Agatha All Along | À conversa com a produtora e argumentista Jac Schaeffer
Conversámos com Jac Schaeffer, produtora e argumentista de “Agatha All Along”, a propósito do seu trabalho nesta nova série da Disney+. Depois de ter sido também a criadora de “Wandavision”, falou-nos dos desafios e alegrias do regresso a Westview.
Disponível na Disney+ desde o dia 19 de setembro, “Agatha All Along” é a série mais indicada para ver neste mês de outubro, que contará com mais um Halloween já aí à espreita. Com Agatha, e com novas aventuras em Westview, vemos Agatha (Kathryn Hahn), uma personagem que conhecemos em “Wandavision”, e que protagonizou o icónico momento musical “Agatha All Along”, a procurar o seu próprio clã de bruxas.
De acordo com a sinopse oficial desta nova série: “A infame Agatha Harkness vê-se impotente após um estranho adolescente gótico a libertar de um feitiço distorcido. O interesse de Agatha é despertado quando este lhe implora que o leve à lendária Estrada das Bruxas, um desafio mágico que, se superado, recompensa as bruxas com o que lhes falta. Juntos, Agatha e o Adolescente reúnem um clã desesperado e chegam ao fundo, ao fundo, ao fundo da Estrada.”
Numa entrevista, em jeito de roundtable e numa conversa com vários intervenientes múltiplos, falámos com a criadora desta continuação/ spin off situada no mesmo mundo, Jac Schaeffer, e soubemos mais sobre o que esperar destas novas aventuras.
As ligações a WandaVision e à MCU
Um dos temas essenciais abordados foi, claro, as ligações fortes à MCU e a evocação de uma realidade distorcida muito vincada. Jac Schaeffer reforçou como vários cantos do Marvel Cinematic Universe são tidos em consideração na sala dos escritores. A influência de Kevin Feige foi naturalmente discutida, bem como a importância de fazer o encontro entre os eventos desta série e, por exemplo, os de “Doctor Strange”.
Uma paródia do género de True Crime?
O episódio piloto de “Agatha All Along” desenrola-se quase como um episódio de drama de investigação policial, ou antes, o ‘spoof’ deste tipo de género televisivo. A ideia partiu de Schaeffer e contou com diversas influências, nomeadamente o recente drama aclamado “Mare of Easttown”.
Inicialmente, o próprio ‘pitch’ de um drama criminal fazia parte da visão de Jac Schaeffer para a sua última série, “WandaVision”, mas acabou por ser baseada na estrutura da sitcom, do início ao fim, sem que evoluísse para esta temática nos episódios finais como inicialmente previsto.
Por isso, Jac guardou a ideia para “Agatha All Along”: “Sou fã deste tipo de séries. Adoro True Detective e dramas negros e estes estavam a ter o seu momento. E nessa altura WandaVision foi nomeado para uma série de Emmys e fizemos o circuito dos prémios com a equipa de Mare of Easttown (…) Tornei-me amiga do showrunner dessa série e por isso, na abordagem a Agatha, fui recuperar essa ideia do CSI.”
Transformar uma vilã numa protagonista em Agatha All Along
Agatha, uma personagem secundária na narrativa original, embora com um peso muito importante, em especial no episódio que lhe é dedicado, não é uma heroína tradicional, estando muito mais afim ao papel de vilã. Discutiu-se de que forma pode o público continuar investido na sua jornada.
A criadora defendeu a personagem interpretada por Kathryn Hahn: “Eu acho que ela é cativante precisamente por não ser uma heroína. Ela é capaz de feitos heróicos, habitualmente se servirem os seus propósitos. Ela é cativante por ser tão egoísta e auto-motivada, mas ao mesmo tempo carismática e capaz de entreter. Os meus colegas – os escritores e produtores – também nos escudámos muito no carisma natural da Kathryn, no seu magnetismo e na sua capacidade de alternar muito depressa entre drama e comédia.”
Kathryn Hahn em boa companhia no elenco
Foi abordado o excelente elenco de “Agatha All Along”, que acompanha Kathryn Hahn nesta jornada de feitiçaria. Nomeadamente a lendária música Patti LuPone, o jovem Joe Locke, que se estreou em grande em “Heartstopper” e agora aqui; a lenda da comédia Debra Jo Rupp (“Friends”, “That 70s Show”) ou Aubrey Plaza, com quem Hahn já havia contracenado em “Parks and Recreation”.
Falou-se do processo de casting e também da química excelente entre Aubrey Plaza e Kathryn Hahn, palpável desde o primeiro momento em que aparecem juntas no pequeno ecrã. A criadora Jac Schaeffer concordou com a nossa perspectiva: “Elas são amigas, conhecem-se de Parks & Rec e trabalhar com a Kathryn foi parte da razão que levou a Aubrey a aceitar este papel. Elas tinham muita vontade de trabalhar em cenas juntas, porque não puderam fazê-lo em Parks. Havia uma sensação de aceleração de motor no ar, em particular enquanto estávamos a gravar o piloto. É a minha memória desses dias”.
Em geral, o processo de casting correu às mil maravilhas, conforme nos contou a produtora e argumentista da série. Por exemplo, Sashir Zameda (“SNL”) foi pré-selecionada antes da equipa de casting ver o seu espectáculo de stand up e mais tarde veio-se a descobrir que esta tinha toda uma parte do espectáculo dedicada a feitiçaria e a bruxas. “Ao vê-la a falar sobre bruxas pensei – sim, sim sim, 15 vezes sim”, recorda Schaeffer.
Trailer | Agatha All Along na Disney+
“Agatha All Along” está disponível, com episódios semanais, na Disney+. Já descobriste o seu universo de feitiçaria bem particular?
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