Halsey durante a monumental abertura com "Nightmare" | ©Hugo Lima/ Primavera Sound Porto

Primavera Sound Porto 2023 | A primeira vez de Halsey em Portugal

No último dia do Primavera Sound Porto 2023, o Palco Porto viu-se preenchido, pelas 22h00, por fãs da pop ansiosos por ver uma das suas grandes divas – Halsey, em Portugal pela primeira vez. 

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Halsey, no top 50 dos artistas mais ouvidos, no Spotify, em todo o mundo, é um fenómeno com alguma longevidade apesar dos seus ainda tenros 28 anos de idade. A artista norte-americana explodiu verdadeiramente em 2016, quando cantou, ao lado da dupla de DJs Chainsmokers, a muito conhecida música “Closer”. Todavia, desenganem-se os que pensam ser este o seu registo. Aos primeiros acordos da música de introdução, a poderosa e emancipada narrativa de Nightmare”, que entoa, “I’m Not Sweet Dream, But I’m a Hell of a Night”, Halsey deixa qualquer equívoco de lado.

 

Com uma voz doce mas muito poderosa, a bela Halsey tinha todos os ingredientes para se apresentar como uma estrela da pop convencional. Todavia, os seus arranjos são mais arrojados e a bateria, com as suas progressões rock, não dá tréguas. Halsey, essa apresenta-se em palco com uma honestidade desarmante, falando acerca dos seus receios, da sua vida romântica ou do seu amor incondicional pelo palco. A sua atitude de “I Don’t Give a Damn” não é nova, mas Halsey não deixa de se destacar. Em primeiro lugar, através de um timbre belo e reconhecível em qualquer parte e seguidamente através de um abraçar de múltiplas influências, sejam elas Pop, Rock, Country, EDM ou até Hip-Hop. Em terceiro lugar, e uma vez mais, destaque para as letras – capazes de reclamar o livre arbítrio de quem as ouve.

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Neste concerto, vários foram os momentos altos, com os fãs, empolgados com uma primeira visita, a cantarem a altos pulmões. Destaque para o entoar coletivo de hinos como “You Should Be Sad”, “Colors” (música que apresentou como tendo escrito aos 18 anos, sendo particularmente especial entoá-la agora, aos 28) ou claro, a versão rock de “Closer”, que proporciona à música uma nova vida valorosa que a torna quase irreconhecível, no bom sentido.

O seu mais recente álbum de originais, “If I Can’t Have Love, I Want Power”, posiciona-a na capa como uma Madonna e coloca-a também na figura de mãe, um papel que assumiu recentemente. As músicas deste novo disco foram recebidas com entusiasmo, como por exemplo a pop-punk “honey”, a esotérica “Lighthouse” ou ainda o hino feminista já bem conhecido “I Am Not a Woman, I’m a God”, que fechou o concerto em chave de ouro.

Antes disso, houve tempo para entoar, alto e bom som e a uma voz só, “Without Me”, a música mais conhecida de Halsey, lançada originalmente em 2018. Aqui, a cantora e compositora aproveitou para mergulhar sob o público, recompensando a visita participativa ao Porto. Com uma audiência a cantar tão alto quanto possível, Halsey pediu ainda desculpa por nunca ter pisado terras lusas. A julgar pela receção, e pela aparente genuína felicidade da artista face ao acolhimento, podemos esperar novas visitas no futuro.

 

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O Primavera Sound Porto já tem datas para 2024 – 7, 8 e 9 de junho. Vais marcar presença? 

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