Daniel Kaluuya em "Foge" (2017) |©NOS Audiovisuais

Terror | Os 50 Melhores Filmes Para Ver Entre Amigos

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O género do terror é um dos que mais assenta no valor de entretenimento, o que o torna perfeito para sessões de cinema com amigos, em noites quentes de verão. Por isso, fiquem com uma lista com 50 sugestões de filmes de terror para ver neste querido mês de agosto. 

O bizarro, o tenebroso, estiveram presentes no cinema quase desde o seu surgimento. Na década de 20, com o cinema alemão, começava já a formar-se a noção daquela que seria uma produção de terror. Com títulos desde esse período, e com títulos naturalmente influenciados por ele, aqui ficam 50 filmes para sessões em grupo, para que haja sempre alguém para nos proteger do sobrenatural e outras ameaças que aqui se sucedem.

A lista que se segue não é de forma alguma um “TOP 50”, mas guarda ainda assim algumas das suas pérolas para o final.

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50. SAGA – O ÚLTIMO DESTINO (2000 –  ) 

final destination terror
Alexz Johnson e Kris Lemche em “O Último Destino 3” (2006) |©New Line Cinema

Sim, a saga criada por James Wong (Produtor Executivo e argumentistas de  “American Horror Story” e “X-Files não é nada senão péssima. Contudo, uma geração inteira cresceu a ver os filmes de “Final Destination” e é uma referência frequente na cultura pop, e por aí, merece uma referência, mesmo que no fundo da lista.

Cada filme da saga tem um inicio distinto, um acidente que impulsiona a acção. No primeiro capítulo, Alex está a bordo de um avião, para umas férias escolares, quando tem a premonição de que o avião vai explodir. Exige sair, e com ele alguns dos seus colegas. Contudo, a morte está pronta para reivindicar aqueles que lhe pertencem….

Ridículo por natureza, e na categoria do “tão mau que é bom”, as situações irrisórias multiplicam-se ao longo dos diversos capítulos da saga. Quem não se lembra do terceiro capítulo com as mortes na montanha-russa, ou do acidente bizarro que uma personagem teve no solário, ou das escadas rolantes assassinas no shopping?

Um filme para ver quando tudo o que procuramos é puro entretenimento desprovido de qualquer valor intelectual.




49. SAGA – A PURGA (2013 –   ) 

A Purga
A Purga (2013) |©Universal Pictures

“The Purge” é uma saga de terror prolífica, a qual conta já com quatro filmes e com uma série de televisão associada. Muito pouco querida por parte da crítica, “The Purge” é composto maioritariamente por lugares-comuns e capítulos que muito deixam a desejar. Contudo, parte de uma premissa inicial muito curiosa, e muito adequada à realidade norte-americana, apaixonada por crime e armas.

E se houvesse um dia do ano no qual todo o crime vale? Uma purga, um dia para excomungar demónios, e que ainda seria um belo, belo negócio para as empresas de segurança. Um dia em que o desejo homicida que povoa a mente de tantos homens se pudesse libertar, e onde uma vez mais, a luta dos ricos contra os pobres ditasse quem tinha a maior capacidade de se proteger.

O primeiro capítulo da saga é protagonizado por Ethan Hawke e Lena Headey e é o que vê menos intervenção externa, passando-se acima de tudo numa casa, onde uma família tenta sobreviver à noite. Entra num formato mais típico de terror, enquanto que, por exemplo, o capítulo lançado em 2018, “The First Purge”, é acima de tudo um filme de acção.




48. O EXORCISTA (1973) 

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“O Exorcista” (1973) |©Warner Bros.

Derradeiro clássico do terror, vencedor dos Óscares de Argumento Adaptado e Melhor Som.  Hoje em dia, a sua narrativa foi já replicada vezes e vezes sem conta, tendo-se tornado o derradeiro cliché do género. Contudo, nesta altura, em 1973, a criação não foi nada senão inventiva.

O enredo recupera a história de uma adolescente, possuída por uma entidade maligna, e é assim protagonizado pela sua mãe, que procura libertar a jovem da possessão. Ellen Burstyn (“Requiem For a Dream”) interpreta uma atriz que nota dramáticas mudanças no comportamento da sua filha. Cruza-se assim com um jovem padre que procura exorcizar o corpo da jovem.




47. O ORFANATO (2007)

ORFANATO TERROR
Óscar Casas em “El Orfanato” |© 2007 – Esta Vivo! Laboratorio de Nuevos Talentos. – All Rights Reserved

“O Orfanato” estreou no Festival de Cinema de Cannes, e rumou para uma relevante rota que contou com o London FrightFest, Toronto, Austin, Nova Iorque, entre diversos outros.

O filme venceu 7 prémios GOYA, os prémios da Academia Espanhola e contou com a produção de Guillermo del Toro. O enredo segue Laura, que cresceu num orfanato. Hoje em dia, mora com o marido numa casa no mesmo local onde costumava ser o orfanato. Adoptaram também Simón, uma criança seropositiva. Símon indica que Laura tem cinco amigos invisíveis, o que esta atribuiu apenas a uma imaginação fértil. Até ao momento em que começa a sentir uma presença na casa. Um dos filmes de terror espanhol mais elogiados, e que por isso merece este destaque. Recordemos que o cinema espanhol se tem destacado bastante nesta área.




46. SUSPIRIA (1977) 

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Jessica Harper em “Suspiria” (1977) |©20th Century Fox International Classics

Com direito a remake em 2018, aqui recuperamos antes o capítulo original de “Suspiria”, para que a nossa lista possa passar por mais um dos grandes mestres do terror. A obra de 1977 protagonizada por Jessica Harper foi escrita e realizada por Dario Argento, realizador italiano ainda vivo.

Harper é Suzy Bannion, uma bailarina americana que se junta a uma escola de dança em Berlim. Uma Berlim dividida do pós-guerra, atormentada por diversos fantasmas e por uma força opressiva que se manifesta na escola. Rapidamente, Suzy descobre que a escola é gerida por um grupo de bruxas. Especialmente célebre devido à sua paleta de cores, banda-sonora e abordagem distinta ao género, “Suspiria” merece não ser nunca esquecido.




45. A MORTE FICA-VOS TÃO BEM (1992)

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Goldie Hawn e Meryl Streep em “A Morte Fica-vos Tão Bem” (1992) |©Universal Pictures

“Death Becomes Her” é uma comédia, em certa parte um filme de terror, e sem dúvida uma obra de fantasia. Para lá de loucamente criativo (e tresloucado), é ainda protagonizado por Meryl Streep e Goldie Hawn, e conta-nos uma  história inconcebível. Em 1978, uma atriz caída em desgraça está fixada na sua vingança junto de uma estrela em ascensão. Segue-se-lhe uma aventura hilariante rumo à imortalidade.




44. DRÁCULA DE BRAM STOKER (1992)

Drácula
Winona Ryder em “Drácula” (1992) |©Columbia Pictures

“Drácula” viu muitas adaptações ao cinema, mas destaco a de Francis Ford Coppola, em grande parte por ser de quem é, e também devido a uma certa afinidade pessoal. Ao fim de contas, quem não reconhece a magnitude de Gary Oldman no papel de Drácula e de Winona Ryder no papel da sua amante. A versão de Coppola não reuniu grande consenso junto da crítica, mas merece ainda assim uma olhada, devido ao carácter camaleónico dos seus interpretes e devido a algumas escolhas estéticas interessantes por parte do seu realizador. Visualmente, do ponto de vista da reconstrução histórica, do guarda-roupa, é sem dúvida um filme que urge à visualização, passados 27 anos.




43. ENTREVISTA COM O VAMPIRO (1994)

Entrevista com o Vampiro
“Entrevista com o Vampiro” (1994) |©Warner Bros.

“Interview with the Vampire: The Vampire Chronicles” é um filme baseado no popular romance de Anne Rice, e protagonizado por Brad Pitt, Tom Cruise e uma muito jovem Kristen Dunst.

Acompanhamos a história de Louis. A sua vida não é fácil. A sua mulher morreu no parto, bem como a criança, e perdeu a vontade de viver. É aí que um vampiro chamado Lestat (Tom Cruise) lhe oferece o beijo da morte. Louis aceita e torna-se um vampiro, que será agora treinado nas lides da imortalidade pelo primeiro. Neste filme, assistimos essencialmente ao relato de uma vida extraordinária. Um filme apenas razoável, mas que ocupa um certo lugar de destaque dentro do género “vampiro”.




42. MÃE! (2017)

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Jennifer Lawrence em “Mãe!” (2017) |©NOS Audiovisuais/ Paramount Pictures

Darren Aronofsky não é um realizador que deixe a sugestão no ar nas suas narrativas. É antes um criador que tudo leva até às últimas consequências. As transformações e os finais chocantes são notórios nos seus filmes, seja em “Black Swan” (2010), “Requiem for a Dream” (2000) ou em qualquer outra das suas marcantes narrativas, a intensidade dramática nunca se fica pela rama.

“Mother” é uma força da natureza avassaladora, mas que não estava destinada a agradar a gregos e troianos. Não, é um filme nada consensual, mas que promete não deixar ninguém indiferente e todos chocados. Num paraíso idílico, um casal começa uma nova vida, perturbada pela chegada de um casal e dos seus filhos. Uma alegoria bíblica, mas também uma narrativa sobre terrorismo, guerra, e um sem fim de outros termas urgentes, “Mother!” É um pouco de tudo e sufocante até no mínimo dos mínimos. Jennifer Lawrence  entrega aqui a performance mais exigente da sua carreira.




41. A LENDA DO CAVALEIRO SEM CABEÇA (1999) 

A Lenda do Cavaleiro Sem Cabeça
Depp em “A Lenda do Cavaleiro Sem Cabeça” (1999) |©Paramount Pictures

“Sleepy Hollow” não é um dos filmes mais célebres de Tim Burton, embora ainda tenha arrecadado cerca de 200 milhões na bilheteira mundial e tenha uma proeminente prestação de Johny Depp como seu protagonista. Um conto particular, gótico e negro, com a frase promocional “Cabeças Vão Rolar”, e adaptado a partir da história “A Lenda de Sleepy Hollow”, da autoria do autor Washington Irving.

O filme venceu, justamente, um Óscar que na altura existia, o de “Set Decoration”, que foi entretanto fundido no de “Production Design”. É um filme que se destaca por uma imagética muito forte, que bebe do Expressionismo Alemão, como a maioria das obras de Burton. Em “Sleepy Hollow”, que conta ainda com a presença de uma jovem Christina Ricci, o personagem de Depp investiga a Lenda do Cavaleiro sem Cabeça, uma figura fantasmagórica responsável por homicídios na zona. Um pequeno tesourinho a não perder.




40. RAW (2017) 

Raw 2016
“Raw” (2016) |©Petit Film

“Raw”, em português e em inglês, “Grave” no original francês, é um mais que polémico filme sobre canibalismo. Uma narrativa ousada, que vai associar, directa e inequivocamente, os  ditos prazeres da carne sexuais aos prazeres do canibalismo. Aqui, o acordar sexual está ligado à sede de sangue humano. Estreado inicialmente em Cannes, e em inúmeros festivais em 2016, e em sala apenas em 2017, “Raw” foi tido como um filme capaz de provocar o vómito e fazer com que espectadores deixem a sala.

Diz quem viu este filme em contexto de festival, no Indielisboa, já em 2017,  e perante uma sala  de 800 lugares repleta, que a publicidade é um pouco exagerada. Contudo, é impossível recusar que esta é uma obra difícil de ver, e sobre a qual é até um pouco custoso pensar. Começando pelas pesadas praxes da Escola de Veterinária, passando por duas das experiências canibais mais difíceis de processar, as quais podemos ver no filme, é uma criação que pouco deixa à imaginação e que não tem quaisquer problemas em chocar…e se choca.




39. VEIO DO OUTRO MUNDO (1982)

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Kurt Russell em “Veio do Outro Mundo” (1982) |© © JohnCarpenter.com

John Carpenter é um autor de terror incontornável, e que precisa de pelo menos um título nesta lista. Apelidado de “Mestre do Terror” ou “Príncipe da Escuridão”, são múltiplas as suas obras de sucesso. Entre estas, destaque para “Halloween”, inicialmente lançado em 1978, e que ainda em 2018 teve direito a um novo capítulo com direito ao retorno da sua protagonista Jamie Lee Curtis. Destaque ainda para fenómenos como “The Fog” ou “Vampires”. Destacamos hoje “The Thing”, uma típica e, até certo ponto, “divertida” aventura baseada numa lógica de matamorfose.

“The Thing” é um filme particularmente influente, e daí esta escolha em particular. O filme, protagonizado pela então super-estrela Kurt Russel, narra a viagem de um grupo de investigação na Antártica, o qual é caçado por uma entidade estranha, alienígena que é capaz de assumir a aparência das suas vítimas, e assim instaurar a discórdia e desconfiança junto da expedição cientifica.

A criatura terrífica da terceira temporada de “Stranger Things”, o “Mind Flayer”, deve muito à criatura deste filme, sendo ambas formas parasitárias que se apoderam do corpo e mente do seu hóspede. O poster na cave de Mike reforça a associação. Já a coisa de “The Thing “ foi inicialmente inspirada pela narrativa de ficção científica “Who Goes There” de John W.Campbell.




38. SAW – ENIGMA MORTAL (2004) 

Saw
Tobin Bell em “Saw” (2004) |©Lions Gate Films

“Saw” não é um grande filme, nem tão pouco é desconhecido do grande público, mas não deixa de ser algo incontornável, como saga que começou em 2004 e se mantém com produções até hoje. De James Wan, realizador australiano que muito já produziu no género do terror, em Hollywood, responsável não só por este primeiro capítulo da saga “Saw” mas também pelos dois influentes filmes da saga “Conjuring”, “Saw” é uma narrativa simples, que ecoa todos os lugares-comuns do terror.

A origem de muitos outros filmes que se lhe seguiram, e certamente impulsionador da popularização do conceito da “escape room”, é isso mesmo que “Saw” é. Um “escape game”, que começa quando dois homens acordam agrilhoados numa casa de banho, e se descobrem vítimas do infame Jigsaw. Cronómetro na parede preparado, e os homens precisam de descobrir como escapar ou enfrentar as consequências sangrentas. O mais importante a retirar desta saga é mesmo a introdução deste personagem célebre, cujo boneco foi criado pela mão de Wan, especialmente para o filme.




37. THE RING – O ANEL (2002)

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Naomi Watts em “The Ring – O Aviso ” (2002) |© DreamWorks

O meu “eu” pré-adolescente não poderia deixar este escapar à lista. “The Ring”, encabeçado por uma emerge Naomi Watts, não foi um filme particularmente bem recebido pela crítica. Tinha pegadas grandes a seguir, as do enorme êxito japonês que inspirou este remake norte-americano – Ringu, de 1998, obra de Hideo Nakata, mestre do terror japonês.

Realizado pelo prolífico artista de estúdio Gore Verbinski (“Rango”, “Pirates of the Caribbean: The Curse of the Black Pearl), “The Ring” narra a história de uma jornalista que investiga uma cassete misteriosa, que parece matar quem a veja no espaço de uma semana. Aqui conhece o mito de Samara, uma das figuras mais célebres do terror norte-americano, uma herança directa da japonesa Sadako.




36. UMA LISTA A ABATER (2011)

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Richard Stock em “Uma Lista a Abater” (2011) |©Warp X/Rook Films Ltd.

“Kill List” é o primeiro de dois títulos nesta lista da autoria do britânico Ben Wheatley. Estreado no influente festival do Texas, South By Southwest, o filme acompanha um assassino contratado que recebe uma missão. Três mortes e um grande pagamento. O que começa como uma tarefa simples, acaba por remeter o assassino para o próprio coração das trevas. É acima de tudo um filme de terror psicológico, repleto de tensão, que acaba por se revelar cada vez mais visceral à medida que a narrativa avança.




35. VENDETA (2017) 

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Matilda Anna Ingrid Lutz em “Vendeta” (2017) |©Cinemundo

Estreado no célebre Toronto International Film Festival, “Revenge” é, logicamente, uma narrativa sobre vingança. O filme, falado em língua francesa e inglesa, e gravado em Marrocos, conta a história de três homens de negócios de meia-idade, todos eles casados, que se deslocam até ao deserto para o seu jogo de caça anual. Todos os anos o fazem, garantindo uma forma de descomprimir. Este ano, tudo muda quando um deles traz uma jovem amante, que rapidamente desperta o interesse dos outros dois. Tudo desmorona rapidamente, e a jovem Jen é deixada para morrer. Para mal dos homens que a atraiçoam, este não é o caso… Um jogo de caça que se centra no poder transcendente de uma mulher maltratada. Vale a pena.




34. MANDY (2018) 

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“Mandy” (2018) | ©Films4You

Nicolas Cage, ator célebre, é uma figura polarizadora. Depois de muitos papéis de protagonista e inclusive duas nomeações ao Óscar e uma vitória por “Leaving Las Vegas”, em 1996, Cage, originalmente nascido Nicolas Coppola, viu-se ridicularizado pelo público quando a sua carreira começou a decair para papeis menores no início do século XXI. Nicholas é uma figura polémica, odiada por vezes, mas que ainda assim está bem viva na indústria, prova disso são os 9 créditos por sair que podemos encontrar na sua filmografia.

Nos últimos anos, e depois de uma carreira muito irregular, parece ter encontrado refugio nos papeis em filmes indie.Mandy”, um thriller fantástico, é um destes casos. Bastante foi o destaque e o louvor internacional que o ator recebeu pelo seu “Red”, um lenhador recluso que vive sozinho numa cabana em 1983. A sua namorada, Mandy, passa os dias a ler romances de fantasia. Um dia, ela cruza-se com um líder de um culto que convoca demónios motociclistas para a raptar. Armado com uma besta e um machado, Red tudo faz para a recuperar, deixando um rasto de cadáveres sangrentos pelo caminho. Um filme fora da norma, que nos faz acreditar que Nicolas Cage ainda tem salvação.




33. SWEENEY TODD: O TERRÍVEL BARBEIRO DE FLEET STREET (2007)

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Depp em “Sweeney Todd” (2007) |©Warner Bros.

Tim Burton, rei do gótico no cinema fantástico, e herdeiro irrefutável da herança do Expressionismo Alemão, não deixou de fazer algumas breves incursões no género do terror. Sobre um assassino em série que degula clientes numa barbaria e depois os cozinha em tartes, bem moidinhos, parece justo considerar “Sweeney Todd”, apesar de nada assustador, como um filme que se pode enquadrar dentro do género do terror. Um terror musical, baseado numa peça da Broadway, e sempre capaz de encantar com o seu humor bem, bem negro. Prestações maravilhosas estão presentes neste filme, especialmente da parte de Johnny Depp e Helena Bonham Carter.




32.  A NOITE DOS MORTOS-VIVOS (1968)

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Judith Ridley em “A Noite dos Mortos-Vivos” (1968) |©Living Dead Media

De George A. Romero, “The Night of the Living Dead” é um dos derradeiros clássicos do terror e do género zombie ( a par de “Dawn of the Dead”). Tal como Tobe Hooper, Romero também nos abandonou em 2017, deixando o género infinitamente mais pobre. A sua filmografia é dominada, de forma quase absoluta, pelo género do zombie, e por isso mesmo o seu nickname era “rei dos zombies”.

“Night of the Living Dead” foi gravado a preto e branco com um orçamento muito reduzido de 100,000 dólares. O argumento foi da sua própria autoria, em conjunto com o romancista, argumentista e realizador John A. Russo, apelidado de “lenda viva”, e que prepara para breve mais filmes dentro do género, nomeadamente “Escape of the Living Dead”, o qual realizará.

Uma narrativa muito simples, um grupo barrica-se numa antiga quinta numa tentativa de defesa contra uma “manada” de zombies. O que é agora um enredo mais que visto, foi na altura algo revolucionário e especial. Uma obra consensual, que com um reduzido orçamento fez mais de 30 milhões de dólares na bilheteira internacional, sem considerar qualquer ajuste em termos de inflação, é um resultado deveras impressionante.




31.  GREEN ROOM (2015)

Green Room
Anton Yelchin em “Green Room” (2015) |©A24

É este um dos últimos filmes nos quais podemos ver o ator russo-americano Anton Yelchin, jovem promessa que se juntou tragicamente ao “clube dos 27”. Um filme invulgar, um terror musical. Uma obra inventiva e que vaia aliar o rock ao terror – uma combinação que promete. 

Em “Green Room”, uma banda em tour depara-se com um acto de violência num bar numa pequena povoação. Como únicas testemunhas, rapidamente se tornam o alvo de um gangue de skinheads que procura eliminar todas as provas da sua presença. O registo musical punk, os neonazis, a banda – tudo ingredientes que não costumam povoar o género mas que aqui resultam tão, mas tão bem.




30. MAYHEM (2017)

Mayhem
Samara Weaving e Steven Yeun em “Mayhem” (2017) |©RLJ Entertainment

“Mayhem” é uma intensa comédia de terror, uma autêntica comédia negra, verdade seja dita. Protagonizada por um estupendo Steven Yeun, que abriu asas para a sua carreira a “solo” depois da saída de “The Walking Dead”, seguimos aqui uma premissa curiosa. E se no nosso ambiente de trabalho um vírus fosse capaz de apagar qualquer contenção? E se fizéssemos apenas o que bem queríamos, seguindo os nossos piores impulsos?

É o que acontece em “Mayhem”. Um escritório de advogados é afectado por um vírus que tem este efeito. Derek Cho (Yeun) está a servir de bode expiatório para um despedimento. Eis que ataca o vírus, e todo o escritório fica de quarentena. Aqui, o nosso herói precisará de lutar com unhas e dentes para salvar não só o seu trabalho, mas também a sua vida do autêntico banho de sangue que se segue.




29. THE WAILING – O LAMENTO (2016)

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“O Lamento” (2016) |© Lanterna de Pedra Filmes

Hong-jin Na estreou o seu enorme sucesso, “The Wailing”, na mesma semana na Coreia do Sul e no Festival de Cannes. Todos sabemos, o género do terror sempre foi bastante dominado pelos asiáticos, ou pelo menos, há que assinalar as suas produções neste âmbito. Este “The Wailing” confirma sem dúvida a mestria que encontramos no terror asiático. 

Vencedor de inúmeros prémios em círculos de crítica, e louvado no circuito de festival, estreado em Portugal no Motelx, esta é uma narrativa que se faz valer pela veia do thriller, e do mistério e dúvida que assolam o ecrã do inicio ao fim. Estamos numa pequena vila, Goksung, na Coreia do Sul, vila esta que dá nome ao filme no original. Jong-Goo, da polícia local, investiga homicídios bizarros invulgares causados por uma doença misteriosa. Também a sua filha será tomada por essa mesma maleita, iniciando uma corrida contra o tempo. Que demónio é este, e como fazer com que abandone a pequena povoação? Esta narrativa simples é bem complementada por um clima de tensão constante, ao longo das mais de duas horas e meia de filme.




28.  A SEMENTE DO DIABO (1968)

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Mia Farrow em “A Semente do Diabo” (1968) |© Paramount Pictures

Antes de se ver exilado dos Estados Unidos, Roman Polanski realizou ainda alguns filmes de estado bem célebres. Entre eles, “Rosemary’s Baby”, filme protagonizado por Mia Farrow e John Cassavetes.

O filme é narrado do ponto de vista de um jovem casal católico, ansioso por começar uma nova família. A jovem família muda-se para um edifício histórico em Bramford, Nova Iorque, onde Rosemary acaba por engravidar de forma inesperada. A jovem mãe isola-se cada vez mais, e entra numa espiral de angustia. Um enorme símbolo do cinema norte-americano, e a primeira grande produção de Polanski nos Estados Unidos. Foi também uma das últimas, no seguimento do homicídio da sua esposa Sharon Tate e da sua acusação de violação de uma menor.




27.  O MASSACRE DO TEXAS (1974)

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“Massacre no Texas” (1974) |©New Line Cinema

Tobe Hooper, mestre do terror falecido em 2017, e que esteve presente no Festival de terror lisboeta Motel X em 2013, foi responsável pela criação de um dos franchises com mais longevidade na história do terror. “O Massacre do Texas” ou, no original “The Texas Chain Saw Massacre”, nunca deixou de ser reaproveitado e recriado, e certamente terá ainda diversas novas versões no futuro. Este filme tentou ao máximo explorar a sua vertente de “baseado em factos verídicos”. Apropriado a partir da história real de uma família de canibais, o ar realista e naturalista dos cenários e da própria abordagem ao sangue nesta obra nunca deixa o espectador esquecer-se: o risco é real.

Somos apresentados a um grupo de adolescentes que recolhe um pendura sinistro, antes de chegar à sua casa de família, onde se vêm imersos num pesadelo que poderia ser muito real…um pesadelo de uma família de canibais pronta a atacar. Um filme com efeitos baratos, algo ultrapassados, mas munido de uma tensão que nunca passa de moda.




26. FIDO – ZOMBIE DE ESTIMAÇÃO (2006)

Fido
Carrie-Anne Moss e Billy Connolly em “Fido” (2006) |©Lions Gate Home Entertainment

Andrew Currie encontrou o equilíbrio perfeito entre mórbido e terrorífico em “Fido”, uma das diversas comédias zombie que podemos encontrar nesta lista. A premissa é deliciosa deste o início. Estamos perante uma espécie de filme de época. Década de 50, mas não aquela que conhecemos. Temos antes um mundo paralelo, alternativo, um 1950 que poderia ter sido. Uma nuvem de radiação atacou a terra, os mortos regressaram das campas, tornaram-se zombies e desejam carne humana. A humanidade contra-atacou, e criou opções. Integrar estes zombies na sociedade humana.

Eis que entra a Zomcon, empresa que neutralizou a população zombie, com coleiras que a disciplinam. É a coleira de domesticação, que permite controlar os zombies, que são agora membros eficientes da sociedade, maioritariamente serventes. Como todos os humanos se tornam zombies ao morrerem, os mais velhos são muito mal vistos. Adicionalmente, esta é uma sociedade em que todos aprendem a disparar, como medida de segurança.

Neste encantador mundo alternativo, vamos seguir a família Robinson e o seu “zombie de estimação”, o leal Fido.




25. O SENHOR BABADOOK (2014)

The Babadook
Essie Davis e Noah Wiseman em “O Senhor Babadook” (2014) |© Alambique Filmes/ IFC Films

“The Babadook” foi o primeiro filme de longa-metragem realizado pela atriz e argumentista Jennifer Kent. Estreado no início do ano no Festival de Sundance, Babadook foi uma surpresa no campo do terror neste ano de 2014.

A típica narrativa que combina mãe, filho e um mostro. Seguimos Amelia, que perdeu o marido num acidente de automóvel, no caminho para o hospital, onde daria à luz ao único filho do casal – Samuel. Acaba por se tornar uma mãe solteira, e o seu filho Samuel é atormentado por pesadelos e medos constantes. Um dia, encontram um estranho livro, sobre o “Babadook”, um monstro que se esconde nas sombras. Até Amelia sente o efeito desta criatura, e procura livrar-se do livro e da criatura de pesadelos que vai agora atormentar mãe e filho.

Um filme de terror assente em nada senão clichés, mas que mesmo assim resulta. O Babadook é mais do que um mero mito urbano, é uma força que simboliza os medos mais profundos daqueles que assombra. Uma aposta segura de terror, que sem dúvida compensou.




24. MATOU (1931)

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“Matou” (1931) |©The Criterion Collection

Para “M”, vigésimo quarto é um lugar bem ingrato. Protagonizado por Peter Lorre, uma estrela enorme dos primórdios do cinema e realizado pelo grande Fritz Lang (“Metropolis”, “Fury) , é um verdadeiro filme dos seus tempos.

Na Alemanha que antecede a segunda guerra mundial, Hans Beckert (Peter Lorre) é um assassino de crianças. Ele assobia uma música conhecida e atrai as suas presas para a morte. A polícia tenta em vão capturá-lo, a ele, esta figura que se move nas sombras. O crime organizado da cidade acaba por encontrar o culpado, julgado-o brevemente.

O grande trunfo do filme é o seu valor de testemunho histórico. Existe uma certa sombra de morte e destruição, funcionando o Expressionismo Alemão como uma espécie de presságio do sinal dos tempos, e do clima que se gerava na Alemanha.




23. O GABINETE DO DR.CALIGARI (1920)

Caligari
O Gabinete do Dr. Caligari (1920) |©Films sans Frontières

Robert Wiene, realizador alemão associado à corrente expressionista, teve em “Caligari” uma das suas grandes obras de referência. É este um filme fundador para o género, e o qual não deve nunca ser descartado.

Na narrativa, o jovem Francis relembra as experiências terríveis, e as provações pelas quais ele e a sua noiva Jane tiveram de passar. Visitaram com o seu amigo Alan o Gabinete do Dr. Caligari, numa feira, e aqui conheceram o misterioso médico e o sonâmbulo Cesare, que foi temporariamente acordado do seu sono profundo. Aqui, Alan pergunta ao misterioso “Doutor” questões sobre o seu futuro – e este indica-lhe que vai morrer antes do nascer do dia. De manhã, Alan é encontrado morto e Francis suspeita do bom Doutor. O que se inicia é uma perseguição alucinante e perturbadora….

Este filme foi realizado antes do género do terror existir sequer, e é frequentemente designado como a primeira obra de terror. “Caligari” mais se assemelha a uma pintura projectada no grande ecrã, e para reconhecer a história do terror, torna-se uma visita imperativa.




22. PESADELO EM ELM STREET (1984)

Pesadelo Em Elm Street
Johnny Depp em “Pesadelo Em Elm Street” |Zade Rosenthal – © 1984 – New Line Cinema Entertainment, Inc.

“A Nightmare on Elm Street” veio da caneta e da câmara de filmar de Wes Craven, um dos maiores mestres do terror de Hollywood. O realizador, responsável ainda pela imensamente popular saga “Scream”, criou Freddie Krueger, uma das mais importantes figuras do terror ao longo da história do cinema. É esta uma narrativa de vingança, protagonizada pelo espírito de um assassino em série, o qual usa uma luva com lâminas, instrumento de escolha para matar as suas vítimas no mundo dos sonhos, morrendo as mesmas também no mundo real.

Freddy é praticamente imbatível, e um dos vilões mais poderosos que alguma vez conhecemos. Contudo, fora do mundo dos sonhos, tem vulnerabilidade humanas – traumas físicos e mentais, os quais o fragilizam e os quais remetem para o campo da saúde mental.




21. NEM RESPIRES (2016)

jane levy
Jane Levy em “Nem Respires” (2016) |© Big Picture/ Screen Gems

Protagonizado por Jane Levy (“Evil Dead”) e por Dylan Minette (“13 Reasons Why”), “Don’t Breath” é um típico mas agradável filme de terror, que narra uma história que assenta, em muito, no valor dos seus jump scares.

A protagonista da história é Rocky, uma jovem que quer começar uma vida melhor com a sua irmã, e por isso aceita participar num assalto à casa de um idoso, em conjunto com um grupo de jovens. Contudo, o homem de idade cego acaba por se mostrar um adversário à altura. Um filme que vive, antes de mais, da tensão que é capaz de criar, a partir de uma narrativa para lá de simples.




20. BEM-VINDO A ZOMBIELAND (2009)

Zombieland
Woody Harrelson em “Zombieland” (2009) | © Sony Pictures

Mais uma entrada no género da comédia zombie. Quiçá a mais popular que o mundo já viu, a par do britânico “Shaun of the Dead”, e que terá direito a uma sequela este ano, Zombieland: Double Tap, 10 anos depois do primeiro capítulo.

Realizado por Ruben Fleischer (“Gangster Squad”), “Zombieland” foi na realidade a sua primeira, e mais bem-sucedida, longa-metragem. Em grande parte devido ao sarcástico argumento, e também muito devido ao verdadeiro elenco de luxo: Woody Harrelson, uma jovem Emma Stone em ascensão, Jesse Eisenberg também no seu auge e Abigail Breslin no rescaldo do seu imenso sucesso com “Little Miss Sunshine” (2006). Tudo nomeados a Óscars ou futuros nomeados e vencedores, o elenco completa-se ainda com um fenomenal cameo por parte de Bill Murray. Para ver, rever, e rever uma vez mais.




19. OS OUTROS (2001)

Os Outros
Nicole Kidman em “Os Outros ” (2001) |© Dimension Films

“The Others”, do chileno Alejandro Amenábar (“De Olhos Abertos”) é um filme de terror que conseguiu não cair no esquecimento ao longo dos anos. Em grande parte, devido à sua protagonista, Nicole Kidman, aqui uma verdadeira força da natureza, inclusive nomeada ao Globo de Ouro por este papel.

Uma mulher chamada graça muda-se, com os dois filhos, para uma mansão em Jersey, no final da segunda guerra mundial, enquanto espera que o marido retorne do campo de batalha. As crianças têm uma doença que os impede de receber luz directa. Vivem isolados, mediante regras religiosas, até ao momento em que chega ajuda para tomar conta das crianças.

Embora não seja uma adaptação oficial, é nitidamente mais uma adaptação do livro “The Turn of the Screw”, uma obra de Henry James, que data de 1898. A adaptação mais famosa, recordamos, é “Os Inocentes”, de 1961. Quanto a este “The Others”, não é considerada uma adaptação directa, sendo antes inspirada pela obra.

Recordamos que em 2020, Floria Sigismondi (“Daredevil”, “The Runaways”) irá lançar “The Turning”, uma nova adaptação do livro, protagonizada pelas jovens estrelas em ascensão Brooklyn Prince e Finn Wolfhard.




18. A MOSCA (1986)

A Mosca
Jeff Goldblum em “A Mosca”(1986) |©20th Century Fox Home Entertainment

David Cronenberg é um realizador prolífico, que se aventurou em géneros cinematográficos distintos. “The Fly” é  a sua obra que mais se aproximou do registo do terror, embora seja, antes de mais, uma obra de ficção científica. O filme é protagonizado por Jeff Goldblum, que interpreta um cientista brilhante, o qual está a fazer experiências perigosas com seres vivos, as quais se relacionam com transporte de matéria – ou seja, teletransporte.

“The Fly” é uma das obras mais célebres do autor, uma marca nas narrativas sobre metamorfose, um enredo com ecos de muitas outras influências e que bem influenciou a ficção que se lhe seguiu. Tão influente é, que Cronenberg já anunciou o interesse em realizar um remake da sua própria obra.




17. O QUE FAZEMOS NAS SOMBRAS (2014)

what we do in the shadows
Taika Waititi, Ben Fransham, Jemaine Clement e Jonny Brugh em “O que Fazemos nas Sombras” (2014) |©Paramount

“What We Do In The Shadows”, no original, é mais uma hilariante comédia zombie. Gravada no género de mockumentary, um falso documentário a puxar para o género cómico, esta obra realizada por Jemaine Clement, que veio a adaptar o filme ao formato de série em 2019, e por Taika Waititi, que viria a realizar os mais recentes capítulos de “Thor”, é uma paródia de alto nível. Um filme de baixo orçamento, que ridiculariza e homenageia os filmes de vampiros em igual medida. Aqui, seguimos as vidas de Viago (Taika Waititi), Deacon (Jonathan Brugh) e Vladislav (Jemaine Clement), três colegas de casa que procuram ultrapassar obstáculos em comum, o tipo de obstáculos que advém de serem vampiros imortais que bebem sangue humano para sobreviver.




16.  ASSASSINOS DE FÉRIAS (2012)

Steve Oram e Alice Lowe em “Assassinos de Férias” (2012) |©StudioCanal

Realizado pelo inglês Ben Wheatley, imediatamente no ano seguinte a “Kill List”, “Sightseers” é humor negro britânico ao melhor nível. Neste filme, Chris quer mostrar à sua namorada Tina o mundo. Como pretende fazê-lo? Alugando uma caravana e fazendo-se à estrada. Depressa a sua viagem encontra um percalço, e depois outro…e outro. “Sightseers” mostra o potencial perfeito da sobreposição entre comédia e horror.




15.  NÓS (2019)

us
Lupita Nyong’o em “Nós”(2019) |©Universal Pictures/ NOS Audiovisuais

Jordan Peele tinha muito a que corresponder. O pior (ou melhor) de tudo? É que o seu follow-up de “Get Out” teria que corresponder à sua própria obra antecessora. “Nós” é tão político como “Foge”, fala também sobre racismo, e acrescenta-lhe uma camada muito forte sobre imigração, a qual não estava antes presente. Não é um filme tão embrulhadinho num belo pacote coerente, tal como era o seu “Get Out”.

Não, “Us” é mais sangrento, é mais confuso, tem mais desvios e caminhos a percorrer. É um filme extremamente dado à psicanálise, e que nos deixa a fazer análise pós-créditos durante umas boas semanas. Corta a respiração, e grita por análise. O filme, liderado por uma estonteante Lupita Nyong’o, não nos dá nunca todas as respostas que procuramos, e não é ousado dizer que quem procure, há de encontrar incoerências. Ainda assim, como estudo sobre o doppleganger, sobre a noção de oportunidades e escolhas, como estudo do “outro”, não desilude e arrepia, bem depois da primeira visualização.




14. BETH, A ZOMBIE (2014)

Life after beth
Aubrey Plaza e Dane DeHaan em “Beth, A Zombie” (2014) |©Courtesy of Sundance Institute

“Life After Beth”, estreado no Festival de Cinema de Sundance, teve a sua primeira exibição nacional no Motelx. Um filme não muito bem recebido pela crítica ou sequer pelo público, permitam-me discordar, e assinalar esta hilariante comédia zombe como um filme a não descartar.

Em primeiro lugar, é protagonizado por Aubrey Plaza, que digamos de passagem, só podia ter nascido para interpretar o papel de um zombie. A história apresenta-nos a Beth, uma jovem que morre ao ser picada por um animal selvagem aquando de uma caminhada. Um dia, Beth regressa dos mortos e os seus pais e namorado não podiam estar mais felizes, pelo menos de início. Infelizmente, Beth não é bem a mesma, e á medida que o tempo vai passando, isso vai tornar-se cada vez mais evidente.




13. VAI SEGUIR-TE (2014)

it follows
Maika Monroe em “Vai Seguir-te” (2014) |©Alambique/ RADiUS-TWC

Estreado em Portugal, em 2014, no Festival Motelx, como, aliás, muitos dos filmes desta lista, a sua estreia comercial chegou apenas em 2015. “It Follows”, de David Robert Mitchell, que entretanto lançou uma segunda longa-metragem – “O Mistério de Silver Lake “(2018), tornou-se um fenómeno de culto no circuito indie.

Premiado até dizer basta, “It Follows” deu-se particularmente bem nos circuitos de críticos e de festival. Na bilheteira, transformou o parco orçamento de 1 milhão de dólares em 10 mundiais. Modesto, mas ainda assim respeitável. A história é simples, e inequivocamente filha do século XXI. Depois de um encontro sexual, Autumn, a nossa protagonista, é atormentada por visões e sente, sempre, que está a ser seguida. Acaba por saber que um péssimo destino a aguarda, a não ser que passe a “entidade” que a persegue para outra pessoa, através do único meio possível, o contacto sexual. Uma clara alegoria curiosa para as doenças sexualmente transmissíveis da era moderna.




12. A CASA NA FLORESTA (2011)

terror cabin in the woods
“A Casa na Floresta” (2011) |©Mutant Enemy Productions

Como procuro fazer notar nesta lista, se há algo que caracteriza o género do terror são as expectativas em seu torno. A formatação é muita, e as escolhas parecem por vezes limitadas. Ora, nada melhor do que aludir diretamente a essa realidade, de forma descarada, usando tal alusão como um trunfo.

Joss Whedon, o para lá de celebrado produtor, realizador e argumentista, responsável por produtos como “Buffy”,  “Os Vingadores” ou até a co-escrita de “Toy Story”, escreveu em conjunto com Drew Goddard, realizador do filme, este argumento de terror a desconstruir o próprio género.

Numa aparição rara de Chris Hemsworth no género do terror, somos confrontados com uma narrativa típica do horror. Cinco jovens deslocam-se para uma cabana isolada na floresta, onde vão passar o fim de semana sem poder comunicar com o mundo exterior.




11.  IT (2017)

Pennywise
Bill Skarsgård em “It 2” (2019)| © NOS Audiovisuais

It” foi lançado em 2017, partindo de uma fórmula vencedora, fadada a ser bem-sucedida, mas que suplantou todas as expectativas. É uma espécie de meio filme adolescente, meio terror, protagonizado por um grupo de miúdos nos anos 80. Acabou por beber de uma certa onda nostálgica forte, nomeadamente se considerarmos que saiu um ano depois do estrondoso sucesso de “Stranger Things”, onde se substituirmos um monstro por um palhaço, acaba por ter uma premissa algo semelhante. Miúdos em bicicletas, no verão, a lutar contra um mal que os crescidos não vêm ou compreendem.

“It” é menos um filme de terror e mais uma pequena máquina do tempo nostálgica, que por ser pouco abrasiva, conseguiu agradar a gregos e a troianos. É suficientemente inofensivo para ser abrangente em termos de público alvo, e é agradável em grande parte. Uma narrativa agradável, situada no verão de 1989, apresenta-nos um grupo de miúdos adoráveis e que sofrem de bullying, que procuram destruir um monstro sem-forma, que se mascara de palhaço e rapta crianças numa pequena cidade do Maine, Derry, a qual é atormentada por desaparecimentos.

A criação de Andy Muschietti (“Mama”) tornou-se o filme de terror com maior bilheteira mundial da história do cinema (não ajustado à inflação), atingindo um total mundial superior a 700 milhões de dólares. Mais uma (muito) bem-sucedida adaptação de um romance de Stephen King.




10. NOSFERATU (1922)

Guillermo del Toro
“Nosferatu, eine Symphonie des Grauens ” | © Archives du 7e Art/Prana-Film Berlin

“Nosferatu” foi realizado por Murnau, um dos mais lendários realizadores alemães, um dos maiores expoentes do surrealismo alemão. No período entre as grandes guerras mundiais, no qual se situam historicamente estes filmes, encontramos todo um movimento sobre luz, sombras, escuridão e o oculto. Encontramos também neste período a verdadeira semente e essência para a construção futura de todo o género do terror.  A primeira narrativa em torno do Conde Drácula, ainda a preto e branco e dominada por inter-títulos, sem som ou diálogos, mantém, ainda hoje, uma espécie de validade inesperada e que todos devemos comprovar através da visualização deste filme. Aliás, a popular obra promete remake para breve. 




9. ZOMBIES PARTY – UMA NOITE…DE MORTE (2004)

SHAUN of the dead
Kate Ashfield e Simon Pegg em “Zombies Party – Uma Noite… de Morte” |© 2004 Rogue Pictures. All Rights Reserved.

A comédia zombie não é propriamente um sub género oficial de terror, mas bem podia ser. Múltiplas são as obras de referência que tornam o apocalipse uma autêntica piada de mau gosto, e no topo desta lista está, inequivocamente, o magnífico  “Shaun of the Dead”.

Realizada pelo prolífico e camaleónico realizador Edgar Wright, “Shaun of the Dead” é uma obra escrita pelo mesmo em colaboração com o seu protagonista Simon Pegg. Juntamos-lhe ainda Nick Frost, e temos a receita para a desgraça, no melhor sentido. Parte da reconhecida mas não oficial trilogia “Cornetto”, que contempla ainda outros dois filmes realizados por Wright e que contam com a parelha Pegg+Frost, “Shaun of the Dead” conta-nos a história do apocalipse zombie, de um prisma bem, bem diferente do habitual.




8.  HEREDITÁRIO (2018)

Hereditario critica
Toni Collette em “Hereditário” (2018) |©NOS Audiovisuais

O género do terror tem os seus vícios. Certas lógicas, esquemas, cânones e lugares-comuns. É um tipo de cinema especialmente atormentado pela repetição de fórmulas. Contudo, é recompensado, de forma imensa, pelas produções que conseguem escapar a essa norma. Como podemos ver por esta lista, 2017 e 2018 não falharam, no que toca a apresentar produções capazes de escapar à norma.

“Hereditary” é um filme povoado por imagens inesquecíveis e por performances incontornáveis. Ari Aster, o realizador, chegou e venceu. Custa a crer, mas esta foi, de facto, a sua primeira longa-metragem. O seu projecto seguinte – “Midsommar – O Ritual”, leva-nos para o mundo ritualista, até um bizarro “festival de verão”. Podemos esperá-lo já nas salas portuguesas no próximo dia 19 de setembro, e com direito a ante-estreia com presença do realizador no festival Motelx- o Festival de Terror da capital.

Enquanto esperamos, vale a pena ver ou rever “Hereditary”, filme encabeçado por Toni Collette e com uma interpretação marcante por parte da jovem Milly Shapiro. Aqui, narra-se a história de uma família que lida com a perda da sua matriarca, a sua avó de família. O sobrenatural domina num filme que eleva a mestria do suspense expectável no género.




7.  UM LUGAR SILENCIOSO (2018)

Um Lugar Silencioso emily blunt
Emily Blunt em “Um Lugar Silencioso” |©NOS Audiovisuais

“A Quiet Place” foi o mais recente esforço do ator John Krasinski no campo da realização de longas-metragens, e sem dúvida o que o fez conquistar um lugar meritório de reconhecimento. Protagonizado pela sua esposa Emily Blunt, “ A Quiet Place” marca uma colaboração perfeita entre os dois. Um filme que se diz ser, acima de tudo, sobre a família, e a sua importância.

Ao invés da noção de filme mudo, este é um filme “surdo”. Muito mais do que um filme de terror, é um ensaio de mestre sobre som e sobre a sua utilização.

Esta obra, praticamente desprovida de diálogos, narra a história de dois pais que tentam criar um ambiente seguro para os seus filhos, isto num mundo pós-apocalíptico dominado por monstros, onde não se ouve, ou antes, não se pode ouvir um som. A família esconde-se em silêncio, e um ruído basta para tudo ruir.

Nomeado, com justiça, para o Oscar de Edição de Som, “A Quiet Place” merecia ter também chamado a atenção da Academia no que diz respeito ao argumento e realização. Para já, também no que diz respeito ao papel exímio de Blunt. A obra terá direito a sequela, com regressos no campo da representação e da realização.




6. DEIXA-ME ENTRAR (2008)

let the right one in
Lina Leandersson e Kåre Hedebrant em “Deixa-me Entrar” (2008) |©Sandrew Metronome Distribution

“Let The Right One In” é um filme que surpreendeu o mundo em 2008. Um drama de horror sueco capaz de fazer gelar os ossos, e que deu uma nova vitalidade a um género que nesta altura estava no pico da sua revitalização. Um filme sobre uma vampira, mas que não encaixa em nada do que estávamos a ver na televisão e no cinema.

O terror conta a história de Eli. Eli tem 12 anos, mas tem 12 anos há mais de 200. Um filme de terror, mas de certa forma também um romance e um drama, somos apresentados a Oskar, um jovem rapaz que sofre de bullying, e vive em Estocolmo em 1982. Este apaixona-se por uma rapariga peculiar, Eli, e terá que decidir se consegue perdoar as suas necessidades “peculiares”. Um filme bastante bem-sucedido, que inspirou inclusive um remake norte-americano passados dois anos.




5. FOGE (2017)

Get Out
Daniel Kaluuya em “Foge” (2017) |©NOS Audiovisuais

Em 2017, Jordan Peele, figura anteriormente associada à comédia, conseguiu um feito para lá de invejável. Conseguiu atingir um êxito consensual junto de público e crítica para uma produção de terror gravada em 23 dias. O filme, com um orçamento estimado de perto de 5 milhões de dólares, ultrapassou os 250 milhões de dólares na bilheteira mundial, tornando-o um estrondoso sucesso.

Número 1 em inúmeras listas de filmes do ano, Peele conseguiu um destaque invejável. Tornou-se uma espécie de fenómeno de culto instantâneo, se tal é sequer possível. Ultrapassou recordes, tornando Peele o primeiro realizador, produtor e argumentista afro-americano a fazer mais de 100 milhões em bilheteira com uma primeira longa-metragem. O filme conseguiu ainda ficar no top 10 da bilheteira dos Estados Unidos durante dois meses após ser lançado, tendo inclusive sido reposto aquando da campanha para os Óscars.

Uma metáfora forte para o racismo e escravatura, “Get Out” narra a história de uma família branca que tem por norma jogar um jogo bem perigoso, com leilões e jogos de bingo para lá de duvidosos. Pouco há a dizer sobre o enredo que não denuncie demasiado. De início, apenas sabemos que Chris Washington (um impecável Daniel Kaluuya, nomeado ao Óscar pelo papel) vai conhecer pela primeira vez os pais da sua namorada Rose (Allison Williams). O que se segue é tão imprevisível quanto magnético. Um filme de terror psicológico verdadeiramente diferente e imaginativo, capaz de transformar o género.




4. THE CONJURING – A EVOCAÇÃO (2013)

Patrick Wilson e Vera Farmiga em “The Conjuring – A Evocação” | © 2012 Warner Bros. Entertainment Inc.

James Wan é um realizador influente em Hollywood, especialmente quando falamos no género do terror. Responsável pelo filme “Saw” (2004), por “Insidious – Insidioso” (2010) ou  pelo super-herói da DC Comics – “Aquaman” (2018), foi com “The Conjuring” e “The Conjuring 2” que conseguiu deixar a sua verdadeira no género.

“The Conjuring – A Evocação” traz-nos uma história de terror com a qual já contactámos muitas vezes. Não é de todo um filme com uma narrativa fora do expectável dentro dos cânones do seu género – mas é uma bem explorada, e que sabe tornar os seus lugares comuns em trunfos. Estamos em 1971, Carolyn e Roger Perron mudam-se para uma casa em Rhode Island onde começam a acontecer fenómenos inexplicáveis. Assim, contactam Ed e Lorraine Warren (Patrick Wilson e Vera Farmiga), dois investigadores do paranormal, que procuram impedir este mal de se propagar.




3.  PSICO (1960)

Psycho
Janet Leigh em “Psico” (1960) |©Midas Filmes

O realizador britânico Alfred Hitchcock, que desenvolveu o seu trabalho e carreira nos Estados Unidos da América, foi apelidado como “O Mestre do Suspense”. Inúmeras são as suas obras marcantes, todas elas ligadas ao registo do suspense, antes de tudo.

“Psycho” é provavelmente a sua obra mais diretamente associada ao género do terror, e também uma das que mais é recuperada. O filme narra a história de Marion Crane, que numa longa viagem pára para descansar no infame Bates Motel. O motel é gerido pelo jovem Norman e pela sua mãe dominadora. É neste Motel que se vão desenrolar um conjunto de incidentes pouco recomendáveis. “Psycho” continua extremamente presente na cultura popular. Em 2013, originou uma popular e elogiada série televisiva, “Bates Motel”, a qual funciona como uma prequela moderna deste filme clássico.




2. SHINING (1980)

Jim Carrey em Shining
Jack Nickolson em “Shining” (1980) | © Warner Bros

“Shining” ou “The Shinning”, a adaptação mais polémica e notória de um romance de Stephen King, é talvez o mais famoso filme do celebrado Stanley Kubrick. Repleto de imagens icónicas e memoráveis, como as gémeas, o elevador, “redrum” ou o maravilhoso e opulento salão de dança, “Shining” é um dos filmes de terror mais famosos da história do cinema. Repleto de mitologias e narrativas em seu torno, este filme ganhou uma vida para si próprio muito para lá do ecrã de cinema ou do televisor.

Room 237”, um documentário estreado em Portugal no Motelx, em 2013, estreou no Festival de Sundance. Explora inúmeras teorias em torno do filme, nomeadamente as mais alucinadas, como as associações entre a obra e a viagem à lua, que se diz ter sido filmada e friccionava por Kubrick, de acordo com esta teoria.

Outras mais tenebrosas justificam a presença do sangue nos elevadores e paredes do hotel como uma alusão a um “facto” da vida real – um antigo cemitério índio, onde jazem os corpos daqueles que caíram em batalha e que agora assombram o local onde o filme foi gravado. Este “documentário subjectivo”, como foi apelidado pela produção, ilustra bem o valor de culto e de fenómeno deste filme.




1. A BRUXA (2015)

The Witch
Anya Taylor-Joy em “A Bruxa” (2015) |©Universal Pictures International

Anya Taylor-Joy, jovem promessa na indústria, teve em “The Witch” (2015) o seu grande impulso para arranque de carreira. Filme de terror e mistério, semi sobre possessão, semi sobre rituais e cultos, foi um filme estreado em Portugal no circuito de festival, neste caso no IndieLisboa, apenas em 2016.

Com o subtítulo “A New-England Folktale”, é um conto gótico sobre uma nova América. Circa 1630, William e Katherine são um casal devoto, que vive no seio da natureza, em New England, com os seus cinco filhos. Quanto o seu bebé recém-nascido desaparece e todas as colheitas morrem, a família começa a despedaçar-se. Um filme sobre pecado, sobre a raiz do mal, sobre presas e sobre tudo o que se esconde na floresta. Uma interpretação perturbadora dos mitos que mais atormentam o colectivo norte-americano.

A primeira longa-metragem de Robert Eggers, um terror psicológico marcante, elevou-o desde logo à categoria de promessa do terror. A sua nova obra “The Lighthouse”, a estrear ainda em 2019, terá como estrelas nos papeis centrais Robert Pattinson e Willem Dafoe, e é já um dos filmes mais antecipados do ano.

Quantos destes filmes já viram, e que outros incluiriam na lista? 

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One thought on “Terror | Os 50 Melhores Filmes Para Ver Entre Amigos

  • Bem-vindo a Zombieland: 5*

    Um dos meus favoritos de sempre, misturando comédia e terror perfeitamente.
    PS, alguns desses prefiro ver sozinho que quando se vê com amigos ou família há sempre barulho.
    Cumprimentos, Frederico Daniel.

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