Oppenheimer © 2022 Universal Studios. All Rights Reserved.

Oppenheimer | 10 filmes sobre o outro lado da história e do Japão que o filme de Christopher Nolan não mostra

A MHD selecionou dez filmes que mostram o lado da história que “Oppenheimer” tem sido criticado por ignorar.

“Barbenheimer” é o grande evento do momento, com ambos os filmes a serem aclamados pela crítica e a dominar as bilheteiras mundiais.

No entanto, este é um fenómeno que não agrada a todos pela onda de memes e piadas insensíveis que tem gerado. Num deles, Margot Robbie surge com um penteado em forma de cogumelo atómico, noutro Cillian Murphy carrega a atriz ao ombro com o fundo de uma cidade em chamas.

O principal motor da indignação é a página oficial do filme ter respondido aos memes, com comentários como “Este Ken é um estilista” ou “Vai ser um verão para relembrar”.

Ofendidos, alguns utilizadores japoneses responderam com fotografias do ataque e admitiram que não iriam ver “Barbie”, que tem data de estreia marcada para 11 de Agosto no Japão.

Lê Também:   Barbie: Ou como Margot Robbie roubou a cena e a boneca | Crítica



Por sua vez, a conta oficial japonesa do filme Barbie pronunciou-se sobre o assunto, dizendo que “é extremamente lamentável que a conta oficial da sede americana tenha reagido às publicações nas redes sociais dos fãs de ‘Barbenheimer’.”

Em comunicado oficial, a Warner Bros afirmou que “lamenta o seu recente envolvimento insensível nas redes sociais” e apresentou “um sincero pedido de desculpas”, sendo que as controversas respostas já foram apagadas.

A este tratamento pouco considerado que o assunto tem recebido, somam-se as críticas, por parte de algumas pessoas, de que que “Oppenheimer”, o filme de Christopher Nolan falha em não abordar o lado japonês da história, o lado de quem sofreu dois bombardeamentos que causaram a morte de aproximadamente 200.000 japoneses.

É válido querer que a questão japonesa seja contemplada no cinema, mas não é sobre isso que “Oppenheimer” se propõe a ser e, dado ao currículo do cineasta, talvez não fosse a melhor ideia do mundo.

Lê Também:   Oppenheimer, em análise



“Oppenheimer” é um épico que olha para as ações do seu protagonista e dos outros envolvidos, de forma muito conflituante, não os glorifica nem perdoa, como alguns acreditam. É um filme que tem noção total da destruição criada e nos faz questionar várias vezes se tal foi necessário.

Conhecido pelo seu aparato técnico e visual, Nolan entrega uma estrondosa cena quando a bomba explode, pela primeira vez, no contexto do Trinity Test, e esse é o único motivo pelo qual aquela cena não é considerada de mau gosto.

Se Nolan tivesse empregado o mesmo nível de espetáculo para mostrar o bombardeamento em Nagasaki ou Hiroshima, estaríamos a lidar com questões morais e artísticas muito fortes, beirando numa espetacularização desumana.

Um filme não precisa de ser sobre tudo, mas sim ser sobre algo. Portanto, o cineasta é inteligente em não tentar alcançar todos os lados da história, é algo que fortalece “Oppenheimer” e torna a sua mensagem ainda mais assustadora.

Lê Também:   MONSTRA ’18 | Neste Canto do Mundo, em análise



Mas é importante ouvir, perceber e ver o que outro lado tem para nos dizer, por isso a MHD reuniu uma lista de dez filmes japoneses que abordaram esta questão e merecem ser vistos:

                                             “Filhos de Hiroshima” (1952), de Kaneto Shindō

                                                                                   Filhos de Hiroshima © Hokusei
Hiroshima pós-guerra: Faz quatro anos desde a última vez que Takako visitou a sua cidade natal. Ela enfrenta as consequências da bomba atômica ao viajar pela cidade para visitar velhos amigos.

                                                          “Godzilla” (1954), de Ishirô Honda


 Os testes de armas nucleares nos Estados Unidos resultam na criação de uma besta aparentemente imparável, semelhante a um dinossauro.

                                          “O Dia Mais Longo do Japão” (1967), de Kihachi Okamoto


Anami, ministro do Exército, lidera os militares, que se propõem a lutar até à morte do último cidadão japonês. O Imperador Hirohiton, no entanto, reúne-se com os seus agentes no intuito de pedir o impensável, a rendição pacífica do Japão.




                                                  “Pica-don” (1978), de Renzo Kinoshita


Este curta de apenas 10 minutos é um documentário de animação que descreve as trágicas consequências da explosão da bomba atómica em Hiroshima em 6 de agosto de 1945.

                                                   “Gen Pés Descalços” (1983), de Mori Masaki


 Baseado no manga homónimo, este filme de animação traz o bombardeamento de Hiroshima pela perspetiva de uma criança.

                                                         “Black Rain” (1989), de Shohei Imamura


Baseado no romance homónimo de Masuji Ibuse, esta é a história de Shigematsu Shizuma mora com a sua mãe senil, a sua esposa Shigeko e a sua sobrinha Yasuko em uma vila perto de Fukuyama. Ele, a sua esposa, a sua sobrinha e os seus amigos íntimos na aldeia estiveram presentes no bombardeamento atómico de Hiroshima. Os Shizumas procuram futuros maridos para Yasuko, mas descobrem que as famílias se retiram ao descobrir que ela estava em Hiroshima.




                                           “Rapsódia em Agosto” (1991), de Akira Kurosawa


Numas férias de verão, uma senhora sobrevivente de Nagasaki está com os seus quatro netos reunidos e conta as lembranças do dia do ataque, que vitimou milhares de pessoas (60 mil e 80 mil em Nagasaki), entre eles o marido, pai e avó.

                                                      “A Face de Jizo” (2004), de Hisashi Inoue

                                                                                        A Face de Jizo © Pal
Baseado numa peça de Hisashi Inoue, o filme aborda sofrimento dos sobreviventes de Hiroshima e decorre no período de quatro dias no verão de 1948, quando o fantasma do seu pai visita Mitsué. De alguma forma, ele soube que ela se apaixonou e tenta convencê-la a começar sua nova vida. Mas Mitsué recusa obstinadamente seus incentivos calorosos e bem-humorados:”Pessoas foram mortas em meu lugar. Não tenho o direito de encontrar a felicidade”, diz.

                                         “Neste Canto do Mundo” (2016) de Sunao Katabuchi

  Uma espirituosa jovem de 18 anos casa-se com um homem que ela mal conhece enquanto enfrenta as lutas diárias de viver em Hiroshima durante a Segunda Guerra Mundial.

                                          “Labyrinth of Cinema” (2019), de Nobuhiko Obayashi


O único cinema na orla de Onomichi está prestes a fechar as suas portas. Será a sua última noite de projeções de filmes de guerra japoneses, no entanto, três membros na plateia acabam transportados para o mundo na tela.

E tu, qual é a tua posição sobre “Oppenheimer” e esta controvérsia?


Também do teu Interesse:


Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *