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Óscar Melhor Atriz | O que dizem as previsões sobre Margot Robbie e a sua Barbie?

Margot Robbie é a “Barbie” de Greta Gerwig mas será que o Óscar irá abraçar esta performance da atriz? Quem são as suas principais opositoras?

Dia após dia, “Barbie”, de Greta Gerwig, continua a ultrapassar expetativas e a bater recordes de bilheteira. Ainda há alguma reticência sobre o futuro do filme nas premiações, mas a esta altura, um sucesso de box-office deste nível com boa receção crítica, assim como de público, já parece grande demais para ignorar.

Lembra o caso de “Top Gun: Maverick”, que no ano passado tomou as bilheteiras de assalto e rapidamente se consolidou como uma certeza em Melhor Filme.

No entanto, apesar de todo o buzz e uma categoria pouco competitiva, Tom Cruise nunca se afirmou como um nome sério na categoria de Melhor Ator, falhando a maior parte dos percursores.

Ao contrário de Cruise que apresentava uma performance bem típica do seu arquétipo normal, Robbie tem sido elogiada pelo brilhantismo cómico e profundidade dramática que conseguiu trazer à sua personagem.

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Ryan Gosling pode roubar as atenções de Robbie © 2023 Warner Bros. Ent

No entanto, esses elogios podem não ser suficientes quando todas as atenções parecem estar voltadas para Ryan Gosling e o seu Ken. É possível até que o buzz de Gosling seja tão ensurdecedor, ao ponto de retirar espaço a Robbie de ser considerada na sua categoria.

Robbie conta com duas nomeações, “Eu, Tonya” em melhor atriz e “Bombshell: O Escândalo” em melhor atriz secundária. Para além disso, a atriz surpreendeu ao conseguir nomeações em atriz secundária ao SAG e BAFTA por “Maria, Rainha dos Escoceses”, e muitos argumentam que ela estava mais próxima do Óscar do que parecia.

No ano anterior, Robbie começou como forte favorita por “Babylon” mas nunca conseguiu materializar esse favoritismo, acabando por conquistar apenas nomeações em Melhor Atriz no Critics’ Choice Awards (que contempla seis vagas) e no Globo de Ouro na categoria de Comédia/Musical. Não é descabido pensar que a atriz possa enfrentar o mesmo percurso com a sua “Barbie”.

Não há ainda um consenso sobre como uma performance mais voltada para a comédia se sairá na categoria de Melhor Atriz, onde surgirão trabalhos mais chamativos, transformativos e dramáticos.




Ao qu tudo indica, Lily Gladstone deverá concorrer como atriz secundária © 2023 Apple Studios

Para a Variety, Robbie é o quinto lugar, o que indica que pode cair com a ascensão das outras candidatas. Para o Goldderby, o maior site de apostas de premiação, Robbie está em sexto lugar. Alguns mais otimistas como Awards Watch, consideram Robbie uma candidata segura num sólido terceiro lugar.

Por esta altura, ainda não surgiu uma forte favorita. Natalie Portman (“May December”) é a escolha da Variety, Fantasia Barrino (“The Color Purple”) domina o Goldderby e Awards Watch considera Lily Gladstone (“Killers of the Flower Moon”) como a favorita.

Falando de Gladstone, ao que tudo indica, ela será considerada como Melhor Atriz Secundária, sendo a grande favorita a conquistar a estatueta. Ainda não há confirmação oficial, mas tem sido o consenso. Portanto, até alguma indicação em contrário, não será levada em conta nesta análise.

Vale lembrar que, por esta altura, Michelle Williams era tida como garantia de que iria vencer o Óscar em melhor atriz secundária por “Os Fabelmans” mas a atriz trocou as voltas de toda a gente ao anunciar que iria ser considerada na categoria de atriz principal.




Natalie Portman na conquista de um segundo Óscar © Gloria Sanchez Productions

Sobre Portman, trata-se de uma vencedora do Óscar por “Cisne Negro”, que conta com outras duas nomeações (“Perto Demais” e “Jackie”). “May December” é um filme de Todd Haynes (“Carol”) que foi bem recebido em Cannes, tendo sido adquirido pela Netflix.

Ao que tudo indica, este é um filme mais engraçado e com uma veia “campy”, o que fez muitos duvidar do seu potencial na temporada de premiação. O enredo relata que após vinte anos de um grande romance mediático, um polémico casal (Julianne Moore e Charles Melton) sente-se pressionado quando uma atriz (Natalie Portman) viaja até ao seu lar para se preparar para um filme sobre o passado deles.

Portman foi elogiada e foi destacado que a atriz tem vários momentos em que brilha, mas por agora, nada do que foi dito parece justificar esta ideia de favorita. No entanto, vale manter debaixo de olho porque conta com o forte apoio da gigante do streaming.

Fantasia Barrino, por sua vez, volta a viver Celie na adaptação musical de “The Color Purple”, após ter interpretado a personagem na versão original do musical da Broadway, em 2007. Celie é um papel que valeu uma nomeação ao Oscar a Whoopi Goldberg e um Tony a Cynthia Erivo. Barrino é uma concorrente muito forte, numa performance que a irá permitir exibir os seus talentos enquanto cantora e atriz, com vários momentos chamativos.




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Irá “The Color Purple” ser adiado? © Amblin Entertainment

Devido à greve de Hollywood, há ainda uma dúvida sobre se a Warner irá ou não adiar o lançamento deste e de outros filmes, tais como “Dune Parte 2”. Até clarificação nessa situação, não irei contemplar estes filmes da minha análise.

Para além de Portman, a candidata principal da Netflix nesta categoria deverá ser Annete Bening com “Nyad”, da dupla Elizabeth Chai Vasarhelyi e Jimmy Chin (“Free Solo”). Trata-se de um drama desportivo biográfico com grande potencial de emocionar o público, em que Bening interpreta uma nadadora de alta competição que aos 64 anos torna-se a primeira pessoa a completar o “Evereste da natação”, nadando 177 quilômetros em 53 horas, de Cuba à Flórida, enfrentando um mar perigoso, sem a gaiola de proteção contra tubarões.

Aos 65 anos e com quatro derrotas no Óscar, Bening é aquele tipo de atriz que a cada novo projeto, ganha óscar buzz. A sua última nomeação foi por “Os Miúdos Estão Bem” (2011), de Lisa Cholodenko, no ano em que Natalie Portman dominou o circuito.

Com um filme que tem capacidade de conquistar as audiências no Festival de Toronto, pelo seu caráter inspirador, Bening pode mergulhar fundo na corrida e nadar o suficiente para alcançar o tão merecido Óscar.




Aclamada em Cannes, Sandra Hüller é uma forte candidata à estatueta dourada © Les Films

Outro nome que promete dar luta é Sandra Hüller, a atriz alemã que faz parte do elenco de dois dos filmes internacionais mais bem cotados da temporada. Por “Anatomie d’une chute”, de Justine Triet, a atriz foi aclamada, tendo até sido comparada a Cate Blanchett em “TÁR”.

No papel de uma mulher que precisa de provar que não matou o marido, Hüller pode ter aqui uma rampa de lançamento para a temporada de premiação, ajudada pelos prémios da crítica e pelo apoio da ala internacional da Academia.

Greta Lee é outro nome que é consenso entre as previsões, embora ninguém acredite que ela possa vencer. A atriz foi muito elogiada por “Past Lives”, um dos filmes mais aclamados do ano, mas a sua performance é descrita como subtil demais para conquistar a estatueta.

No entanto, se “Past Lives” se revelar um grande candidato ao Óscar, não é descabido pensar que o amor pelo filme pode trazer o ouro à sua protagonista. Vale lembrar que, por esta altura, Michelle Yeoh (“Tudo em Todo o Lado ao mesmo tempo”) era vista como uma certeza na corrida, mas não competitiva para vencer…

Todos sabemos o que acabou por acontecer, ainda é cedo para dizer que um raio vai cair duas vezes no mesmo sítio… Mas quem sabe?




Emma Stone reúne-se com Yorgos Lanthimos para “Poor Things” © Searchlight Pictures

Ainda no top5 do Goldderby, encontrámos Emma Stone por “Poor Things”, de Yorgos Lanthimos, que estreará em Veneza. A última vez que vimos Stone no Óscar foi pela mão de Lanthimos em “A Favorita”.

Desta vez como protagonista, Stone será Bella Baxter, uma jovem trazida de volta à vida pelo brilhante e nada convencional cientista Dr. Godwin Baxter (Willem Dafoe). Por esta descrição, podemos esperar uma performance bem cómica e estranha e se o filme impressionar a Academia, Stone será, certamente, um nome a ter em conta.

Para a Variety, o segundo lugar na corrida pertence a Carey Mulligan por “Maestro”. Nomeada ao Óscar por “Uma Outra Educação” e “Uma Miúda com Potencial”, Mulligan estará ao lado de Bradley Cooper no papel de Felicia Montealegre, a esposa de Leonard Bernstein (Cooper).

“Maestro” será um relato do amor complexo de Leonard e Felicia, desde o momento em que se conheceram em 1946 numa festa, perpetuando-se por dois noivados, um casamento de 25 anos e três filhos.

É esperado que Cooper e Mulligan estejam ótimos no filme, mas as reações ao filme de algumas sessões teste não são muito positivas e se essas críticas se confirmarem na sua estreia em Veneza, pode ser díficil para a dupla se afirmar na corrida.

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Kate Winslet será a jornalista de guerra “Lee” © Vogue Films

Vale também destacar que Mulligan, uma atriz britânica, surgirá no papel de Felicia, uma costarriquenha-americana. A controvérsia ainda não se intensificou, mas assim que o filme estrear , será, certamente, algo muito debatido.

É mais um caso de Hollywood a escolher uma atriz branca para um papel de uma latina, algo que já tinha acontecido com Mulligan em “Drive”. A comunidade latina é uma das mais sub-representadas no cinema americano e este tipo de casting devem ser discutidos, evitados e penalizados.

Outro nome que a Variety e o Awards Watch lança para a conversa é a oscarizada Kate Winslet por “Lee”,  uma atriz apreciada pela Academia a interpretar uma jornalista de guerra num filme que marca a estreia de Ellen Kuras, diretora de fotografia, na realização é uma receita de sucesso. O filme estreará em Toronto e tem tudo para lançar Winslet de volta às premiações.

Outro nome que não tem sido tão destacado pelas publicações mas que é importante ter em consideração é o triunfal regresso da veterana Jessica Lange, vencedora de dois Óscares, que surgirá no papel de Mary Tyrone numa adaptação de “Long Day’s Journey into Night”, ao lado de Ed Harris.




Vanessa Kirby em “Napoleão”, protagonista ou secundária? © Benjamin Loeb / Netflix

Trata-se de um papel icónico do teatro que valeu em 1962 uma nomeação ao Óscar a Katharine Hepburn e em 2016 um Tony à própria Lange.

A grande dúvida é sobre se o filme terá força ou visibilidade suficiente para se afirmar na corrida, sendo que pouco se sabe sobre o mesmo até agora. Mas se o mesmo surpreender, Lange pode revelar-se demasiado chamativa para ser ignorada e tornar-se uma candidata à estatueta.

Ainda na corrida, temos nomes como Cailee Spaeny que será “Priscilla” Presley no filme de Sofia Coppola, Vanessa Kirby como imperatriz Josephine em “Napoleão”, de Ridley Scott, Anjuane Ellis-Taylor como a protagonista de “Origin”, de Ava Duvernay, ou Teyana Taylor elogiada em Sundance por “A Thousand and One”,  de A.V. Rockwell.

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Com muitos títulos ainda por serem lançados, anunciados ou vistos, estas são as cinco atrizes, que à data de hoje, considero as mais fortes para conseguirem a nomeação ao Óscar:

  1. Annete Bening – “Nyad”
  2. Greta Lee – “Past Lives”
  3. Sandra Hüller – “Anatomie d’une chute”
  4. Margot Robbie – “Barbie”
  5. Emma Stone – “Poor Things”

E tu, qual é a tua aposta para o Óscar de Melhor Atriz? 

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