©Sony Pictures

Morbius, em análise

Depois do decréscimo na qualidade de “Venom” para “Carnage”, “Morbius”, o último filme do universo Sony/Marvel pode muito bem ser a estaca no coração deste universo de super-heróis.

Morbius” é o terceiro filme do Universo Homem-Aranha da Sony (SSU), depois de “Venom” (2018) e “Venom: Let There Be Carnage” (2021). Depois do anúncio da Sony de criar um novo universo compartilhado de filmes inspirados nas personagens de Homem-Aranha, começando com “Venom”, o plano seria que “Morbius” fosse o segundo filme a estrear na franquia.

Antes da luz verde ser dada para o desenvolvimento deste novo filme, a Sony ficou à espera da resposta à estreia de “Venom”. Com a anterior previsão da personagem de ser introduzida em live-action no filme de Blade (1998), a excitação por esta narrativa e por um filme focado em Morbius nasceu da ideia de explorar a forma como se lida com um médico, dedicado a salvar vidas, que de repente se torna um assassino involuntário.

 

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Em 2017, Matt Sazama e Burk Sharpless (“Power Rangers” (2017), “Gods of Egypt” (2016)) começaram a escrever o argumento, que procurou por um realizador em Antoine Fuqua e F. Gary Gray, mas que após a recusa de ambos acabou por convencer Daniel Espinosa (“Life”, 2017) em 2018. A adição do realizador sueco deveu-se em muito a uma reunião com Jared Leto, que apesar de ter sido ligado ao projeto desde o início, nunca confirmou a sua presença até ao diálogo com Espinosa. Leto foi considerado pela Sony para o papel principal do filme, pela intensidade transmitida na sua interpretação de Joker em “Suicide Squad” (2016).

Produzido pela Columbia Pictures em associação com a Marvel Entertainment, e distribuído pela Sony Pictures, “Morbius” inclui também no seu elenco as estrelas Matt Smith, Adria Arjona, Jared Harris, Al Madrigal e Tyrese Gibson. Após ser adiado várias vezes desde a data inicial de Julho de 2020, principalmente devido à pandemia do COVID-19, o filme estreou a 31 de Março de 2022 em Portugal.

Morbius
Jared Leto em “Morbius” ©Big Picture Films

Apesar das críticas negativas que o filme tem vindo a receber, com uma aprovação mínima de 16% no Rotten Tomatoes e uma classificação de 35/100 no Metacritc, “Morbius” já arrecadou mais de US$ 147 milhões contra um orçamento de US$ 75 a 83 milhões. Torna-se assim no nono filme de maior bilheteria de 2022. São poucos os elogios que se encontram para o filme, mas um dos problemas centrais apontados para “Morbius” é o de um argumento preguiçoso e sem inspiração.

No filme, o bioquímico Michael Morbius torna-se um vampiro vivo, depois de se curar de uma doença rara, utilizando ADN de morcegos. O protagonismo de Leto como este anti-vilão esperava-se ser um dos pontos fortes do filme, em semelhança como Tom Hardy foi para “Venom”. Porém, se não podemos dizer que Leto esteve mal, também não existem razões que o destaquem ou que fazem de “Morbius” um filme melhor pela presença do ator nele. Por outro lado, uma surpresa agradável foi a prestação de Matt Smith, que trouxe verdadeiros momentos de entretenimento no seu tempo de ecrã.

Jared Leto e Adria Arjona em “Morbius” ©Big Picture Films

Também conhecido pelo “Living Vampire”, “Morbius” teve a sua primeira aparição no comic “Amazing Spider-Man #101” (Outubro, 1971), devendo a sua criação a Roy Thomas e Gil Kane. No entanto, muitos fãs podem lembrar-se melhor da sua estreia na clássica série animada dos anos 90, “Spider-Man Animated Series”. Apesar de umas bizarras alterações à personagem devido à censura, a história de origem do vilão tornado herói (que volta a tornar-se vilão num circulo vicioso) é muito semelhante ao material de origem e o arco desenvolvido na série animada foi bastante cativante para o público.

Infelizmente, se estávamos à espera de algo ao género dos anos 90, ficámos bem desiludidos. Talvez tenha sido o fato de a personagem em si não se aguentar sem o apoio de Spider-Man ou Blade, mas a verdade é que o impacto do filme foi praticamente inexistente. Nenhum peso ou profundidade foi dado a qualquer personagem.

Morbius
Jared Leto em “Morbius” ©Big Picture Films

A narrativa flui, ou melhor dizendo, é empurrada de forma mecânica e forçada. Assistimos a eventos sem realmente os compreendermos ou estabelecermos alguma ligação com o que quer que seja. O vilão, assim como as cenas finais do filme são bastante previsíveis e assistimos chocados a uma batalha final completamente anti-climática. Os efeitos especiais não são do mais aconselhável, apesar de se retirar alguma satisfação com a demonstração dos super-poderes de Morbius.

Apesar das cenas pós-créditos parecerem apontar para uma ligação com o multiverso, como já antes visto em “Carnage” e estes filmes aparentemente irem culminar no Sinister Six, as questões que se colocam são: alguém consegue perceber as ligações que estão a tentar fazer? Será boa ideia manchar o Spider-Man de Tom Holland ao implicá-lo com esta saga tão inferior à da MCU?

Morbius
“Morbius” ©Big Picture Films

O universo da Sony faz lembrar os filmes antigos de super-heróis, quando a fasquia era muito mais baixa e este género era levado de forma muito mais leviana. Dentro deste grupo de filmes, “Morbius” é equiparável a “Elektra” (2005).

TRAILER | A LINHA ENTRE HERÓI E VILÃO PODE SER MUITO TÉNUE!

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Morbius, em análise
Morbius

Movie title: Morbius

Movie description: O bioquímico Michael Morbius tenta curar-se de uma rara doença sanguínea com ADN de morcegos mas acaba por se tornar uma espécie de vampiro vivo. Que caminho escolherá esta personagem da Marvel?

Date published: 31 de March de 2022

Country: EUA

Duration: 104 minutos

Director(s): Daniel Espinosa

Actor(s): Jared Leto, Jared Harris, Matt Smith, Adria Arjona, Al Madrigal, Tyrese Gibson

Genre: Ação, Aventura

  • Emanuel Candeias - 40
40

CONCLUSÃO

Filme após filme do Universo Homem-Aranha da Sony repete-se a pergunta: “Vale a pena continuarem a investir e a expandir este universo?”. Desde “Venom”, já por si um filme apenas mediano, que a qualidade dos filmes estreados tem vindo a decrescer a pique. “Morbius” pode muito bem ser o ponto final desta franquia, e se for também não deixará saudades.

Pros

  • Demonstração dos poderes de Morbius;
  • Matt Smith.

Cons

  • Narrativa mecânica e previsível;
  • Fraca introdução de Morbius na saga;
  • Confusa tentativa de tentar ligar o filme com Venom e com a MCU.
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