Matthew McConaughey em "O Clube de Dallas" (2013) |©Focus Features

Os 10 papéis essenciais de Matthew McConaughey

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“Alright, Alright, Alright”, diria uma das maiores surpresas de Hollywood, Matthew McConaughey. Quem o visse no início dos anos 2000, como protagonista de comédias românticas, nunca seria capaz de adivinhar a evolução existente na carreira de Matthew McConaughey. Hoje completa 50 primaveras e tem uma longa carreira como prova deste seu meio século. 

Vamos então recuperar, através de uma breve cronologia, os papéis que marcaram a carreira desta estrela de Hollywood, desde o seu início no anos 90, passando pela fase de protagonista de comédias românticas, até aos papéis mais sérios e à vitória do Óscar. 50 anos e uma longa carreira na indústria que passamos agora a recuperar.

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JUVENTUDE INCONSCIENTE (1993)

Dazed and Confused
Juventude Inconsciente (1993) | ©Gramercy Pictures

Matthew McConaughey nasceu a 4 de novembro de 1969 em Uvalde, Texas, nos Estados Unidos da América. Matthew estudou na Universidade de Texas, em Austin, e inicialmente pretendia ser advogado. Antes de um exame final, decidiu mudar de curso, de direito para cinema. A sua carreira na representação iniciou-se em 1991, aos 22 anos. Apareceu em algumas publicidades e curtas, mas foi uma reunião com Richard Linklater que verdadeiramente marcou o início da sua carreira.

“Dazed and Confused” não foi ainda o filme que ofereceu a Matthew McConaughey o seu primeiro papel de protagonista, mas foi um importantíssimo para a projecção da sua carreira. Linklater considerou Matthew demasiado atraente para o seu papel no filme, o do rapaz mais velho a perseguir miúdas e “bros” de liceu, mas acabou por o contratar depois do ator deixar crescer o cabelo e o bigode. A sua personagem tinha inicialmente apenas algumas falas em três cenas, mas Linklater reagiu de forma positiva ao ator, e acabou por lhe dar 300 falas, encorajando-o também a improvisar. O seu papel, Wooderson, é pequeno, mas significativo e marcante.




MASSACRE NO TEXAS: O REGRESSO (1994) 

Matthew McConaughey em Massacre no Texas o Regresso (1994) (1)
Matthew McConaughey em “Massacre no Texas: o Regresso” (1994) |©Columbia Pictures

Em “Massacre no Texas: O Regresso”, de 1994, Matthew assumiu um papel bem mais significativo, o de um sádico assassino, que persegue aqui Renée Zellweger, num papel que foi também bastante importante para impulsionar a carreira da atriz.

“Texas Chainsaw Massacre: The Next Generation”, no original, é mais uma importante marca no desenvolvimento da filmografia de Matthew McConaughey.

Realizado por Kim Henjel, este filme colocou o ator num personagem de elevado destaque pela primeira vez. Aqui, m grupo de adolescentes tem um acidente de carro no Texas, na noite do Baile de Finalistas, e chegam a uma casa no campo onde são saudados pelo famoso Leatherface e pela sua família de psicopatas canibais.

“Texas Chainsaw Massacre: The Next Generation”, no original, é um dos filmes com pior classificação da plataforma IMDB, o que é dizer muito, considerando que a grande maioria dos filmes realizados à volta do mundo estão nesta plataforma. Ainda assim, fez estrelas, e a prestação de Matthew McConaughey é um dos poucos pontos altos da criação.




CONTACTO (1997) 

Matthew McConaughey
Jodie Foster e Matthew McConaughey em “Contacto”(1997) |©Jessie Eastland

Em 1997, começamos de facto a ver o intérprete a começar a subir na escada de Hollywood. isto já depois de ter participado noutra produção bastante relevante, a adaptação do romance de John Grisham, “Tempo de Matar”, no ano anterior. Foi aqui que se tornou uma verdadeira estrela em ascensão. Esta nova popularidade culminou na partilha do protagonismo com a já conceituada Jodie Foster no filme de ficção científica “Contacto”.

No filme, interpreta Palmer Joss, o interesse romântico da protagonista, a personagem Dr. Ellie Arroway, interpretada por Foster. Mais um papel que contribuiu para a concretização do estrelado do ator, pouco tempo antes de ter saído dos conteúdos mais sérios e passado a figurar, na sua casa dos 30, como protagonista de comédias românticas.




COMO PERDER UM HOMEM EM 10 DIAS (2003) 

“Como Perder um Homem em 10 Dias” (2003)  | © AMC

Saltamos alguns anos, durante os quais o ator entrou nalguns filmes com perfil relevante. Voltou a juntar-se a Linklater, e em 1998 protagonizou “Os Irmãos Fora-da-Lei”. Em 2001, já no seu período comédias românticas, fez par com Jennifer Lopez em “Resistir-lhe é Impossível”.

Tudo isto leva-nos a 2003 e ao pico da sua participação em romances, até à sua parelha romântica com Kate Hudson num filme sobre uma jornalista que escreve um artigo maldoso sobre fazer com que um homem se apaixone por si, para apenas o irritar com todos os possíveis defeitos capazes de terminar uma relação em 10 dias. Claro que a sua experiência dá para o torto quando se apaixona pelo playboy que escolheu como vítima.

“Como Perder Um Homem em 10 Dias” não é uma obra de qualidade, mas é uma referência reconhecível na comédia romântica do início do século XXI, e durante diversos largos anos, um dos papéis mais associados a Matthew McConaughey .




COMO DESPACHAR UM ENCALHADO (2006) 

Como Despachar um Encalhado
Matthew McConaughey e Sarah Jessica Parker em “Como Despachar um Encalhado” (2006) |© Paramount Pictures

Parece redundante, mas inclui-se nesta lista mais uma comédia romântica essencial na carreira do ator. Aqui, faz par romântico com Sarah Jessica Parker, numa narrativa em muito semelhante à do filme descrito anteriormente, isto porque assenta também na lógica de uma mulher a enganar um homem.

Matthew interpreta um homem de 35 anos, Tripp, que apesar de ter um bom emprego e um carro porreiro, tem um pequeno problema, ainda vive confortavelmente com os pais. Quando estes se fartam da situação, contratam Paula, que deverá arranjar maneira de o fazer sair de casa. Mas o que acontece quando Paula se apaixona pelo homem que está a tentar enrolar?




THE PAPERBOY – UM RAPAZ DO SUL (2012) 

Matthew McConaughey
Matthew McConaughey e Zac Efron em “The Paperboy – Um Rapaz do Sul”| Anne Marie Fox – © 2012 – Millennium Entertainment

Durante o restante da primeira década do século XXI, Matthew prosseguiu a sua carreira nas rom-coms. Em 2008, reuniu-se novamente com Kate Huson em “O Tesouro Encalhado” e em 2009, a fechar os “anos 10”, protagonizou “As Minhas Adoráveis Ex-Namoradas”. E eis que a década seguinte trouxe uma impressionante transformação de 180 graus, na qual tudo mudou na carreira do ator, para nunca mais regredir. Desde o início dos anos 2010 que a trajectória ascendente de Matthew McConaughey não viu descanso, numa das mais impressionantes reviravoltas de tipo de papéis.

Começamos a nossa viagem pelo seu novo estatuto em 2012, com “The Paperboy”, um drama criminal estreado no Festival de Cinema de Cannes. Começavam os seus filmes com mais pedigree. Aqui, interpreta Ward Jansen, um jornalista popular numa publicação em Miami, que se encontra a investigar um caso de homicídio. Entretanto, envolve o seu irmão mais novo na investigação, mas as consequências do seu envolvimento acabam por ter ramificações impressionantes e imprevisíveis.




FUGA (2012) 

Mud
Matthew McConaughey e Tye Sheridan em “Fuga” |©Jim Bridges – © 2013 – Roadside Attractions

Antes de “Paperboy”, tinha já participado no filme “Killer Joe”, solidificando uma nova posição de destaque em dramas, nomeadamente dramas criminais. 2012 foi de facto um ano muito forte na sua carreira, e meses depois de “The Paper Boy – Um Rapaz do Sul” estreou um outro filme que protagoniza que acabou por marcar verdadeiramente o seu ponto de viragem. Falo de “Fuga” ou “Mud” no original, de Jeff Nichols, um filme estrado em Cannes e nomeado para diversos prémios, entre eles a Palma de Ouro. O filme foi também um sucesso nos Film Independent Spirit Awards, o prémio mais “mainstream” entre as premiações indies do cinema norte-americano.

Matthew é “Mud”, alcunha do personagem titular da obra, um fugitivo que se encontra numa pequena ilha do Mississipi e que entra em contacto com os adolescentes Ellis e Neckbone (Tye Sheridan e Jacob Lofland). Os rapazes decidem ajudar o homem, acusado de um homicídio no Texas, convencidos de que este foi vítima das circunstâncias. Este filme foi realizado por um bem-sucedido realizador, que antes de “Mud” criou “Histórias de Caçadeiras” (2007) e “Procurem Abrigo” (2011).  Este foi apenas o seu terceiro filme.

Para além de ter sido formativo para a carreira do ator que aqui celebramos, foi também importantíssimo para Tye Sheridan, que viria a conquistar grande destaque posterior, participando no novo franchise do “X-Men” e protagonizando o filme de Spielberg “Ready Player One: Jogador 1”.




O CLUBE DE DALLAS (2013) 

Matthew McConaughey
Matthew McConaughey em “O Clube de Dallas” (2013) |©Focus Features

Se anteriormente esta lista saltava diversos anos entre títulos, não o fazemos mais. Entrámos assim no período mais bem-sucedido da carreia do ator, e assinalámos aqui o papel que lhe valeu o seu primeiro Óscar, o seu único até agora. “Dallas Buyers Club” é um filme que esteve muitos anos para ser produzido, que trocou de elenco e equipa várias vezes e que foi feito por menos de nada. A obra acabou por ser realizada por Jean-Marc Vallée ( “Wild”, “Sharp Objects”), com um orçamento muito pequeno para um filme de Hollywood, perto dos 5 milhões, já considerando certamente os fundos gastos na campanha posterior. O filme rendeu bem o dinheiro investido, fazendo 55 milhões de dólares nas bilheteiras internacionais.

Antes deste “Dallas Buyers Club”, McConaughey foi ainda co-protagonista do filme “Magic Mike” (2012), um filme sobre strippers masculinos surpreendentemente sóbrio. Regressando a Dallas, o filme teve tantas dificuldades para ver a luz do dia, e por isso foi uma enorme surpresa a recepção tão positiva na temporada de prémios de 2013/2014. Nos Óscares, recebeu seis nomeações, para Melhor Filme, Ator, Ator Secundário, Argumento Original, Maquilhagem e Edição. Levou para casa os Óscares no campo da representação para Matthew McConaughey e Jared Leto e ainda o de Maquilhagem e Penteados, pelas caracterizações moribundas dos atores centrais.

Este é um drama biográfico situado em 1985,  que narra a história de Ron Woodroof (Matthew McConaughey), um cowboy que sempre adorou testar os limites. Quando lhe é diagnosticado o vírus do HIV, descobre que o seu tempo de vida é muito limitado e decide tomar o único antiviral disponível. Quando procura tratamentos alternativos, acaba por se envolver com uma comunidade LGBTI sobre a qual nada sabe. Ron começa o Clube de Dallas, com o objetivo de fornecer medicamentos a quem se encontre na mesma situação, com o apoio da sua médica, Eve Saks (Jennifer Garner) e do transexual infectado Rayon (Jared Leto). O filme baseia-se numa inspiradora história verídica. Ron, o herói do filme, morreu vítima da sua condição em setembro de 1992, 7 anos depois dos eventos do filme. Para o papel, o ator sofreu uma profunda transformação e perda de peso.




TRUE DETECTIVE (2014) 

True Detective
“True Detective” |©HBO
No ano seguinte a “Clube de Dallas”, o nosso homenageado persistiu numa maré de bons papéis. Ainda em 2013, fez um pequeno mas memorável cameo em “O Lobo de Wall Street”. Em 2014, migrou para o pequeno ecrã e para a bem-sucedida primeira temporada de “True Detective“, uma série policial para lá de conceituada. Aqui, brilhou em 8 episódios ao lado de Woody Harrelson, o seu parceiro na trama, na qual interpretam uma dupla de detectives.
Por estes papéis, ambos os protagonistas foram indicados tanto ao Globo de Ouro como ao Emmy, sendo uma presença forte ao longo de toda a temporada de prémios de televisão. A acção situa-se em 2012, quando os dois antigos detectives recordam um dos primeiros casos que trabalharam juntos, em 1995, o caso de um assassino em série. Matthew dá aqui vida ao temperamental Rust Cohle.




INTERSTELLAR (2014) 

ad astra
©Warner Bros. Pictures

Sem grande surpresa, e tendo em conta a evolução positiva da sua carreira no início desta década, não é surpresa que 2014 tenha sido um ano tão bom como 2013. Para além da bem-sucedida série da HBO, protagonizou também o épico espacial de Christopher Nolan, um dos filmes mais bem sucedidos do realizador.

“Interstellar” é um filme de ficção científica altamente metafísico, no qual o futuro foi contaminado por cheias, desastres e fome. Como é que a humanidade pode sobreviver? Com viagens espaciais. É descoberta uma nova forma de chegar ao centro do sistema solar, e uma equipa de astronautas, entre os quais está Cooper, o personagem de McConaughey. Em causa está a sustentabilidade da vida humana, mas a verdade é que este filme acaba por ser, em grande parte, um drama familiar. Aqui vemos o ator num novo prisma, pai de família.

Aqui acabamos a nossa listagem, tendo já alcançado as prometidas 10 obras. Contudo, nos últimos 5 anos, o ator não parou, nem de perto nem de longe, deu voz em alguns filmes de animação, protagonizou o drama criminal “Ouro” (2016), onde sofreu uma nova transformação, protagonizou uma adaptação de Stephen King – “A Torre Negra” em 2017, foi em 2019 um vagabundo num filme de Harmony Korine, entre muitos outros projectos.

Em breve, vai encabeçar o novo filme de Guy Ritchie, “The Gentlemen”, um filme de acção criminal a ser lançado em 2020.

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A carreira de Matthew McConaughey continua em altas, concluindo agora uma década de transformação. Desse lado, qual consideras ser o melhor papel do ator? 

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