Timothée Chalamet protagoniza "The King" (2019) | © Netflix

Timothée Chalamet | Perfil de uma estrela em ascensão

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Entre o final de 2017 e o início de 2018, o mundo ficou ciente da existência do jovem ator Timothée Chalamet, presente um pouco em todo o lado, colecionando nomeações e distinção atrás de distinção, culminando com a sua nomeação ao Óscar de Melhor Ator por “Chama-me Pelo Teu Nome” (2017), tornando-o o mais jovem nomeado na categoria em mais de 80 anos.

Depressa se tornou um símbolo LGBTI, devido à temática do filme, e o novo namorado da internet, despertando a atenção de toda uma indústria. Nos últimos dois anos, os seus papéis têm vindo a multiplicar-se, estando cotado para protagonizar filmes realizados por autores conceituados como Wes Anderson ou Denis Villeneuve.

De momento, podemos vê-lo nos cinemas a protagonizar o último filme de Woody Allen, na Netflix com “The King”, estreado no dia 1 de novembro. Em breve, volta a fazer par romântico com Saoirse Ronan em “Mulherzinhas”, a estrear em Portugal em janeiro de 2020. O céu parece ser o limite para o jovem ator, que completa ainda 24 anos em dezembro, mas parece ter conquistado já o mundo e um lugar quase certo na selva que é Hollywood. No dia de publicação deste artigo, Timothée Chalamet era a segunda estrela doe todo o mundo do cinema (e televisão) mais popular na plataforma IMDB, que todas as semanas mede o seu “IMDB Star Meter”, aglomerando os mais pesquisados do mundo do entretenimento.

Vamos então viajar pela vida e breve, mas marcante, carreira de Timothée Chalamet, uma das maiores estrelas em ascensão na indústria cinematográfica.

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27 DE DEZEMBRO DE 1995 

Timothée Chalamet
“Chama-me pelo Teu Nome” (2017) lançou a carreira de Timothée Chalamet| ©Memento Films

Millenial de gema, Timothée Hal Chalamet nasceu a 27 de dezembro de 1995, no bairro onde continuo a viver, toda a sua vida, inclusive depois de se tornar famoso. Em Hell’s Kitchen, Nova Iorque, um bairro no coração de Manhattan.

O ator de 23 anos, a caminhar para 24, cresceu nesta metrópole toda a sua vida, sendo a sua língua nativa o inglês, mas como o seu nome deixa adivinhar, tem ascendência francesa, da parte do seu pai, um embaixador da UNICEF francês, que há muitos anos vive nos Estados Unidos. Assim, o ator é fluente em francês, o que tem ajudado na sua polivalência no que a papéis diz respeito.

E se as relações internacionais marcam o lado da família do seu pai, o lado materno transforma-o no filho de uma família de artistas. A sua mãe, Nicole Flender, é uma agente imobiliária, mas tem um passado como dançarina na Broadway. A sua irmã mais velha, Pauline, é também uma atriz e vive em Paris. O seu tio do lado materno é o cineasta Rodman Flender, e a sua tia materna é a produtora de televisão Amy Lippman. Já o seu avô, também do lado da mãe, Harold Flender era um argumentista que trabalhou com Woody Allen. Do lado da sua mãe, recebe também  a herança judaica.

Timothée Chalamet estudou no liceu LaGuardia, em Nova Iorque, também conhecido como o liceu do filme “FAME”, que o jovem descreveu como semelhante à noção dos filmes e série, como uma excêntrica escola de artes onde se canta e dança no refeitório. Terminou o secundário em 2013, e foi precisamente na  Fiorello H. LaGuardia High School of Music & Art and Performing Arts que se apaixonou pela representação. Estudou Antropologia Cultural na prestigiada Universidade da Ivy League Columbia durante um ano, mas o curso extremamente académico não foi capaz de o satisfazer. Transferiu-se depois para a também afamada NYU, onde estudou num curso privado com tutor, mas rapidamente desistiu dos seus estudos para representar depois da participação no filme “Interstellar”, mas lá chegaremos.




SWEET TOOTH (2008)

timothée Chalamet Sweet Tooth
Timothée Chalamet em “Sweet Tooth” (2008) |©Appendix Productions/ FEARnet

Em primeiro lugar, em parte pela piada, e em parte em nome da exactidão, deixamos aqui o primeiro crédito que consta da filmografia do jovem Chalamet. Neste caso, uma curta-metragem. A curta de terror “Sweet Tooth”, numa tradução directa “dente doce”, é uma adaptação moderna do conto de Hansel e Gretel. Aqui interpreta Samuel. e tenta inglesar o seu primeiro nome, estando aqui creditado como “Timothy”.

Aqui se conta a história de dois irmãos, Sam e Edwina, que se escondem num jardim e encontram uma cabana com alguns doces tentadores. Familar?

Esta é a primeira imagem do jovem Chalamet em câmara, que voltaria em 2008 a protagonizar uma outra curta de terror “Clown Boy”. Nesta segunda, contracenou já com nomes mais conhecidos como Peter Greene (“A Máscara”) ou Norman Reedus (“The Walking Dead”).




LAW & ORDER (2009)

Timothée Chalamet em Law & Order (2009)
Timothée Chalamet em “Law & Order” (2009) |© NBC

Depois de participar nas duas curtas de terror mencionadas, quando estava ainda no secundário, Timothée teve a sua experiência televisiva, com um arco de um episódio como Eric Foley em “Law&Order”, num episódio intitulado “Pledge”, inserido na temporada 19 da série que durou de 1990 a 2010. Foi um papel bastante pequeno, mas um começo frequente para diversos talentos.

O jovem ator deu vida, aos 14 anos, a uma criança de 12, cujo homicídio é investigado no episódio.




HOMELAND (2011 – 2012) 

Timothée Chalamet em Homeland (2011)
Timothée Chalamet em “Homeland” (2011) |©Kent Smith/ Showtime

Com um filme para a televisão concluído, “Loving Leah”, de 2009, e um arco de quatro episódios na série “Royal Pains”, em 2012, o primeiro papel mais substancial do jovem ator chegou com um arco de oito episódios na série de investigação criminal “Homeland”, onde interpretou Finn Walden. O seu arco percorreu duas temporadas da série.

Aqui, interpretou o filho adolescente do vice-presidente fictício William Walden. Muitos são os dramas em que o jovem Finn se envolve, dramas com a namorada, acidentes traumáticos, entre outros incidentes que poderiam ser considerados como spoiler, e por isso por aqui ficamos. Foi este o papel a que o jovem Timothée se entregou quando estava a terminar o Ensino Secundário na “Escola do Fame”.




HOMENS, MULHERES E CRIANÇAS (2014) 

men, women & children
Dale Robinette – © 2014 Paramount Pictures. All Rights Reserved.

Foi num papel secundário que Chalamet se estreou no campo das longas-metragens para o cinema, com a comédia dramática “Homens, Mulheres e Crianças” (2014). Da autoria de Jason Reitman (“Juno”, “Jovem Adulta”), este filme é protagonizado por pesos pesados da comédia como Adam Sandler, Jennifer Garner, Rosemarie DeWitt e Dean Norris, isto no papel dos pais. No papel dos miúdos, os outros protagonistas da trama, temos um grupo de adolescentes a aprender a navegar a forma como a internet mudou as suas relações e percepções da sua própria imagem.

No elenco jovem, destacam-se nos papéis principais Kaitlyn Dever (“Booksmart”) e Ansel Elgort (“Baby Driver”). Já Timothée Chalamet interpreta Danny Vance, a paixoneta de  Allison Doss, outra das protagonistas, interpretada por Elena Kampouris.

Este drama adolescente não foi particularmente bem-recebido, e o seu pequeno papel não foi suficiente para aqui impulsionar uma rampa de lançamento.




INTERSTELLAR (2014) 

Timothée Chalamet Interstellar
Interstellar | Melinda Sue Gordon – © 2014 Warner Bros. Entertainment, Inc. and Paramount Pictures Corporation. All Rights Reserved

“Interstellar” marca o primeiro papel de Timothée Chalamet num grande filme de estúdio. Aqui, desempenhou um pequeno papel, mas foi suficiente para elevar as suas ambições no campo cinematográfico.

No épico de ficção científica de Christopher Nolan, Chalamet interpretou Tom aos 15 anos, a versão mais jovem do filho do protagonista Cooper (Matthew McConaughey). As suas cenas são breves, a sua grande maioria ainda na Terra, antes da expedição espacial de Cooper ter início. Apesar desta ser uma pequena participação, foi uma que marcou imenso o jovem ator, que garante ter visto o filme em sala inúmeras vezes, e ter inclusive chorado quando na sua inocente juventude, se apercebeu de que de facto o seu papel era bastante reduzido.




PODERES OCULTOS (2015)

Timothée Chalamet em Poderes Ocultos
Timothée Chalamet em “Poderes Ocultos” (2015) |©Shout! Factory

Entre 2014 e 2017, este segundo o ano de estreia de “Chama-me Pelo Teu Nome”, o jovem Chalamet começou a construir o seu currículo no cinema. Depois de diversas participações em filmes com papéis secundários, em títulos como, por exemplo, “Worst Friends” (2014) ou a comédia “Os Coopers São o Máximo” (2015), foi em 2015 que o encontrámos pela primeira vez no papel de protagonista, e embora este filme não tenha sido um enorme sucesso comercial, há que o destacar devido a este tal carácter inaugural na carreira do ator que aqui celebramos.

“One and Two”, ou em português “Poderes Ocultos”,  é um drama fantástico com uma enorme carga misteriosa, estreado maioritariamente em “regime” de festival. Embora não tenha tido estreia comercial em Portugal, já teve exibição nos canais de cabo, nomeadamente nos premium TVCine.

Dois irmãos descobrem uma fuga sobrenatural para os problemas que têm com os pais em casa, mas a sua forte união é testada até ao limite quando a realidade ameaça separar aquela família. O filme foi assinado por Andrew Droz Palermo. Esta foi a sua primeira longa-metragem, mas participou em outros projetos interessantes como Director de Fotografia, como por exemplo no caricato “História de Um Fantasma” (2017).




MISS STEVENS (2016) 

Miss Stevens Timothée Chalamet
Lily Rabe, Timothée Chalamet, Lili Reinhart e Anthony Quintal em “Miss Stevens “(2016) |©The Orchard

E se “Poderes Ocultos” foi o seu primeiro papel de protagonista, o ano seguinte trouxe-lhe o seu primeiro papel verdadeiramente interessante, o problemático adolescente Billy em “Miss Stevens”. O filme, realizado por Julia Hart na sua estreia na realização, foi por esta co-escrito em conjunto com Jordan Horowitz, produtor de “La La Land – A Melodia do Amor” (2016).

Timothée não protagoniza “Miss Stevens”, sendo a própria interpretada por uma magnífica Lily Rabe, mas o seu personagem é o motivador da acção. O filme é descrito como uma “coming of age story”, uma história de crescimento pessoal e de evolução para a idade adulta, protagonizada por uma professora de liceu.

“Miss Stevens” narra a história de uma professora abatida, desmotivada e desencantada, que encontra novo fascínio e brilho na vida quando acompanha um grupo de alunos a uma competição de leitura de poesia. Em especial, maravilha-se com as capacidades de declamação poética do seu aluno Billy, tão brilhante quanto atormentado.

Curiosamente, foi também no ano de 2016 que Chalamet se destacou no teatro na peça “Prodigal Son”, na Off-Broadway, em Nova Iorque, onde interpretou Jim Quinn. Venceu inclusive, por este papel, o Lucille Lortel Award, um prémio que reconhece excelência nas produções do teatro Off-Broadway. 



CHAMA-ME PELO TEU NOME (2017)

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Timothée Chalamet em “Call Me By Your Name” (2017) |©Sony Picture Classics

2017 é o ano chave para o jovem Timothée Chalamet, o ano que lançou a sua carreira como jovem promessa de Hollywood. Este ano conta com 5 créditos na sua página, dois papéis de protagonista em longas-metragens indie, dois papéis secundários em filmes de alto perfil e até uma participação numa curta-metragem. O ano é, sem dúvida, marcado por “Call Me By Your Name”, filme pelo qual foi nomeado a dezenas de prémios, e com o qual rivalizou com Gary Oldman pelo Óscar de Melhor Ator. Oldman acabou por levar a estatueta, a primeira da sua longa e diversificada carreira. Ainda assim, Timothée fez história como o mais novo nomeado ao prémio principal de representação, na categoria masculina, em mais de 80 anos.

Em “Chama-me Pelo Teu Nome” interpreta o jovem precoce Elio, um jovem francês com costela italiana que passa os seus verões no norte de Itália. Elio é um talentoso músico, com uma enorme sensibilidade, mas que pouco sabe sobre a sua própria identidade. Está a encontrar-se, e pelo caminho encontra Oliver (Armie Hammer), um aluno de Doutoramento charmoso e relaxado, e com ele vive uma bela paixão de verão, intensa e fugaz. Um dos mais belos romances sazonais da história do cinema, em grande parte devido à magnífica performance do jovem Chalamet.




HOT SUMMER NIGHTS (2017)

timothée chalamet Hot Summer Nights
Timoûthée Chalamet em “Hot Summer Nights” (2017) |©A24

Em 2017, Timothée Chalamet protagonizou um outro filme que teve mais dificuldade em ver a luz do dia, e que certamente menos fez pela sua popularidade e carreira. “Hot Summer Nights” apenas viu a luz do dia, no que a distribuição comercial diz respeito, em 2018. Bem depois de ter estreado no circuito de festival, onde não fez um grande splash, apesar das suas jovens performances terem sido elogiadas. Esta obra acabou por sair beneficiada pela recente popularidade de Chalamet depois de “Chama-me Pelo Teu Nome”, e os direitos de distribuição lá foram comprados pela A24. Apesar do impulso causado por Chalamet, o filme não teve distribuição homogénea internacional e nunca chegou às salas nacionais.

O filme narra a aventura de um grupo de jovens no verão de 1991, e foca-se no personagem de Chalamet, Daniel. bastante diferente do seu personagem em “Call Me By Your Name”, aqui temos uma narrativa de evolução pessoal, do rapaz recatado e bem-comportado, até ao comportamento reprovável e selvagem nas noites quentes de Cape Cod, onde este jovem se envolve em negócios de droga, festa constante, onde se apaixona pela primeira vez e também onde se apercebe que perdeu o controlo…




LADY BIRD (2017) 

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Greta Gerwig e Timothée Chalamet nas gravações de  “Lady Bird” (2017) |©NOS Audiovisuais

Em “Lady Bird”, Timothée desempenha um pequeno mas importante papel, o de primeira experiência romântica da personagem titular do filme de Greta Gerwig. Marca também a primeira parceria romântica entre Chalamet e Saoirse Ronan, parceria essa que será recuperada em 2019 com “Mulherzinhas” e quiçá no novo filme de Wes Anderson, quanto a esses detalhes, só o tempo o dirá.

O seu papel neste filme, o de Kyle, não é muito marcante, mas serviu uma função importante na sua carreira. Em primeiro lugar, marcou desde logo pela diversidade, sendo um papel completamente oposto àquele que interpretou no mesmo ano com o jovem Elio. Por outro lado, a participação neste filme, que teve uma campanha de Óscares tão forte como a de “Chama-me pelo Teu Nome”, senão até mais forte, foi criar uma projecção constante e repetida da imagem do jovem ator, que subitamente estava presente em muitas das cerimónias de prémios como membro de ambos os elencos.

Um ótimo exemplo desta dupla promoção imbatível será a cerimónia de 2018 dos Screen Actors Guild Awards, que premeia atores de televisão e cinema. Timothée encontrava-se nomeado pela sua prestação como Elio, mas também como membro do elenco de “Lady Bird”, estando presente neste noite como duplo nomeado, por dois filmes distintos. Assim se começava a traçar um inegável caminho rumo ao sucesso.




BEAUTIFUL BOY (2018) 

Beautiful Boy
Beautiful Boy |©NOS Audiovisuais

2017 trouxe a Chalamet ainda a participação no western “Hostiles”, uma experiência com pouco protagonismo, mas que o ator reforçou como positiva por lhe ter permitido partilhar o set com um dos seus ídolos, Christian Bale, protagonista da obra.

Já 2018 surgiu como mais um ano promissor, com a estreia do drama familiar “Beautiful Boy”, que narra a história verídica da família Sheff, e baseado em dois livros auto-biográficos que relatam como um pai e um filho lidaram com a difícil experiência da dependência de metanfetaminas. Em “Beautiful Boy” (2018), Timothée Chalamet partilha o ecrã a meias com Steve Carell, impecável no papel de David Sheff.

Timothée é aqui Nic Sheff, um jovem criativo que se torna viciado em drogas numa fase muito inicial da sua vida. O filme segue uma lógica circular, tentando simular a própria natureza do vício. As pequenas vitórias, as frustrações e as recaídas. O filme teve uma recepção morna, o que impediu que os seus magníficos interpretes conseguissem chegar mais longe com estas prestações. Ainda assim, Chalamet foi nomeado ao Globo de Ouro para Melhor Ator num Papel Secundário, categoria de Drama, e para muitos outros prémios. Ficou a faltar-lhe a nomeação ao Óscar, mas mais importante que isso, “Beautiful Boy” pareceu anunciar que o sucesso do ano anterior não era ocasional, e que a carreira do jovem ator iria, de facto, de vento em poupa.  Para este papel, o jovem ator perdeu imenso peso e sofreu uma transformação que, segundo o próprio, o fez inclusive perder as forças em set, tal era a preocupação com encarnar a personagem com veracidade.




UM DIA DE CHUVA EM NOVA IORQUE (2019) 

Um Dia de Chuva de Nova Iorque
© Gravier Productions/NOS Audiovisuais

Uma produção já mais do que concluída em 2018, “Um dia de Chuva em Nova Iorque” ficou na gaveta durante algum tempo devido às polémicas relacionadas com o movimento #metoo, que acabaram por levar a que a Amazon Studios cancelasse o seu contrato com o realizador e argumentista Woody Allen, que de momento está a processar o gigante de vendas online e streaming. Falamos do escândalo sexual de Woody Allen, com o ressurgimento das acusações de violação por parte da filha do realizador, Dylan Farrow. Allen está de momento a processar a Amazon por quebrar o contrato, mas o filme conseguiu ver a luz do dia graças primeiramente ao circuito de festivais, e depois devido à distribuição europeia.

Esta distribuição no Velho Continente, para bem e para o mal mais removido desta problemática, garantiu que o filme tenha recebido estreia em Portugal em outubro de 2019, encontrando-se ainda em exibição em inúmeras salas. Um filme situado no tempo presente, mas repleto de glamour do passado, “Um Dia de Chuva em Nova Iorque” marca o reencontro de Woody com a sua maior musa, a cidade de Nova Iorque, que ele filma como ninguém, sempre envolta numa nostalgia deliciosa.

Aqui, Timothée Chalamet dá vida a Gatsby Wellles, mais um prodígio no seu currículo. Canta, toca piano, é culto e aventureiro, ligeiramente rebelde e muito, muito neurótico. É um personagem típico de Woody Allen, com tudo o que de melhor e pior pode significar este vício. Dir-se-ia que Woody escreveu este papel pensando em si mesmo, mas este é um Woody Allen protagonizado pela nova geração, e Chalamet foi novamente uma boa aposta.




THE KING (2019) 

The King
The King | © Netflix

Não há tempo como o presente, e o mais recente lançamento de um filme protagonizado pelo jovem Chalamet é a produção da Netflix “The King”, assinada por David Michôd. Nesta, o ator dá vida ao jovem Hal, herdeiro do trono britânico, que após a morte do pai é coroado Rei Henrique V, contra a sua vontade, herdando as guerras do pai, as quais deverá agora travar.

“The King” é uma adaptação de duas peças de Shakespeare e estreou na Netflix a 1 de novembro. Neste filme, partilha o ecrã com nomes como Robert Pattinson, Joel Edgerton (co-argumentista do filme) ou Lily-Rose Depp.A recepção do filme é, na generalidade, positiva, embora pouco entusiasta, e por isso não suficiente para levar o jovem ator para novos voos nas premiações. Fica a memória de mais uma versátil entrada na sua filmografia.




MULHERZINHAS (2019) 

Mulherzinhas
Timothée Chalamet e Florence Pugh em “Mulherzinhas” (2019) | ©Sony Pictures/ Columbia Pictures

Sim, não há tempo como o presente, mas porque não falar um pouco sobre o que aí vem? Para Timothée, são múltiplos papéis e oportunidades de brilhar e deixar a sua marca no mundo do cinema. Destaque para a sua próxima estreia, “Little Women”. Apesar de tratarmos aqui de um papel de apoio, é um importante, senão essencial para a trama do romance do século XIX que aqui vai ver nova vida no cinema, pela caneta e câmara de Greta Gerwig.

Timothée Chalamet interpreta em “Mulherzinhas” o papel de Laurie, o melhor amigo das quatro irmãs que dão nome à obra. Adicionalmente, é também o principal interesse romântico da protagonista Jo, aqui interpretada nesta versão por Saoirse Ronan.

A antecipada nova versão do clássico de Louisa May Alcott, livro muitas vezes tido como o primeiro romance infanto-juvenil e um marco fundamental na literatura no feminino, estreia nos cinemas norte-americanos no dia de natal. Chega a Portugal a 30 de janeiro de 2020.




DUNE… E MAIS ALÉM (2020) 

Dune
Kyle MacLachlan em “Dune” de Lynch (1984) |©Universal

Ainda deverá faltar cerca de um ano, mais coisa menos coisa, até termos direito a ver “Dune” no grande ecrã, esperado em dezembro de 2020 nos cinemas norte-americanos, mas a antecipação é muita. E se Timothée Chalamet se tornou já um grande nome na indústria, “Dune” marca uma grande estreia na sua carreira, vai aqui liderar um blockbuster, um grande filme de estúdio pela primeira vez. Em “Dune”, dará vida ao protagonista Paul Atreides, que na versão realizada por David Lynch em 1984 foi interpretado por um jovem Kyle MacLachlan (“Twin Peaks”, “Blue Velvet”).

“Dune” é uma nova adaptação do romance inaugural de ficção científica da autoria de  Frank Herbert. Contará com a realização de Denis Villeneuve, que deu já grandes provas da sua capacidade no campo da ficção científica, tendo realizado filmes como “Blade Runner 2049” (2017) ou “O Primeiro Encontro” (2016). As expectativas estão bastante elevadas, pois a tecnologia dos anos 80 travou o sucesso da adaptação de Lynch. Algo é certo, se este filme triunfar, Chalamet passará assim de estrela associada ao campo mais indie para uma estrela de grandes produções.

As gravações na Jordânia arrancaram em abril, com o elenco a partilhar imagens do set e do deserto vermelho que os rodeia. A Chalamet juntam-se grandes nomes no elenco como Josh Brolin (“Os Vingadores”), Dave Bautista (“Guardiões da Galáxia”), Jason Momoa (“Game of Thrones”), Oscar Isaac (“Star Wars”), Zendaya (“Homem-Aranha: Longe de Casa”), entre muitos outros. A Warner Bros. está a investir, e muito, neste filme, estando até já a prever uma possível sequela.

Em 2020, espera-se que estreie também o novo filme de Wes Anderson, onde poderemos esperar mais um papel de relevo por parte do jovem ator. Recentemente, foi publicada a sequela do livro “Call me By Your Name”, que dá pelo nome de “Find Me”. É quase certo que este livro originará uma sequela do sucesso “Chama-me Pelo Teu Nome”. Por agora, esta possível produção continua envolta em especulação, tal como os restantes passos na jovem carreira de Chalamet.

Aos 23 anos de idade, Timothée Chalamet é uma força avassaladora, uma nova promessa que conquistou Hollywood ao longo de uma temporada de prémios, e que não parece estar a perder fogo desde então. Anunciado por muitos como a “next big thing”, o grande sucesso que está para vir, o jovem conta já com uma carteira invejável de papéis e nomeações aos 23 anos de idade.

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