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Kaleo mobilizaram a força dos blues no Super Bock Super Rock

Pelas 19h00, e no Palco Super Bock da 27ª edição do SBSR, os islandeses Kaleo começaram o seu concerto. A sua missão? A promoção do terceiro disco de originais, “Surface Sounds”, de 2021

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Islandeses de gema, os Kaleo são um fenómeno curioso. Assumiram um estilo musical totalmente emprestado de uma outra cultura, a norte-americana, e do visual aos vocais, das letras ao instrumental, tudo na sua música é evocativo do Folk e dos e do Blues-rock dos Estados Unidos da América.

Kaleo SBSR Super Bock
@David Passos/MHD
O look ‘americano’ dos europeus Kaleo

Os seus chapéus e até a sua sonoridade gritam Country, os seus coletes e cabelos compridos evocam o período Hippie dos EUA nos anos 70, e até a sua música tem raízes na mais profunda tradição musical da América do Norte. A sonoridade dos Kaleo é familiar, agradável e radio friendly. É rock clássico que nunca falha, e que também não nos falhou no Palco Super Bock, a 15 de julho, logo pelas 19h00, como segundo nome a subir ao palco principal no último dia da edição de 2023.

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A familiaridade de Kaleo é tanto uma virtude como uma muleta para o grupo da Islândia. Por um lado, este é o tipo de grupo que facilmente agradará a gregos e a troianos. Por outro lado, o timbre profundo do vocalista Jökull Júlíusson tem ecos de outros vocalistas em nome próprio com mais fama, como o britânico James Bay ou particularmente o irlandês Hozier, que partilha de um registo muito semelhante mas de uma especificidade musical bem mais notável.

Jökull Júlíusson
©Maggie Silva/MHD
Jökull Júlíusson, o vocalista da banda Kaleo

Como grupo, os Kaleo têm ecos de bandas como The Black Keys (especialmente nas músicas com guitarradas mais presentes) ou Iron & Wine, mas não são capazes de criar um repertório não forte como algum destes nomes. A sua discografia, composta por dois discos de originais e um EP, é toda ela bastante semelhante, e no concerto os temas tornam-se algo indistintos e o público vai apreciando a música sem contudo se envolver demasiado.

Todavia, a prestação ao vivo da banda não deixa de ser irrepreensível do início ao fim, enquanto vão oscilando entre um Blues mais leve, um Indie Folksky e um Rock de Garagem um pouco mais arrojado. O grupo, composto por JJ Julius Son, David Antonsson, Daniel Kristjansson e Rubin Pollock, tocou durante uma hora, e incluiu no alinhamento uma única música cantada na sua língua nativa, entoada com particular emotividade.

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Para o final do alinhamento, ainda o sol se via na linha do horizonte, ficou “Way Down We Go”, de longe o single mais conhecido da banda, o qual tem vindo, desde o lançamento em 2015, vindo a desfrutar de um excelente desempenho a nível das rádios. O público respondeu em concordância. Não seria de esperar outra coisa: a música tem quase 800 milhões de reproduções no Spotify. Todavia, não podemos falar de um “one hit wonder”, pois os Kaleo têm uma sonoridade rock clássica que lhes permite ter vários singles com boa rotação e um elevado nível de reproduções.

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Desta forma, não é de estranhar que regressem, daqui a pouco tempo, ao sul da Europa. Quiçá novamente no circuito de festivais.

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