Keith Bernstein © Netflix

Corrida aos Emmys 2023 | Candidatos em Drama

As categorias de drama são das mais ferozes recordadas na história dos Emmys. Uma selva de antigos nomeados e populares estreias aquecem a competição deste ano.

A palavra chave desta temporada é HBO. Os seus títulos (“House of the Dragon”, “Succession”, “The Last of Us” e “The White Lotus”) dominam as categorias de atuação nos Emmys, principalmente os membros da família Roy e os ilustres convidados das terras sicilianas em categorias de atuação. HBO também espera manter o seu domínio nas corridas técnicas com estas submissões, principalmente de conteúdo fantástico e contemporâneo.

Por outro lado, as últimas temporadas de “Better Call Saul” e “Yellowstone” também se colocam com alguma força. A primeira ambiciona alcançar a sua primeria vitória após quase 5 dezenas de nomeações e a segunda ainda sonha com uma nomeação em categorias principais após o seu protagonista ter vencido o Globo e o elenco ter sido reconhecido nos SAG.

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Os serviços de streaming Netflix e Disney+ também voltaram com as suas apostas “The Crown” e “The Mandalorian” respetivamente. Ambas séries tiveram as suas mais recentes temporadas arrasadas pela crítica e deixaram os fãs insatisfeitos após estrondosos sucessos em anos anteriores. Será que a academia televisiva vai reconsiderar as suas presenças a favor de entregas mais louvadas como “Andor” na Disney+ ou “The Diplomat” na Netflix.

Entre as séries que não se encontrarão em competição por não terem estreado as suas produções a tempo temos “Euphoria”, “Stranger Things” (exceto em algumas categorias técnicas), “Severance”, “Squid Game” e “The Morning Show.”

The Last of Us HBO
©2023 HBO Max

AS PREVISÕES

MELHOR SÉRIE DRAMÁTICA

“Better Call Saul”

A despedida da série mais nomeada na história dos Emmys sem vencer em nenhum ocasião (ao todo 46 nomeaçãoes.) Até agora! Esta última entrega conseguiu a sua primeira nomeação a melhor série dramática nos Globos de Ouro, foi a primeira vez que recebeu 3 nomeações aos SAG e foi a grande vencedora dos Critics Choice. Mais nomeações parecem asseguradas, e as vitórias?

“House of the Dragon”

“House of the Dragon” já fez algo que “Game of Thrones” nunca conseguira, vencer o Globo de Ouro de Melhor Série Dramática. Esta prequela está encaminhada em direção ao mesmo sucesso que a sua antecessora, e prevêm-se várias nomeações técnicas e outras tantas para o seu elenco.

“Succession”

Já se escreveu tanto acerca de Succession e será a grande vencedora da noite, é garantido. Recordista de nomeações na edição passada, adorado pela crítica e estimado pelos fãs. Não houve temporada final mais falada nos últimos meses e quebrou recordes de visualização episódio após episódio. O Roy dominaram o panorama televisivo por isso façam o favor de lhes entregar já o Emmy!

“The Crown”

4 temporadas que conquistaram um total de 21 Emmys das 55 impressionantes nomeações e a única série da história a varrer todas as categorias dramáticas num só ano. Esta quinta temporada, não sendo tão bem acolhida, atingiu o estatuto de nomeado nos Globos de Ouro, SAG e Critics Choice, tendo sido tão só ignorada pela primeira vez pelos AFI. Será nomeada, mas com alguma real relutância, imagino.

“The Last of Us”

Séries baseadas em videojogos raramente triunfam nos Emmys. Séries sobre apocalipses zombies também não é a temática mais idolatrada pelos votantes. Contudo, as séries de Craig Mazin ou aquelas séries cuja estrela é Pedro Pascal, tem um futuro diferente. Os críticos renderam-se e o público seguiu-se, só falta mesmo a Academia Televisiva.

“The Mandalorian”

O nomeado surpresa pela sua primeira temporada encontra-se agora numa situação periclitante. É de longe a temporada pior recebida e foi assombrada por escândalos (desde a remoção de Gina Carano às introduções dos cameos de Lizzo e Jack Black.) As nomeações técnicas estão garantidas, mas Grogu pode ter de se despedir da categoria principal.

“The White Lotus”

A grande vencedora de Melhor Minissérie, e provavelmente teria repetido a vitória se tivesse podido voltar à mesma categoria, foi obrigada a concorrer como Série Dramática pela recorrência de certos personagens. No entanto, garante a nomeação quer seja pela infinitamente citável Tanya que por ter voltado a ser reconhecida pelos AFI, os Globos de Ouro e os SAG.

“Yellowjackets”

Entre canibalismo, desastres aéreos, trauma e homicídios encontramos um dos melhores elencos da televisão americana numa história entusiasmante. A série da realizadora Karyn Kusama arrecadou 7 nomeações o ano passado, incluíndo Melhor Série; desta vez são expetáveis ainda mais nomeações.

Alternativas: “Yellowstone” ou “The Handmaid’s Tale”

Duas séries nas suas últimas temporadas. “Yellowstone” espera prevalecer finalmente nos Emmys e “Handmaid´s Tale” agarra-se com unhas e dentes ao seu estatudo de outrora, apesar de ter lançado a sua temporada pior recebida.

Succession Emmys 2022
Succession © HBO



MELHOR ATRIZ EM SÉRIE DRAMÁTICA

A irmã Roy (Sarah Snook em “Succession”) foi promovida a protagonista, para grande infelicidade de Lynskey (“Yellowjackets”) que espera alcançar a vitória com a ausência de Zendaya.

Emma D’Arcy, “House of the Dragon”

A favor de D´Arcy, temos a sua nomeação aos Globos de Ouro e a popularidade da série. Em contra, temos o fato de só ter aparecido em 5 dos 10 episódios da primeira temporada e de ter a filmografia mais “pobre” de entre as candidatas. À falta de nomes mais sonantes, D´Arcy pode conquistar um dos lugares dos nomeados.

Melanie Lynskey, “Yellowjackets”

Estreou-se há quase três décadas no circuito com Kate Winslet no filme “Heavenly Creatures”, mas tão só o ano passado recebeu o merecido reconhecimento de Hollywood. Entre a nomeação aos Emmys e a vitória no Critics Choice, nada parece indicar que falhará a segunda volta.

Elisabeth Moss, “The Handmaid’s Tale”.

Uma perene nomeada que tem mantido o seu lugar na corrida após 4 temporadas. Hoje em dia, é talvez aquela que pode ser mais facilmente esquecida visto a crítica que recebeu a série, mas não a sua prestação. Mesmo assim, Moss é uma favorita da academia e tem se provado no cinema e televisão, podendo ser vista ainda este ano em “Next Goal Wins” de Taika Waititi.

Bella Ramsey, “The Last of Us”

Aos 19 anos não seria a mais jovem nomeada, mas está com certeza uma da 10 mais jovens nomeadas. Têm se vindo a afirmar com papéis em “Game of Thrones” e no filme de Lena Dunham “Catherine Called Birdy,” agora só lhe falta o reconhecimento da indústria.

Sarah Snook, “Succession”

Foi submetida como atriz principal pela sua primeria temporada, e não foi nomeada a nada. Subteram-na como secundária, recebeu duas nomeações aos Emmys (perdeu duas vezes para Julia Garner em “Ozark”) e venceu o Globo de Ouro. Agora foi novamente submetida como protagonista, será que este movimento irá vingar como o seu personagem?

Imelda Staunton, “The Crown”

A única atriz que se pode gabar de já ter sido nomeada ao Óscar de entre as candidatas. O seu papel já valeu 3 Emmys às suas antecessoras e foram constantemente nomeadas na categoria principal, e com a morte da monarca toda a atenção recaiu sobre Staunton na última temporada. Será que a academia aprovou?

Alternativas: Keri Russell, “The Diplomat” ou qualquer atriz do elenco de “Yellowjacktes”

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MELHOR ATOR EM SÉRIE DRAMÁTICA

3 membros da família Roy (Culkin, Cox e Strong) defrontam o imensamente popular e carismático Pedro Pascal e o perene nomeado Odenkirk.

Jeff Bridges, “The Old Man”

Um veterano já vencedor do Óscar e afastado dos ecrãs desde 2018, concorre com a sua estreia televisiva (teve papéis televisivos não recorrentes no seu início de carreira.) O papel já lhe valeu a nomeação aos Globos de Ouro, Critcs Choice e SAG, por isso parece consensual o seu retorno aos Emmys.

Brian Cox, “Succession”

Numa jogada muito similar à sua contraparte fictícia (Logan Roy), Brian Cox submete-se como ator principal apesar de ter sido a sua partipação mais curta até ao momento e ter tido a possibilidade de se submeter como secundário (onde provavelmente teria a vitória garantida.) As más línguas afirmam que poderá ter sido para obstacularizar a vitória de Strong…

Kieran Culkin, “Succession”

Um dos dois irmãos Roy nesta categoria e o elemento do elenco secundário mais reconhecido pelo circuito de prémios. Especula-se que Culkin é submetido como protagonista numa tentativa de permitir mais espaço para nomeações em categorias secundárias para o elenco de “Succession.” Esta foi a mesma jogada que entregou nomeações a Jeffrey Wright em “Westworld” e Kit Harrington em “Game of Thrones”, ambos da HBO…

Bob Odenkirk, “Better Call Saul”

Saul Goodman pertence ao panteão de personagens icónicos televisivos e já arrecadou 5 nomeações na categoria principal. Contudo, “Better Call Saul”, parece amaldiçoado visto que nunca venceu nenhum Emmy ao longo de dezenas de nomeçaões e 5 temporadas. Não podemos esqueçer também que venceu o Critics Choice ainda este ano.

Pedro Pascal, “The Last of Us”

Este é o ano de Pedro Pascal! Entre o sucesso the “The Last of Us” (quebrou recordes de visualizção na HBO Max, superando “House of the Dragon”), a nova temporada de “The Mandalorian” (que pelos vistos não contou físicamente com Pascal) e a sua participação especial no “SNL” é garantido ouvir o nome da estrela a ser mencionado por primeira vez pela academia televisiva.

Jeremy Strong, “Succession”

O ator de método que já venceu nesta mesma categoria há dois anos, lança-se para a terceira nomeação seguida. Strong também já venceu o Critics Choice e o Globo de Ouro e tem-se consagrado no mundo do cinema recentemente com “Armageddon Time.” Strong é também o único membro do elenco a ser nomeado aos Television Critics Association.

Alternativa: Diego Luna, “Andor” ou Kevin Costner, “Yellowstone”

Jennifer Coolidge The White Lotus
“The White Lotus” | © HBO



MELHOR ATRIZ SECUNDÁRIA EM SÉRIE DRAMÁTICA

Jennifer Coolidge contra 7 atrizes que não são Jennifer Coolidge, por isso sem hipóteses.

J. Smith Cameron, Succession

A atriz foi crescendo e revelando-se ao longo das últimas temporadas e a sua “Gerri” é incontornável, até ao ponto de ter arrecadado uma nomeação o ano passado nesta categoria. A última entrega não parece estar a desacelarar em termos de popularidade, por isso a repetição é aguardada.

Jennifer Coolidge, The White Lotus

“These gays! They are trying to murder me!” é a frase mais citável do panorama televisivo deste último ano. Entre discursos comoventes e cómicos nas galas de premiações dos últimos meses e a sua constante presença nas redes sociais e nos nossos ecrãs (“The Watcher”, “Shotgun Wedding” e  futuramente na sequela de “Legalmente Loira”), a nomeação e a vitória estão garantidas.

Elizabeth Debicki, The Crown

O controverso papel de Diana foi trabalhado novamente com graça e elegância por outra atriz de peso. Debicki é o elemento do elenco mais destacado da infame 5ª temporada, sendo ela protagonista de vários episódios, entregando-lhe o material suficiente para garantir uma nomeação.

Ann Dowd, The Handmaid’s Tale

Aunt Lydia entregou o primeiro Emmy e várias nomeações (Globos de Ouro e Critics Choice) a esta atriz camaleónica. Contudo, nesta drástica última temporada, a atriz apareceu em mais episódios do que pela temporada que lhe deu a vitória. Será que se conservará entre as nomeadas?

Meghann Fahy, The White Lotus

Era tão só reconhecida pelo seu desmpenho em “The Bold Type” e agora é uma estrela feita. A sua “Daphne” é um papel complexo, ambíguo e intrigante nas mãos de Fahy. Apesar de ter passado desapercebido pelos grandes prémios da indústria, estamos a apostar que a academia corrija esta injustiça.

Aubrey Plaza, The White Lotus

Num elenco de personagens e figuras tão diferentes, Plaza ressaltou ao olhar dos espetadores. A disseção da sua relação pelo público deu-lhe o protagonismo suficiente para ter garantido uma nomeação aos Globos de Ouro e possívelmente receber a sua primeira nomeação aos Emmys, depois de anos a ser ignorada por “Parks and Recreations” e “Legion.”

Christina Ricci, Yellowjackets

Com este papel e a sua colaboração em “Wednesday” estamos perante uma “Riccissance.” A já nomeada ao Emmy por este papel, e com décadas de carreira numa indústria que começou ainda jovem, destina-se a repetir a nomeação. Ricci beneficia também de ter a maioria do elenco a competir na categoria principal.

Rhea Seehorn, Better Call Saul

Demorou mas foi finalmente nomeada após meia dezena de tentativas. É a primeira atriz secundária a arrecadar nomeações consecutivas nos TCA e já foi agraciada com duas nomeações aos Critics Choices. Kim Wexler é o personagem introduzido pela nova série “Better Call Saul” que recebeu mais aplausos.

Alternativas: Qualquer membro do elenco de “House of the Dragon” ou a Sabrina Impacciatore ou Haley Lu Richardson de “The White Lotus.”

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MELHOR ATOR SECUNDÁRIO EM SÉRIE DRAMÁTICA

2 séries ocupam a categoria quase por completo (“Sucession” e “Better Call Saul”) enquanto “House of the Dragon” e “The Crown” lutam por uma mera menção.

F. Murray Abraham, “The White Lotus”

Salieiri foi o papel que lhe deu maior fama (e um Óscar) nos anos 80, contudo o patiarca obsceno e promíscuo da família Di Grasso será o papel que as gerações mais recentes não esquecerão. É também o único elemento do elenco secundário destacado pelos Globos de Ouro.

Jonathan Banks, “Better Call Saul”

O papel que já valeu a Banks 5 nomeações aos Emmys, entre “Better Call Saul” e “Breaking Bad”, chegou ao fim. É verdade que as suas chances estão reduzidas após ter sido esquecido em duas ocasiões pela Academia, no entanto, a nomeação aos SAG parece ter dado vida à sua candidatura.

Nicholas Braun, “Succession”

O cousin Greg tem surpreendido com as suas nomações ano após ano, e este ano de despedida não será exceção. Calculista, inadevertidamente cómico e o braço direito de Tom, Greg é o parente afastado que todos aprendemos a amar.

Giancarlo Esposito, “Better Call Saul”

Tem se tornado numa presença esperada nos últimos 5 anos nestes prémios, desde 2019 que tem sido constantemente mencionado pela academia. Este ano, adiciona também o seu estrondoso retorno a “The Mandalorian” e protagoniza a série da Netflix “Kaleidoscope.” Mais um ano, mais uma nomeação?

Matthew Macfadyen, “Succession”

O atual detentor do Emmy, coloca-se novamente na liderança após a sua complexa viragem dramática na última temporada. As suas cenas com Sarah Snook tem lhe dado material suficiente para repetir a nomeação e, possívelmente, a vitória.

Jonathan Pryce, “The Crown”

O nomeado ao Óscar repetiu também a nomeação aos Globos de Ouro e aos SAG como elemento do elenco do “The Crown” dando vida ao Príncipe de Edimburgo. Desde 2014 que a Netflix tem mantido um nomeado nesta categoria, à exceção do ano da pandemia, e Pryce tenciona manter esta tradição.

Alan Ruck, “Succession”

O único irmão Roy ainda por nomear. Com a vacância deixada por Kieran Culkin após se submeter como ator principal, cabe a Ruck competir pela sua posição, não esquecendo que Alexander Skarsgard pode também ocupar essa mesma nomeação.

Matt Smith, “House of the Dragon”

O último dos 6 concorrentes da HBO a ser comentado aqui. O já nomeado aos Critics Choice por este mesmo papel é o carismático antagonista e pode ser o sucessor vilanesco de Peter Dinklage nos Emmys, pois este conquistou 4 vitórias.

Alternativa: John Lithgow, “The Old Man”

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