© 1998 - Miramax / © NOS Audiovisuais / © Metro-Goldwyn-Mayer Studios Inc. All Rights Reserved.

10 grandes filmes de Rock que não podes deixar de ver

[tps_header]

Prepara-te para abanar a cabeça e o esqueleto, pois vamos percorrer alguns dos maiores filmes de rock da história do Cinema.

No passado dia 13 de julho celebrou-se o Dia Mundial do Rock e no mesmo momento em que publicamos este artigo encontram-se ainda em sala “Yesterday” e “Her Smell – A Música nas Veias” – dois filmes que retratam duas realidades (ou fantasias) muito distantes mas que se cruzam inevitavelmente no espectro do rock’n’roll.

Desde o início da Era de Ouro do rock que o cinema tem tentado recriar a sua energia e misticismo no grande ecrã, por isso a MHD reuniu só para ti 10 grandes filmes de Rock que não podes deixar de ver.

[/tps_header]

VELVET GOLDMINE, de Todd Haynes (1998)

© 1998 – Miramax

“Velvet Goldmine” é um dos mais bonitos tributos ao Glam Rock que o cinema já presenciou. A ideia inicial de Todd Haynes era fazer uma biografia sobre David Bowie, mas como o cantor não cedeu os direitos, o realizador foi obrigado a dar a volta de outra forma – e é por isso que as personagens nos são tão próximas. Apesar de se tratar de uma história de ficção, a narrativa é altamente baseada em pessoal da altura.

Com ação nos anos 80, revivemos o percurso da superestrela britânica Brian Slade (uma espécie de David Bowie meets Jobriath) através do jornalista Arthur Stuart que investiga a época, tentando perceber a origem da decadência da carreira de Slade, após este ter tentado fingir a sua morte.

Tramas à parte, Velvet Goldmine é especialmente bem-sucedido na representação do glamour do rock e da expressão de identidade sem quaisquer medos. Afinal, vivíamos (e por vezes ainda vivemos) numa altura em que ter um ícone com quem nos identificamos faz-nos sentir menos sozinho nos mundos. Quem disse que pintar as unhas é só para mulheres?




WOODSTOCK, de Michael Wadleigh (1970)

© 1969 Michael Lang/Henry Diltz

Um ano após o festival mais épico na história do Rock e da Música, surge um documentário sobre o Woodstock Festival, que aconteceu em 1969. Se para a maior parte do mundo não passa de um acontecimento que marcou a história da música e dos anos 60, para outros é uma memória real e indescritível. Woodstock, de Michael Wadleigh, é o melhor testemunho que temos para perceber a dimensão e a intensidade do evento.

É no final dos anos 60, em pleno período da Paz e Amor, que surge um Festival de Música e Arte com a promessa de ser uma exposição aquário com o melhor que o talento humano tem para oferecer. Com uma adesão que chegou às 400 mil pessoas, quando inicialmente se estimavam apenas 80 mil, o Festival de Woostock entrou para a história como um marco da geração hippie e da liberdade de espírito.

O Festival teve lugar no Norte de Nova Iorque, em Bethel, e foi num palco situado na parte mais baixa de uma colina que se construiu um anfiteatro natural onde tocaram artistas como The Who, Jimmy Hendrix, Jefferson Airplane e Janis Joplin. O que o documentário nos mostra é uma parte do sentimento e da emoção que é juntar quase meio milhão de pessoas com um propósitos tão simples como ouvir música, conhecer arte e conviver em harmonia com seres humanos. Tudo ao som de rock ‘n’ roll e de muitos músicos que infelizmente já não estão entre nós.

Uma obra essencial que congela um momento tão especial que dificilmente terá concorrência à altura.




THIS IS SPINAL TAP, de Rob Reiner (1984)

© Metro-Goldwyn-Mayer Studios Inc. All Rights Reserved.

Christopher Guest é um dos mestres da paródia cinematográfica e “This Is Spinal Tap” é a joia da coroa da sua luminosa carreira. Concebido como uma versão absurda de um documentário musical, esta comédia tem a peculiar honra de ter parodiado tão bem o seu sujeito, que os seus próprios mecanismos vieram a redefinir e influenciar a produção de futuros documentários do género.

O filme conta a história de uma banda fictícia, os titulares Spinal Tap, e fá-lo com tanto aprumo como loucura. O elenco muito contribui para o caráter improvisado e de cinema verité promovido pela estética da produção. Guest, em particular, é estupendo, mas os outros atores nunca ficam abaixo do seu nível e dão vida a este exemplo de metacinema com invariável virtuosismo cómico.

É evidente, contudo, que, num filme deste tipo, o que interessa, acima de tudo, é se a comédia funciona. Em relação a “This Is Spinal Tap” a comédia não só funciona como é quase um marco na História do Cinema. As piadas deste mockumentary perduram como poucas conseguem, em parte pela inteligência e sinceridade com que são apresentadas ao público. Para fãs de bom cinema, de heavy metal e de boas gargalhadas, esta é uma obra-prima essencial.




STOP MAKING SENSE, de Jonathan Demme (1984)

filmes de Rock
© Cinecom Pictures e Palm Pictures

Rodado ao longo de três gloriosas noites em 1983, “Stop Making Sense” é um dos melhores filmes concerto alguma vez concebidos. Ao contrário de muitas outras produções do género e tal como a célebre crítica Pauline Kael viria a afirmar, o apelo do projeto, a sua natureza eletrizante, nasce de uma simplicidade extrema.

Trata-se de um engenho quase minimalista, mas não por isso menos mágico para o espectador. Jonathan Demme, antes de ser famoso por “O Silêncio dos Inocentes”, cedeu o enfoque do filme à música e aos artistas em palco, quase que eliminando a presença do público. Os adereços são mínimos e é o movimento humano, guiado pelo som, que dinamiza a imagem e lhe dá forma, lhe dá ritmo e energia.

No meio da escuridão teatral, os Talking Heads liderados por David Byrne oferecem o espetáculo de uma vida. Byrne, em particular, contorce-se como uma marioneta a quem cortaram os fios ou uma criança vestida com um fato de adulto. Há algo de surreal em toda a construção formal desta joia de formalismo modesto e celebração da música.




GIMME SHELTER, de Albert Maysles, David Maysles, Charlotte Zwerin (1970)

© 1970 – Maysles Films

Em 1969, no final da sua digressão, os Rolling Stones deram o seu último concerto em Altamont Speedway, que viria a ser marcado não pelo Rock ‘n’ Roll mas por uma enorme tragédia.

O filme dos irmãos Albert e David Maysles e Charlotte Zwerin foi lançado em 1970 e marca o início de uma cultura de Rock muito mais agressiva a comparar com a época hippie dos anos 60.  O documentário intercala partes de vários concertos da tour com entrevistas a Mick Jagger e imagens de arquivo dos membros da banda, culminando no último concerto que iria acabar em desgraça – uma das 300 mil pessoas, um jovem negro, foi assassinado por um membro da Hell’s Angels (que trabalhavam como segurança no evento).

Em 90 minutos são-nos documentados os fenómenos mais característicos da altura no mundo da música: o estrelato exagerado, que leva a pessoas descontroladas, e a um sentimento de confiança e aprovação em cometer atos hediondos.




IT MIGHT GET LOUD, de Davis Guggenheim (2008)

© Sony Pictures Classics

Quem acompanha a carreira de David Guggenheim sabe de antemão que a música e a intervenção social são dois dos seus maiores focos de interesse. Foi em 2008 que o realizador de Uma Verdade Inconveniente lançou “It Might Get Loud“, um documentário focado em três dos maiores guitarristas que este pequeno-grande mundo já teve o prazer de ouvir.

Oriundos de gerações diferentes, os músicos Jimmy Page (Led Zeppelin), The Edge (U2) e Jack White (The White Stripes) despem as suas máscaras de rockstar e deixam-nos entrar bem a fundo no seu ser. Visitamos os seus lugares preferidos, conhecemos as suas maiores baixões e ambições e percebemos onde vão buscar a inspiração para serem considerados estrelas do mundo do rock.

Sempre sem perder o foco no Rock ‘n’ Roll, a promessa cumprida de Guggenheim é ir além do superficial e das frases famosas que caracterizam estes músicos. E é com mais gosto, e a alta velocidade, que nos rendemos às suas histórias e jeitos de ser.




CELEBRATION DAY, de Dick Carruthers (2012)

filmes de Rock
© Omniverse Vision

É verdadeiramente difícil falarmos em Rock ‘n’ Roll sem mencionarmos frequentemente a banda Led Zeppelin. No Rock ‘n’ Roll Hall of Fame (em Ohio) A banda britânica foi descrita como sendo “tão influente” na década de 1970 quanto os Beatles foram na década antecedente.

É com Celebration Day que, finalmente, os amantes do rock recebem uma homenagem das maiores bandas de sempre. Realizado por Dick Carruthers, conhecido e prestigiado realizador de concertos, este filme é um documentário musical que segue o último concerto da banda em 2007 – que não tocava junta há 12 anos – de tributo a Ahmet Ertegun, fundador Atlantic Records.

Filmado na O2 Arena em Londres, o concerto conta com a presença de Robert Plant na voz, Jimmy Page na guitarra, John Paul Jones no baixo e, na bateria, Jason Bonham, filho do baterista original da banda, John Bonham.




A ÚLTIMA VALSA, de Martin Scorsese (1978)

© 2002 – United Artists Films – All Rights Reserved

Foi em 1976 que os canadianos The Band subiram ao palco para um concerto de despedida em São Francisco. A noite épica foi filmada por Martin Scorsese, tornando-se assim no seu quarto documentário.

“This film should be played loud!” aparece-nos antes dos créditos iniciais. E aquilo que, na verdade, já estamos habituados a ler em filmes relacionados com música, toma uma dimensão especial quando nos inteiramos do contexto: plenos anos 70, texto branco em fundo preto. A mensagem é mesmo para levar a sério.

Em “A Última Valsa”, Scorsese não só captura um concerto sublime e cheio de energia e surpresas, que contou com nomes como Eric Clapton, Neil Diamond, Bob Dylan, Joni Mitchell, Van Morrison, Muddy Waters e Neil Young, como o faz de uma forma extremamente intimista, focando-se permanentemente na magia que é atuar num palco daquela dimensão e na interação dos membros da banda. Intercalando com algumas entrevistas, A Última Valsa é uma peça preciosa na história do rock.




24 HOUR PARTY PEOPLE, de Michael Winterbottom (2002)

© 2002 Metro-Goldwyn-Mayer Studios Inc. All Rights Reserved.

Foi há 17 anos que o realizador e produtor natural de Lancashire lançou um filme sobre o cenário musical do seu país, mais especificamente a cidade de Manchester e o criador da Factory Records, Tony Wilson.

Com uma incrível prestação de Steve Coogan como Wilson, “24 Hour Party People” segue o produtor musical desde que este era um simples jornalista e revela-nos o concerto de Sex Pistols que mudou a sua vida e que despertou nele uma vontade imensa de colocar Manchester no mapa.

Esta é a verdadeira história de como uma cidade cinzenta como Manchester viu erguer um conjunto de bandas que até aos dias de hoje são emblemáticas no universo do Rock ‘n’ Roll. É ao som de Sex Pistols, Joy Division, New Order e Happy Mondays que embarcamos nesta alucinante e hilariante viagem, imperdível para especialmente para os fãs das bandas referidas!




SÓ OS AMANTES SOBREVIVEM, de Jim Jarmusch (2013)

filmes de Rock
© NOS Audiovisuais

Chegados ao final do nosso top, apresentamos-vos, muito provavelmente, o filme com menos ligação histórica ao mundo do Rock ‘n’ Roll – mas merece a sua presença tanto como os outros.

Jim Jarmusch, o próprio, já é considerado um símbolo do Rock no cinema, se associarmos ao significado uma filmografia brilhante, um poder extraordinário em contar histórias que nunca nos cansam e um envolvimento intenso e artístico com estrelas da música, como Neil Young, Tom Waits e Iggy Pop.

Foi em 2013 que vimos pela primeira as caras pálidas de Tilda Swinton (Eve) e Tom Hiddleston (Adam), um casal de vampiros eternamente apaixonado que luta contra as dificuldades da vida, que já dura há séculos. Com a chegada de uma irmã mais nova, a existência perpétua fica ainda mais complicada.

Como se precisássemos de mais alguma surpresa no enredo, Adam é um músico que utiliza a arte como condutor para a sua depressão constante. A música está presente em quase todas as cenas, tendo sido composta e/ou interpretada pela banda do próprio Jarmusch, SQÜRL, e Jozef Van Wissem.

 

Qual é o teu filme favorito?

[tps_footer]

[/tps_footer]

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *