Black Mirror: USS Callister

Black Mirror | 25 factos que (provavelmente) desconheces

[tps_header]

Black Mirror, a série original Netflix tornou-se um êxito do dia para a noite e a espera entre temporadas é sempre longa. Mas será que sabes tudo sobre ela?

Uma série onde reina a utopia e uma análise profunda do impacto da evolução da tecnologia na sociedade onde vivemos, os temas não deixam nunca de ser intrigantes e mesmo peculiares por vezes. Contudo, com tantas ideias futuristas e noções que nos levam às reflexões, será que sabemos tudo o que há para saber sobre o universo de Black Mirror? Descobre alguns factos interessantes que estão na base e por trás do fenómeno mundial, cuja 5ª temporada estreou este mês na Netflix.

[/tps_header]

Nota importante: Nalguns factos apresentados poderão existir spoilers. Caso não tenhas visto todos os episódios da série, tenta ir com calma para não apanhares surpresas que ainda não queres saber.

A ORIGEM DO NOME

Black Mirror
Um ecrã com informação é cativante mas… e quando ele se desliga?

O nome da série, “Black Mirror“, vem de algo bem presente no quotidiano de toda a sociedade actual. Os ecrãs pretos que nos rodeiam – telemóveis, televisões, tablets, computadores, etc. Charlie Brooker, o criador da série, já confirmou que a inspiração para o título da série veio mesmo desses ecrãs.

“Qualquer televisão, LCD, iPhone, iPad – algo do género – se olharmos directamente para ele, parece um espelho preto, e há algo frio e aterrorizante sobre isso”




CHARLIE BROOKER, O CRIADOR

Charlie Brooker
Charlie Brooker

A grande mente por detrás desta série antológica é Charlie Brooker mas sabias que a sua carreira começou na comédia? Alguns dos seus primeiros trabalhos incluem os programas britânicos “The 11 O’Clock Show” e “Nathan Barley”. No entanto, para Brooker, “Black Mirror” é apenas uma evolução do seu trabalho, neste caso no âmbito da comédia negra. Para o argumentista, a série não é necessariamente algo distópico e negro, como tem sido a sua percepção pelo mundo fora, especialmente nos Estados Unidos da América.




DE ONDE VEM A INSPIRAÇÃO

Charlie Brooker
Brooker nunca escondeu a origem da sua inspiração para a criação de “Black Mirror”

A grande influência de “Black Mirror” é “Twilight Zone”. O modo como a série contava as assustadoras histórias foi o que deu o mote para a criação da série onde os episódios não estão necessariamente ligados. Segundo Charlie Brooker, numa divertida analogia com comida, cada episódio era quase como um chocolate, aparentemente igual, diferente no interior.

“Cada semana entrávamos num mundo ligeiramente diferente. Havia uma assinatura geral nas histórias, quase como a mesma cobertura de chocolate – mas o recheio era sempre uma surpresa”.




O PECULIAR “ESTUDO DE MERCADO”

Black Mirror
Charlie Brooker e Annabel Jones são os produtores executivos da série

Cada episódio da série é único à sua maneira e é Charlie Brooker que está por trás das suas origens. Para o criador, existe um método, aparentemente infalível até ao momento, sobre se a ideia é ou não boa para a criação de um episódio. Brooker apresenta sempre as suas ideias a Annabel Jones, produtora executiva da série, e se a sua reacção for “Oh, isso seria horrível”, significa que é uma boa ideia para desenvolvimento.



A INTERNACIONALIZAÇÃO DE BLACK MIRROR

Black Mirror
Miley Cyrus é um dos últimos nomes a juntar-se ao elenco, no último episódio da 5ª temporada

A série já vai com 5 temporadas mas foi entre a segunda e a terceira que “Black Mirror” se internacionalizou. Uma série onde predominavam os britânicos, a série começou a receber cada vez mais interesse por parte de celebridades, argumentistas e realizadores americanos. Os actores americanos começaram a aparecer cada vez mais nos episódios, como protagonistas principais, como Bryce Dallas Howard ou Miley Cyrus. Jodie Foster foi também uma das realizadoras na quarta temporada e “Nosedive” foi escrito por Rashida Jones e Michael Schur, ambos americanos.

Esta mudança na estrutura da equipa por trás da série foi também uma consequência natural da mudança das companhias de produção. As primeiras temporadas foram produzidas pelo Zeppotron, uma companhia britânica, e as últimas três já estiveram sob a alçada da Netflix.



DURAÇÃO DAS TEMPORADAS

Black Mirror
“Black Mirror: Striking Vipers”

Para Charlie Brooker, as temporadas de “Black Mirror” nunca irão ultrapassar os seis episódios. Algumas têm tido três, outras seis, mas nunca irá passar desse número segundo o criador.

O trabalho envolvido no desenvolvimento das histórias e nos episódios – uma vez que são todos diferentes e sem qualquer relação entre eles – leva o trabalho da equipa ao limite pelo que o sétimo episódio poderá ser puxar demasiado na óptica do criador.




THE NATIONAL ANTHEM – O IMPACTO DO EPISÓDIO

National Anthem
O primeiro episódio da série chocou as audiências com o seu final

“The National Anthem”, o primeiro episódio da série, é conhecido pelo seu final, onde o Primeiro Ministro britânico tem sexo com um porco, em directo na televisão nacional, para satisfazer o pedido de resgate de um raptor. O episódio teve sem dúvida alguma um grande impacto nas audiências mas ao que parece, a ideia para o final da personagem nem sempre foi esta. Segundo Brooker, houve várias alternativas em cima da mesa, e a dada altura até pensaram numa roda gigante de queijo…



THE NATIONAL ANTHEM – UM PARALELISMO DA REALIDADE?

Black Mirror: National Anthem
“Black Mirror: National Anthem”

Se a história do episódio já foi suficientemente aterrorizante para alguns, pior só o facto de aparentemente ter algum paralelismo com a realidade. Anos depois da sua estreia, começaram a surgir declarações em como David Cameron, na altura o primeiro ministro britânico, teria colocado as suas partes privadas na boca de um porco morto, como parte de uma iniciação para entrar numa fraternidade. Charlie Brooker, o criador, afirmou que foi uma mera coincidência, realçando não ter conhecimento dos alegados actos de Cameron.



BE RIGHT BACK – A TECNOLOGIA É REAL

Black Mirror
“Be Right Back” apresenta uma intrigante tecnologia que até já está a ser estudada no mundo real

A tecnologia apresentada no primeiro episódio da segunda temporada, “Be Right Back” existe realmente no mundo real. No episódio, Martha recorre à “impressão digital” do seu companheiro para criar uma nova versão dele após a sua morte. A recriação do companheiro começa com mensagens escritas, para chamadas de telemóvel e finalmente para um andróide em tamanho real, réplica total.

Esta tecnologia já existe no mundo real e já começou a ser desenvolvida por Eugenia Kuyda, que gerou e criou uma versão digital de um amigo falecido. Um pouco assustador não acham?



O ELENCO É O MAIOR FÃ DA SÉRIE

Jon Hamm
Jon Hamm foi o primeiro protagonista americano da série

Jon Hamm, o primeiro actor americano a participar na série de origem britânica, sempre foi um grande fã da série. O actor participou no episódio especial “White Christmas”, da segunda temporada, depois de ter pedido uma reunião com Charlie Brooker, o criador da série. O actor pediu ao seu agente para que marcasse uma reunião para uma hipótese de participar na série, sem saber que Brooker já estava a trabalhar num especial de Natal.




NOSEDIVE TEVE IMPACTO NO ELENCO

Nosedive

A ideia por detrás do primeiro episódio da terceira temporada, “Nosedive”, teve também o seu impacto na própria equipa e elenco do episódio. Bryce Dallas Howard, a protagonista do episódio, deixou a ideia do episódio falar mais alto e foi investigar junto de um condutor da Uber qual o seu ranking na app. A actriz considerou “horrível” ser apenas um 4.8 (a app tem pontuação máxima de 5 estrelas).



PLAYTEST – IDEIA PARA O TWIST VEIO DE FEEDBACK NEGATIVO

Black Mirror
“Black Mirror: Playtest”

“Black Mirror” já conquistou muitos fãs mas também são muitos os que não gostam dos temas da série, ou que acham que por vezes leva os temas longe demais. Perante a premissa da série, uma escritora publicou uma crítica onde se meteu com os criadores da série indicando que o próximo episódio poderia ser “What if phones, but too much?” (tradução livre: E se telefones, mas é demais.).

Charlie Brooker achou a premissa hilariante e decidiu escrever “Playtest”, onde no twist final a personagem morre apenas por causa do uso indevido do telemóvel.




F.R.I.E.N.D.S. PREVIRAM SAN JUNIPERO

San Junipero
Black Mirror: San Junipero

Sim, é isso mesmo! Ao que parece, Ross Gellar foi a grande mente em “F.R.I.E.N.D.S.” que conseguiu antecipar o grande twist do quarto episódio da terceira temporada, “San Junipero”. Em “The One Where Phoebe Runs”, Ross fala com Chandler sobre um livro que anda a ler com uma premissa interessante.

“Por volta de 2030, haverão computadores que podem executar a mesma quantidade de funções que um cérebro real. Então, teoricamente, poderíamos fazer o download de pensamentos e memórias para este computador e viver para sempre como uma máquina.” – Ross Geller, “F.R.I.E.N.D.S”

E agora? Terá mesmo alguém escrito esta ideia? O que sabemos agora é que se calhar o promissor livro que Ross Gellar andava a ler não era assim tão disparatado.



SAN JUNIPERO JÁ É CULTURA POP

San Junipero
“Black Mirror: San Junipero”

“San Junipero” é sem dúvida um dos episódios mais populares de “Black Mirror” e já deixou bem presente a sua posição na cultura pop. Até ao momento, é possível ver vários sketches de “Saturday Night Live” com referências claras ao episódio. Outras séries actuais que já fizeram referência foram “Riverdale“, da CW e “Orange is the New Black“.



SAN JUNIPERO É DOS MELHORES EPISÓDIOS

San Junipero
San Junipero foi um sucesso junto da crítica

As opiniões dividem-se em relação aos melhores episódios de “Black Mirror” mas perante a crítica, “San Junipero” é sem dúvida um dos melhores. Em 2017 arrecadou o Emmy para Melhor Argumento para Séries Limitadas, Filme ou Especial Drama.

A par do Emmy pelo argumento, também Tanya Lodge, a responsável pelo trabalho de maquilhagem e styling do episódio, ganhou um BAFTA no mesmo ano.




ELENCOS DE LUXO

Black Mirror
Pom Klementieff, uma das caras do universo MCU, já faz parte do universo Black Mirror

O sucesso crescente de “Black Mirror” permitiu que vários actores e actrizes favoritos do público se tornassem parte integrante do elenco. ao longo das cinco temporadas, são vários os que já participaram nalgumas das maiores produções do mundo do cinema e da televisão. Será que te lembras de todos?

“Game of Thrones”: Hannah John-Kamen, Jerome Flynn (Bronn), Faye Marsay, Donald Sumpter, Oona Chaplin (Talisa Stark), Tobias Menzies, Natalia Tena e Francis Magee.

“Harry Potter”: Domhnall Gleeson (Bill Weasley), Natalia Tena (Nympadora Tonks), Jessie Cave (Lavender Brown) e Kelly Macdonald (fantasma da Torre Ravenclaw).

Universo MCU: Letitia Wright (“Black Panther“), Daniel Kaluuya, Hayley Atwell (“Capitão América”), Benedict Wong (“Doutor Estranho“), Pom Klementieff (“Guardiões da Galáxia 2“) e Anthony Mackie (“Capitão América”).



“HATED IN THE NATION” ESCRITO POR EXPERIÊNCIA PROFISSIONAL

Black Mirror
“Black Mirror: Hated in the Nation”

O argumento de “Hated in the Nation” teve por base a própria experiência pessoal de Charlie Brooker. Brooker escreveu, em 2004, um editorial de sátira, a pedir o assassinato de George W. Bush, o presidente dos Estados Unidos na altura. Na altura,as críticas ao editorial ganharam dimensão larga junto do público e são essas mesmas consequências que o argumentista decidiu explorar neste episódio.



BANDA SONORA EM VINIL

Nosedive
Bryce Dallas Howard em “Black Mirror: Nosedive”

Dois episódios da série deram origem a duas bandas sonoras em vinil. Um acto único para uma série de televisão, Max Richter, viu as suas bandas sonoras de “San Junipero” e “Nosedive” atingirem esse feito em pouco tempo.



BLACK MIRROR POR TODO O MUNDO

Black Mirror
“Black Mirror: Crocodile”

A série, ao longo das cinco temporadas, já foi filmada em diversos locais do mundo. Já passou por locais como Cape Town, na África do Sul, Londres, Inglaterra e até mesmo numa zona remota da Islândia.



“ANYONE WHO KNOWS WHAT LOVE IS” É RECORRENTE

Black Mirror
“Black Mirror: Men Against Fire”

A música “Anyone Who Knows What Love Is” tem sido recorrente em todas as temporadas de “Black Mirror”. Apesar de Brooker já ter referido que não existe ligação entre os episódios, esta música parece ser transversal a vários episódios. A música apareceu nos episódios abaixo:

  • 1ª Temporada – episódio 2 – “Fifteen Million Merits”
  • 2ª Temporada – episódio 4 – “White Christmas”
  • 3ª Temporada – episódio 5 – “Men Against Fire”
  • 4ª Temporada – episódio 3 – “Crocodile”
  • 5ª Temporada – episódio 3 – “Rachel, Jack and Ashley Too”



SELO DE APROVAÇÃO DE STEPHEN KING

MetalHead
“Black Mirror: MetalHead”

O icónico Stephen King é fã assumido da série. O rei do terror assumiu o seu amor pela série já em 2014 quando no seu Twitter afirmou que adorava “Black Mirror”. Caracterizou a série como aterradora, divertida e inteligente. Fazendo alusão a uma das inspirações, classificou-a como “Twilight Zone” para maiores de 18 anos.



LIVROS DE “BLACK MIRROR” A CAMINHO

Black Mirror
“Black Mirror: Rachel, Jack and Ashley Too”

A ironia é clara: uma série que se foca num mundo distópico onde a tecnologia impera, vai passar para papel. Mas, porque não? Brooker está a preparar uma série de três livros com histórias de “Black Mirror”.



PRÉMIOS

Black Mirror
Letitia Wright conseguiu uma nomeação ao Emmy com “Black Mirror: Black Museum”

Para além dos prémios arrecadados pelo episódio “San Junipero”, Charlie Brooker e a sua equipa já conseguiram arrecadar mais nomeações e prémios ao longo dos anos. O episódio USS Callister também ganhou na categoria de Melhor Argumento para Série Limitada, Filme ou Especial. Já Letitia Wright por exemplo, conseguiu uma nomeação para o Emmy de Melhor Actriz Secundária numa Série Limitada ou Filme com o episódio “Black Mirror: Black Museum“.



BROOKER NÃO ACONSELHA MARATONAS DE “BLACK MIRROR”

Black Mirror
“Black Mirror: Shut Up and Dance”

Isso mesmo! “Black Mirror” não é a série ideal para binge watching e quem o diz é o próprio criador da série. Para Charlie Brooker, ver múltiplos episódios da série seguidos é como levar com um carro. Para o criador, não há motivos para querer levar com um carro vezes e vezes sem conta, seguidas.



A SÉRIE NÃO É ANTI TECNOLOGIA

Black Mirror
“Black Mirror: Hang the DJ”

Os episódios de “Black Mirror” acabam sempre em temas onde a tecnologia aparenta ser o tema central mas para Charlie Brooker, esse não é realmente a peça central da história. O criador não é anti-tecnologia, e é bastante apologista e entusiasta da sua evolução, mas as suas histórias pretendem incidir na parte humana da história. O importante não é a tecnologia mas o que as pessoas fazem e as decisões que tomam perante ela. A tecnologia pode levar a um rumo mas no final, são as pessoas que tomam a decisão final do que fazer.

 

Qual é o teu episódio favorito?

[tps_footer]

[/tps_footer]

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *