Barbie é o centro da discordia e estas são as opiniões mais controversas sobre o candidato ao Óscar
“Barbie” continua nas bocas do mundo, mas o filme mais falado do ano não foi por todos adorado. Conhece algumas das opiniões mais controversas associadas ao filme.
[Alerta: Este artigo terá, naturalmente, SPOILERS ligeiros do argumento do filme]
O filme cor-de-rosa liderado por uma das bonecas mais famosas do mundo foi um dos mais esperados de 2023, e para muitos, não desiludiu. A crítica foi em grande maioria favorável, atingindo os 88% classificação no Rotten Tomatoes, 80/100 no Metacritic, e 7,1/10 no IMDB.
Mais de um bilião de dólares depois, a comédia de Greta Gerwig e Noah Baumbach apresentou cenários únicos, uma aventura no mundo real, uma crítica à sociedade, um toque de feminismo, e 1 hora e 54 minutos de diversão para os milhares que se deslocaram às salas de cinema por todo o mundo.
Restam poucas dúvidas que “Barbie” será um forte candidato aos Óscares da Academia 2024. Mas o filme liderado por Margot Robbie e Ryan Gosling não agradou a todos de igual forma, e se para muitos foi um sucesso, para outros apresentou falhas no argumento, na lógica, e no que poderia ter alcançado. Ficam alguns exemplos.
OS TEMAS FEMINISTAS NÃO FORAM BEM ABORDADOS
Inegavelmente, um dos maiores temas abordados no filme é o feminismo: o papel das mulheres na sociedade, a aceitação da imperfeição, as dificuldades sentidas quando existe uma má interpretação do fenómeno. Este último vê-se particularmente quando Ken vai ao mundo real e decide levar para Barbieland o “machismo”, o que leva eventualmente a uma melhor compressão do que significava haver igualdade entre os dois géneros naquele mundo.
Tendo sido um dos aspetos mais valorizados pelos espectadores, existe também quem teça críticas à criação de Greta Gerwig, afirmando que não transmitiu o feminismo da forma que devia, tendo transformado o tema em algo superficial e que se traduziu em piadas, deixando assim passar oportunidades de trazer uma boa mensagem a quem via o filme e não incluindo informação importante, sobretudo no argumento à volta das mulheres do filme. Um dos exemplos teria sido a Barbie estereotipada ter aceite as suas imperfeições como a celulite e pés no chão.
OS KENS TIVERAM MAIOR DESENVOLVIMENTO DE PERSONAGEM DO QUE AS BARBIES
Inicialmente no filme, enquanto as “Barbies” eram as protagonistas de Barbieland (e até o mundo onde vivem tira o nome da boneca) os “Kens” tinham apenas atividades secundárias, algumas até básicas. No desenvolver do filme, os “Kens” tomaram o centro das atenções e o controlo, revoltando-se acerca da forma como eram tratados – apesar de terem ido para o limite oposto. No final, entenderam como podem coexistir e tiveram um desenvolvimento completo, mostrando os vários lados da moeda, vulnerabilidade, e crescimento.
Para algumas opiniões, as “Barbies” não tiveram o mesmo desenvolvimento, apesar de em teoria serem as personagens principais.
ALGUNS TEMAS FORAM DEMASIADO EMOTIVOS PARA O ESTILO DO FILME
Se inicialmente houve quem pensasse que “Barbie” iria ser um filme superficial sobre a boneca mais famosa da Mattel, a produção abordou bastantes temas relevantes e alguns difíceis. Um dos exemplos é o monólogo intenso de Gloria (interpretada por America Ferrera) acerca da experiência feminina.
Para alguns, no entanto, isto é um ponto fraco do filme, tendo mexido em temas sensíveis e pesados, que não encaixaram com o tom descontraído e o estilo de comédia do filme. Algumas opiniões consideram que o filme os deixou tristes no que deveria ter sido um momento leve, apto para crianças inclusive, sendo sobre a boneca.
HOUVE DEMASIADA APOSTA NA CINEMATOGRAFIA DE “BARBIE”, E POUCA NO ARGUMENTO
Visualmente, há muito pouco a apontar a “Barbie”, ao seu mundo colorido, as roupas, os detalhes das casas, easter eggs relacionados com as criações da Mattel, e até a aposta nos cenários feitos em estúdio ao invés de uma produção totalmente em ecrã verde.
No entanto, algumas opiniões partilhadas nas redes sociais mencionam que o filme não teve a mesma atenção dada ao argumento, e apesar de ser impressionante nos visuais, a história do filme foi aborrecida.
AS BARBIES FORAM INJUSTAS COM OS KENS
Como já foi mencionado num dos pontos anteriores, as “Barbies” tinham o controlo de Barbieland, eram o centro de todas as atenções, e os “Kens” existiam apenas para as complementar. Algumas opiniões centraram-se no facto de que as protagonistas estavam erradas em tratar os seus companheiros masculinos daquela forma, e que deveriam não só tratá-los melhor como dar-lhes as mesmas oportunidades desde sempre, e não apenas após eles se terem revoltado.
Este ponto acaba por ser um reflexo também do mundo real em diferentes temas – quiçá também uma crítica subliminar por parte de Greta Gerwig.
FALTOU O ROMANCE ENTRE A BARBIE E O KEN
Os estereótipos de “Barbie” e de “Ken” sempre foram vistos como um casal romântico, e por isso não terem sido representados como tal no filme foi surpreendente para muitos. A Barbie pelo menos, não o vê dessa forma, enquanto que o Ken faz tudo por ela e gostaria que isso fosse uma realidade; há todo um momento musical relacionado com o tema.
Tendo sido isto um ponto positivo para muitos espectadores – a representação de uma mulher empoderada que não precisa do relacionamento, para outros foi também uma oportunidade falhada de representar o Ken como o namorado perfeito para a Barbie representado na forma de boneco pela Mattel desde que foi criado.
O RELACIONAMENTO ENTRE GLORIA E A SUA FILHA PODERIA TER SIDO MAIS DESENVOLVIDO
America Ferrera fez uma intepretação invejável da humana Gloria, e ao longo do filme percebemos que não é a sua filha Sasha que está a brincar com a Barbie e que abriu a ligação entre Barbieland e o mundo real; é a própria Gloria. Aí temos a oportunidade de ver um pouco da vida de Gloria com a sua filha quando ela estava a crescer, a ligação que tinham à volta da boneca, e o afastamento que tem existido nos tempos recentes, muito ligado com o crescimento de Sasha.
Este tópico, apesar de relevante, não foi explorado: Gloria e Sasha foram para Barbieland ajudar a protagonista no seu problema, mas não trabalharam as questões que as atormentavam, apenas as viram resolvidas de um momento para o outro, o que representa uma falha na opinião de alguns espectadores.
NÃO EXISTIU MUITA DIVERSIDADE
Um dos pontos fortes do filme foi considerado também a representatividade existente no filme, na pele das variadas Barbies e Kens e de um casting diverso.
No entanto, algumas opiniões divergem desta e consideram que, devido a ser focado numa mulher branca – estereotipada, como o seu próprio nome indicava – e nas suas problemáticas, é difícil para todas as pessoas conseguirem identificar-se e assim o tópico da diversidade foi coberto apenas de forma superficial.
A PROTAGONISTA MERECIA TAMBÉM O SEU MOMENTO MUSICAL
Finalmente, uma das questões controversas apontadas por alguns espectadores gira em torno da falta de um momento musical da protagonista, enquanto que tivemos um de Ken. Tivemos, no entanto, um momento musical sem canção, no qual tivemos oportunidade ver as Barbies e os Kens a dançar, mas há quem considere que a Barbie também merecia o seu momento de cantar acerca das suas batalhas tal como fez Ken na música já viral.
O que acham destas opiniões? Concordam com alguma ou acrescentariam alguma opinião menos popular vossa?
