Mike Kerr no NOS Alive |©David Passos/MHD

NOS Alive 2022 | Royal Blood abrem caminho a Metallica

No terceiro dia do NOS Alive, pautado por uma eclética programação que oscilou do Rap ao Metal, à Pop Alternativa, os Royal Blood foram a “abertura” perfeita para o monstruoso espetáculo de Metallica que se lhes seguiria. 

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Numa sexta-feira abrasadora e esgotada no Passeio Marítimo de Algés, a transição crepuscular fez-se com a guitarrada e a bateria poderosa dos ingleses “Royal Blood”.

Drummer Ben Thatcher
Ben Thatcher, dos Royal Blood, no NOS Alive |©David Passos/ MHD

O duo inglês, composto por Mike Kerr (vocalista, baixista) e Ben Thatcher (baterista), surgiu em 2011 e, 11 anos mais tarde, foi com avassaladora energia que se apresentaram, a 8 de julho de 2022, no palco principal do NOS Alive. Reforçando o seu entusiasmo no que diz respeito a “abrir para Metallica” (salvo seja), os Royal Blood não se fizeram tímidos e repetidamente manifestaram o quanto era um sonho tornado realidade partilhar o palco com estes gigantes.

À primeira vista, o que mais impressiona no staging de Royal Blood é o quão despido é de artefacto; sendo simultaneamente tão rico em música e em pura energia rock contagiante. Mike Kerr e Ben Thatcher apenas foram acompanhados por um teclista (Darren James), como que “oculto”, o qual tornava mais cheio um som por si só já capaz de encher um palco desta dimensão. Para os Royal Blood, o rock puro e duro é a alavanca que os move. Por isso mesmo, foram uma escolha excelente para a banda que antecedeu a chegada dos reis do Heavy Metal.

A musicalidade da dupla é muito própria, com Kerr a destacar-se como um baixista multifacetado, recorrendo ao uso de vários pedais para que o seu baixo consiga soar, simultaneamente, como uma guitarra e como um baixo. A sua voz é também uma âncora importante. Aliás, em entrevistas ao longo dos anos, o músico Mike Kerr tem vindo a expressar-se contra o uso do auto-tune, reforçando que sons computarizados não são, na sua perspetiva, reais. Esta ideia de rock despido de adulteração tecnológica é, sem margem para dúvida, muito apelativa para os mais puristas e capaz de encher as medidas ao fiel público de Metallica – que tanto os aprecia em parte também devido à autenticidade do seu som.

8 julho alive royal blood
Mike Kerr no NOS Alive |©David Passos/MHD

Os Royal Blood são uma banda relativamente recente, mas a fórmula de muito Rock’n’Roll com pouquíssimos elementos em palco tornou este dia (ainda mais) musicalmente rico e permitiu tanto agradar à audiência portuguesa – movendo-se este duo entre os géneros de Hard Rock, Metal, Blues Rock e Garage Rock – como à britânica, que tanto marca presença no NOS Alive e que conhece os Royal Blood como uma das mais emergentes bandas de rock dos últimos anos (e com bons motivos).

O alinhamento, composto por 12 músicas, arrancou logo em altas com “Typhoons”, single que dá também nome ao terceiro álbum de estúdio da banda, o qual foi lançado na primavera do último ano. A maioria das canções interpretadas neste dia, pelo duo dinâmico, surgiram a partir do disco auto-intitulado “Royal Blood”, que lançou o grupo no início da última década. Passou-se também, mais superficialmente, por “How Did We Get So Dark”, álbum de estúdio lançado em 2017.

A meio da setlist, Thatcher mostrou todo o seu poderio ao prolongar a música “Little Monster”, do primeiro álbum, através de um valente solo de bateria que tornou a sonoridade ainda mais rica e capaz de levar a multidão aos píncaros do Rock.

Para o fim e para o grande apogeu musical ficaram “Figure it Out” (tema muito célebre, com um aclamado videoclipe e lançado em 2014) e ainda “Out of the Black” (o primeiríssimo single dos Royal Blood, lançado em 2013, com um clip animado à altura).

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