"Star Wars: Tales of the Jedi" (2022) ©Disney+

Star Wars: Tales of the Jedi, primeira temporada em análise

Com “Star Wars: Tales of the Jedi”, Dave Filoni presenteia-nos com seis maravilhosos contos, que nos permitem mergulhar de forma absorvente na mitologia deste universo.

Quem não quer conhecer mais sobre o passado dos seus favoritos cavaleiros Jedi? É exatamente a isso que se propõe a nova série de antologia animada do universo Star Wars de George Lucas, “Star Wars: Tales of the Jedi”.

Dave Filoni, criador, supervisor, produtor executivo e escritor de cinco dos seis episódios que constituem esta nova série, começou a trabalhar neste projeto de diferentes contos sobre personagens Jedi da Era da trilogia prequela da franquia, enquanto também trabalhava na aclamada série de “The Mandalorian”. Filoni é uma figura icónica na saga de Star Wars, estando envolvido na produção na maioria das suas séries, desde a já referida “The Mandalorian”, “The Book of Boba Fett”, “Resistance”, “Rebels”, “The Bad Batch” e claro “The Clone Wars”.

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Star Wars: Tales of the Jedi” foi produzida pela Lucasfilm Animation, com todas as seis curtas animadas a estrear a 26 de Outubro de 2022, exclusivamente no Disney+. Além de Filoni, Athena Yvette Portillo e Carrie Beck são produtores executivos, e Alex Spotswood e Josh Rimes atuaram como produtores.

Charles Murray e Élan Murray escreveram os episódio “Choices”, com Charles também na realização do episódio. Quanto aos realizadores da restante temporada, Nathaniel Villanueva (que já antes trabalhou em projetos de animação para Star Wars) foi o responsável por “Life and Death” e Saul Ruiz por “Justice”, “The Sith Lord”, “Practice Makes Perfect” e “Resolve”.

“Star Wars: Tales of the Jedi” (2022) ©Disney+

Ashley Eckstein (Ahsoka Tano), Corey Burton (Count Dooku), Janina Gavankar (Pav-ti Tano, mãe de Ahsoka), Micheál Richardson (o filho de Liam Neeson dá voz à versão mais jovem de Qui-Gon Jinn), TC Carson (Mace Windu), Ian McDiarmid (Darth Sidious), Liam Neeson (Qui-Gon Jinn), Bryce Dallas Howard (Yaddle), Phil LaMarr (Bail Organa), Clancy Brown (o inquisidor, The Sixth Brother), Matt Lanter (Anakin Skywalker), James Arnold Taylor (Obi-Wan Kenobi) e Dee Bradley Baker (Captain Rex) fornecem as suas vozes para a série num verdadeiro elenco de luxo, onde a maioria dos atores regressa ao universo Star Wars nos seus papéis anteriores.

Kevin Kiner também regressa como compositor da banda sonora, depois de ter trabalhado em “The Clone Wars” e “Rebels”. A nova série usa o mesmo estilo de animação de “The Clone Wars”.

“Star Wars: Tales of the Jedi” (2022) ©Disney+

Para “Tales of the Jedi”, Filoni foi buscar inspiração na forma de contar histórias às obras de Hayao Miyazaki, assim como ao seu mentor George Lucas. Desta forma, a série é exposta com um ritmo mais lento, recorrendo a menos diálogo e a mais narrativa visual. É uma expressão mais poética de “The Clone Wars” como observou Filoni.

A antologia de animação consiste em seis episódios, cada um com cerca de 15 minutos, divididos em “dois caminhos e duas escolhas”, nas palavras de Filoni. Um dos caminhos segue a personagem de Ahsoka Tano e o outro representa a personagem de Count Dooku, com o episódio final adaptando vagamente os eventos do romance de 2016, “Ahsoka” de E. K. Johnston.

Star Wars: Tales of the Jedi
“Star Wars: Tales of the Jedi” (2022) ©Disney+

A série tem gerado um consenso de críticas positivas, apresentando uma satisfação de 100% no Rotten Tomatoes, e uma classificação de 78/100 no Metacritic. A expansão absorvente da mitologia de Star Wars e o revisitar/aprofundar de importantes personagens têm sido os pontos positivos mais destacados.

O carinho e interesse por “The Clone Wars” continua bem vivo como se pôde comprovar na última temporada da série estreada em 2020 e com o spin-offThe Bad Batch” (2021). Pelo que a decisão de voltar a mergulhar nesta parte da franquia foi uma aposta de certa forma segura. Os produtores também acertaram ao escolher focarem-se em duas personagens tão controversas e peculiares, que parecem caminhar tantas vezes no caminho cinzento da Força, escolhendo os seus próprios caminhos.

A narrativa aparentemente dispersa, mas que acaba por contar uma história em duas linhas divergentes é interessante, assim como a forma de contar, mais percetiva e menos explicativa, também se torna original. A poesia visual de “Tales of the Jedi” é realmente um dos pontos positivos da série, mas que acaba de certa forma por ficar na sombra de “Visions”, que excedeu todas as expetativas nesse âmbito. Por outro lado, o formato curto, tanto nos episódios como na temporada em si, acaba por ser uma “espada de dois gumes” que, apesar de ser ótimo para binge-watching, deixa o público sem a sensação de estar completamente satisfeito.

“Star Wars: Tales of the Jedi” (2022) ©Disney+

De seguida segue uma curta análise, sem grandes spoilers, sobre cada episódio individualmente.

  • Ahsoka (“Life and Death”) – conhecemos a pequena Soka e percebemos que desde pequena a sua visão do mundo é peculiar, encontrando um verdadeiro equilíbrio entre vida e morte, encaixando na futura cor branca dos seus sabres de luz. – Classificação: 70
  • Padawan Qui-Gon Jinn e mestre Jedi Dooku (“Justice”) – uma abordagem às linhas entre justiça e moralidade, entre o certo e errado e como o combate à corrupção pode infetar até aqueles com as melhores intenções. O impacto que é ver o sabre de Doku com a cor azul e não vermelha é dilacerante. – Classificação: 80
  • Mestre Dooku e mestre Windu (“Choices”) – dois dos melhores espadachins Jedi numa investigação onde se colocam as questões: devem as regras ser cumpridas à letra ou têm de por vezes ser quebradas? Será paz o mesmo que lei e ordem? – Classificação: 75
  • Mestre Yaddle e mestre Dooku (“The Sith Lord“) – depois de assistirmos à descida até à escuridão de Anakin Skywalker no “Episódio III – – A Vingança dos Sith”, temos a rara oportunidade de ver como se desenrolaram os acontecimentos no caso de Dooku. Classificação: 85
  • Mestre Anakin e padawan Ahsoka (“Practice Makes Perfect”) – este episódio vai diretamente aos sentimentos. A inquebrável relação entre mestre e padawan que quebrou e o protetor que passou a agressor. Classificação: 85
  • Ahsoka Tano (“Resolve”) – o fio condutor do que podem parecer episódios soltos culmina no episódio final da temporada, com uma batalha épica e com um abrir das portas para a futura série live-action focada na padawan de Anakin, “Ahsoka”. Classificação: 90

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Star Wars: Tales of the Jedi” é uma meritória entrada neste universo seja como uma temporada única ou o inicio de uma expansão maior. A série animada é imperdível para os fãs de Star Wars no geral, para os fãs de “The Clone Wars” e para os apaixonados por Count Dooku e Ahsoka Tano, funcionando ainda esta série como uma excelente “entrada” para a série live-action a estrear em breve, com a antiga padawan de Anakin como protagonista.

TRAILER | DOIS CAMINHOS E DUAS ESCOLHAS!

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Star Wars: Tales of the Jedi, primeira temporada em análise
Star Wars: Tales of the Jedi

Name: Star Wars: Tales of the Jedi

Description: Um evento de seis episódios com parábolas construídas em torno dos Jedi da era prequela. Viajamos pelas vidas de dois Jedi distintamente diferentes - Ahsoka Tano e Count Dooku. Cada um será posto à prova ao fazer escolhas que definirão os seus destinos.

  • Emanuel Candeias - 80
80

CONCLUSÃO

“Star Wars: Tales of the Jedi” é uma meritória entrada neste universo seja como uma temporada única ou o inicio de uma expansão maior. A série animada é imperdível para os fãs de Star Wars no geral, para os fãs de “The Clone Wars” e para os apaixonados por Count Dooku e Ahsoka Tano.

Pros

  • Criatividade de Dave Filoni;
  • Regresso ao sub-universo de “The Clone Wars”;
  • Elenco de luxo com o regresso dos atores originais de “The Clone Wars”;
  • Foco em duas personagens cativantes: Count Dooku e Ahsoka Tano;
  • Formato curto e mais visual.

Cons

  • O espetáculo visual da série fica na sombra da antecessora “Star Wars: Visions”;
  • No final da temporada fica a saber-nos a pouco.
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