The White Lotus, minissérie em análise
“The White Lotus” é uma das apostas de Verão da HBO Portugal que retrata umas férias mirabolantes num resort paradisíaco, onde tudo o que pode correr mal, acontece. A minissérie de seis episódios estreia dia 12 de julho na plataforma, mas antes damos-te um vislumbre do que podes esperar!
Análise sem spoilers!
Assinada por Mike White, “The White Lotus” é apresentada como uma sátira social, que chega à HBO Portugal dia 12 de julho. A minissérie marca o regresso do cineasta ao pequeno ecrã depois de “Enlightened”, protagonizada por Laura Dern, também disponível na plataforma. A série teve direito a duas temporadas emitidas entre 2011 e 2013, que apesar de terem sido bem recebidas pela crítica, falharam em conquistar o público, o que consequentemente levou ao seu cancelamento. Vamos ver o que o futuro reserva para “The White Lotus”, que embora seja uma minissérie, nunca se sabe se tal não se altera, como aconteceu, por exemplo, com “Big Little Lies“, também da HBO. Por nós, poderia vir, nada contra.
Contudo, a aposta de Verão da HBO chega numa altura onde impera o binge-watching, e “The White Lotus” é uma das poucas séries que não se enquadra nessa ‘categoria’. É um drama com comédia à mistura que entra em consonância com a timeline da HBO de um episódio por semana. Um conteúdo que merece uma digestão lenta. Como mencionámos, é uma sátira social, que aponta tanto os ‘males’ mais comuns do século XXI (sem pandemia), como alguns mais datados.
A série começa com uma morte, mas antecipamos desde já (dos poucos ‘spoilers’ que iremos fazer) que o seu foco não será esse. Embora, em determinadas alturas, lembramo-nos que aquela personagem poderá ser a vítima. Em traços gerais, a nova série de Mike White acompanha uma temporada de férias num resort paradisíaco no Havai, intitulado The White Lotus. Dela fazem parte uma família, composta por pai, mãe, um filho e uma filha, que leva consigo uma amiga. Sem qualquer ligação, viaja também um casal em lua de mel, e uma senhora de meia idade, que se faz acompanhar pelas cinzas da sua falecida mãe. A recebê-los, com aparente entusiasmo, está o gerente do hotel e o respetivo staff.
Contudo, a nova temporada de Verão começa logo com um trauma não para os hóspedes, mas para o gerente do resort, Armond (Murray Bartlett). O outrora meticuloso funcionário, embarca numa espiral descendente, levando-o a actos que (muito) raramente vistos no ecrã (irás ter de esperar pelo último episódio para perceberes ao que nos referimos). Também a gerente do spa, Belinda (Natasha Rothwell) irá ter uma semana esgotante a nível emocional, devido a um hóspede extremamente carente. Por sua vez do lado dos convidados, a estadia também não terá nada de paradisíaca.
Começamos pela família, os Mossbacher, composta pela mãe Nicole (Connie Britton), uma executiva bem-sucedida, que não consegue desligar o ‘chip’ enquanto está de férias e que é o ganha-pão da mesma. Pelo pai, Mark (Steve Zahn), que não só tem um tremendo complexo de inferioridade, como acaba por descobrir algo que só o vai reforçar. Os filhos são o retrato dos adolescentes da sociedade de hoje. Quinn (Fred Hechinger) é viciado em tecnologia, sem quaisquer aptidões sociais, e Olivia (Sydney Sweeney) e a sua amiga Paula (Brittany O’Grady) acham-se donas da razão, lançando um olhar sarcástico sobre o estilo de vida e as crenças de todos ao seu redor – para não falar da relação tóxica que partilham.
Por sua vez, o casal em lua de mel é composto por Shane (Jake Lacy) e Rachel (Alexandra Daddario), que à vista de todos formam o casal perfeito: bonitos, jovens e ricos. No entanto, nada como umas férias a dois para fazer emergir o ‘melhor’ de cada um, principalmente com uma visita surpresa da sogra à mistura. E, por último, temos Tanya McQuoid (Jennifer Coolidge), uma mulher rica e emocionalmente instável, que viaja sozinha para o hotel na esperança recuperar da morte da mãe.
Não queremos revelar muito, uma vez que o desfecho de “The White Lotus” só será conhecido a 16 de agosto. O que podemos dizer é que a série é uma montanha russa mirabolante, onde tudo o que pode correr mal, acontece. O elenco assenta no que é proposto, e damos especial destaque a Murray Bartlett e ao seu Armond. O ator australiano não tem um perfil propriamente mediático, mas conta no seu currículo com outros interessantes títulos como “Procurando“, da HBO, ou “Tales of the City” da Netflix. Também a jovem atriz de 23 anos, Sydney Sweeney, continua a pavimentar o seu percurso com séries bastante interessantes, tais como “Euphoria“, “The Handmaid’s Tale” ou “Sharp Objects”, às quais se junta agora a nova produção de Mike White.
Em suma, “The White Lotus” é uma minissérie que em embarcando no seu ritmo próprio, ao som das ‘batidas’ havaianas, propõe um conteúdo diferente e ‘fresco’ face às últimas estreias. Cada personagem é devidamente explorada, com suas camadas expostas e servidas com uma dose de humor, que contrasta com o respetivo drama. Um regresso adequado a Mike White, que esperemos que tenha uma melhor recepção por parte do público do que “Enlightened.”
The White Lotus, minissérie em análise
Name: The White Lotus
Description: "The White Lotus" acompanha as férias de vários hóspedes do hotel ao longo de uma semana enquanto relaxam e rejuvenescem no paraíso. Mas a cada dia que passa, uma complexidade mais sombria emerge na vida desses viajantes perfeitos, dos funcionários risonhos do hotel e daquele cenário idílico.
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Inês Serra - 80
CONCLUSÃO:
Uma das apostas de Verão da HBO Portugal, “The White Lotus” leva-nos numa mirabolante viagem emocional. Umas férias que tinham tudo para ser paradisíacas dão palco a uma sucessão de eventos onde tudo o que pode correr mal, acontece. A série conta com caras familiares no elenco, em que todas assetam na sua personagem, mas de onde Murray Bartlett sobressai. Em suma, um título curioso e peculiar a não perder.
Pros
- Elenco
- Murray Bartlett e o seu Armond
- Narrativa bem construída
- Dose certa de sarcasmo
Cons
- O ritmo que poderá ser considerado ‘lento’ para alguns espetadores
- Alguns diálogos, principalmente entre as adolescentes, são um pouco monótonos