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Shazam! À conversa com Zachary Levi

No âmbito da Comic Con Portugal, a MHD esteve à conversa com o divertido e bem-disposto Zachary Levi, mais conhecido como o protagonista de “Shazam!”.

Zachary Levi foi uma das presenças na Comic Con Portugal, que termina hoje a sua 8ª edição. O ator de 42 anos veio apresentar pessoalmente “Shazam! Fúria dos Deuses,” a sequela de “Shazam!”. Com um grande sentido de humor e boa disposição, Zachary confessou que desde os quatro anos que soube que queria ser ator, ou pelo menos fazer sorrir as pessoas. Uma arte que hoje em dia domina.

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Durante a conversa, o protagonista da DC confessou que o seu caminho se cruzou várias vezes com o de Chris Pratt, tendo competido (saudavelmente) pelo papel de Star-Lord em “Guardiões da Galáxia.” Comentou também as mais recentes alterações na direcção da DC Films, com a entrada de Peter Safran e James Gunn, de quem é amigo e deposita plena confiança face ao futuro do universo. E, também houve espaço para um reconhecimento a Helen Mirren.

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Zachary Levi subiu ao palco com a camisola da selecção portuguesa | © Foto de Inês Serra / Magazine.HD

Apesar de hoje em dia ser mais conhecido como o super-herói da DC, o ator participou em filmes como “Alvin e os Esquilos 2” ou “Entrelaçados” e na série “Chuck,” que acredita ser o projeto que o catapultou para a fama e no qual afirma que não teve de representar. No próximo ano, mais concretamente a 16 de março, Zachary Levi volta a vestir a capa do alter-ego adulto de Billy Batson (Asher Angel), entrando numa batalha para, em conjunto com a sua família, proteger os seus superpoderes, as suas vidas e o destino do mundo.

MHD: “Shazam! Fúria dos Deuses” tem sofrido várias alterações a nível de estreia, estando agora está previsto para 16 de março de 2023. Como foi lidar com esta fase?

Zachary Levi: Bom, sinto-me muito mais confiante com o segundo filme. Fizemos vários testes de audiência, que correram tão bem que de repente quiseram passar o filme de junho [2023] para o Natal e eu pensei “ISTO É ESPETACULAR!”. O Natal é uma ótima data para lançamentos, os miúdos já não tem aulas, as pessoas estão a aproveitar a quadra e vão ver filmes. Contudo, houve alterações na Warner Bros, como tende a acontecer em vários estúdios nos dias de hoje, e os novos chefes disseram “bom, não sei se nós queremos enfrentar todas aquelas pessoas azuis do ‘Avatar’… poderá ser uma má ideia”. E, apesar de eu pensar que poderia existir espaço no Natal para dois filmes, acabaram por existir outras razões. Por isso, em vez do Natal, a estreia ficou decidida para março, mais ou menos a data em que o primeiro filme estreou e parece ter resultado da primeira vez. E foi assim que as coisas mais ou menos se passaram, e estou em paz com isso.

Em relação às mudanças da DC, também não tenho grande controlo sobre elas. Mas, vou dizer especificamente, adoro trabalhar com o Walter Hamada [ex-presidente da DC Films], acho que ele é uma excelente pessoa e um excelente criativo, por isso qualquer pessoa que entrasse e que tivesse de substituir o Walter teria de ser o Peter Safran e o James Gunn. O James é meu amigo já há alguns anos. Na realidade, eu fiz audições para os “Guardiões,” para o papel do Star-Lord, ele acreditou em mim para isso. No entanto, tal não aconteceu, e isso partiu o meu coração, como podem imaginar, porque antes disso tinha sido o Fandral, o que foi fixe, mas nunca conseguimos fazer muito nos filmes do “Thor.” Portanto, fiquei despedaçado, mas eis que aparece o “Shazam!”, cujo produtor é o Peter Safran. Ele e o James são muito chegados, e ao que parece o Peter ligou ao James quando me estava a testar para “Shazam!”, e perguntou-lhe o que pensavam de mim e o James respondeu-lhe “devias contratá-lo, ele é muito bom, quase o tive com Star-Lord.” Por isso, devo tudo isto ao Peter e ao James. E, agora eles não são apenas meus amigos, mas os chefes da DC e isso é ótimo, ótimo para mim também [risos]. Bom, ótimo para todos na DC, porque o Peter é um homem de negócios fantástico e o James pode ser o cientista maluco criativo. Sou muito fã do James Gunn. Ele é um nerd da DC.

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MHD: Com tudo o que se tem passado na DC, alguma vez sentiu que o seu trabalho estava em causa?

Zachary Levi: Sinto-me muito bem em relação ao DCU. Sinto-me mesmo muito bem em relação ao meu papel. Acredito piamente que fizemos um filme fantástico [Fúria dos Deuses]. A DC dever-se-ia sentir muito orgulhosa dele, aliás eles já estão muito orgulhosos dele. E acho que os fãs da DC também se deveriam sentir muito orgulhosos dele.

Portanto, isso é um lado, e por cima dele… os meus amigos estão a gerir estão a gerir o negócio [risos], de modo que sinto que o meu trabalho está muito seguro. Confio plenamente no que eles estão a fazer.

MHD: Como é fazer parte do universo da DC? Gostava de ter os poderes de Shazam?

Zachary Levi: Claro, definitivamente! Ter poderes que pudesse ligar e desligar quando quisesse? Absolutamente! Adora tê-los, não acredito que exista alguém que não gostasse. Quer dizer, ocasionalmente temos de enfrentar alguns monstros, mas na grande maioria do tempo estamos simplesmente a divertirmo-nos.

Em relação à primeira parte da pergunta, é muito fixe. Eu sempre fui um nerd, ainda o sou, cresci a ler muitos livros de banda-desenhada. Por isso, sempre imaginei quão fixe seria interpretar um super-herói e ter a oportunidade de ser dois, um da Marvel e um da DC, e sinto-me honrado por fazer parte de ambos. Lógico que no DCU, tenho a oportunidade de ser eu o super-herói, não estou a apoiar ninguém, sou o meu próprio super-herói. Sou eu que estou a usar os collants. O Billy Batson do “Shazam!” é uma das personagens mais divertidas de sempre, sou um sortudo. De todas as outras personagens, provavelmente o que mais se aproxima é o Peter Parker. Ele tem o mesmo lado naïve, alegre e o sentimento de querer salvar o mundo, mas sem saber exatamente como. Mas, o Peter é um bocado mais “arrumado.” O Billy é um adolescente mais moderno, que tenta ser mais fixe, bom não sei bem como descrever, mas é muito fixe! Muito divertido! Por iso, sinto-me muito honrado por fazer parte deste universo. Espero que com o James e o Pete, e todos os planos que eles tem para o DCU, que eu consiga fazer parte dos ‘filmes equipa,’ isso seria espetacular!

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© Foto de Inês Serra / Magazine.HD

MHD: Podemos esperar um confronto entre Shazam e o Black Adam?

Zachary Levi: Bom, não faço ideia. Gostava de ter esse poder de decisão, mas não o tenho. Tive simplesmente sorte por conseguir o trabalho, muito abençoado. Mas, obviamente que gostaria de dar um soco na cara do The Rock [risos]!

MHD: Voltando um bocadinho atrás no tempo, qual foi a sua primeira reação ao ler o guião de “Chuck”? E podemos esperar uma reunião num futuro próximo?

Zachary Levi: Quando li pela primeira vez o guião de “Chuck”, adorei-o. Revi-me nele, eu não estava a representar nessa série. Aquilo era eu. Eu era um nerd ator de 27 anos, que adorava videojogos e banda-desenhada. Já tinha feito uma série nos EUA durante quatro anos chamada “Less Than Perfect,” que era uma comédia multi-camara que ninguém realmente viu. Senti-me muito grato por a fazer, mas não fez grande coisa pela minha carreira. Por isso, estava expectante em relação ao que iria surgir depois e eis que recebo o guião de “Chuck,” li-o e pensei “isto é realmente divertido!” – tem acção, drama, comédia, romance, todos os géneros, quão fantástico é isso? Fiz uma audição e depois foi tudo muito rápido. Ironicamente, o Chris Pratt, com quem eu testei para o Star-Lord também testou para o “Chuck,” e eu fiquei com o papel. É uma daquelas coisas muito estranhas que acontecem no universo. Mas, sim, era um guião fantástico e eu diverti-me bastante na série.

Quanto a planos para o futuro, já o disse muitas vezes, e vou continuá-lo a dizer, independentemente de quão velho seja, que eu vou fazer um filme do “Chuck.” Não sei quando, até poderei ser um Chuck geriátrico, num andarilho. Creio que nós, o elenco e a equipa, o merecemos. Foi uma série maravilhosa. Hoje em dia, parece que todas as séries tem direito a um filme, e eu digo “nós fomos filmes”, por isso faz todo o sentido. Assim que o pó assente na Warner Brothers, porque a série é deles, vou tentar abordá-los, vou dizer-lhes “podemos fazer isto? sou um dos vossos super-heróis, podemos usar isso a nosso favor?”. Porque eu adorava fazê-lo.

MHD: Recuando ainda mais um pouco a “Alvin e os Esquilos” até aos universos da Marvel e da DC, como é representar com CGI?

Zachary Levi: Eu prefiro, se possível, ter coisas reais tácteis, para contracenar com. Quer sejam elas atores reais, ou dragões, isso seria muito fixe! Ajuda sempre ter algum tipo de adereço. Quantos mais elementos reais tivermos num espaço, mais fácil é para um ator de conseguir criar o resto. Por isso, quanto mais recebo, mais tenho para usar para fazer com que pareça real. No entanto, já fiz tanto ecrã azul e verde, que acaba por ser um desafio interessante, porque temos mesmo de usar a nossa imaginação, a nossa imaginação de criança. Nunca podemos perder a nossa imaginação e a nossa curiosidade. Não os podemos deixar ir, porque na altura em que o fazemos a nossa vida entra em declínio. Por isso, é que os miúdos estão sempre à procura de mais, porque estão sempre curiosos e com vontade de criar mais.

Já “Alvin e os Esquilos” foi uma viagem. Ao passo que em “Shazam! Fúria dos Deuses,” vocês já viram o trailer, existe um dragão e eu luto contra um dragão – o que foi muito divertido! – , e houve partes em que gravamos com um dragão “verdadeiro.” Mas em “Alvin e os Esquilos,” meu, não foi só um desafio, como foi um desafio muito estranho. Os esquilos eram os protagonistas do filme. Por isso, tínhamos cenas em que estávamos sentados no sofá a jogar videojogos, mas o Alvin, o Simon e o Theodore estavam a fazer as suas próprias cenas, todo o tempo. Nós tínhamos equipa própria, a quem chamávamos de ‘stuffies’ [pelucheszinhos], que tinham os esquilos em peluche no final de uns paus, que nos ajudavam nos ensaios, principalmente a decorar onde estavam cada um deles. Mas, quando a camara começava a gravar, era só eu a falar comigo mesmo – como se fosse um maluco! Foi um desafio divertido, algo que não temos muita oportunidade de fazer.

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MHD: Voltando aos filmes de “Shazam!”, que momentos ficaram na sua memória? 

Zachary Levi: Tenho sempre muita dificuldade em responder a estas perguntas, porque esqueço-me de tudo, mesmo as coisas mais divertidas e memoráveis. De modo que não consigo responder a essa pergunta, juro! Lembro-me que levei a minha Nintendo Switch para o set, e jogavamos entre gravações – muito “Mario Kart.” Foi muito divertido.

MHD: Como soube que queria representar?

Zachary Levi: Gosto de trazer alegria para as pessoas. É a melhor droga do mundo, fazer com que alguém sorria, com que riam. Quando era pequeno sabia que se fizesse alguém sorrir, que os estava a fazer sentir bem por dentro. E percebi, “oh meu deus, isto é um truque de magia? eu consigo fazer este truque de magia e quero-o fazer para o resto da minha vida e vou ser pago para isso – o que é estúpido [risos].”

MHD: Para além de atuar, sabemos que também gosta de musicais e de cantar. Podemos esperar algum dueto entre o Zachary e a Rachel Zegler? Ou, existiu algum nos bastidores?

Zachary Levi: No filme não existe. Isso é uma questão que me fazem muito, “porque é que o ‘Chuck’ nunca teve um episódio musicial?’ Bom, na verdade, eu não sei se o Chuck seria um grande cantor ou o Billy. Tenho de me manter autêntico ao que eles são. Só porque o Zach os está a interpretar, não quer dizer que eles sejam bons cantores. Mas a Rachel é uma cantora incrível. Eu consigo segurar uma nota, mas ela… uau, é mesmo uma cantora espetacular. E, sim, é lógico que nos bastidores brincamos, com uma cantoria aqui e ali. Ela é realmente adorável e uma ótima atriz. Tal como é a Lucy Liu, que é uma badass no filme, e é a Helen Mirren, a badass de todas as badass. E, o que quer que pensem que ela é, ela é-o dez vezes mais. É tão humilde.

MHD: Muito obrigada!

Zachary Levi: Obrigado eu.

 

TRAILER | NÃO PERCAS SHAZAM! A FÚRIA DOS DEUSES COM ZACHARY LEVI, NOS CINEMAS EM MARÇO 2023

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