Oppenheimer e Dark Knight de Christopher Nolan têm mais em comum do que parece

Há mais em comum entre Oppenheimer e Bruce Wayne do que pensas e quem o diz é Christopher Nolan.

“Oppenheimer” é já um dos filmes mais aclamados do ano e da prolífica carreira do seu realizador, Christopher Nolan.

Conhecido pela trilogia do “Batman”, “Inception” ou “Tenet”, a biografia sobre o pai da bomba atómica pode soar um pouco diferente das linhas narrativas escolhidas pelo cineasta. No entanto, Bruce Wayne e J. Robert Oppenheimer são mais parecidos do que alguma vez poderíamos imaginar.

Durante uma entrevista ao Bulletin of Atomic Scientists, o homem por detrás de “The Prestige” ou “Interstellar” revelou que “sempre fui atraído por contadores de histórias ambíguos, possivelmente narradores não confiáveis, pessoas com camadas interessantes – são esses os personagens, certo? Desde o Bruce Wayne, Batman, todos os outros, eu estava interessado em personagens que, de certa forma, estão aprisionados por paradoxos, que estão à mercê do paradoxo. E, para mim, foi uma combinação muito natural”.

A ambiguidade é definitivamente uma característica que pauteia a maioria dos trabalhos de Nolan, como comprova o muito discutido final de “A Origem“. A natureza do paradoxo é também algo que Nolan tem vindo a explorar extensivamente em vários dos seus filmes, incluindo “Tenet”.

Outro aspeto que contribuiu para convencer Christopher Nolan a contar esta história foi haver “um registro documental verificável, história, realmente liberta-nos para levar o público nessa jornada. Mas [para] a minha interpretação – e, no final, a interpretação de Cillian Murphy sobre o que está a acontecer na cabeça dele, o seu estado interior, que estamos a tentar representar – temos muitas informações sobre onde ele foi, como chegou lá, o que fez”.

A reverência de Nolan por essas características, está também presente na forma como escolheu moldar o filme, seguindo uma estrutura não linear assente na dúvida e nas diferenças de perspectiva.

Em “Oppenheimer”, o cineasta escolhe apresentar um épico que olha para as ações do seu protagonista e dos outros envolvidos, de forma muito conflituante, não os glorifica nem perdoa. É um filme que tem noção total da destruição criada e nos faz questionar várias vezes se tal foi necessário.

O filme também comenta sobre o paradoxo presente na vida daquele homem que para salvar o mundo, precisou de construir algo com uma capacidade de o destruir.

Assim quando pensamos nas comparações entre Bruce Wayne e Oppenheimer, há algo mais ali do que inicialmente havíamos pensado. Já que Bruce Wayne ao tentar intervir em Gotham na luta contra o crime em “The Dark Knight”, acabou por escalar a situação, levando-a para níveis muito perigosos.

TRAILER | OPPENHEIMER É UM DOS MAIORES FILMES DE 2023

E tu, já tinhas pensado nesta característica do trabalho de Christopher Nolan?