Norah Jones fecha o COOLJAZZ com registo inesperado na noite mais cool do festival

Chegámos ao fim de mais uma edição do COOLJAZZ. Norah Jones levou milhares ao recinto, e fechou o festival num registo inesperado.

E assim terminou mais uma edição do COOLJAZZ, que este ano perdeu um dos nomes pelo qual era conhecido. Apesar disso, manteve o mesmo nível, com os sete dias mais cool do mês de Julho. Pelo Parque Marechal Carmona e pelo Hipódromo Manuel Possolo, os visitantes puderam ouvir as suaves melodias de jazz e outros géneros que convidam a repousar e apreciar o melhor que a vida e a música tem para oferecer. Entre os dias 8 e 29 de Julho, podemos ouvir artistas como Lionel Richie, Kings of Convenience, Snarky Puppy, Van Morrison, Ben Harper, Tiago Bettencourt e Norah Jones. No último dia, precisamente com Norah Jones a fechar o festival, houve também tempo para ouvir Manuel Oliveira Trio, ao pé da Food Lounge, e João Só, que abriu o palco principal.

O músico português apresentou-se em palco perante um recinto praticamente cheio, prontos para ouvir a “Norinha”, como o mesmo disse no início do concerto. Bancadas laterais cheias até ao limite da visibilidade para o palco, a plateia central sentada tinha cadeiras até quase a entrada do Hipódromo e o pouco espaço que sobrava estava cheio com pessoas em pé. As pessoas vieram em força para ouvir uma vez mais Norah Jones, que esteve pela última vez neste festival em 2018.

A escolha de João Só foi um pouco arriscada, visto que fugiu do género musical que os outros dois artistas trouxeram, com um repertório mais virado para o rock. Ainda assim, animou quem já estava presente e ansioso para assistir ao último concerto. Com alguns momentos de interação, ia tentado pedir ao público para se juntar na cantoria, mas quase sem efeito. Apresentou-nos uma mistura das suas músicas mais antigas com os novos trabalhos, incluindo o último single “Hoje Não“. Quando acaba um concerto, é normal haver alguma movimentação por parte do público, para ir buscar algo para beber e/ou comer, mas neste caso, ninguém se levantou ou mexeu, ninguém queria perder o lugar para ouvir Norah Jones.

Sem atrasos, Norah Jones apareceu à hora marcada, perante um público em euforia dentro dos moldes habituais do COOLJAZZ. Com uma tranquilidade que se espalhava por todos os cantos do recinto, a pianista norte-americana apareceu em palco sorridente, pronta para dar-nos a noite mais cool do festival. De todos os artistas que passaram por esta edição, Norah Jones, foi, provavelmente, a artista que esteve mais perto das duas palavras que formam o nome do evento, muito cool e cheia de jazz. Mas no meio disto, houve tempo para um registo inesperado, mas que têm sido cada vez mais habitual nos seus concertos.

Norah Jones misturou os seus temas antigos, e mais conhecidos, com momentos de música country. Passar de uma suave melodia de piano para um ritmo mais mexido de country pode ser um grande salto, mas a artista fê-lo na perfeição. Todo o concerto da pianista foi incrível, um dos melhores desta edição dentro do género, no entanto, Norah Jones pode não ter gostado do público que esteve presente. Em quase todo o concerto, sobretudo nas músicas mais conhecidas, como é o caso de “Sunrise” e “Don’t Know Why“, só se via telemóveis no ar a gravar estes momentos, e ciente disso, a artista pediu se podia tocar uma música sem estarem a gravar, algo prontamente ignorado pelo público. Além disso, os únicos momentos que o público se manifestava era com os temas mais conhecidos. Os concertos são moldados pelo público, e se o concerto de Norah Jones não foi melhor, é porque o público não sabia estar.

O COOLJAZZ regressa para o ano, ainda sem datas fechadas, para celebrar os 20 anos de existência.

VIDEO | COOLJAZZ REGRESSA PARA O ANO

Estiveste presente no último dia? Foste a outros dias?