"The Boy, the Mole, the Fox and the Horse" (2022) ©NoneMore Productions

The Boy, the Mole, the Fox and the Horse, em análise

“The Boy, the Mole, the Fox and the Horse”, o livro de sucesso de Charlie Mackesy ganha vida no filme de animação mais tocante do ano. Uma viagem de descoberta da amizade, empatia, bondade e esperança.

“Qual é a coisa mais corajosa que já disseste? perguntou o menino.

Socorro, disse o cavalo.”

Dificilmente encontramos um filme em 2022 que mais nos toque no coração do que “The Boy, the Mole, the Fox and the Horse” (“O Menino, a Toupeira, a Raposa e o Cavalo” em português). Com estreia a 25 de Dezembro de 2022, na Apple TV+, apesar de ser ideal para qualquer altura, este filme meditativo é perfeito para a época de recomeços e resoluções.

Esta curta-metragem de animação surge como uma adaptação do livro best-seller de Charlie Mackesy. O livro gráfico ilustrado de 2019, com o mesmo título, foi selecionado para os British Book Awards de 2020 (livro de lifestyle de não-ficção), foi considerado o livro do ano da Barnes & Noble de 2019 e ganhou o livro do ano de 2019 da Waterstones.

 

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No início de 2020, quando o romance se tornou um best-seller, vários produtores tentaram adquirir os seus direitos para uma possível adaptação para as telas. Esses direitos foram posteriormente adquiridos por Cara Speller, que colaborou com Matthew Freud na produção do filme sob a bandeira da NoneMore Productions, na sua primeira produção. JJ Abrams também produziu o filme sob o selo Bad Robot Productions.

Desde o começo da produção que Speller revelou que seria muito importante ter Mackesy no centro da equipa para montar o filme. Na opinião da produtora, Charlie “tem instintos incrivelmente fortes sobre o que funciona” e não faria sentido tentar a adaptação sem o ter intimamente envolvido. E foi desta forma que o artista britânico, Mackesy, acumulou os papéis de realizador e argumentista, partilhados com Peter Baynton (“Over the Hill”) na realização e Jon Croker (“Paddington 2”) na escrita.

“The Boy, the Mole, the Fox and the Horse” (2022) ©NoneMore Productions

A curta-metragem, de pouco mais de meia hora, leva-nos numa viagem sobre amizade, consciência, empatia e bondade com quatro companheiros interpretados por incríveis estrelas: Jude Coward Nicoll, Gabriel Byrne, Idris Elba e Tom Hollander. Sem saber quem interpreta quem descobrimos nas primeiras palavras proferias, isto porque as vozes dos atores encaixam por inteiro nas personagens escolhidas para eles, em performances que dão genuína vida a cada um dos companheiros desta viagem.

A animação foi feita remotamente durante a pandemia da COVID-19, com mais de 120 pessoas, de mais de 20 países a trabalhar no filme – Tim Watts, Gabriele Zucchelli, Setareh Erfan e o diretor de arte Mike McCain lideraram a equipa. Como o livro ilustrado tinha uma qualidade de estilo solta e inacabada, Baynton e a sua equipa de animação queriam combinar isso, usando linhas de lápis para as personagens, que tinham detalhes intrincados, e uma textura inspirada em aquarela no fundo. Para o realizador, um dos grandes desafios foi encontrar “uma maneira de desenhar as personagens que nos permitisse nuances de performances que pudessem comunicar as emoções sutis que queríamos expressar”.

The Boy, the Mole, the Fox and the Horse
“The Boy, the Mole, the Fox and the Horse” (2022) ©NoneMore Production

Isobel Waller-Bridge compôs a trilha sonora do filme. A compositora britânica disse que a música surgiu quase que naturalmente como que uma extensão da energia de Charlie. Ao ouvir honestamente Charlie, “a maneira como ele fala, a maneira como ele olha para o mundo”, apareceram as escolhas importantes para a música, até a escolha dos instrumentos e do piano que, segundo Isobel, lhe pareceu uma parte “muito, muito importante”.

 “The Boy, the Mole, the Fox and the Horse” tem recebido uma aclamação universal. 83% no Rotten Tomatoes, 81/100 no Metacritic e 9 nomeações no total – nos Image Awards (NAACP), Annie Awards e para os BAFTA Awards.

“The Boy, the Mole, the Fox and the Horse” (2022) ©NoneMore Production

Os fãs do livro de Mackesy ficarão encantados ao ver literalmente as personagens ganharem vida. Parece que folheamos o livro tão depressa que as personagens se começam a mexer e estamos perante um livro em movimento mais do que um filme.

A magia emanada tanto da narrativa como da combinação da animação e da música fazem-nos lembrar os mundos de Winnie-the-Pooh e do Principezinho. É um filme charmoso e tocante cujas mensagens não deixam ninguém indiferente. Estamos perante uma combinação de uma sabedoria budista com o saber puro das crianças.

A viagem contemplativa e meditativa de “The Boy, the Mole, the Fox and the Horse” despertará sentimentos semelhantes aos fãs do jogo “Journey”, da Thatgamecompany. Olhamos para os mais básicos elementos da vida, olhamos para dentro de nós e no final de umas prováveis lágrimas descobrimos a esperança.

“The Boy, the Mole, the Fox and the Horse” (2022) ©NoneMore Production

“O que queres ser quando cresceres?

Gentil, disse o menino.”

Como no final de uma aula de yoga ou de meditação chegamos ao fim de “The Boy, the Mole, the Fox and the Horse” bastante relaxados e com os espíritos mais elevados. Existem coisas boas no mundo, só temos de saber olhar honestamente para elas.

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“Tens o teu copo meio vazio ou meio cheio”?

The Boy, the Mole, the Fox and the Horse, em análise
The Boy, the Mole, the Fox and the Horse

Movie title: The Boy, the Mole, the Fox and the Horse

Movie description: Um menino, uma toupeira, uma raposa e um cavalo viajam juntos na busca de um lar para o, enquanto criam uma inesperada amizade.

Date published: 25 de December de 2022

Country: Reino Unido, EUA

Duration: 32 minutos

Director(s): Peter Baynton , Charlie Mackesy

Actor(s): Jude Coward Nicoll, Gabriel Byrne, Idris Elba, Tom Hollander

Genre: Animação, Familiar

  • Emanuel Candeias - 95
95

CONCLUSÃO

“The Boy, the Mole, the Fox and the Horse” de Charlie Mackesy é um clássico instantâneo seja em que formato for. A curta-metragem de animação é dos melhores filmes de 2022 e merece ser vista e revista todas a vezes que cada um quiser ou precisar.

Pros

  • A passagem da obra de Charlie Mackesy do livro para a tela é feita de forma aparentemente espontânea;
  • Incrível e relaxante composição musical por Isobel Waller-Bridge;
  • Vozes perfeitamente escolhidas para os papéis;
  • Viagem narrativa e mensagens tocantes e importantes.

Cons

  • No final parece que podíamos ter mais do que apenas os 30 minutos, mas mais não é melhor, e a viagem demorou exatamente aquilo que necessitava.
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