78º Festival de Veneza | Bong Joon Ho será presidente do júri

O realizador coreano Bong Joon Ho, vencedor da ‘dobradinha’ dos Oscares 2020 e realizador de ‘Parasitas’, será o presidente do júri do Festival de Veneza, que tem já datas marcadas de 1 a 11 de Setembro próximos.

São para já duas boas notícias de esperança e de resistência na luta da indústria do cinema contra a pandemia de Covid-19: depois de Cate Blanchett o ano passado, Bong Joon Ho, realizador de ‘Parasitas’, será o presidente do júri do 78º Festival de Veneza, que já tem datas marcadas de 1 a 11 de Setembro próximos.

Ao aceitar a proposta para ser presidente do júri, Bong Joon Ho disse: ‘O Festival Internacional de Cinema de Veneza carrega consigo uma longa e variada história, e estou muito honrado por estar envolvido nessa sua bela tradição cinematográfica’, disse o realizador de ‘Parasitas’, em comunicado, enviado pela direcção e postado no site do Festival. ‘Como presidente do júri – e mais importante, como um eterno cinéfilo –, é que estou pronto para premiar e aplaudir todos os filmes que serão certamente óptimos, seleccionados pelo festival’, conclui o realizador realçando ainda uma ‘esperança e entusiasmo genuínos’, nesta sua tarefa.

Parasitas
“Parasitas” © Alambique

Alberto Barbera, director do Festival também comentou este anúncio oficial: ‘A primeira e boa notícia sobre o 78º Festival de Cinema de Veneza é que Bong Joon Ho aceitou entusiasticamente em presidir ao júri. Esse grande realizador coreano é uma das vozes mais autênticas e originais do cinema mundial. Estamos-lhe imensamente gratos por teraceite em colocar sua paixão de cinéfilo atento, curioso e sem preconceitos ao serviço de nosso festival’. Barbera recordou ainda que é a primeira vez que um realizador sul-coreano é nomeado para presidir ao júri oficial do Festival, e que esta decisão demonstra que os cineastas de todo o mundo podem considerar Veneza como a sua ‘segunda casa’. Apesar disso Bong Joon Ho, de 51 anos nunca se estreou ou teve visibilidade internacional no Festival de Veneza, mas antes em outros dos grandes festivais europeus:  ‘Memories of Murder’ (2003), um extraordinário filme policial, foi premiado Festival de San Sebastian enquanto ‘The Host – A Criatura’ (2006) e ‘Mother – Uma Força Única’ (2009), estrearam no Festival de Cannes, aliás como o polémico ‘Okja’ (2017), que era um filme produzido pela Netflix. A polémica aconteceu no ano da presidência de Pedro Almodóvar, que rejeitava qualquer hipótese de atribuir a Palma de Ouro a um filme da plataforma e que não estava destinado às salas de cinema. Foi a partir daí que o Festival de Cannes, apoiado pelos grandes distribuidores franceses, decidiu liminarmente não aceitar filmes na sua competição que não venham a ter distribuição na primeira janela e na mais convencional: os cinemas. Contudo o grande reconhecimento internacional de Bong Joon Ho só aconteceria com ‘Parasitas’ (2019), a ‘tragicomédia’ sul-coreana, sobre as desigualdades sociais, que o ano passado arrasou tudo: começou com a Palma de Ouro em Cannes em 2019 e fez história nos Óscares de Hollywood  em 2020, porque nunca antes um filme estrangeiro tinha arrecadado em simultâneo Prémio de Melhor Filme e Melhor Filme Internacional na nova nomenclatura. ‘Parasitas’ recebeu ainda os Óscares de Melhor Realização e Melhor Argumento Original.

JVM

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