apostas para a temporada. Com uma categoria de Melhor Argumento Original um pouco mais enfraquecida, o elogiado argumento de Chloe Domont pode conseguir reclamar um lugar para si. Dependendo da recepção e do sucesso do filme, podemos até estar a falar de um candidato mais forte do que se esperava.
Estreia a 6 de Outubro na Netflix!
“NYAD”, DE ELIZABETH CHAI VASARHELYI E JIMMI CHIN
Sinopse: “NYAD” conta a incrível história verídica da atleta Diana Nyad que, aos 60 anos e com a ajuda da melhor amiga e treinadora, se compromete a alcançar o seu sonho de vida: uma travessia a nado de 177 quilómetros de Cuba à Florida.
Elenco: Annete Bening, Jodie Foster, Rhys Ifans
Avaliação da crítica: 65 (Metacritic) / 95% (Rotten Tomatoes)
Potencial no Óscar: A estreia na ficção da dupla vencedora do Óscar por “Free Solo” não foi universalmente aclamada, mas há fortes indícios de que esta pode ser uma história inspiradora que irá comover os votantes. A expetativa é que este fosse o projeto que conseguisse a estatueta para Bening, mas é Jodie Foster quem está a conquistar mais aclamação. Melhor Atriz Secundária e Melhores Efeitos Visuais parecem ser as categorias mais fortes, mas dependendo da forma como o público se conecta, podemos estar a falar de um possível concorrente em Melhor Filme, para além da tentativa de conquistar a disputada categoria de Melhor Atriz.
Estreia a 3 de Novembro na Netflix!
“THE KILLER“, DE DAVID FINCHER
Sinopse: Após um erro fatídico, um assassino enfrenta os seus empregadores e a si próprio numa perseguição internacional que ele insiste nada ter de pessoal.
Elenco: Michael Fassbender, Sophie Charlotte, Arliss Howard, Charles Parnell, Tilda Swinton
Avaliação da crítica: 71 (Metacritic) / 82% (Rotten Tomatoes)
Potencial no Óscar: Nada na forma como “The Killer” foi recebido em Veneza indica que será um forte concorrente para a Netflix. No entanto, tal como “Millennium 1 — Os Homens Que Odeiam as Mulheres”, o filme pode encontrar espaço em categorias técnicas como Melhor Montagem, Melhor Som ou até mesmo, Melhor Fotografia.
Estreia a 10 de Novembro na Netflix!
“RUSTIN”, DE GEORGE C. WOLFE
Sinopse: Bayard Rustin, o arquiteto da histórica Marcha sobre Washington de 1963, foi um dos maiores ativistas e organizadores que o mundo alguma vez conheceu. Desafiou a autoridade, nunca pediu desculpa por ser quem era, por aquilo em que acreditava, nem por quem desejava. Foi um homem que fez história, mas acabou caído no esquecimento.
Elenco: Colman Domingo, Glyn Turman, Audra McDonald, Jeffrey Wright, Chris Rock
Avaliação da crítica: 68 (Metacritic) / 90% (Rotten Tomatoes)
Potencial no Óscar: Tal como se esperava, Colman Domingo é um dos favoritos a estatueta de Melhor Ator, no entanto o filme não parece ter força suficiente para chegar a Melhor Filme, sendo visto como um esforço mediano de contar esta importante história, mas que entretém. O caráter inspirador e o favoritismo de Domingo podem ser decisivos no seu desempenho no Óscar. Além das categorias citadas, Lenny Kravitz dá voz a “Road to Freedom”, um candidato imediato a Melhor Canção Original.
Estreia a 17 de Novembro na Netflix!
“MAY DECEMBER”, DE TODD HAYNES
Sinopse: Vinte anos após o seu romance mediático ter feito as delícias do país, um casal acaba por sucumbir à pressão quando uma atriz os aborda para fazer pesquisa para um filme sobre o seu passado.
Elenco: Natalie Portman, Julianne Moore, Charles Melton
Avaliação da crítica: 81 (Metacritic) / 89% (Rotten Tomatoes)
Potencial no Óscar: Mais uma aquisição feita pela Netflix após uma boa recepção num festival. Estreado em Cannes, o filme de Todd Haynes surpreendeu por uma abordagem mais “campy” e novelesca que o esperado. Responsável por filmes como “Longe do Paraíso” ou “Carol”, Haynes não é um realizador que costuma conquistar reconhecimento nas principais categorias, mas este também não parece se assemelhar a outros dos seus trabalhos. O núcleo principal de atores foi universalmente elogiado, havendo possibilidade para nomeações em Melhor Atriz, Melhor Atriz Secundária e Melhor Ator Secundário, respetivamente. Este promete ser uma das principais apostas da plataforma, visando categorias como Melhor Filme, Melhor Realizador e Melhor Argumento Original.
Estreia a 30 de Novembro nos cinemas portugueses!
“A FUGA DAS GALINHAS: ESTAMOS FRITAS”, DE SAM FELL
Sinopse: Após terem conseguido fugir, desafiando a própria morte, da quinta de Tweedy, Ginger concretiza finalmente o seu sonho de encontrar um santuário tranquilo numa ilha para todo o bando, longe dos perigos do mundo humano. Quando ela e Rocky dão vida a uma pequena cria chamada Molly, o final feliz que Ginger tanto desejara parece realizar-se. Mas, de volta ao continente, os galináceos enfrentam uma nova e terrível ameaça. Para Ginger e o seu bando, chegou a altura de forçar a entrada na quinta, mesmo que isso signifique arriscar a liberdade por que tanto lutaram!
Elenco: Jane Horrocks, Thandiwe Newton, David Bradley, Lynn Ferguson, Imelda Staunton
Avaliação da crítica: Ainda não foi exibido publicamente
Potencial no Óscar: A tão aguardada sequela de “A Fuga das Galinhas”, o filme de animação stop-motion mais rentável da história, chega este ano e é um grande candidato na categoria de Melhor Filme de Animação, não só pelo grande sucesso do antecessor lançado em 2000 (precedendo a criação desta categoria) mas também pelo impecável histórico dos filmes da Aardman Animations nesta categoria, onde se destaca a vitória de “Wallace & Gromit: A Maldição do Coelhomem” e as nomeações para os dois longa-metragens da “Ovelha Choné”. Se a recepção for similar aos projetos anteriores, pode estar aqui um forte concorrente para defrontar “Homem-Aranha: Através do Aranhaverso” ou “O Rapaz e a Graça”, os dois favoritos da atualidade.
Estreia a 15 de Dezembro na Netflix!
“MAESTRO”, DE BRADLEY COOPER
Sinopse: Maestro é uma imponente e destemida história de amor que narra a relação vitalícia entre Leonard Bernstein e Felicia Montealegre Cohn Bernstein. Numa carta de amor à vida e à arte, Maestro é, acima de tudo, um emocionante retrato épico da família e do amor.
Elenco: Carey Mulligan, Bradley Cooper, Matt Bomer, Maya Hawke, Sarah Silverman, Josh Hamilton
Avaliação da crítica: 80 (Metacritic) / 93% (Rotten Tomatoes)
Potencial no Óscar: Até ao momento, esta parece ser a grande prioridade da Netflix. Depois de alcançar sucesso com “Assim Nasce uma Estrela”, Bradley Cooper volta a realizar uma história de amor interligada com a música. Embora, os rumores davam conta de problemas de ritmo, a boa recepção em Veneza indicou o contrário. Ainda é cedo para entender qual será o caminho de “Maestro” nas premiações, mas Melhor Atriz para Mulligan parece a aposta mais certeira, com possibilidades ainda em Melhor Ator, Melhor Argumento Original, Melhor Caracterização, Melhor Figurino, Melhor Som, Melhor Fotografia e Melhor Filme.
Estreia a 20 de Dezembro na Netflix!
A SOCIEDADE DA NEVE, DE J.A BAYONA
Sinopse: Em 1972, o voo 571 da Força Aérea Uruguaia transportava uma equipa de raguebi para o Chile quando se despenhou num glaciar no coração dos Andes. Somente 29 dos 45 passageiros sobreviveram, vendo-se então num dos mais agrestes ambientes do mundo e forçados a recorrer a medidas extremas para sobreviver.
Elenco: Enzo Vogrincic, Paula Baldini, Matías Recalt, Agustín Pardella Cantor, Fernando Contigiani Garcia
Avaliação da crítica: 69 (Metacritic) / 100% (Rotten Tomatoes)
Potencial no Óscar: É o novo filme de J.A Bayona, que realizou o bem avaliado “O Impossível”, e já foi escolhido como o representante da Espanha no Óscar. A sua estreia em Veneza não foi tão comentada, mas foi bem recebida. É visto como um filme emocionante e claustrofóbico que lida com a vontade de sobreviver, de forma espiritual. Entre tantos filmes aclamados como “The Zone of Interest”, “Perfect Days”, “The Taste of Things”, “Fallen Leaves”, poderá ser díficil conseguir um lugar em Melhor Filme Estrangeiro, mas há sempre espaço para surpresas numa categoria que também valoriza boas mensagens e narrativas emocionais, como prova as surpreendentes inclusões de “Better Days” ou “Lunana: A Yak in the Classroom”. Para além disso, pode conseguir afirmar-se nalgumas categórias técnicas como Melhor Som, Melhor Montagem ou Efeitos Visuais.
Estreia brevemente na Netflix!
E tu, acreditas que este será o ano da Netflix? Qual o filme que estás mais entusiasmado para ver?
