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“Não conseguia tirar os meus olhos dela” como Martin Scorsese escolheu Lily Gladstone para “Assassinos da Lua das Flores”

Martin Scorsese estava certo de que Lily Gladstone era a atriz ideal para “Assassinos da Lua das Flores”.

Uma das atrizes do momento é Lily Gladstone que tem sido considerada o grande destaque de “Assassinos da Lua das Flores”, o mais recente filme do mestre Martin Scorsese.

Em entrevista à Variety, Gladstone falou sobre a abordagem de Scorsese e tudo aquilo que sente em relação à forma como o filme representa o seu povo.

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Habituada a trabalhar em cinema independente, “Assassinos da Lua das Flores” representa uma grande transição para Gladstone. No entanto, tal só foi possível graças ao interesse de um nome como Scorsese na cultura indígena.

Ao contrário de muitos outros, o cineasta procurou fazer um esforço para comunicar e colaborar com a comunidade, tendo até trabalhado para recrutar atores e atrizes nativo-americanos para o elenco do filme.

Isso significou muito para Gladstone, “Foi isso que iniciou a minha carreira: os produtores escolherem contratar atores nativos locais em vez de trazer alguém de Los Angeles”.

No entanto, Scorsese sabia muito bem que era Lily Gladstone quem ele queria para interpretar Mollie:

Martin Scorsese Lily Gladstone
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“Eu vi-a no filme ‘Certain Women’, de Kelly Reichardt, e não conseguia tirar os meus olhos dela […] A personagem de Lily era calma, falava muito pouco, mas comandava o ecrã com a sua presença, com cada movimento, cada gesto. Existem poucos atores por aí que sabem como comandar o ecrã assim, e foi perfeito para a personagem Mollie.”

No novo filme de Scorsese, foi escolhido contar a história do Reino de Terror pela perspectiva do romance trágico entre Ernest Burkhart (Leonardo DiCaprio) e Mollie (Gladstone), o que tem se revelado uma escolha um pouco controversa já que a perspectiva principal do filme é a do homem branco que conspirou para matar a família inteira da sua esposa.

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A IMPORTÂNCIA DE PRIORIZAR A COMUNIDADE OSAGE

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Algumas dessas críticas vieram de membros da comunidade Osage, incluindo até Christopher Cote, um dos consultores linguísticos do filme, que falou na passadeira vermelha da estreia do filme que “Como Osage, eu realmente queria que isto fosse da perspectiva de Mollie e do que a sua família viveu […] Mas acho que seria necessário um Osage para fazer isso. Martin Scorsese, não sendo Osage, eu acho que fez um ótimo trabalho em representar o nosso povo, mas esta história está a ser contada da perspectiva de Ernest Burkhart”.

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Lily Gladstone não desvaloriza as declarações de Cote com quem já teve este mesmo debate anteriormente, defendendo que “Marty é um titã, mas não é maior que a história. Ele é um grande modelador disso. É a natureza complicada de uma história como esta. Temos mais representatividade, mas vinda de alguém que não é da comunidade. Então sempre temos que olhar para isso de um ângulo diferente. E não há nada de errado com isso; só precisamos de estar bem cientes do filme que estamos a ver e das lentes pelas quais ele foi feito”.

Quando a greve acabou, Gladstone sentiu a necessidade de postar um aviso aos nativo-americanos para que só vissem o filme quando se sentissem preparados, acreditando que era mais importante focar-se nas necessidades da comunidade Osage do que nos seus pensamentos, “Essa é a força da comunidade”, acrescenta ela, “És uma voz entre muitas”.

E tu, já viste “Assassinos da Lua das Flores”? Ficaste conquistado pela prestação de Lily Gladstone?

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