Dia Mundial do Animal | 25 Filmes para Amantes de Animais
[tps_header]
4 de outubro assinala o Dia Mundial do Animal. A Magazine.HD comemora este dia com uma lista que engloba filmes perfeitos para amantes de amigos de quatro (ou mais, quem sabe). Se és um verdadeiro amante de animais, esta lista é para ti!
Esta lista, que não segue nenhuma ordem particular, tem tudo um pouco. Filmes de animação, filmes de imagem real, filmes em que os animais são os protagonistas, e filmes em que estão lá para animar os protagonistas. Filmes alegres e filmes de fazer chorar as pedras da calçada. Obras recentes e clássicos de culto. Certamente muitos outros títulos poderiam ser incluídos, mas ficam para uma próxima, que virá certamente!
Aqui ficam, 25 filmes sobre os nossos melhores amigos…não só os cães, mas todos os animais.
[/tps_header]
ZOOTRÓPOLIS (2016)
Começamos esta lista com um dos muitos filmes de animação da Walt Disney Animation que nela poderiam figurar, e é particularmente relevante por ter vencido o Óscar de Animação em 2017. “Zootrópolis” está longe de ser um filme sobre o reino animal. É antes uma metáfora perfeita para o mundo dos humanos. Aqui, os animais são para lá de antropomórfico, e as suas raças espelham características associáveis não só aos respectivos animais mas também a certos grupos e papéis sociais. O filme explora a relação entre uma coelhinha nova na força policial e uma raposa matreira, que juntos vão descobrir uma conspiração.
O filme foi realizado por Bryon Howard, responsável pela realização de Bolt (2008) e Entrelaçados (2010), e ainda por Rich Moore, criador de Força Ralph (2012). É provavelmente um dos melhores filmes da Disney (sem a Pixar) nos últimos anos, por transportar a sua mensagem para uma enorme parábola. Um filme com uma inteligência impressionante no argumento, repleto de trocadilhos, pequenos detalhes encantadores e muito, muito coração.
BABE (1995) e BABE – UM PORQUINHO NA CIDADE (1998)
“Babe” é um clássico absoluto, destinado a nunca perder a sua validade como filme familiar para um domingo à tarde bem passado. E o mesmo se aplica à sua sequela: “Babe, um Porquinho na Cidade”. “Babe”, a história de um porco falante, já conta com quase 25 anos em cima, mas a sua leveza de espírito impede-o de se tornar obsoleto. É-nos narrada não só a história de babe, mas a de toda a sua vida na quinta. Esta é a quinta de Arthur Hoggett, que ganha um porco na feira. Babe depressa é bem-recebido na quinta, e cria um laço forte com a cadela Border Collie Fly, e descobre que também ele consegue guiar rebanhos. Os outros animais ficam invejosos, será que conseguirão aceitar o pequeno leitão, contra todas as regras sociais?
No fundo, um bem intencionado conto sobre quebra de expectativas e relações fortes entre suspeitos do comum bem improváveis. A sequela é possivelmente ainda mais popular, tendo inclusive sido nomeada para o Óscar de Melhor Canção Original. Neste segundo capítulo, o dono da quinta encontra-se doente, sem poder trabalhar, e cabe a Babe rumar à grande cidade e procurar salvar a quinta. Uma diversão familiar capaz, repleta de intencionalidade e, acima de tudo, de uma boa dose de nostalgia dos anos 90.
SKIP – UM AMIGO ESPECIAL (2000)
“Skip” é um filme da viragem do milénio. Uma das muitas comédias familiares bem intencionadas que se multiplicavam na altura. Contudo, “Skip” é de certa forma especial. Não trata apenas de um animal que ajuda lá por casa, que alegra e faz truques. Não, “Skip” é muito mais do que isso. É um belo filme comovente, sobre o poder de uma amizade entre um cão e o seu jovem dono. É um filme relativamente lento e sóbrio, em particular se considerarmos o género em que se encaixa. Protagonizado por Frankie Muniz (“Malcolm” em “Malcolm in the Middle”, “Cody Banks”), é a história de um rapaz tímido, e narra-nos aqui o seu “coming of age”, o seu crescimento e as dificuldades associadas, sempre acompanhado do seu cãozinho.
É um filme de época, situado no Mississipi em 1942. Aos 9 anos de idade, um rapaz recebe um cachorro como prenda, um pequeno terrier chamado Skip. O cãozinho torna-se um membro apreciado da comunidade, e muda a vida do rapaz, que mantém uma relação forte com o animal enquanto cresce e se torna um adulto. O filme baseia-se no livro de memórias do escritor Willie Morris, de nome “My Dog Skip”.
Em 2019, a autora deste artigo ainda se desfaz em lágrimas ao recordar a bonita amizade entre Skip e Willie, para sempre imortalizada no cinema. Uma amizade que teve de chegar ao fim, pois infelizmente a vida de um cãozinho não é eterna. Uma curiosidade: O Skip foi representado por dois cães distintos, dois Jack Russell Terriers, Moose e Enzo, pai e filho, famosos por interpretarem Eddie na Sitcom Frasier. Os dois cãozinhos morreram aos merecidos 15 anos de vida, em 2006 e 2010, mas deixaram estas memórias preciosas para sempre.
A VIDA DE PI (2012)
HAPPY FEET (2006)
“Happy Feet” é uma história simples, vencedora do Óscar de Melhor Filme de Animação, que inesperadamente chega até nós pela mão de George Miller. Sim, o mesmo George Miller responsável pela saga Mad Max, por mais estranho que possa parecer.
De forma muito simples, o filme retrata a famosa dança de acasalamento dos pinguins. Estamos no mundo dos Pinguins Imperadores, e encontrar uma alma gémea implica uma canção. Há um pinguim que não consegue cantar, e por isso, ele vai compensar a sua pequena falha com muito…sapateado! Um inocente filme familiar, que embora nunca tenha alcançado consenso crítico, é sempre uma visualização agradável.
ANIMAL FARM (1954)
Em 1954 foi realizada a mais célebre adaptação ao grande ecrã da obra “O Triunfo dos Porcos” ou “A Quinta dos Animais” (dependente da edição), uma alegoria sobre socialismo e especialmente comunismo, criada por George Orwell, nomeada ao BAFTA no ano seguinte. O pequeno livro de Orwell segue o lema: “todos os animais são iguais, mas certos animais são mais iguais que outros”.
Em 1999, um Telefilme voltou a recuperar esta história, tendo sido nomeado para o Emmy. “Animal Farm”, baseado num livro bastante pessimista e sombrio, um livro que desacredita eficazmente certos ideais românticos, talvez não seja a obra em que pensamos imediatamente ao pensar em “dia mundial do animal”. Contudo, é importante referir aqui algumas obras que desenhem uma aproximação entre o mundo animal e humano, como esta faz de forma eficaz.
Historicamente, esta longa-metragem de animação é relevante, por ter sido uma das primeiras a ser distribuída no Reino Unido, de onde é oriunda.
O RAPAZ E O CÃO (1957)
Se, como eu, são fãs de “Friends”, então “Old Yeller” é um filme sobre o qual sabem já profundos spoilers. Caso não sejam tão fixados na série, há que dizer que foi uma das primeiras aventuras familiares sobre um melhor amigo canino. Um filme familiar de aventura, mas também um drama, “Old Yeller” é uma criação dos Walt Disney Studios, com laivos de Faroeste incorportados.
O jovem Travie Coates fica a tomar conta do rancho da família com a sua mãe e o seu irmão mais novo, quando o pai vai conduzir gado. Estamos em 1860. Quando um rafeiro chega para uma visita, Travis adota-o com alguma relutância. Depois de uma série de aventuras envolvendo cobras, ursos, lobos e demais animais selvagens, Travis começa a amar e respeitar o velho Yeller, um cãozinho chamado Spike que entrou também em Lassie (1960-1971) , e que vai ter um impacto profundo na vida do rapaz. Publicitado pela Disney como o seu filme mais dramático, é uma história bastante universal, sobre a importância de ter amigos de quatro patas para a nossa formação enquanto humanos e cidadãos. Um filme com uma “mensagem” clássica, e um tipo de estrutura de argumento que viria a ser duplicado no futuro. Uma fórmula simples, mas vencedora. Um clássico dos antigos Estados Unidos, com alguns valores universais.
TRILOGIA COMO TREINARES O TEU DRAGÃO (2010-2019)
Conta já com três filmes, esta que é uma das sagas mais bem-sucedidas de animação lançadas pela Dreamworks. Talvez seja até a mais bem-sucedida a seguir de “Shrek”, e não poderia ser mais legítimo. Um sucesso junto da crítica e do público, o primeiro capítulo, lançado em 2010, foi nomeado na categoria de Animação nos Óscares e ainda na de banda-sonora. O segundo capítulo conseguiu o feito improvável de elevar o franchise, tendo sido lançado em 2014. Este ano, regressou com um terceiro capítulo, que provavelmente, tal como os seus antecessores, conseguirá chegar às nomeações dos Óscares.
“How to Train Your Dragon” é uma história sobre uma raça de animais fictícia, mas é, acima de tudo, sobre a relação simbiótica que pode existir entre homem e meio. É uma lição comovente sobre tolerância, e sobre não ceder à tentação fácil de julgar baseado em aparências. É uma bela alegoria, sobre a transformação do ódio em amor, e do medo em admiração. O nosso jovem herói sonha, no início da saga, com tornar-se um caçador de dragões, até ao momento em que trava amizade com um jovem dragão chamado Toothless, desdentado no português. A partir daí, tudo muda. Uma emocionante e divertida lição sobre tolerância e cooperação. Porque os dragões podem não existir, mas existem muitos outros animais que merecem o mesmo respeito.
CAVALO DE GUERRA (2011)
Piroseira à parte, e este é um filme de Spielberg particularmente piroso, “Cavalo de Guerra” traça uma honrosa homenagem a um amigo do homem. A cavalaria em tempos de guerra não teve certamente, ao longo da história, uma vida fácil. Por isso, por muito que seja uma criação para puxar a lágrima, é emocionante, de facto, dar tempo de antena à relação entre um homem e o seu bravo cavalo. Já sabemos que Steve Spielberg é fã dos dramas de guerra, e aqui deixa um pequeno conto, bem-intencionado, embora um pouco tosco. Tosco ou não, foi nomeado para 6 Óscares, incluindo Melhor Filme do Ano e Melhor Fotografia. A magnífica banda-sonora criada por John Williams recebeu também ela uma indicação.
Com argumento escrito por Richard Curtis, sim, o mesmo responsável pelo personagem “Mr.Bean” ou por “O Amor Acontece” (2003), o que supomos explicar o clima melodramático e romantizado, “War Horse” situa-nos no início da Primeira Guerra Mundial. O jovem Albert tem um querido cavalo, “Joey”, que o seu pai vende à cavalaria. Albert junta-se ao exército britânico e é ferido numa enorme batalha em França. Enquanto recupera no hospital, ouve falar de um cavalo que está perdido em terras de ninguém. A esperança cresce….
LIBERTEM WILLY (1993)
“Free Willy” é um dos maiores clássicos no que diz respeito à temática animal, e é inegável no que diz respeito a aventuras familiares com miúdos ao barulho. Uma referência para a produção que se lhe seguiu, e até mesmo para a criação de documentários mais sérios sobre a temática, “Free Willy” é importante quase como uma ferramenta de consciencialização. Fez-nos e faz-nos tomar consciência sobre as necessidades deste magistral mamífero aquático.
Uma criação com um coração do tamanho do mundo, alerta-nos para a caça furtiva, e para as situações de cativeiro mais desencorajadas. Um pescador separa uma jovem orca (Willy) dos seus pais e esta acaba na marina. Um miúdo a fazer serviço comunitário entra em contacto com Willy, e cria-se uma amizade entre os dois. Quando a vida de Willy se vê em risco, o jovem, Jesse, faz de tudo para salvar o seu companheiro.
Em 1995, o filme teve direito a uma sequela, muito pouco bem sucedida, mas que mantém a pertinência temática, quando Jesse, agora um adolescente, tenta salvar Willy e outras orcas de um derrame de petróleo.
PAPUÇA E DENTUÇA (1981)
“Papuça e Dentuça” ou no original “The Fox and the Hound” é um dos mais belos e emotivos filmes de animação da Walt Disney Studios, e incontornável numa lista alusiva ao Dia Mundial do Animal. Tal lista irá sempre conter um número avassalador de filmes de animação, e este conto sobre amizade é bem antigo, mas a sua beleza não envelhece.
O enredo é muito simples, e é explicado apenas numa frase na plataforma IMDB: dois amigos de infância são forçados a tornar-se inimigos. Mas claro, é um pouco mais complexo do que apenas isso. Estes dois amigos são um cão e uma raposa, que crescem juntos, e por isso não sabem que o ódio mútuo está gravado no seu “ADN”. Apenas o homem é capaz de os colocar um contra o outro, criando uma cisão permanente. Papuça e Dentuça cresceram juntos, uma raposa adoptada e um cachorro que viria a ser cão de caça, e tornam-se inseparáveis durante a sua “infância”. Isto até ao dia em que a sua amizade é colocada ao teste.
No Dia Mundial do Animal lembramos “The Fox and the Hound”, um dos tesouros mais comoventes e mais esquecidos da Disney. Vale sempre a pena regressar a esta história sobre conciliar mundos inconciliáveis.
FRANKENWEENIE (1984) E FRANKENWEENIE (2012)
“Frankenweenie” é uma das obras com mais longevidade na carreira de Tim Burton. Aqui, foco-me essencialmente na curta-metragem, mas recordo também a longa realizada em 2012. Recuperado em 2012, este pequeno conto de Burton vinha já da maravilhosa curta que realizou, com a Disney, em 1984. Isto antes de os abandonar pela primeira vez. Em 2012, o realizador estava a passar por um mau bocado, no que diz respeito à qualidade das suas obras. “Frankenweenie” é talvez dos melhores filmes que fez em anos, em grande parte devido à sua enorme herança, a da curta que lhe deu origem.
O filme de 2012 é uma longa de animação, o de 1984 uma curta de imagem real a preto e branco. Contudo, ambas narram a mesma história. O jovem Victor Frankenstein não aceita a morte do seu cãozinho Sparky, que foi atropelado. Assim, decide trazê-lo de volta, recorrendo aos poderes da ciência. A experiência resulta, mas o seu companheiro morto-vivo aterroriza a vizinhança. Apesar disso, Sparky continua a ser um ótimo companheiro para o seu humano.
Uma história sobre amizade, e um sentido tributo à obra de Mary Shelley.
A TEIA DA CARLOTA (2006)
Continuamos a assinalar o Dia Mundial do Animal com mais um clássico imediato no campo da diversão familiar. “A Teia de Carlota” é uma história com alguma idade, baseada no romance infantil de E.B.White, e que tinha sido já adaptado ao cinema no formato da animação em 1973. Regressou em 2006 em imagem real, com interpretações inesquecíveis como Julia Roberts como a aranha Carlota (Charlotte no original), Oprah Winfrey como um ganso e Dakota Fanning como a criança que protagoniza a história. Dakota Fanning é Fern, uma menina que cria um porquinho, a quem chama Willbur. Quando o porquinho cresce. a jovem vende-o ao seu tio Homer. Aí, Willbur descobre que será morto e comido no inverno. Com medo, pede conselhos a Charlotte, uma sábia aranha com quem travou amizade. Juntos, procuram salvar a vida do porquinho.
A VIDA DE UM CAMPEÃO (2019)
A autora deste artigo admite que não viu “A Vida de um Campeão”, mas queria trazer algo de 2019 para esta lista. Neste caso, traz na forma de um sempre irresistível Milo Ventimiglia (“Gilmore Girls”, “This is Us”) e do seu fiel companheiro. “The Art of Racing in the Rain”, no título original, é um filme simples, uma comédia romântica dramática para amantes de cães e de corridas de carros. Milo interpreta Denny, um piloto de corridas de automóveis, que é inseparável do verdadeiro protagonista desta história, Enzo, um Golden Retriever. As táticas da pista são também úteis para navegar na vida.
EU SOU A LENDA (2007)
“Eu Sou a Lenda”, um thriller pós-apocalíptico no qual o mundo se resumiu a escombros parece aqui uma carta fora do baralho. Na realidade, faz todo o sentido, pois um dos temas fulcrais do filme é a relação entre o personagem interpretado por Will Smith, Robert Neville e Sam, o seu melhor amigo de quatro patas, interpretado pela cadela Abby. Aqui, a amizade entre homem e amigo canino de quatro patas é mais importante do que nunca, pois não existe mais ninguém no mundo. Neville é um cientista, que impedido de parar a propagação de um vírus horrível, criado pelo próprio homem, tenta sobreviver no que resta do pedaço de terra que em tempos foi Nova Iorque. Neville procura uma forma de reverter o vírus, de fazer com que as criaturas infectadas que se escondem nas sombras voltem a ser humanas. Para isso, deve utilizar o seu próprio sangue, por ser imune à doença. Um filme sobre sobrevivência e solidão. E claro, aqui um amigo de quatro patas parece o único remédio!
A obra tem ainda a valência de se basear no livro de Richard Matheson, várias vezes adaptado ao cinema.
HACHIKO – AMIGO PARA SEMPRE
“Hachiko – Amigo para Sempre” ou simplesmente “Hachi”, no original, é uma história sobre amor entre homem e amigo canino. Uma das muitas que recordemos ao assinalar o Dia Mundial do Animal. Esta, por sua vez, é uma narrativa baseada numa história verídica. Neste filme, Richard Gere é o Professor Parker Wilson, que encontra um cachorro perdido numa estação. Acaba por o levar para casa. O cãozinho recebe o nome de Hachi(ko) devido à sugestão do colega japonês de Parker. Hachiko espera todos os dias pelo seu mestre na estação, mas Parker morre, vítima de um ataque cardíaco, e nunca regressa. Hachi não aceita, e por mais que o levem de volta para casa, fica sempre na estação à espera do seu dono. Um drama familiar tão triste quanto comovente, que nos recorda que a lealdade animal é por vezes muito superior à apresentada pelo homem.
“Hachiko” é o remake do original japonês “Hachi-ko”, de 1987. Este filme baseia-se numa história comovente e bem mais antiga. A da amizade entre Hachiko, o cão japonês que esperou pelo seu dono durante 9 anos após a morte do mesmo. Até à sua morte, tanto nos filmes como na vida real, o cão não arredou do seu habitual ponto de encontro. No aniversário recente dos 90 anos da morte do Professor Ueno e 80 da morte do seu cãozinho Hachiko, a Universidade de Agricultura de Tóquio ergueu uma estátua de bronze onde reune os dois amigos.
Em 1924, o Professor ficou com este companheiro de quatro patas, e a sua rotina diária incluía Hachi ir buscá-lo todos os dias à estação de comboio, precisamente à hora em que chegava do trabalho. Quando o seu dono morreu prematuramente, Hachiko foi dado a outras pessoas, mas continuou a escapulir-se, para estar na estação à hora que o seu dono chegaria. Em 1936, um ano depois de Hachiko morrer, foi erguida a primeira estátua do cão. Em 2015, surgiu a segunda, que agora une este par para sempre, imortalizado neste jardim, e no cinema japonês e norte americano. Talvez a história mais significativa sobre o poder do amor canino.
OS 101 DÁLMATAS (1961) e Os 101 DÁLMATAS (1996)
Um dos filmes mais antigos desta lista, que mesmo assim mantém uma atualidade estonteante. Esta clássica animação da Disney narra a história de uma enorme ninhada de Dálmatas, raptados pela Cruela de Vil, a derradeira vilã, que os pretende transformar num casaco de peles. Parte diversão familiar, parte consciencialização contra o uso de peles através de uma hipérbole,”Os 101 Dálmatas” é um filme essencial que passou de geração em geração, e não ameaça parar de o fazer em breve.
Em 1996, o filme teve direito à sua primeira versão em imagem real, protagonizada por Glenn Close. Em breve, os Dálmatas juntam-se ao role de filmes da Disney que terão direito a uma nova versão em imagem real. Desta vez, a história será interpretada do ponto de visto da Cruela, como aconteceu com a obra “Maléfica”, neste caso aplicado à bela adormecida e à sua vilã. “Cruella” estreia em 2021.
COMPRÁMOS UM ZOO (2011)
Realizado por Cameron Crowe (“Quase Famosos”, “Aloha”) e com argumento escrito por Crowe em conjunto com Aline Brosh McKenna (“Crazy Ex-Girlfriend, “O Diabo Veste Prada”), “We Bought A Zoo”, no original, não é um ótimo filme, mas é uma leve e bem intencionada longa-metragem, perfeita para filme de pipoca ao domingo. Protagonizado por Matt Damon e Scarlett Johansson, a comédia dramática familiar tem um título bastante auto-explicativo.
Este é um filme sobre esperança, com o reino animal como pano de fundo. Benjamin (Damon) perdeu a sua esposa, e decide começar de novo, comprando uma enorme casa que tem um zoo associado. O zoo precisa de obras, e Benjamin dedica-se às reparações em conjunto com a cuidadora principal, Kelly, interpretada por Scarlett. O Zoo está com problemas financeiros graves e vai ser precisa toda a ajuda para que o zoológico possa voltar a abrir ao público. Não sendo, de longe, o melhor filme de Crowe, tem, como se costuma dizer de pessoas “bom fundo”. E claro, diz-nos que recomeçar é sempre possível, dando o ar da sua graça ao intitular-se como baseado numa história verídica.
O REGRESSO DE LASSIE (1943)
Lassie é uma menina muito especial. Durante muitos anos, uma mesma cadelinha dão vida à personagem que se viria a tornar um clássico. Protagonista da sua própria série entre 1954 e 1974, A boa Lassie tem créditos de representação ao longo de mais de 30 anos, o que faz supor que possa ter abandonado este mundo entre papéis. Contudo, Lassie veio de uma longa geração de uma família de Collies dedicada a este papel. O papel de “Lassie” vem já da literatura do século XIX e da era do filme mudo. A Lassie moderna “original” foi representada em primeiro lugar por um Collie macho machado Pal. Isto no filme de 1943, “O Regresso de Lassie”. Pal interpretou Lassie em 9 produções distintas, em televisão e cinema, até ser substituído pelos seus descendentes.
Os filmes da Lassie continuam a multiplicar-se, especialmente em imagem real mas também em animação. É esta uma das cadelas eternas do cinema.
A VIDA SECRETA DOS NOSSOS BICHOS (2016)
Uma animação mais recente, de um estúdio mais recente. Este popular filme de 2016 tem direito a sequela no presente ano de 2019. É esta uma produção da , Illumination Entertainment. Este estúdio, responsável por “Gru – O Mal Disposto” (2010) e pelos spin-offs dos Minions (2015), veio agitar as águas, criando novos blockbusters fora do jugo habitual da Disney e Dreamworks.
Quanto a esta comédia familiar, Max é um cão que conta, no original, com a voz de Louis C.K neste papel principal. Max vive num apartamento em Nova Iorque. Um dia, o seu dono traz para casa um novo amigo de quatro patas: Duke, interpretado no original por Eric Stonestreet (Cam em “Moderno Family). Estes dois vão ter que se entender para conseguir descobrir qual o plano maquiavélico do coelhinho Snowball (Kevin Hart), que parece estar a angariar um exército de “animais de estimação perdidos”. Um filme que, à semelhança de “Toy Story” vê o que os brinquedos fazem quando os seus humanos não estão a ver, procura espiar os nossos queridos animais de estimação, e as suas suspeitas actividades quando estamos fora de casa.
MARLEY E EU (2008)
Poucas comédias norte-americanas deste milénio têm o poder da sugestão de “Marley e Eu”, no que diz respeito à presença de amigos de quatro patas. Marley é, até agora, o cão do milénio. A comédia, protagonizada por Owen Wilson e Jennifer Aniston, está muito longe de ser um produto de qualidade. Mas oh, se é um produto popular. Capaz de fazer rir e chorar em igual medida, Marley é um labrador traquina, que detesta tempestades e destrói tudo aquilo em que toca enquanto cachorro. Basicamente, um labrador como os outros, dado a traquinice ao máximo.
A popularidade de Marley é muito suportada pela sua fonte literária, sendo o filme baseado num livro auto-biográfico da autoria do jornalista americano John Grogan. O livro narra a sua vida familiar e os 13 anos de vida do seu labrador Marley, bem como todas as lições que o cãozinho lhes foi capaz de ensinar. Uma visualização perfeita para um sábado à tarde, é dificil resistir a Marley quando já se teve a experiência de ver crescer um labrador traquina e incorrigível.
AMIGOS E DETECTIVES (1989)
Este vamos buscar bem ao fundo do baú! Existiu a parelha inspector + Rex, em Portugal, inspector mais Max (na televisão, mas percebem a ideia). Na sua juventude como ator, também Tom Hanks teve direito a uma parelha clássica homem-animal, e é mesmo isso que falta nesta lista. “Turner & Hooch”, no original, conta história de Scott Turner, um policia de um departamento local, de uma pequena povoação, que se prepara para uma mudança. Vai para a grande cidade, resolver casos ” a série”. Amos Reed é assassinado, e tudo muda. Agora, Turner precisa de resolver o homicídio e o mais próximo de uma testemunha que tem é o cão de Reed, Hooch. Agora, terá também de tomar conta deste novo companheiro de quatro patas, e evitar assim o abate deste novo amigo.
Um filme que não caiu no goto da crítica, mas que ainda assim sobreviveu ao teste do tempo.
O BOM DINOSSAURO (2015)
Se animais fictícios merecem um lugar nesta lista, porque não incluir também animais já extintos? Assim, incluímos “O Bom Dinossauro”, uma pequena pérola da Disney/Pixar, particularmente relevante devido à sua imagética, e que não recebeu o devido crédito.
Este filme coloca uma questão mais do que pertinente, ” e se o asteróide nunca tivesse caído na terra, e os dinossauros nunca tivessem sido extintos?” Como seria a nossa vida se a Humanidade convivesse com dinossauros? Aqui está a resposta. Nesta viagem épica, conhecemos Arlo, que traça uma amizade improvável com um humano. Estes viajam por uma paisagem misteriosa, e Arlo confronta os seus medos e aprende mais sobre as suas capacidades. Um filme que, como muitos outros desta lista, nos alerta não só para a preservação, mas para lições de tolerância e respeito mútuo.
EVAN, O TODO PODEROSO (2007)
Estamos quase no final da lista, mas não podemos abandonar sem alguma parvoíce à mistura. “Evan Almighty” é uma ramificação do universo de “Bruce Almighty” (2003), protagonizado por Jim Carrey. No primeiro filme, o personagem de Jim Carrey duvidava dos planos de Deus, interpretado por Morgan Freeman. Como legítima lição, Deus atribuiu a Bruce todos os seus poderes, o que se revelou um poderoso fardo. Evan era um personagem secundário no filme de Carrey, que aqui é elevado a protagonista. Ao contrário de Bruce, que apenas recebe poderes, Even, interpretado por um hilariante Steve Carell, recebe uma tarefa bem mais trabalhosa, a de construir a arca e lá colocar um exemplar de cada espécie, como dita a bíblia.
Um filme onde Carell estabelece uma curiosa relação…digamos próxima, com o reino animal.
OLIVER E OS SEUS COMPANHEIROS (1988)
Muitos outros filmes, de animação e de imagem real, sobre animais domésticos ou sobre aranhas gigantes podiam fazer parte desta lista. De momento, escolho fechá-la com uma encantadora animação. Um clássico da Disney desconhecido por muitos, e que aqui, grão a grão, tendo voltar a introduzir no léxico comum, quem sabe.
Esta é uma inventiva aventura por parte da Disney, lançada em 1988. Este conto é livremente baseado em “Oliver Twist”, o romance eterno de Dickens. O nosso protagonista é Oliver, um gatinho vadio que passeia pelas ruas de Nova Iorque, onde se junta a um gangue de rafeiros vadios. Oliver conhece uma menina rica, chamada Jenny Foxworth. Este encontro vai mudar a sua vida para sempre. Nesta história, gatos e cães são frequentemente amigos, e movem-se juntos pelo ideal da sobrevivência.
Tantos outros títulos podiam aqui figurar. No fundo, o que importa é que todos estes filmes reflectem o carinho e respeito que devemos dedicar aos animais, sejam eles quais forem. Uma importante lição, por vezes esquecida, e que devemos recordar neste Dia Mundial do Animal.
[tps_footer]
[/tps_footer]