"Canino" | © 2009 Kino International

LEFFEST | Os vencedores ao longo dos anos

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A 13ª  edição do LEFFEST – Lisbon and Sintra Film Festival começa já hoje, dia 15 de novembro. Para nos preparamos para as sessões deste ano, fazemos uma breve retrospectiva de todos os filmes que venceram o prémio principal do festival, que dá atualmente pelo nome de “Prémio Melhor Filme LEFFEST”.

Esta lista seguirá uma ordem cronológica, a partir da primeira edição, que aconteceu em 2007 e contou desde logo com uma secção competitiva.

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2007 – STAGES DE MIJKE DE JONG

LEFFEST vencedores
Stages (2007) |©Homescreen

Começamos com 2007, e recuperamos assim a primeira edição do LEFFEST. O primeiro filme aqui premiado, na altura com a “Nau de Ouro”, foi “Stages”, da realizadora holandesa Mijke de Jong.

O filme estreou na Suiça, no festival de Locarno, e depois de uma curta rota de festival estreou em alguns países, inclusive nos Estados Unidos da América. Esta é a obra mais associada à realizadora e argumentista, tendo o filme sido premiado não apenas em Lisboa mas também, entre outros, em Locarno, onde venceu uma Menção Especial para a sua realizadora.

“Stages” é um filme sobre divórcio, sobre a sua família, sobre o seu filho, sobre frustrações e sobre a importância do diálogo.




2008 – WILD FIELD DE MIKHAIL KALATOZISHVILI

LEFFEST vencedores
“Wild Fields” (2008) |©Studio Barmalei

A segunda edição do LEFFEST premiu novamente cinema europeu, desta vez “Wild Field”, uma obra da autoria de Mikheil Kalatozishvili, uma produção russa que completou uma impressionante rota de festival ao longo de diversos meses. Inicialmente estreado em dois festivais russos, viu as telas de Nova iorque, Londres, do Festival de Roterdão, do prestigiado Festival de Veneza ou do Festival de Seattle, nos Estados Unidos, entre muitos outros.

“Wild Field” foi o filme do ano nas premiações dos críticos russos, entre duas dezenas de premiações,  e foi também um dos nomeados em Veneza.

Aqui, um jovem médico muda-se para uma região remota da Ásia central, esperando que a sua noiva se junte a ele.




2009 – CANINO DE YORGOS LANTHIMOS

LEFFEST Dogtooth
“Canino” (2009) |© Kino International

Encontramos em 2009 uma proposta muito interessante no título vencedor do LEFFEST. “Dogtooth” foi o grande pontapé de arranque da carreira do realizador grego, e um enorme sucesso tendo em consideração que “Canino” foi ainda um dos seus filmes em língua grega. Estreado no Festival de Cannes, onde Yorgos foi premiado com o “Prémio Juventude” e com o cobiçado Prémio “Un Certain Regard”, “Dogtooth” esteve no circuito de festival durante aproximadamente um ano, e foi inclusive nomeado ao Óscar de Melhor Filme em Língua Estrangeira pela Grécia.

“Canino” narra história de um núcleo familiar e dos seus três filhos adolescentes, os quais vivem numa casa cercada por uma vedação. Aqui, os jovens vivem uma existência isolada até à chegada de um elemento do exterior. Até hoje, e tendo em conta a internacionalização da carreira de Lanthimos, este continua a ser por muitos considerado como um dos seus melhores filmes, senão o melhor.




2010 – TILVA ROSH DE NIKOLA LEZAIC 

Tilva Rosh LEFFEST
Tilva Rosh (2010) |©Tuck

Escrito e realizadora por Nikola Lezaic, este filme originário da Sérvia narra uma história situada onde foi  outrora a maior mina da Europa, agora um buraco gigante. Um filme sobre juventude, sobre amizade, sobre revoltas e sobre movimentos sindicais, onde as narrativas privadas se encontram com as públicas.

O filme completou uma rota de festivais saudável, sendo apresentado em localizações tão díspares como Locarno ou Seattle. Este drama romântico não chegou às salas nacionais, e recebeu distribuição comercial essencialmente em países da Europa de Leste.




2011 –  TWILIGHT PORTRAIT  DE ANGELINA NIKONOVA

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Twilight Portrait (2011) |©Baraban Films

Em 2011, o prémio principal do LEFFEST foi novamente entregue a uma realizadora, desta vez a Angelina Nikonova pelo seu “Twilight Portrait”. Uma vez mais, o prémio foi entregue a um filme russo.

Marina, uma assistente social de alta classe sofre uma transformação dramática depois de ter sido violada por três polícias. A obra foi considerada como uma melhor estreia pela Russian Guild of Films Critics em 2012.




2012 – L’INTERVALLO DE LEONARDO DI CONSTANZO

The Interval
“L’Intervallo” (2012) |©Istituto Luce Cinecittà

E vamos até à Itália e à obra de Leonardo di Constanzo para encontrar o vencedor do Prémio Melhor Filme do LEFFEST, que entretanto foi batizado Prémio Jaeger -LeCoultre, aquando do seu novo patrocínio. Estreado no Festival de Veneza em setembro de 2012, o filme chegou em novembro a Portugal. “The Interval”, no seu título original, foi o grande vencedor dos Globos de Ouro italianos em 2013, e venceu também diversas distinções no seu ano de estreia, aquando da sua primeira exibição em Veneza.

A acção da obra situa-se nos subúrbios de Nápoles, onde uma jovem adolescente, Veronica, é uma refém prestes a ser castigada pela Máfia. Salvatore é um dos indivíduos encarregues de vigiar a jovem, mas ao longo das largas horas de espera estabelece-se uma relação de cumplicidade e afeição entre os dois.




2013 – FISH & CAT DE SHAHRAM MOKRI

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Fish & Cat (2013) |©Filmiran

Depois de estrear em Veneza a 6 de setembro de 2013, e de passar por um festival na Coreia do Sul e pelo Festival Internacional de Cinema de São Paulo, o então Lisbon & Estoril Film Festival foi a quarta paragem internacional das muitas do filme iraniano “Fish & Cat“.

Esta obra de terror escapa da norma dos dramas pesados que imaginamos a dominar o circuito de festival. Esta é uma narrativa baseada em eventos reais, e numa parte da tradição e história do Irão. Aqui, seguimos um grupo de estudantes que viajam por uma região montanhosa para participar num evento de papagaios durante o solstício de inverno. Quando um pequeno restaurante está desesperado por carne, tudo o que existe em seu redor é o grupo de estudantes… A segunda longa-metragem de Shahram Mokri combina experimentação formal com terror e com um toque de humor negro, tornado este um filme fora da norma, filmado num único plano sequência.

Aqui se representa, com um grau notável de inovação formal, a história real de um restaurante que serviu carne humana, no norte do Irão, no final dos anos 90.




2014 – AMOR LOUCO DE JESSICA HAUSNER

LEFFEST Amour Fou
“Amor Louco” (2014) |©Amour Fou Luxembourg

Chegamos a mais um dos poucos filmes vencedores do LEFFEST que tiveram, mais tarde, distribuição comercial no nosso pais. A obra de Jessica Hausner é ao mesmo tempo uma bem pesada e simultaneamente fadada de um peso desesperante. “Amour Fou” explora uma interessante premissa, a de que nenhum de nós morre sozinho, mas o que poderíamos fazer para tentar inverter esta realidade?

Estreada em Cannes, esta produção entre a Alemanha, Áustria e Luxemburgo situa-se na Alemanha, na Era Romântica. O jovem poeta Heinrich encontrou a receita perfeita para combater a inevitável solidão da morte, através do amor. Assim, faz um facto de suicídio com uma jovem que sofre de uma doença terminal.

Jessica Hausner é uma convidada recorrente do LEFFEST, e em 2019 está de volta ao festival e a Lisboa, para apresentar ” A Flor da Felicidade”, um psico-thriller futurista que apresentou em Cannes, onde o filme venceu o Prémio de Melhor Atriz.




2015 – 11 MINUTOS DE JERZY SKOLIMOWSKI 

LEFFEST 11 minutos
“11 Minutos” (2015) |©Leopardo Filmes

Viajamos até à 9ª edição do LEFFEST, e até ao filme premiado com o prémio principal, o polaco “11 Minutos”. Um thriller sobre um marido ciumento, casado com uma atriz famosa, um realizador de Hollywood, uma mula de droga, uma jovem desorientada, um vendedor de cachorros, um estudante perturbado, uma senhora das limpezas, um artista, uma equipa de paramédicos e um grupo de freiras, todas elas vidas interligadas. Todos eles vivem no mesmo mundo incerto, um mundo onde tudo pode acontecer a qualquer momento. Uma cadeia inesperada de eventos pode selar os seus destinos em apenas 11 minutos.

Este filme, produzido em colaboração com a HBO da Polónia, falado em polaco e inglês, estreou inicialmente em Veneza.




2016 – THE LAST FAMILY DE JAN P. MATUSZYŃSK

The Last Family
The Last Family (2016) |© Aurum Film

Curiosamente, 2016 marcou o segundo ano consecutivo no qual o principal prémio do Festival foi arrecadado por um filme polaco. “The Last Family” levou ainda o Prémio Revelação TAP.

The Last Family é a primeira longa-metragem de ficção de Jan P. Matuszyński. O filme explora o quotidiano claustrofóbico de Zdzislaw Beksiński, um pintor surrealista polaco conhecido pelas suas obras distópicas e perturbadoras. A interpretação esteve a cargo de Andrzej Seweryn, extremamente louvado pela sua prestação e vencedor do Prémio de Melhor Actor no Festival de Locarno. Com o empenho de Zdzislaw em registar tudo com a sua câmara de vídeo, a saga de Beksiński desenrola-se através de pinturas e experiências de quase-morte.

O drama estreou inicialmente no Festival de Cinema de Locarno. Como muitos outros desta lista, não viu a tela do cinema comercial em terras lusitanas.




2017 – CLOSENESS DE KANTEMIR BALAGOV 

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Closeness (2017) |©Wild Bunch

Chegamos a Balagov e ao seu “Tesnota”, no original russo. A obra estreou inicialmente em Cannes, onde venceu o Prémio FIPRESCI na categoria “Un Certain Regard”, tendo a obra do realizador sido considerada como ” cinema completo” pelo júri, e como uma nova voz capaz de produzir um retrato intimo de uma comunidade fechada.

A narrativa segue uma família judia em 1998, que enfrenta uma crise envolvendo um resgate.




2018 – O RIO DE EMIR BAIGAZIN

the river ozen critica leffest
“The River” |© LEFFEST’18

Chegamos ao final da nossa viagem com o filme que saiu vitorioso em 2018, na última edição do LEFFEST. Emir Baigazin é um realizador ainda jovem, nascido no Cazaquistão em 1984. Contudo, o seu currículo é já impressionante. Antes deste “O Rio”, marcou também no LEFFEST com o seu “Lições de Harmonia”.

“Lições de Harmonia” venceu o Urso de Ouro para Outstanding Artistic Contribution na Berlinale 2013, entre outros 20 prémios a nível internacional, e este “Ozen” ou “O Rio”  foi premiado no Festival Internacional de Cinema de Toronto  com uma Menção Honrosa  e no Festival de Cinema de Veneza com o Prémio de Melhor Realizador nos Prémios Orizzonti. 

Uma família de cinco filhos vive numa aldeia remota do Cazaquistão. O mais velho e mais honesto, Aslan, torna-se o representante do pai e responsável de todo o trabalho, delegando tarefas aos irmãos mais novos. Contudo, a vida doméstica muda subitamente quando um misterioso visitante, Kanat, chega à vila e mostra às crianças o seu tablet e jogos de computador. A intrusão súbita do mundo moderno traz corrupção, tentação e mentira e, de repente, Kanat torna-se o novo líder. Até que, um dia, Aslan leva Kanat consigo até ao rio e o rapaz da cidade desaparece.

O LEFFEST regressa já hoje, 15 de novembro, para a sua 13ª edição. O Lisbon & Sintra Film Festival acontece em Lisboa e em Sintra até dia 24 de novembro, e introduz uma nova forte secção competitiva. 

(Publicado originalmente em nov 2019)

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