Sophia Loren

História dos Óscares | As estrelas italianas

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Com o decorrer da 12ª Festa do Cinema Italiano queremos lembrar os atores oriundos de Itália que foram consagrados pelos Óscares da Academia de Hollywood, ora com nomeações ora com vitórias.

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A 12ª Festa do Cinema Italiano continua de vento em pompa, a equipa da MHD continua a acompanhar a edição deste ano de 2019. Com sabemos a programação é diversificada, e a Festa já superou os 7 mil espectadores, sendo que apresenta filmes italianos com interpretações do mais alto nível!

Com o fecho da edição em Lisboa e no Porto, começamos a lembrar o melhor da edição corrente da Festa do Cinema Italiano. Destaque, sobretudo, para a presença de Alessandro Borghi para apresentar  um dos filmes que protagonizou na última temporada cinematográfica e que já tivemos oportunidade de ver: “Sulla Mia Pelle” (Alessio Cremonini, 2018). Com este filme, Alessandro Borghi conseguiu o prémio mais prestigiado do cinema italiano, o David Di Donatello de Melhor Ator Principal, os Óscares italianos.

Assim, e usando essa grande interpretação como pretexto, a equipa da Magazine.HD decidiu revisitar os livros de história do cinema e celebrar outros atores italianos, nomeadamente aqueles que foram nomeados aos Óscares pelas suas interpretações.

Festa do Cinema ItalianoSophia Loren

Tendo em conta que Itália sempre teve uma cinematografia que vive muito das performances, da expressividade e gestualidade que tão bem caracterizam as gentes desse país, a MHD relembra neste artigo tão especial todos os atores italianos nomeados para os Óscares da Academia. Podemos mesmo afirmar que Itália é um dos países cujos atores constam mais vezes entre a lista daqueles que foram nomeados sem o privilégio de serem americanos ou britânicos!

Na realidade, foram 15 as ocasiões em que os atores italianos obtiveram uma nomeação ao Óscar e alguns dos quais acabaram mesmo por vencer na categoria que concorriam! De Anna Magnani até Roberto Benigni, seguem-se os atores italianos e seus respetivos desempenhos que marcaram a diferença e fizeram história nos prémios da Academia!

No entanto, há já algum tempo que mais nenhum ator italiano conseguiu chamar à atenção! Qual será o próximo ator italiano a ser nomeado para o Óscar? Conseguirá Alessandro Borghi conquistar a Academia em breve?

Continuem a seguir Festa do Cinema Italiano e façam as vossas apostas para futuras nomeações de atores italianos aos Óscares da Academia!




Anna Magnani (1908 – 1973), duas nomeações para o Óscar

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Anna Magnani

Anna Magnani ficou mundialmente conhecida pelo filme “Roma, Città Aperta” (Roberto Rossellini, 1946), que marcou o nascimento do neorrealismo e que também marcaria um ponto de viragem no cinema global. Até à data de estreia de “Roma, Città Aperta”, Anna Magnani contava já com mais de 20 anos de carreira que passaram pelo cinema, mas também pelo teatro. Depois disso, e graças ao seu talento e versatilidade, a atriz nascida em 1908, acabaria por participar em filmes como “Bellissima” (Luchino Visconti, 1951) e até “Le carrosse d’or” (Jean Renoir, 1952). Depois de conquistar a Itália e a Europa, Anna Magnani seguia rumo a Hollywood.

O seu primeiro filme nos Estados Unidos revelou-se crucial para a sua corrida aos Óscares da Academia. Afinal, em “A Rosa Tatuada” (Daniel Mann, 1955) adaptação da obra homónima de Tennessee Williams, seu amigo pessoal, Anna Magnani dá vida à personagem que também já havia interpretado na Broadway numa peça de êxito impressionante.

Sucesso atrás de sucesso com o filme “A Rosa Tatuada”, Anna Magnani não foi apenas nomeada como acabou por vencer o Óscar da Academia para Melhor Atriz, o Globo de Ouro para Melhor Atriz – Drama e o prémio da crítica de Nova Iorque. Magnani tornava-se assim a primeira atriz italiana a vencer o Óscar de Melhor Atriz, embora num filme com produção americana. Nele, Anna Magnani interpreta uma viúva, de nome Serafina Delle Rose, que mantém um romance com um camionista interpretado por Burt Lancaster.

Depois disso, seguiram-se outros trabalhos regulares em Hollywood, mas nunca deixou de rodar em Itália. Por incrível que pareça, Anna Magnani voltou a ser nomeada ao Óscar de Melhor Atriz pelo filme “Selvagem é o Vento” (George Cukor, 1957), um melodrama co-protagonizado por Anthony Quinn, também ele nomeado ao Óscar de Melhor Ator por esse filme. Pelo mesmo papel, Anna Magnani recebeu ainda o Urso de Prata no Festival de Berlim do respetivo ano!

Alguns dos filmes com Anna Magnani estão disponíveis na plataforma de streaming Filmin Portugal! Não percas a oportunidade de conhecer esta fantástica atriz italiana!




Marisa Pavan, 1 nomeação para o Óscar

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Marisa Pavan

Marisa Pavan nasceu em Itália a 19 de junho de 1932 e tornou-se célebre por ser a irmã gémea da também atriz Pier Angeli. Marisa Pavan, nome artístico de Maria Luisa Pierangeli, ficou mundialmente conhecida no papel ao lado de Anna Magnani em “A Rosa Tatuada” (1955) e incrivelmente acabou nomeada ao Óscar de Melhor Atriz Secundária, perdido para Jo Van Fleet, atriz de “A Leste do Paraíso” (Elia Kazan, 1955). 

Mesmo que não tenha levado a estatueta dourada para casa, a nomeação de Marisa Pavan é realmente histórica, uma vez que a atriz tornou-se uma das primeiras atrizes italianas a ser nomeada a um Óscar. De revelar ainda que o papel de Marisa Pavan, o de Rosa Delle Rose, filha da protagonista, viria a ser consagrada pela Hollywood Foreign Press Association com o Globo de Ouro de Melhor Atriz Secundária.

Marisa Pavan participou em filmes como “O Segredo do Culpado” (Joseph Pevney, 1957) ao lado de Tony Curtis, e também em “Salomão e a Rainha de Sabá” (King Vidor, 1959).





Vittorio De Sica, 1 nomeação para o Óscar

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Vittorio De Sica e Jennifer Jones em “A Farewell to Arms”

Apesar de ser hoje celebrado como um dos maiores cineastas italianas de sempre Vittorio De Sica começou a sua carreira como ator em Itália. Aliás, a sua popularidade nos anos 30 como estrela era tal que poderemos mesmo considerá-lo como um galã. O seu primeiro papel de sucesso foi no filme “Gli Uomini, che mascalzoni!” (Mario Camerini, 1932), ao que se seguiram outros desempenhos em comédias italianas tornadas êxitos de bilheteira num instante.

Mesmo assim, a nomeação de Vittorio De Sica ao Óscar de Melhor Ator Secundário aconteceu somente mais de 20 anos depois da sua estreia no cinema, o que não deixou de ser um marco. Afinal foi o primeiro ator italiano nomeado a uma categoria de interpretação nos Óscares pelo filme “O Adeus às Armas” (Charles Vidor & John Huston, 1957). Todavia, a história do ator, mas também realizador italiano, nascido em 1901 em Sora na região de Lazio (no centro de Itália), não se fica por essa nomeação ao Óscar.

A verdade é que Vittorio De Sica também começou a realizar filmes na década de 1940, muitos deles ao lado do argumentista Cesare Zavattini, com quem realizou algumas das maiores obras do movimento neo-realista, entre elas “Ladrões de Bicicletas” (1948), “Milagre em Milão” (1950) e “O Tecto” (1956). Nos Óscares muitos dos seus filmes venceram na categoria de Melhor Filme de Língua Estrangeira – prémio que contudo é entregue ao país e não ao seu cineasta! Foram eles: o já mencionado “Ladrões de Bicicletas” em 1950; “Ontem, Hoje e Amanhã” em 1963; e “O Jardim Onde Vivemos” em 1972.

Além disso, Vittorio De Sica também realizou o filme “Duas Mulheres” (1960), que valeu a Sophia Loren o Óscar de Melhor Atriz, como veremos a seguir. Outro filme dirigido por Vittorio De Sica foi também celebrado pela Academia de Hollywood. Falamos de “Sciuscià” que De Sica realizou em 1948, e que curiosamente venceu um Óscar Honorário, e foi igualmente nomeado ao Óscar de Melhor Argumento Original.

Não percas a oportunidade de assistir a alguns dos filmes com Vittorio De Sica na Filmin Portugal! Outros tantos encontram-se facilmente no mercado de DVDs!




Sophia Loren, 2 nomeações para o Óscar

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Sophia Loren

Sophia Loren, a maior estrela feminina de Itália também está nesta lista de atores italianos nomeados aos Óscares da Academia. A célebre diva italiana nascida em Roma a 20 de setembro de 1934, revelou que a beleza poderia vir conciliada com o maior dos talentos na arte cinematográfica.

A sua carreira começou como modelo, mas rapidamente deu o salto para o grande ecrã, e ficou marcada por filmes produzidos pelo seu marido Carlo Ponti, que conheceu quando ainda tinha 16 anos. Sophia Loren atingiria a fama e a popularidade em filmes como “Carosello napoletano” (Ettore Giannini, 1953); “L’oro di Napoli” (Vittorio De Sica, 1954) e “La bella mugnaia” (Mario Camerini, 1955). A fama levou-a a Hollywood, onde contracenou com estrelas tão grandes como Cary Grant e William Holden e acabou por ganhar o estatuto de um sex symbol mundial.

Depois de tamanhas êxitos, não faltou muito para um projeto por si protagonizado piscar o olho ao Óscar da Academia. Desta forma, Sophia Loren conseguiu tornar-se a segunda atriz italiana nomeada ao Óscar de Melhor Atriz, depois das duas nomeações de Anna Magnani, e também a segunda a vencer na respetiva categoria. No entanto, Sophia Loren foi além e consagrou-se a primeira pessoa a ganhar o Óscar por um filme falado numa língua que não a inglesa, e até agora a única atriz italiana a ganhar o prémio por um filme falado em italiano. No filme, “Duas Mulheres” (Vittorio De Sica 1960), Sophia Loren é despojada do estatuto de estrela, e interpreta uma mãe que lida com a ausência do seu marido, um combatente na II Guerra Mundial. O contraste entre a persona glamourosa da atriz e o realismo cru do seu papel muito fez para lhe garantir esta vitória histórica.

Três anos depois, Loren voltou a ser nomeada, desta vez por uma comédia. “Matrimónio à Italiana” (Vittorio De Sica, 1964) foi uma das primeiras colaborações entre Sophia Loren e Marcello Mastroianni que haviam de se tornar numa das parelhas mais icónicas do cinema italiano.

Em 1991, trinta anos depois de vencer o Óscar, Sophia Loren voltou a receber uma estatueta dourada, desta vez, o Óscar Honorário. No mesmo ano recebe também o César pela Carreira, prémio entregue pela Academia Francesa de Cinema.

Mas como qualquer estrela, a fim da jovialidade de Sophia Loren acabou por ser quase determinante para o fim da sua carreira.  Nos anos 80, Sophia Loren começou a dedicar-se mais à sua família e aparecia pouco em cinema. Nos anos 90 voltou a ser estrela de um filme, com a participação especial em “Pronto a Vestir” (Robert Altman, 1994), filme que a juntou de novo a Marcello Mastroianni, colaborador de longa data, mas que não foi muito bem recebido pela crítica americana que considerou que o cineasta desperdiçava tamanhos talentos.

Mais recentemente, Sophia Loren participou em “Nove” (Rob Marshall, 2009), musical que integra a nossa lista de recomendações de filmes a ver a par da 12ª Festa do Cinema Italiano. Enfim, a verdade é que Sophia Loren deixou um marco na história do cinema mundial que no final do século o American Film Institute nomeou-a como uma das 25 maiores lendas femininas do cinema. Hoje com 84 anos, Sophia Loren vive em Genebra, na Suíça.




Marcello Mastroianni, 3 nomeações para o Óscar

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Marcello Mastroianni

Falar de Itália, falar de cinema italiano e falar de atores italianos nomeados para o Óscar é sinónimo de falar de Marcello Mastroianni. Simplesmente um dos melhores atores italianos, senão mesmo o melhor, Marcello Mastroianni viveu uma vida dedicada ao cinema.

A estreia no cinema de Marcello Mastroianni aconteceu em Os Miseráveis (Riccardo Freda, 1948), onde o seu nome não é creditado. Por isso, é muitas vezes considerada a sua estreia em “Raparigas de Roma” (Luciano Emmer, 1952), onde interpreta um jovem simpático e extrovertido. Resultou que, desde o início Marcello Mastroianni mostrava talento incontornável para o cinema introspectivo do neorrealismo, e ao mesmo tempo para a commedia all’italiana

Depois disso, os maiores sucessos de Marcello Mastroianni surgem nos anos 60, quando inicia a sua colaboração com o realizador Federico Fellini. Logo em 1960 estreia em “La Dolce Vita” (1960), um filme sobre um jornalista decepcionado com a vida. Essa mesma decepção encontra-se depois em “Fellini 8 1/2” (1963), onde aparentemente veste a pele do alter-ego de Fellini.

Obviamente, o sucesso nos Óscares não tardou em chegar! No início do ano de 1963, Mastroianni conseguiu a sua primeira nomeação para o Óscar de Melhor Ator pelo filme “Divórcio à Italiana” (Pietro Germi, 1961). Com esta nomeação, Marcello Mastroianni tornou-se o primeiro ator nomeado ao Óscar por um filme falado numa língua que não a inglesa.

Em 1978 surge outra nomeação para o Óscar de Melhor Ator no filme “Um Dia Inesquecível” (Ettore Scola, 1977), onde contracena ao lado de Sophia Loren. De facto, a dupla Mastroianni-Loren revelou-se determinante no sucesso de ambos os atores que colaboraram em projetos como “Ontem, Hoje e Amanhã” (Vittorio De Sica, 1963); “Matrimónio à Italiana” (Vittorio De Sica, 1964) ou “O Último Adeus” (Vittorio De Sica, 1970), entre outros.

Dez anos depois, volta a conquistar a Academia de Hollywood e recebe mais uma nomeação ao Óscar de Melhor Ator com “Oci Ciornie” (Nikita Mikhalkov, 1987). Desta forma, Marcello Mastroianni tornar-se-ia o ator italiano mais nomeado de sempre aos Óscares!

Quanto à sua paixão pelo cinema seguiu até ao fim dos seus dias! Em 1996, e já doente com cancro, decidiu continuar a filmar “Viagem ao Princípio do Mundo” (Manoel de Oliveira, 1997). Marcello Mastroianni desapareceu aos 72 anos, mas será para sempre lembrado como o maior ator italiano de todos os tempos (ou talvez esteja perto!)




Vincent Gardenia, 2 nomeações para o Óscar

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Vincent Gardenia

Vincent Gardenia (1922-1992) foi um ator norte-americano de origens italianas, nomeado ao Óscar, e vencedor do Emmy e do Tony Awards. Nascido em Nápoles, Gardenia emigrou com a sua família ainda criança e foi em Brooklyn que cresceu. A sua paixão pela arte começou cedo, sobretudo com o seu pai Gennaro Gardenia Scognamiglio, a fundar uma pequena escola de representação para italianos. Primeiro deu os seus passos no teatro, e só depois dos 30 anos é que estreou-se no cinema. Talvez, por isso, Vincent Gardenia seja hoje em dia pouco comentado, mesmo por aqueles que se consideram cinéfilos mais renhidos.

Em 1974, Vincent Gardenia consegue a sua primeira nomeação ao Óscar de Melhor Ator Secundário pelo filme “Toca o Tambor Devagar” (John D. Hancock, 1973) e em 1988 voltou a ser nomeado ao Óscar por “O Feitiço da Lua” (Norman Jewison, 1987), comédia romântica aclamada pela crítica e galardoada com 3 Óscares da Academia, incluindo Melhor Atriz para Cher.

A sua passagem na Broadway também não será esquecido, uma vez que ganhou OBIE Award, em 1960 por “Machinal” e depois em 1969 por “Passing Through From Exotic Places”.




Valentina Cortese, 1 nomeação para o Óscar

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Valentina Cortese em “A Noite Americana”

Com uma única nomeação ao Óscar da Academia, a atriz que se segue nesta lista é Valentina Cortese nascida em Milão em 1925, e que tem atualmente 96 anos. Com uma carreira incrivelmente vasta – conta com mais de 100 filmes -, Valentina Cortese deixou de aparecer no grande ecrã em 1993 por vontade própria.

Mesmo assim, o seu talento poderá ser sempre revisto nos filmes que participou. Valentina Cortese não só brilhou em Itália, como também em Hollywood. De destacar filmes como “A Condessa Descalça” (Joseph L. Mankiewicz, 1954) ou  “O Segredo de Santa Vitória” (Stanley Kramer, 1969).

Quanto ao projeto que lhe fez valer a nomeação ao Óscar de Melhor Atriz Secundária, tratou-se de uma produção francesa: “A Noite Americana” (François Truffaut, 1974). O filme conquistou 3 nomeações aos Óscares em 1975, mas na cerimónia do ano anterior já havia ganho outro Óscar, o de Melhor Filme de Língua Estrangeira. O filme foi curiosamente nomeado em dois anos diferentes porque as regras de elegibilidade para a categoria de filme estrangeiro eram diferentes e estavam dependentes do lançamento no país de origem. A Academia obviamente atualizou essa regra, limitando as nomeações em todas as categorias no mesmo ano.

Mas voltando a Cortese, muitos críticos de cinema na época consideram que a atriz foi “roubada” na cerimónia dos Óscares, que o perdeu para as mãos da estrela mundial Ingrid Bergman. A própria Ingrid Bergman, durante o seu discurso, pediu desculpas a Valentina Cortese, pois acreditava que ela tinha actuado melhor do que ela. O momento acabou por ser revelado por Bergman na sua biografia como um um dos mais constrangedores na sua carreira enquanto atriz.

Mesmo assim, com “A Noite Americana”, Valentina Cortese ganhou o prémio de Melhor Atriz Secundária nos New York Film Critics Circle Awards, no National Society of Film Critics Awards e ainda nos BAFTA Awards. Aplausos para tamanho talento!




Giancarlo Giannini, 1 nomeação para o Óscar

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Giancarlo Giannini

Mais conhecido por participar nos filmes de James Bond protagonizados por Daniel Craig – “Casino Royale” (Martin Campbell, 2006) e “Quantum of Solace” (Marc Forster, 2008) -, Giancarlo Giannini está no elenco do filme de abertura da 12ª Festa do Cinema Italiano“Noites Mágicas” (Paolo Virzì, 2018).Mas será preciso viajar até há mais de cinquenta anos para rever a estreia de Giancarlo Giannini no cinema, que aconteceu em 1966 em filmes menores. Actualmente e com quase 77 anos, Giancarlo Giannini continua a filmar!

Até ao momento foi dirigido por um leque de cineastas tanto em produções italianas como noutras internacionais. Os filmes de maior destaque na sua carreira foram “O Inocente” (Luchino Visconti, 1976); “Lili Marleen” (Rainer Fassbinder, 1981), de Rainer Fassbinder; “Histórias de Nova Iorque” (Francis Ford Coppola, 1989); “Um Passeio nas Nuvens” (Alfonso Arau, 1995) e “Hannibal” (Ridley Scott, 2001).

Dos galardões mais importantes, de destacar quando em 1973, Giannini venceu o prémio de Melhor Ator no Festival de Cannes por “Filme de Amor e Anarquia” (Lina Wertmüller, 1973); e em 1977, quando foi nomeado ao Óscar de Melhor Ator pelo filme “Pasqualino das Sete Beldades” (Lina Wertmüller, 1975). Ambos os filmes foram realizados por Lina Wertmüller, a cineasta italiana que se tornou, em 1976, na primeira mulher nomeada para o Óscar de Melhor Realização. Para ela, Giannini era o melhor colaborador imaginável e juntos fizeram vários clássicos do cinema italiano.

Talvez muitos não o saibam, mas Giancarlo Giannini não é só vedeta em frente às câmaras, como também um mestre de dobragens no cinema italiano. O ator ficou sobretudo conhecido por dobrar estrelas de Hollywood na versão italiana dos filmes que participaram, como por exemplo, Jack Nicholson, Al Pacino, Michael Douglas ou Dustin Hoffman. Por surpresa, Giancarlo Giannini ficou mesmo nas graças de Stanley Kubrick, que o parabenizou pela dobragem de Jack Nicholson no filme “Shining” (1980).




Massimo Troisi, 1 nomeação para o Óscar (como ator)

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Massimo Troisi

Talentoso ator italiano desaparecido precocemente aos 41 anos, Massimo Troisi foi sobretudo celebrado pelo filme “O Carteiro de Pablo Neruda” (Michael Radford, 1995), que foi exibido na 12ª Festa do Cinema Italiano.   Com este filme, foi celebrado não só em Itália com uma nomeação ao David di Donatello de Melhor Ator Protagonista, como também recebeu uma nomeação ao Óscar de Melhor Ator, apenas o quarto ator a receber uma nomeação póstuma. A acompanhar essa mesma nomeação que aconteceu na edição dos Óscares de 1996 conseguiu também ser nomeado ao Óscar de Melhor Argumento Adaptado.

Porém a carreira de Massimo Troisi não deixou de ser marcante para o cinema italiano e até para a arte mundial, uma vez que participou em mais de 50 projetos. Nascido em Nápoles em 1953 numa família modesta, a arte sempre o fascinou, começando bastante novo a escrever poesia e a dedicar-se ao teatro.

No cinema, como ator respetivamente Massimo Troisi oferece algumas das suas melhores interpretações quando filmado por Ettore Scola. Foi isso que aconteceu em “Splendor” (1988) e “Che ora è” (1989) – em que participou ao lado Marcello Mastroianni -, e novamente em “Il viaggio di Capitan Fracassa” (1990).




Roberto Benigni, 1 nomeações para o Óscar (como ator)

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Roberto Benigni

Quem ainda não viu a maneira bela, carinhosa e quase desavergonhada de Roberto Benigni a vencer o Óscar da Academia de Melhor Ator, e a receber o Óscar de Melhor Filme de Língua Estrangeira por “A Vida é Bela” (Roberto Benigni, 1998), deverá parar de imediato aquilo que está a fazer. Quando Sophia Loren grita “Roberto!” ou quando Helen Hunt diz o nome do ator, Benigni entrou 2 vezes num completo devaneio de felicidade, quase demasiado surreal para pertencer à história da Academia de Hollywood.

“A Vida é Bela” revelou-se um verdadeiro triunfo para Roberto Benigni como também confirmou o poder da produtora independente Miramax dos irmãos Harvey e Bob Weinstein junto da Academia. Com esta comédia dramática, Roberto Benigni ficará na história da Academia ao conseguir finalmente valer a um filme falado em italiano o Óscar de Melhor Ator. O mesmo confirmaria o status de Roberto Benigni como um dos grandes nomes do cinema popular.Não seria para menos, uma vez que a história continua a emocionar os quatro cantos do mundo. O protagonista é um judeu que se dedica a esconder ao filho o horror quotidiano de um campo de concentração nazi, usando humor para o proteger das realidades negras da sua vida em pleno Holocausto.

Apaixonados por Itália, pelo cinema italiano e pela vida continuarão a gritar “Buongiorno Principessa!”, expressão dita pela personagem de Benigni e dirigida à personagem de Nicoletta Braschi, com quem é casado desde 1991.

Quanto à carreira de Roberto Benigni como ator é de destacar as comédias que fez nos anos 90, como por exemplo “O Monstro” (Roberto Benigni, 1994). Em breve participará na nova versão de “Pinóquio” (Matteo Garrone, 2019) como Gepetto, o que é irónico, considerando como foi uma versão de “Pinóquio” que levou a uma queda em desgraça da sua carreira e à vitória de um Razzie. “A Vida é Bela” também já foi reposto pela Festa do Cinema Italiano em 2016.

És fã de algum destes atores italianos? Partilha a tua opinião sobre eles e suas nomeações nos comentários!

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