Red Hot Chili Peppers em 2023 |©Arlindo Camacho/ NOS Alive

NOS Alive | Red Hot Chili Peppers entre o novo e o clássico

Os californianos Red Hot Chili Peppers, uma das bandas rock mais bem-amadas da atualidade, com uma prolífica carreira ao longo de quatro décadas, trouxeram a sua Americana de regresso a Portugal, na 15ª edição do NOS Alive e a 6 de julho, perante uma plateia emocionalmente investida. 

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Em boa forma, os Red Hot Chili Peppers serviram de cabeça de cartaz no primeiro dia do NOS Alive. O frenesim gerado ao longo de todo o dia, associado à parafernália de merchandise que inundou o recinto do NOS Alive em 2023, diz-nos que os Red Hot foram quiçá o grande cabeça de cartaz de toda esta 15ª edição. Apresentando-se no palco por volta das 23h30 e durante aproximadamente 1h20, viajaram por um total de cinco álbuns de estúdio da sua discografia.

Com o arranque, a banda, composta pelo icónico baixista Flea, pelo vocalista Anthony Kiedis, pelo baterista Chad Smith e ainda pelo guitarrista John Frusciante (de regresso depois de uma ausência de mais de uma década, e em grande forma), conseguiu conquistar o público através de uma sessão de jamming de guitarras inicial, a qual serviu de prelúdio para o início do concerto, que apresentou, logo na primeira parte do alinhamento, canções populares como “Can’t Stop” ou “Dani California”.

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Ao longo da setlist, os Red Hot Chili Peppers, que apresentaram um total de 18 músicas no NOS Alive 2023 (2 em encore), foram equilibrando a sua apresentação entre baladas rock icónicas, como “Californication” ou “Tell me Baby” ou hits mais animados e arrojados do ponto de vista do Rock, com os quais Anthony Kiedis teve oportunidade de exibir o seu rapid fire de versos, num estilo totalmente característico e inconfundível. A canção Give it Away”, que fechou o alinhamento desta apresentação, é um perfeito exemplo da forma como a banda consegue oscilar entre o rock e o rap, entre o rap e o funk, casando influências de uma forma que lhes é única.

Os Red Hot Chili Peppers ainda estão em boa forma, não correndo o risco de sofrer o trágico destino que recaí sobre muitas bandas com carreiras longas  – tornarem-se bandas de covers de si mesmas. Sim, posso estar aqui a destacar “Give it Away” de 1991 ou “Californication”, uma referência de 1999, mas os Red Hot mantêm a sua vivacidade no novo milénio e vieram ao NOS Alive apresentar o seu 12º álbum de originais – “ Unlimited Love”. Deste novo disco, tocaram um total de quatro canções, mais do que de qualquer outro álbum.

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Tal opção acabou por alienar ocasionalmente os fãs menos acérrimos e ouvintes mais ocasionais da sua música, tendo os momentos de glória ficado a cargo da apresentação de músicas como “Under the Bridge”, “Californication”, com direito a jam session inicial entre John e Flea, ou ainda a grande “By the Way”, também mais para o final.

De fora ficaram muitos êxitos da banda, como “Otherside”, “Scar Tissue”, “Snow”,”Around the World” e tantos outros numa longa carreira. Os Red Hot Chili Peppers não se prestam ao chamado fan service, rodando os singles conhecidos que interpretam de concerto para concerto, de forma a manter a listagem de canções “fresca”. Preferem dedicar tempo a solos de guitarra, baixo e bateria, ao invés de “encher” a set de canções orelhudas.

Red Hot pela 1ª vez no Alive
A atual formação da banda Red Hot Chili Peppers |©Arlindo Camacho/ NOS Alive

É uma opção válida, mas talvez mais apropriada para um concerto mais longo e em nome próprio. Não obstante, esta foi uma prestação eficaz e cativante por parte dos sempre valorosos Red Hot Chili Peppers. Para nosso benefício, John Frusciante regressou à banda e em muito contribuiu, com os seus coros estrondosos, para elevar a prestação vocal em palco (e ainda protagonizou um belo e breve momento a solo, com uma cover de “Dreamboy/Dreamgirl”). Anthony Kiedis tem um timbre invejável, todavia, na presente edição do Alive, encontrava-se um pouco em baixo de forma – com um pé engessado e alguma tribulação vocal aqui e ali.

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Para lá deste ligeiro desequilíbrio no alinhamento, os Red Hot Chili Peppers continuam a justificar o seu estatuto como total instituição do Rock’n’Roll, com um registo muito próprio, não replicado ou replicável. É certo dizer que os veremos, de novo, em terras lusas, depois de mais uma receção calorosa.

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RED HOT CHILI PEPPERS NO NOS ALIVE 2023 | CALIFORNICATION

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