De Rocket Man a Candle In The Wind, a Playlist essencial de Elton John
No mês em que Elton John se retirou dos palcos, a Magazine.HD recorda a playlist essencial de um dos maiores artistas de todos os tempos.
Considerado um dos cantores e compositores de maior sucesso do mundo inteiro, Elton John conta com uma carreira com quase seis décadas e as suas canções atingiram feitos inigualáveis na indústria da música. Em conjunto com Bernie Taupin já compôs mais de quarenta álbuns de estúdio e vendeu mais de trezentos milhões de discos. A sua irreverente personalidade e o característico estilo musical têm tido um impacto significativo na música pop e marcaram muitas gerações desde os anos setenta. A Rainha Isabel II chegou mesmo a condecorar o cantor britânico pelos serviços prestados à música e à cultura, atribuindo-lhe o título de ‘Sir.’.
Com um talento nato para a música, Reginald Kenneth Dwight nasceu em 1947 e aprendeu a tocar piano em tenra idade, o que lhe valeu uma bolsa de estudos para a Royal Academy of Music. Desde cedo, o cantor revelou ser um menino prodígio e decidiu apostar na sua carreira musical formando pequenas bandas. Rapidamente, a ideia de ser um verdadeiro artista deu lugar ao pseudónimo ‘Elton John’ que passou a subir a palco a solo e tornou-se num dos maiores cantores de todos os tempos. Ao longo da sua carreira, arrecadou Grammys e Óscares, os mais conceituados prémios da indústria da música e do cinema, respetivamente.
Em junho de 2023, Elton John despediu-se dos palcos ao dar o seu último concerto da ‘The Farewell Yellow Brick Road tour’. Ainda assim, as suas obras continuarão a marcar a música internacional. Para celebrar os quase sessenta anos de careira do cantor britânico, a Magazine.HD preparou uma playlist com algumas das canções mais emblemáticas do artista.
YOUR SONG (1970)
Elton John e Bernie Taupin escreveram Your Song para a banda de rock Three Dog Night, mas o grupo concordou em dar a canção ao seu compositor, ainda principiante, para que pudesse dar os primeiros passos no mundo da música. Rapidamente, o tema, que fala de um amor ingénuo, tornou-se um sucesso internacional, o primeiro de Elton John, e chegou aos tops da Billboard. Considerada uma da melhores faixas do cantor britânico, Your Song entrou para o Grammy Hall of Fame, sendo considerada uma das melhores canções de todos os tempos e está listada como uma das músicas que ajudaram a moldar o Rock & Roll.
ROCKET MAN (1972)
Inspirados pela obra The Illustrated Man, de Ray Bradbury, Elton John e Bernie Taupin escreveram Rocket Man após avistarem uma estrela cadente, sendo ainda influenciados pela canção Space Oddity, de David Bowie. O tema fala de um astronauta que se desloca a Marte numa missão, mas realça, sobretudo, o facto de esta profissão não ser mais vista como heroica, como aconteceu no final da década de sessenta. Mais tarde, Taupin confessou que o primeiro verso da música surgiu-lhe enquanto guiava, obrigando-o a repetir a frase por mais de duas horas até chegar a casa para não se esquecer da linha. O tema chegou ao segundo lugar no Reino Unido e tornou-se numa das melhores canções de todos os tempos, sendo escolhida para dar título ao filme biográfico de Elton John, lançado em 2019.
BENNIE AND THE JETS (1973)
Elton John e Bernie Taupin imaginaram uma banda de música punk, que intitularam de Bennie and the Jets, e escreveram um tema homónimo que faz a descrição do grupo musical pelos olhos de um fã que acompanha o seu ídolo. Desde o seu lançamento, em 1973, a canção tornou-se numa das mais tocadas pelo cantor britânico, constando na sua set list de praticamente todos os concertos. A música foi classificada como uma das melhores canções de todos os tempos e vendeu milhões de cópias.
GOODBYE YELLOW BRICK ROAD (1973)
“O Feiticeiro de Oz” foi o primeiro filme visto por Elton John e Bernie Taupin durante as suas infâncias, o que se tornou uma inspiração para a criação de Goodbye Yellow Brick Road. A canção faz um paralelismo entre a história de Dorothy e a adolescência de Taupin, enaltecendo em ambos os casos a vontade de regressar às raízes. O tema tornou-se numa das melhores canções de todos os tempos e há até quem arrisque em afirmar que esta é a melhor obra de Elton John. A música acabou por dar título ao sétimo álbum de estúdio do cantor britânico, o mais vendido em toda a sua carreira musical. O artista deu ainda uso ao título para dar nome à sua última tourné, apelidada de ‘The Farewell Yellow Brick Road tour‘.
SATURDAY NIGHT’S ALRIGHT (FOR FIGHTING) (1973)
Saturday Night’s Alright (For Fighting) é um regresso às origens do Rock & Roll, tendo um toque glam, um estilo em que os cantores de rock faziam uso de penteados e maquilhagens exuberantes que lhes conferia um certo glamour. Este é um tema divertido que surge após o cruzamento das canções Crocodile Rock, também de Elton John, e Street Fighting Man, dos The Rolling Stones. Bernie Taupin inspirou-se na sua própria adolescência para escrever a música, o que resultou num tema popularmente conhecido, apesar de não ter obtido qualquer reconhecimento nos tops internacionais. Ainda assim, muitos foram os artistas que regravaram a canção, passando a integrar a banda sonora de filmes e programas de televisão.
DANIEL (1973)
No início dos anos setenta, quando a Guerra do Vietname parecia começar a dar tréguas, Elton John deparou-se com um artigo sobre Daniel, um soldado ferido que retornava a casa mas que era perseguido pelas massas curiosas que procuravam saber mais sobre os acontecimentos bélicos. Inspirado pela notícia, o artista escreveu Daniel, uma canção que fala do peso carregado pelos militares que regressam ao seu país depois de passarem temporadas na linha da frente a lidar com a morte a cada dia que passa. A emocionante música alcançou o segundo lugar no Reino Unido e entrou para a banda sonora de “Alice Já Não Mora Aqui” (1974), tendo ainda obtido uma nomeação ao Grammy de Melhor Performance de uma Voz Masculina Pop.
CANDLE IN THE WIND (1973)
Onze anos após a morte de Marilyn Monroe, Elton John escreveu Candle In The Wind para descrever a vida de alguém que atinge o seu auge artístico e cuja vida é interrompida por uma morte precoce, imortalizando a pessoa através do culto dos seus fãs. A atriz mais famosa de Hollywood tornou-se um símbolo para esta ideia de juventude roubada e o cantor inglês decidiu homenageá-la através desta canção. A sua crua e genuína apresentação ao vivo em Sidney, em 1986, esteve nomeada ao Grammy de Melhor Atuação ao Vivo. Em 1997, Elton John interpretou o tema no funeral da sua amiga, a Princesa Diana, adaptando a letra ao desaparecimento do jovem membro da realeza que deixou a sua marca no mundo inteiro. Esta nova versão entrou para o Livro do Guinness como um dos singles mais vendidos a nível mundial e, desta vez, Elton chegou mesmo a vencer o Grammy para a nova adaptação.
DON’T LET THE SUN GO DOWN ON ME (1974)
Elton John e Bernie Taupin demoraram dez dias a compor todas as canções do álbum “Caribou”, constituído por catorze canções, entre elas Don’t Let the Sun Go Down On Me, que alcançou a segunda posição da Billboard e esteve nomeada a duas categorias distintas dos Grammys. Mais tarde, em 1985, Elton John apresentou-se no Live Aid, o maior espetáculo de beneficência para combater a fome na Etiópia, e levou consigo George Michael para cantarem uma nova versão da música lançada em 1974. O dueto teve um impacto gigante, chegando ao número um do Reino Unido, e passou a integrar a set list dos concertos de George Michael, falecido em 2016.
SOMEONE SAVED MY LIFE TONIGHT (1975)
Someone Saved My Life Tonight é uma espécie de narrativa sobre os primeiros passos de Elton John e Bernie Taupin na indústria da música. Os dois lutaram muito para encontrar a direção certa e, nessa altura, Elton estava noivo de uma mulher, mas sentia-se acorrentado a essa relação sem força para assumir a sua bissexualidade. O sufoco de viver numa infelicidade constante causada pela falta de amor levou o cantor britânico a tentar cometer suicídio. Foi através da ajuda de amigos mais próximos que Elton John decidiu pôr fim ao noivado e assumir a sua sexualidade, o que o levou a compor o tema Someone Saved My Life, que chegou aos primeiros lugares da Billboard.
DON’T GO BREAKING MY HEART (1976)
A partir dos anos sessenta, a Motown tornou-se numa das principais gravadoras dos Estados Unidos, criando um estilo musical muito próprio que assentava numa música cheia de ritmo e em canções de pergunta/resposta entre os cantores ou entre o vocalista e o coro. Além disso, os artistas apresentavam-se impecavelmente vestidos e penteados enquanto apareciam em programas televisivos, como acontecia com os Jackson 5, por exemplo. Elton John decidiu criar uma canção ao estilo da Motown e juntou-se a Kiki Dee para interpretarem o tema Don’t Go Breaking My Heart. Contudo, a desconfiança do sucesso fez com que os dois recorressem a pseudónimos aquando do lançamento da música. O duo acabou mesmo por estar nomeado ao Grammy, perdendo para o grupo Chicago.
SORRY SEEMS TO BE THE HARDEST WORD (1976)
Considerada uma das maiores duplas de sucesso, Elton John e Bernie Taupin definiram como processo criativo que a primeira etapa seria escrever a letra e, posteriormente, o cantor britânico trataria da composição musical. Contudo Sorry Seems To Be The Hardest Word teve uma metodologia diferente, uma vez que Elton John estava a tocar uma nova melodia no piano que inspirou Taupin a compor a letra da canção. O tema, que retrata o desmoronar de uma relação, alcançou a posição de ouro nos Estados Unidos e tornou-se um grande sucesso.
MAMA CAN’T BUY YOU LOVE (1979)
No final dos anos setenta, Elton John zangou-se com o seu letrista, Bernie Taupin, e decidiu juntar-se a Leroy Bell, na tentativa de produzirem, em conjunto, um novo álbum de estúdio. A nova dupla acabou por criar três novas canções, entre elas Mama Can’t Buy You Love. O tema, que fala sobre a opulência que o dinheiro pode comprar, acabou por levar Elton John de novo à ribalta, entrando, de novo, para o top 10 dos Estados Unidos.
THAT’S WHAT FRIENDS ARE FOR (1982)
Desde que se assumiu como bissexual, Elton John tem consciencializado para a pesquisa do HIV e para a compreensão das vítimas desta doença. Nos anos oitenta, o cantor britânico juntou-se a outros nomes da música para gravar That’s What Friends are For, um single que serviu para angariar fundos para as pesquisas científicas do HIV. Originalmente, a canção havia sido escrita por Rod Stewart para a banda sonora do filme “Turno da Noite”, mas popularizou-se com a versão de Dionne Warwick, Elton John, Gladys Knight e Stevie Wonder. O desempenho valeu um Grammy de Melhor Performance Pop por um Duo ou Grupo e um Grammy de Canção do Ano.
SACRIFICE (1989)
Foi com Sacrifice que Elton John alcançou o topo das paradas do Reino Unido e de França, em simultâneo, pela primeira vez. No tema, o cantor britânico fala do sacrifício que o casamento exige, enaltecendo a dificuldade em ser-se fiel e devoto a um companheiro. Foi Steve Wright quem maior destaque deu à música, começando a produzi-la em programas da BBC Radio. Pouco tempo passou até que outros DJ’s pegassem na canção de Elton John e fizessem dela um verdadeiro sucesso tocado em todo o mundo.
THE LAST SONG (1992)
Entre os anos oitenta e noventa, um grande estigma foi criado em torno da doença do HIV, o que acentuou ainda mais os problemas homofóbicos da sociedade. Alarmado pelo taboo criado pela população, Freddie Mercury, o vocalista dos Queen, decidiu esconder a doença até aos seus últimos dias de vida. Quando, em 1992, Mercury faleceu vítima do HIV, Bernie Taupin escreveu para Elton John uma canção, The Last Song, que falava sobre a aceitação das vítimas portadoras de sida, fazendo alusão ao perigo de essa aceitação chegar demasiado tarde. Após a partida do cantor, Elton John decidiu lutar contra o preconceito e ajudar na pesquisa de uma cura, e acabou por fundar a Elton John AIDS Foundation e fez uso desta canção para angariar fundos para a sua instituição.
CAN YOU FEEL THE LOVE TONIGHT (1994)
Nos anos noventa, Elton John foi convidado a escrever, juntamente com Tim Rice, a maior parte das canções para a banda sonora do filme “O Rei Leão“. Can You Feel The Love Tonight tornou-se uma das badaladas mais românticas e memoráveis da Disney, surgindo como um hino do amor entre Simba e Nala. A canção venceu o Óscar de Melhor Canção Original, num ano em que Elton John estava nomeado na mesma categoria com outras duas canções da longa-metragem de animação – Circle of Life (a música de abertura do filme) e Hakuna Matata (inconfundivelmente associada a Timon e Pumba).
SOMETHING ABOUT THE WAY YOU LOOK TONIGHT (1997)
É mais do que sabido que Elton John é um romântico incurável e que coloca todo o seu amor nas canções que interpreta. Em Something About The Way You Look Tonight, o cantor britânico fala estar hipnotizado com o charme de outra pessoa e os sentimentos que esse estado de espírito lhe traz. O tema entrou para o Recorde do Guinness como o single mais vendido dos Estados Unidos e do Reino Unido desde a década de cinquenta.
I WANT LOVE (2001)
Após a tentativa de suicídio e a luta para assumir a sua sexualidade, Elton John entrou numa espiral de decadência muito comum nesta indústria, que o levou a envolver-se com o mundo das drogas e do álcool, o que o deixou mui debilitado. A chegada dos anos noventa trouxeram um ponto de viragem para o cantor britânico que lutou pela sua sobriedade e decidiu abrir-se quanto à sua homossexualidade. Em I Want Love, Elton John afirma que precisa de se sentir amado, produzindo um videoclipe que conta com a participação de Robert Downey Jr. O tema acabou por ser nomeado ao Grammy desse ano.
(I’M GONNA) LOVE ME AGAIN (2019)
Elton John desde sempre revelou ser um prodígio da música e teve de aprender a aceitar ele próprio enquanto lutava por manter a sobriedade numa indústria que leva ao declínio muito rapidamente. Em “Rocketman“, o filme produzido por Dexter Fletcher, temos um pequeno vislumbre dos primeiros anos da juventude de Reginald Kenneth Dwight, que mais tarde viria a inscrever o seu nome na história da música sob o pseudónimo de Elton John. A longa-metragem contou com um novo tema do cantor britânico, (I’m Gonna) Love Me Again, que rendeu ao artista o segundo Óscar da sua carreira.
COLD HEART (PNAU REMIX) (2021)
Nem todos os cantores se podem vangloriar de obter sucesso ao revisitarem os seus trabalhos mais antigos, mas Elton John é uma clara exceção e prova disso é a canção Cold Heart (Pnau remix). Neste tema, o cantor britânico faz uma interpolação com quatro temas que fizeram sucesso durante a década de setenta, sendo eles Rocket Man (1972), Kiss the Bride (1983), Sacrifice (1989) e Where’s the Shoorah? (1976). A canção, que foi gravada durante a pandemia, conta com a participação de Dua Lipa e fala do declínio de uma relação. Cold Heart (Pnau remix) fez história ao entrar para os tops em mais de vinte países, mostrando que Elton John não esqueceu a receita para o sucesso.
És fã do trabalho de Elton John? Conhecias todas estas canções? Qual a tua música preferida do cantor britânico?
