Keira Knightley em "Orgulho e Preconceito" (2005) |©Focus Features

TOP Interpretações Keira Knightley

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Keira Knightley é uma das atrizes mais influentes da sua geração. Apesar de estar ainda na casa dos trinta, na sua filmografia constam já 57 créditos. A atriz britânica, nomeada já a dois Oscars, é conhecida por representar essencialmente em dramas históricos, em ambos os lados do oceano.

 O primeiro papel de Keira Knightley no cinema foi o Episódio I de “Star Wars”, em 1999, ainda em criança. Desde então, protagonizou inúmeros filmes no Reino Unido e Estados Unidos, mantendo-se constante como uma das estrelas mais apreciadas da indústria. Os redatores da Magazine.HD uniram-se para votar e recuperar as suas 10 prestações mais marcantes.

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10 – SAGA PIRATAS DAS CARAÍBAS (2003-2017)

Piratas Keira
Keira Knightley em “Piratas das Caraíbas – A Maldição do Pérola Negra” (2003) |©Walt Disney Pictures

Da carreira cinematográfica de Keira Knightley, a saga de “Piratas das Caraíbas” é talvez a mais descontraída. Com um tom mais ligeiro, de aventura e fantasia, os filmes da saga trouxeram o trabalho de Keira para longe dos dramas de guerra ou romances históricos pelos quais é conhecida internacionalmente. A grande protagonista feminina (pelo menos até Penelope Cruz ter entrado na saga), Keira conseguiu destacar-se mesmo com Orlando Bloom e Johnny Depp ao seu lado.

Não deixando no entanto de ter uma referência aos seus papéis de eleição, Keira é Elizabeth Swann, uma rapariga de famílias nobres mas que gosta de explorar mais sobe o mundo. Não querendo resignar-se à sua posição de lady na sociedade inglesa, Elizabeth foge na primeira oportunidade para escapar ao futuro que estava a ser delineado para ela. Juntando-se a Will Turner (Bloom), torna-se uma pirata e conhece o Capitão John Sparrow (Depp).

Num papel de maria-rapaz que lhe assentou na perfeição, Keira conseguiu mostrar os seus dotes de interpretação ao longo das suas participações no filme, mesmo quando inevitavelmente partilhou momentos de ecrã com Johnny Depp enquanto Jack Sparrow na plenitude da sua excentricidade. Se é o melhor papel da sua carreira? Não. Se no entanto é um bom desvio do seu padrão normal? Sem dúvida, porque convenceu e não desiludiu, salvando mesmo alguns momentos da saga.

 

– Marta Kong Nunes




9 –  O JOGO DA IMITAÇÃO (2014)

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Keira Knightley e Benedict Cumberbatch em “O Jogo da Imitação” (2014) |© Black Bear Pictures. – All Rights Reserved

Um filme de época da Segunda Guerra Mundial, que se enquadra no “género” de Keira Knightley, “O Jogo da Imitação” é um retrato dos bastidores da guerra, e não o epicentro da acção. Ao lado de Benedict Cumberbatch, Knightley foi Joan Clarke, a mulher que auxiliou e permitiu a Alan Turing construir uma equipa para decifrar Enigma, a máquina de encriptação dos alemães.

Como Joan Clarke, Keira Kightley mostrou uma vez mais que é possível desempenhar o papel feminino principal sem ser uma mera interpretação do interesse amoroso do protagonista. Keira mostra-se uma mulher forte, a pensar além do seu tempo, e que não se revê no papel que a sociedade teima em atribuir-lhe, simplesmente porque é do sexo feminino. Por vezes quase pareceu um retrato exagerado de certas situações, mas Keira soube como “proteger” a personagem e como se soube aproximar do protagonismo de Cumberbatch, ainda que ela fosse claramente uma personagem secundária na história.

Mas é quase seguro dizer que o seu papel é um bom chamariz para a audiência. A história do filme é notável e interessante, mas o modo calculista como o filme foi feito precisou de uma certa leveza em contraste à personagem vincada de Cumberbatch. O actor roubou o protagonismo com a sua interpretação, mas Keira soube ajudar na medida certa com a sua Joan Clarke.

– Marta Kong Nunes




8 – NUM OUTRO TOM (2013)

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Keira Knightley em “Num Outro Tom” (2013) |©The Weinstein Company. All Rights Reserved.

“Num Outro Tom” é um pouco a versão norte-americana e menos indie de “No Mesmo Tom” (2007), também realizado por John Carney. Aqui, a cantora desconhecida que protagonizara “Once” é “substituída” por Keira neste “Begin Again”, co-protagonizado por Mark Ruffalo.

A principal virtude do filme é mostrar-nos um outro lado da atriz, que aqui até canta, bastante afinada, ao som da maravilhosa música original “Lost Stars”, que contou ainda com uma versão de Adam Levine. Gretta (Keira Knightley) vive em Nova Iorque com o seu namorado de longa data, Dave (Adam Levine). Tudo muda quando Dave, um músico e intérprete, consegue um contrato com uma grande discográfica. A sua relação termina, e este assume o crédito de músicas que escreveram em conjunto. Até ao momento em que a vida de Gretta é transformada quando conhece Dan (Mark Ruffalo), um executivo de uma discográfica caído em desgraça.

A dupla Knightley/Ruffalo é surpreendentemente dinâmica e credível, e este pequeno grande romance é capaz de encher o coração com a sua mensagem positiva e repleta de esperança e musicalidade. Keira brilha num registo muito distante do seu habitual.

 

-Maggie Silva




7 – DOMINO (2005)

Domino
Keira Knightley em “Domino” (2005) |©New Line Cinema

Um filme inspirado na vida de Domino Harvey, a filha do actor Laurence Harvey, que desistiu de ser modelo para se tornar uma caçadora de recompensas. Com base naquela que foi a sua história, Tony Scott desenvolveu todo um filme que fez alusão ao frenético mundo dos caçadores de recompensas, num misto de mundo do crime e da fama. E onde é que o realizador viu Keira Knightley como a ideal Domino? Quando ela decidiu participar na sua primeira grande longa metragem de Hollywood, com “Piratas das Caraíbas: A Maldição da Pérola Negra” (2003).

Keira dedicou-se de corpo e alma ao filme; mudou o penteado, chegou a apanhar queimaduras de segundo grau durante as filmagens.. e no final, foi ela que valeu o filme. Com um argumento que pareceu deixar escapar alguns pontos essenciais à história, e que se apresentou como relativamente confuso por vezes, Keira foi a constante do filme. A actriz britânica manteve-se coerente do princípio ao fim e convenceu como Domino. A sua preseça foi forte e poderosa, tão poderosa que as suas expressões faciais foram suficientes para fazer valer a sua interpretação neste filme, sem necessariamente ter de recorrer às falas.

Curiosamente, o filme que coloca Keira Knightley numa devoção completamente diferente à sua escolha de projecto, é precisamente aquele que se segue a “Pride & Prejudice”, que lhe valeu uma nomeação ao Óscar. Foi um bom papel, diferente e até aliciante e interessante de se ver, mas rapidamente confirmou uma certeza: Keira Knightley é magnífica no grande ecrã, mas não necessariamente em mega produções de Hollywood.

-Marta Kong Nunes




6 – NUNCA ME DEIXES (2010)

Never Let me Go
Keira Knightley, Carey Mulligan e Andrew Garfield em “Never Let me Go” (2010) |©Twentieth Century Fox

“Never Let me Go”, baseado no romance de Kazuo Ishiquro, é uma narrativa de ficção científica para lá de existencialista. Uma tristeza melancólica persiste para sempre na mente de quem vê esta adaptação literária, que recupera o destino ingrato de três amigos que crescem juntos numa “escola” muito especial.

Aqui, Keira é acompanhada por grandes prestações de Carey Mulligan e essencialmente um magistral e promissor Andrew Garfield.  Ela é Ruth, sempre junto a Tommy e Kathy. Os três, juntos, tiveram uma idílica infância, mas como clones, a mesa de operações para remoção de órgãos para doação é o seu único destino.  A tristeza abundante desta narrativa é apenas colmatada pela aparente qualidade resignada que domina os seus protagonistas. Ruth é uma das que menos aceita o seu trágico destino, e Keira transmite a sua frustração na perfeição. Um papel e um filme extremamente difíceis de esquecer.

-Maggie Silva




5– COLETTE (2018)

Colette
Keira Knightley em “Colette” (2018) | ©NOS Audiovisuais

Em “Colette”, Keira Knightley dá vida à personagem titular, uma figura histórica com imensa importância na literatura francesa da Belle Époque. De certa forma, o legado de Colette perdura até aos dias de hoje, sendo que ela foi a primeira pessoa a formular a ideia moderna do adolescente, uma idade entre a meninice e a vida adulta. O seu caminho até à fama e imortalidade nas páginas da História não foi fácil, sendo que, durante vários anos, os livros da autora foram publicados sob o nome do marido. Esse mesmo triângulo amoroso, entre Colette, seu marido e a escrita, é o que está no centro deste filme biográfico que, apesar de parecer convencional, consegue fugir a alguns dos piores clichés do género. Parte do sucesso do filme é uma consequência do retrato ousado que o guião, realizador e atores fazem da sua protagonista.

A Colette interpretada por Keira Knightley é uma figura em constante luta e desconforto, alguém que se está sempre a tentar soltar de alguma prisão social que a impede de fazer o que quer. Em festas pomposas, os seus ombros tensos e olhar curioso telegrafam a insegurança de uma criança metida à força em roupa desconfortável. Mais tarde, cenas de discussão matrimonial mostram-nos uma mulher em fúria que é como um animal enjaulado, com os músculos rígidos e um desespero agonizante a pintar cada gesto e cada explosão emocional.

Tal como se vê nas melhores prestações da atriz, a chave para genialidade de Knightley está na sua fisicalidade. Em “Colette” isso está particularmente visível nas suas cenas de dança orientalista. Durante parte da sua vida, a célebre escritora sustentou-se com a dança, mas Knightley nunca ousa retratá-la como uma grande bailarina, fazendo da coreografia uma extensão do seu desconforto social. Tensa e altiva, robótica e obstinada, Colette está sempre a desafiar quem a vê, sempre a lutar, sempre à procura da libertação que ela sabe merecer.

 

–       Cláudio Alves




4 – ANNA KARENINA (2012)

anna karenina
Keira Knightley em “Anna Karenina” (2012) |©Focus Features

“Anna Karenina”, de Joe Wright, é uma adaptação literária muito pouco ortodoxa, tanto ao nível cénico como interpretativo. Mais do que fazer uma tradução fiel do livro para o grande ecrã, Wright concebeu uma crítica e perspetiva pessoal sobre a narrativa e estilo de Tolstoy. Ele fez isso, ao tornar a sociedade russa do século XIX num literal teatro, enfatizando o seu artifício e qualidade mecânica. Visualmente, tal abordagem resulta num espetáculo fabuloso de crítica social materializada em pirotecnia e fausto cenográfico do mais alto gabarito.

Contudo, para os atores, esta teatralidade estilizada levanta um colossal problema. Mais especificamente, este clássico literário desenvolve a sua personagem central através de prosa extremamente subjetiva, presa à interioridade da figura de Anna Karenina. Uma encenação tão extravagante não abre espaço para desenvolver a personagem com apurada observação e psicologia complicada. Pelo contrário, no papel titular, Keira Knightley tem de traduzir enormes passagens de diálogo mental só com meia dúzia de gestos exagerados e poses baléticas. Este não é um filme de grandes planos subtis, mas de movimentos operáticos.

Knightley que, como já dissemos, é uma atriz que brilha sempre mais pela fisicalidade do que pelo rigor psicológico ou flexibilidade vocal, rende-se por completo às peculiares exigências deste desafio. Vejam quanto ela nos diz sobre Anna com o modo como foge apressadamente de uma dança, com a brusquidão com que se levanta da cadeira durante uma corrida ou a descontração dela na companhia do amante. Com isso dito, a sequência que mais impressiona é também aquela que é mais ostensivamente interna no romance original, o clímax da história que acaba com um suicídio. Ver como Knightley habilmente telegrafa toda a tempestade interior de Anna através de gestos estilizados e expressões em violenta mutação faz-nos crer que, noutros tempos, a atriz podia facilmente ter sido uma estrela do cinema mudo.

–       Cláudio Alves




3 – ORGULHO E PRECONCEITO (2005)

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Keira Knightley and Matthew Macfadyen em “Orgulho e Preconceito” (2005) |©Focus Features

Já sabemos que Joe Wright tem uma queda pelo formato da adaptação literária ao grande ecrã. Com “Orgulho e Preconceito”, atinge a sua obra mais “redonda”, mais capaz de agradar a gregos e a troianos, e que tinha tudo, como adaptação de romance da Jane Austen, para cair nas graças da Academia e de outras premiações, e assim o fez.

A história das irmãs Bennet nunca passa de moda, por mais anos, décadas, séculos ou milénios sejam volvidos. Aqui, Keira brilha no papel de Lizzie Bennet, a irreverente jovem sonhadora, que se recusa a ver limitada pela perspectiva que a sua idade contemporânea tem de uma mulher.

“Pride and Prejudice” representa, acima de tudo, uma crónica de costumes sobre uma luta de classes, entre uma baixa burguesia representada pelas Bennet, e a riqueza nobre de Mr. Darcy e Mr. Bing. Darcy é, por norma, o personagem mais escrutinado no que diz respeito ao seu interprete, mas não há como negar que Keira nasceu para encarnar Lizzie, em toda a teatralidade da sua forma comedida e simultaneamente expansiva.  Com Lizzie, Keira Knightley foi nomeada ao seu primeiro Óscar, um triunfo meritório.

-Maggie Silva




2 – UM MÉTODO PERIGOSO (2011)

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Keira Knightley e Michael Fassbender em “Um Método Perigoso” (2011) |©Sony Pictures Classics

O que é que constitui bom trabalho de ator? A maior parte das pessoas parece assumir que o propósito de um ator é imitar a realidade, mas há também um gosto por um certo tipo de expressão dramática que transcende a mimese. Realismo teatral talvez seja aquilo que se procura quando nos referimos a bom trabalho de ator, mas essa definição é incrivelmente limitada. Há projetos, figuras, personagens, textos que requerem algo diferente. Em “Um Método Perigoso”, o genial David Cronenberg constrói um retrato de grandes cismas na génese da psicanálise através de estilos de atuação em abrasivo contraste, quase em colisão.

Cada um dos três atores principais parece estar a atuar para um filme diferente. Enquanto Michael Fassbender e Viggo Mortensen ainda se podem considerar dentro de uma definição convencional de bom trabalho de ator, Keira Knightley está muito longe disso. Não há nada de credível ou “realista” na sua performance que, desde o primeiro instante, é feita de gestualidade extremada e um trabalho vocal tão estranho que se aproxima do ridículo. Aqui, ela é uma paciente psiquiátrica, uma mulher russa que tanto ocupa o papel de tentadora como de génio oprimido dentro da narrativa do filme.

Longe de fazer coerir essas facetas da personagem, Knightley estilhaça a personagem e afia os ângulos mais afiados das suas contradições. Ela é grotesca quando se contorce como se estivesse possuída e quando parece uma adulta infantilizada. No entanto, há uma inteligência que brilha nos seus olhos por detrás da loucura. Além disso, a aspereza do seu sotaque e a rigidez brusca que o seu corpo adota nas partes finais da história dão a ideia de alguém psicoticamente farta de ter as suas palavras ignoradas e sua vontade questionada. Ela é uma personificação de algo primordial e assustador, mas também é estranhamente magnética. Ela repugna-nos, mas queremos olhar para ela sempre que está em cena e nunca ousamos desviar os olhos.

Trata-se de uma interpretação que ganha qualidade pela sua estranheza, o tipo de proeza arriscada que divide audiências e nunca ganha os prémios que devia.

–       Cláudio Alves




1 – EXPIAÇÃO (2007)

Expiação
Keira Knightley em “Expiação” (2007) |©Focus Features

No topo desta lista, encontramos a magnífica prestação de Keira Kightley como Cecilia em “Atonement”, uma adaptação do romance de Ian McEwan que Joe Wright trouxe ao grande ecrã.Uma adaptação mais que fiel, “Atonement” é a obra da vida de Joe Wright, até à data, preocupando-se em filmar cada plano com uma exactidão desconcertante. Um filme construído por perspectivas, por instantes, por jogos de espelhos e sombras, onde o mínimo movimento é calculado. Cecilia Tallis, a personagem de Keira, chega a ser magistral, em cenas que tudo dependem da linguagem corporal empregue. Cenas como a cena de sexo na biblioteca, ou o mergulho na fonte, momentos cinematográficos marcados por olhares prolongados e repletos de dúvida e desejo. Instantes como a despedida junto ao carro, antes de Robbie (James McAvoy) ser levado. O seu icónico “come back to me”, um lamúrio persistente, avassalador, capaz de ir para lá da distância e do tempo, desse tempo de guerra que aqui é filmado com tanta mestria.

Keira Knightley, no seu vestido verde, é uma visão estupenda, e uma figura forte e imponente, que domina e intoxica o ecrã.  Poucas palavras diz, mas o seu corpo e o seu olhar transparecem o desespero que a narrativa evoca.

Por aí, concordam com os títulos da nossa lista e com esta ordem?

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