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Os melhores álbuns de 2022 | As escolhas da crítica

2022 fica marcado pelo regresso à normalidade, mas os álbuns inspirados pela pandemia fazem deste ano um dos mais ecléticos a nível musical.

Friedrich Nietzsche afirmou que “sem música, a vida seria um erro”, e não poderia estar mais correto uma vez que esta forma de expressão artística funciona como um estimulante para o nosso cérebro, obrigando várias partes a comunicar entre si. Além disso, a música tem o dom de se assumir como uma verdadeira companhia para quem a ouve. Como tal, não existem dúvidas da importância da canção durante o período pandémico que, numa altura em que fomos obrigados a permanecer confinados dentro de casa, serviu de companheira para o mundo inteiro. Consequentemente, em 2022 assistimos ao lançamento de vários álbuns gravados e produzidos durante o período pandémico, tendo como resultado obras inspiradoras.

Depois de dois anos de incertezas, 2022 traduziu-se no regresso dos grandes festivais de verão e das longas noites a dançar em bares ao som dos maiores hits do ano. Assim, a Magazine.HD sentiu a necessidade de reunir num artigo só os 20 Melhores Álbuns de 2022, tendo por base a escolha da crítica. Tivemos como base o top das populares revistas britânicas Uncut e Mojo e a norte-americana Rolling Stone, bem como os reconhecidas sites de referência online StereogumPitchfork. Enquanto grandes nomes do panorama musical vários marcaram o seu regresso aos pódios com o lançamento de novos discos há muito esperados, mas muitos foram os novos artistas que se deram a conhecer, entrando diretamente para as tabelas de Melhores Álbuns do ano passado.

Sem demoras e sem nenhuma ordem especial, eis pois os Melhores Álbuns de 2022:

JOAN SHELLEY – THE SPUR

Nascida em 1985, Joan Shelley cedo se apaixonou pela cultura musical de Athens, uma cidade localizada no estado da Georgia, o que a levou a ingressar na Universidade que é considerada uma das mais antigas dos Estados Unidos. Em 2010, a norte-americana decidiu lançar-se a título individual, publicando algumas músicas gravadas em estúdio, um conjunto de temas que a fizeram ganhar notoriedade no meio artístico, recebendo posteriormente um convite para assinar por uma editora.

Com mais de uma década de experiência, Joan Shelly lançou o seu oitavo álbum em 2022, chamado de The Spur. O disco foi gravado no ano anterior, focando-se num período emotivo em que a incerteza da pandemia contrabalançava com a alegria da chegada da sua primeira filha. Esta pode muito bem ser a maior obra de arte criada pela cantora norte-americana, sendo considerado o segundo Melhor Álbum de 2022 pela revista Uncut.

Joan Shelley
© Joan Shelley




NILÜFER YANYA – PAINLESS

Nascida em Inglaterra, Nilüfer Yanya desde cedo abraçou as suas raízes turcas e irlandesas, inspirando-se muitas vezes no estilo musical ouvido nos países de origem dos seus pais. Em 2014, a cantora começou a lançar algumas versões demo para a plataforma SoundCloud, o que a levou a receber um convite de Louis Tomlinson para formar uma banda, um convite que prontamente recusou. Decidida a aventurar-se a solo pelo mundo da música, Nilüfer lançou o seu primeiro álbum em 2019, alterando o seu estilo entre o rock alternativo e tons mais líricos.

Em 2022, foi a vez de Painless chegar até nós, apresentando-se como um álbum repleto de canções ansiosas que misturam suspiros com momentos mais sombrios, criando uma verdadeira roleta de sentimentos para quem ouve as suas letras. Dada a flexibilidade da voz de Nilüfer Yanya, o site Pitchfork chegou mesmo a considerar este álbum o 16º melhor do ano passado.

Nilüfer Yanya
© Nilüfer Yanya




STEVE LACY – GEMINI RIGTS

Apesar de ter apenas 24 anos de idade, Steve Lacy é já um nome importante do panorama musical. Conhecido por ser o guitarrista da banda norte-americana The Internet, Steve lançou-se a solo em 2017 e o seu primeiro disco foi logo indicado ao Grammy de Melhor Álbum Contemporâneo Urbano. Além de intérprete, Lacy assumiu-se ainda como escritor, tendo escrito canções para músicos como Kendrick Lamar e Solange Knowles, a irmã mais nova de Beyoncé.

Em 2022, Steve Lacy apresentou o seu segundo álbum, Gemini Rights, que combina o indie rock com um estilo mais alternativo de R&B. Trata-se de uma obra mística à qual são atribuídas as qualidades do signo Gémeos, mas cujo tema principal é a Geração Z, da qual faz parte o próprio Steve Lacy, e a nova forma de vivenciar um amor na era das redes sociais. Inclusive, a canção “Bad Habit” tornou-se extremamente popular no Tik-Tok, o que lhe valeu uma nomeação para Canção do Ano. Da mesma forma, também este álbum está nomeado a um Grammy, atingindo a 12ª posição de Melhor Álbum do Ano no blogue Stereogum.

Steve Lacy
© Steve Lacy




BAD BUNNY – UN VERANO SIN TI

Apesar de Benito Antonio Martínez Ocasio ter lançado o seu primeiro álbum somente em 2018, o artista que se apresenta sob o nome de Bad Bunny é já uma das maiores influências da música latina e do reggaeton. O seu penúltimo disco, lançado dois anos depois, tornou-se o primeiro álbum totalmente em espanhol a alcançar o número um da Billboard 200, fazendo do cantor porto-riquenho um dos mais ouvidos da plataforma Spotify. Dedicado à sua profissão, Benito começou a escrever letras com apenas 14 anos e desde 2019 ainda não houve um único ano em que não recebesse uma nomeação aos Grammys.

Em 2022, Bad Bunny lançou Un Verano Sin Ti, o seu quarto álbum que tem como missão transpor os seus ouvintes para um dia nostálgico e solarengo passado na praia. Através de músicas com ritmos frescos que obrigam todos a invadirem as pistas de dança para dançar, este disco é um hino à melhoria dos tempos sombrios, substituindo-os pelas cores quentes do verão. Tendo-se tornado o primeiro álbum em língua espanhola a ser nomeado ao Grammy de Álbum do Ano, este foi também o segundo Melhor Álbum de 2022 para a revista Rolling Stone.

Bad Bunny - un verano sin ti
©Rimas Entertainment, LLC




MICHAEL HEAD & THE RED ELASTIC BAND – DEAR SCOTT

Michael Head é muitas vezes descrito como um dos melhores compositores da sua geração. Tendo ganho popularidade ao integrar a banda The Pale Fountains, nos anos oitenta, mais tarde o músico britânico formou o grupo Shack. Mas só em 1997 Head conseguiu atingir a notoriedade ao dar vida a Michael Head introducing The Strands. Mas um novo projeto conseguiu elevar o sexagenário ao pódio do panorama musical. Em 2013, Michael Head & The Red Elastic Band apresentavam-se ao público com o lançamento do seu primeiro álbum, um trabalho que viria a conquistar a crítica.

Em 2022, a nova banda de Michael Head lançou “Dear Scott”, o álbum que se revelou o maior sucesso do músico nascido em Liverpool. Com melodias que nos fazem viajar pelas memórias do passado, este disco conta-nos histórias verdadeiras de problemas enfrentados pelos cidadãos de Liverpool no dia-a-dia. Acima de tudo, Head conta-nos como superou o seu vício alcoólico, canalizando a sua luta para dar origem a um álbum que foi considerado pela Mojo o melhor do ano passado.

Michael Head & The Red Elastic Band
© Michael Head & The Red Elastic Band




ANGEL OLSEN – BIG TIME

Angelina Maria Carroll, mais conhecida como Angel Olsen, sempre teve como sua maior inspiração os seus pais adotivos que, por serem muito mais velhos, a fizeram interessar-se pela sua juventude nos anos 50. Apesar de ter começado por experimentar diferentes estilos musicais, foi no country que Angel encontrou o seu foco, tendo por companhia a sua guitarra vintage.

Big Time é o sexto álbum lançado por Angel Olsen e aquele que mais evidencia o regresso a um estilo country mais clássico. Além da obra ser uma viagem no tempo, a melancolia torna-se evidente nas letras que falam abertamente sobre a perda dos seus pais adotivos e sobre o período em que se assumiu como queer. O mais impressionante é o facto de todas as músicas que compõe o disco terem sido escritas pela própria cantora, com exceção de uma faixa. Considerado o quarto Melhor Álbum de 2022 pela Uncut, Big Time evidencia o auge de uma artista que conta já com mais de uma década de carreira. Angel Olsen vem a Portugal apresentar o seu trabalho no próximo dia 8 de julho, no festival NOS Alive!

Angel Olsen
© Angel Olsen




WILCO – CRUEL COUNTRY

Depois dos Uncle Tupelo se terem separado, Jeff Tweedy e John Stirratt formaram o grupo Wilco, uma banda de country alternativo inspirada por artistas como os Beatles. Desde a sua formação, em 1994, o seu estilo musical tem evoluído para um rock alternativo, com elementos indie rock. Ao longo da sua carreira, os Wilco lançaram já mais de uma dezena de álbuns, tendo um deles vencido o Grammy de Melhor Álbum de Música Alternativa.

Cruel Country é, então, o 12º álbum de estúdio da banda americana, sendo composto por vinte canções escritas pelo vocalista Jeff Tweedy. O disco é o assumir do estilo country como a base dos Wilco, sendo quase um regresso às origens da banda. Mas não são apenas as origens do grupo que são exploradas, nesta obra, uma vez que o tema principal de Cruel Country é uma exploração da história e dos problemas dos Estados Unidos da América, havendo uma clara crítica à política do seu país. Para a Uncut, este é o sexto Melhor Álbum de 2022. Este ano, os Wilco fazem parte do cartaz do festival Vodafone Paredes de Coura!

Wilco
© Wilco




FONTAINES DC – SKINTY FIA

Constituída por Carlos O’Connell (guitarra), Conor Curley (guitarra), Conor Deegan III (baixo), Grian Chatten (voz) e Tom Coll (bateria), a banda irlandesa Fontaines DC formou-se em 2017, quando os seus integrantes andavam ainda na faculdade. Depois de apresentar o seu álbum de estreia em 2019, o grupo atingiu um enorme sucesso, tendo desde então conquistado diversos prémios.

Em 2022, a banda irlandesa apresentou Skinty Fia, um disco que conquistou a 10ª posição no top de Melhores Álbuns de 2022 da revista Mojo. Acima de tudo, trata-se de uma obra que fala da mudança da banda irlandesa para Inglaterra, relatando os problemas de identidade enfrentados pelos membros do grupo que se sentiram deslocados no seu novo país. Para além do choque cultural, Skinty Fia assenta em sons gaélicos que definem o estilo meio rock, meio punk dos Fontaines DC.

Fontaines DC
© Fontaines DC




THE WEEKND – DAWN FM

Abel Makkonen Tesfaye, mais conhecido por The Weeknd, estreou-se como um anónimo no seu canal de Youtube, em 2009, e rapidamente se tornou num dos nomes mais falados no panorama musical. Misturando o R&B alternativo com um estilo mais sombrio, The Weeknd chegou a ser nomeado para o Óscar de Melhor Canção Original após ter participado na banda sonora de “50 Sombras de Grey“. Considerada uma das pessoas mais influentes do mundo, Abel Tesfaye subiu astronomicamente do anonimato para o pódio do panorama musical.

Dawn FM é o quinto álbum de The Weeknd, tendo sido descrito pelo próprio cantor como uma obra que pode ser traduzida numa espécie de purgatório, dando continuidade à caminhada em direção à luz iniciada pelo disco anterior. Com uma mistura de canções pop, este álbum é também uma alusão aos estilos musicais dos anos oitenta, o que fez com que o disco entrasse para o top 10 de Melhores Álbuns de 2022 do blogue Stereogum.

The Weeknd
© The Weeknd




BETH ORTON – WEATHER ALIVE

Beth Orton chegou a viver com freiras budistas na Tailândia após a morte dos seus pais, e antes de se tornar cantora ainda chegou a fazer uma turné por vários países europeus enquanto atriz. Ainda assim, quando Orton apresentou o seu primeiro álbum, fê-lo numa edição limitada apenas lançada no Japão. Mas a mística de Beth continuaria ao longo da sua carreira, tendo por diversas vezes a cantora somente lançado números limitados do seu trabalho.

Weather Alive é o oitavo álbum de Beth Orton, produzido após a cantora ter adquirido um piano vertical no famoso Camden Market, em Londres, que lhe serviu de inspiração. Como tal, este é o primeiro álbum inteiramente produzido pela intérprete britânica. Com este disco, a artista de 52 anos afirma-se, então, como a ‘Rainha do Folk de Norfolk’, um título cunhado pela revista Uncut que considera este o 14º Melhor Álbum de 2022.

Beth Orton
© Beth Orton




ALEX G – GOD SAVE THE ANIMALS

Nascido apenas em 1993, Alex G, nome artístico de Alexander Giannascoli, atingiu feitos nunca antes alcançados por outros artistas da sua idade. Tendo-se iniciado no panorama musical através da divulgação das suas canções em plataformas digitais, rapidamente o artista passou a ser considerado pela revista The Fader “o melhor compositor secreto da internet”. Prestes a atingir as três décadas de existência, Alex conta já nove álbuns publicados.

O seu mais recente disco, God Save the Animals, é um trabalho hipnótico que mistura momentos mágicos com sussurros vocais que lhe conferem um toque místico. Neste álbum, as letras assumem a função de mantras para as várias personagens criadas por Alex G em cada canção que compõe esta obra. Talvez por isso mesmo, o disco atingiu a 6ª posição no top de Melhores Álbuns de 2022 projetado pelo Stereogum.

Alex G
© Alex G




ALVVAYS – BLUE REV

Molly Rankin respira música desde que nasceu! Filha de um violinista de sucesso, a cantora cresceu a escrever músicas com uma vizinha que era teclista e que mais tarde se juntaria a ela para formarem a banda Alvvays. Talvez pela sua essência nostálgica, os membros escolheram o nome do grupo com a palavra ‘always’ (sempre) em mente, mas alteraram a grafia dada a existência de uma outra banda homónima. Inspirados pelos sons pop indie, os Alvvays lançaram o seu primeiro álbum em 2014, abrindo desde logo a porta ao estrelato.

Mantendo o seu estilo nostálgico, um terceiro álbum foi lançado pelos Alvvays em 2022. Blue Rev fala sobre os amores e desamores que perduram na memória, fazendo de cada música uma história dramática a ser contada. No fim, o disco resulta de uma mistura de melancolia com a capacidade efervescente para se reinventar, o que fez dele o Melhor Álbum de 2022 para o Stereogum.

Alvvays - blue rev
©Polyvinyl Record Co.



ROSALÍA – MOTOMAMI

Apesar de ter sido a música folclórica espanhola a principal responsável por Rosalía se ter começado a interessar pelo mundo artístico, foi através de uma mistura de pop e reggaeton que a cantora se tornou famosa. Com uma carreira que se iniciou em 2013, somente em 2019 conseguiu alcançar um estrelato global, tornando-se uma das mais conhecidas artistas de música urbana, e desde então nunca mais parou de conquistar prémios. Em boa verdade, Rosalía tornou-se a primeira cantora espanhola a ser indicada ao Grammy de Melhor Novo Artista.

Este ano, Rosalía volta a estar nomeada ao Grammy de Melhor Álbum do Ano após o lançamento de Motomami, o seu terceiro disco. Trata-se de um dos trabalhos musicais mais comentados de 2022 dada a mistura de sons, estilos e temas contidos nas várias faixas. A nova obra da cantora catalã chegou mesmo a conquistar o top dez em sete países diferentes, tornando-se também o segundo álbum feminino mais transmitido em todo o mundo durante 2022, ficando atrás Midnights, de Taylor Swift. Não percas a oportunidade de assistir ao regresso de Rosalía a Portugal a no dia 8 de junho, no Primavera Sound!

Melhores Álbuns de 2022
© Rosalía




MAKAYA MCCRAVEN – IN THESE TIMES

Diz-se que ‘quem sai aos seus não degenera’ e nunca um ditado popular se aplicou tão bem como a Makaya McCraven. Nascido na capital francesa, mas criado em Massachusetts, McCraven cresceu no mundo da música, acompanhando o seu pai baterista em alguns dos seus concertos e, mais tarde, chegou mesmo a formar uma banda com amigos para acompanhar a sua mãe que cantava folk. Após ter estudado música, Makaya estreou-se em 2012 com um álbum de jazz no qual exibe os seus dotes de baterista.

Apesar de ter lançado muitos outros discos ao longo da sua carreira, Makaya McCraven nunca deixou de trabalhar para o seu sexto álbum, uma obra que demorou sete longos anos a ser terminada. Mas o resultado não podia ter sido mais brilhante, culminando numa mistura de habilidades em que o baterista expõe os seus dotes de programador e compositor. In These Times é uma verdadeira ode ao jazz, com ritmos que fazem vibrar delicadamente cada parte do nosso corpo.

Makaya McCraven
© Makaya McCraven




CATE LE BON – POMPEII

Com quinze anos de carreira, Cate Le Bon, nome artístico de Cate Timothy, já produziu muitos singles que nos ajudaram a viajar por ritmos ingleses que se misturam numa perfeita harmonia com o estilo galês. Apesar de o seu primeiro álbum ter sido lançado somente em 2009, dois anos antes a cantora originária do País de Gales ganhou notoriedade ao participar na turné de Gruff Rhys.

Pompeii marca o sexto álbum de Cate Le Bon, revelando ser um dos melhores da sua carreira artística. Produzido durante o período de confinamento, o disco surge com uma musicalidade sombria, com musicas notoriamente escritas numa fase de desconforto em que a artista lutou contra uma adversidade com a qual ninguém contava. Para a revista Uncut este é mesmo um dos vinte Melhores Álbuns de 2022.

cate le bon
© Cate Le Bon




THE SMILE – A LIGHT FOR ATTRACTING ATTENTION

Durante a pandemia, Thom Yorke e Jonny Greenwood, ambos membros da conhecida banda de rock britânica Radiohead, decidiram dar início a um novo projeto e formaram os The Smile, composto também pelo baterista Tom Skinner. Devido ao confinamento e às restrições impostas pelo Governo, o novo grupo musical apenas se pôde apresentar ao público em 2021, no Festival Glastonbury, através de um vídeo, atuando ao vivo somente em janeiro do ano seguinte.

Surpreendentemente, a nova banda de rock progressivo lançou o seu primeiro disco em 2022, tornando-se logo o Melhor Álbum do Ano para a Uncut. A Light for Attracting Attention reflete maioritariamente sobre a esperança de vermos o fim da epidemia, da guerra e de todo o caos que tem vindo a perturbar a paz do mundo. O projeto acaba por ser uma coletânea das melhores sonoridades dos dois membros dos Radiohead, mas com um toque inovador que o reduzido número de elementos do grupo lhes permite explorar com maior profundidade.

The Smile
© The Smile




BIG THIEF – DRAGON NEW WARM MOUNTAIN, I BELIEVE IN YOU

Constituída por Adrianne Lenker (guitarra e voz), Buck Meek (guitarra e voz), James Krivchenia (bateria) e Max Oleartchik (baixo), os Big Thief são uma banda norte-americana que se formou em 2015. Um ano após a sua estreia, o grupo lançou o seu primeiro álbum e desde logo captaram a atenção da crítica.

Em 2022, os Big Thief lançaram o seu quinto álbum – Dragons New Warm Mountain, I Believe in You. Trata-se de uma obra épica, gravada em quatro cidades completamente diferentes, misturando géneros e melodias que facilmente captam a nossa atenção. Não é à toa que tanto a Uncut, como o Pitchfork e o Stereogum colocaram este álbum entre os dez melhores do ano passado. Como não podia deixar de ser, o disco está nomeado para o Grammy de Melhor Álbum de Música Alternativa. A banda norte-americana estará em Portugal, no Lisboa ao Vivo, no dia 29 de abril!

Melhores Álbuns de 2022
© Big Thief




WET LEG – WET LEG

Rhian Teasdale desde sempre esteve ligada ao mundo da música, apresentando-se como pianista e atuando em festivais locais na Ilha de Wight, para onde foi viver com apenas oito anos de idade. Quando iniciou a sua formação académica na área, conheceu Hester Chambers e a forte amizade entre as duas deu origem à criação da banda Wet Leg, em 2019.

Por serem um grupo recente, o seu álbum de estreia foi lançado somente em 2022 e desde logo fez furor entre a crítica. No disco homónimo, as Wet Leg falam da vida de uma adolescente em pleno século XXI, mencionando os amores, os traumas e as lutas diárias da Geração Z. Este ano, a banda conquistou três indicações aos prémios Grammy – Melhor Novo Artista, Melhor Performance de Música Alternativa e Melhor Álbum de Música Alternativa, tendo o seu disco sido considerado o segundo melhor do ano passado pela revista Mojo.

Wet Leg
© Wet Leg




BEYONCÉ – RENAISSANCE

Depois de ter integrado as Destiny’s Child, Beyoncé lançou-se a solo em 2003 e desde então a sua popularidade não parou de crescer. Com um quarto de século de carreira, a cantora de “Single Ladies (Put a Ring on It)” é a artista feminina que mais Grammys arrecadou, contando com um total de quase três dezenas de prémios. Considerada uma das melhores cantoras da sua geração, há quem a chame de ‘Queen B’, justificado por todos os recordes que a americana tem vindo a quebrar ao longo dos anos.

Seis anos após o lançamento do seu último álbum, Beyoncé lançou “Renaissance”, a primeira parte de uma trilogia que será finalizada nos próximos anos. Esta é uma obra produzida durante a pandemia, que tinha como objetivo animar as pessoas e fazê-las sorrir enquanto ouvem as músicas. O álbum é uma homenagem aos anos 70 em que a dance music reunia multidões em clubs. Além disso, as músicas não deixam de homenagear o Afro House, bem como as origens da cantora, o que lhe valeu mais duas nomeações ao Grammy deste ano. Além disso, tanto a Rolling Stone como a Pitchfork consideram este o Melhor Álbum de 2022.

Melhores Álbuns de 2022
© Beyoncé




KENDRICK LAMAR – MR. MORALE & THE BIG STEPPERS

 

Kendrick Lamar nasceu para escrever o seu nome na história da música. Desde o lançamento do seu primeiro álbum em 2011, Lamar tem vindo a ser considerado um dos maiores rappers de todos os tempos. No total, o músico conta já com mais de quatro dezenas de nomeações aos Grammys, os mais altos prémios da indústria musical. Inclusive, Kendrick tornou-se o único cantor de música não clássica ou jazz a vencer um prémio Pulitzer.

Em 2022, Kendrick lançou “Mr. Morale & The Big Steppers”, o seu quinto álbum de estúdio, considerado o mais intimista da sua carreira. Nomeado para quatro Grammys, este disco consta no Top de Melhores Álbuns de 2022 das cinco revistas e blogues que serviram de pesquisa para este artigo, o que faz dele uma das melhores obras de hip hop do ano passado. Não percas o regresso de Kendrick Lamar a Portugal, no dia 7 de junho no Primavera Sound.

Melhores Álbuns de 2022
© Kendrick Lamar

Qual o teu álbum preferido de 2022? Que outro álbum colocarias neste top 20?

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