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Irá o sucesso de Barbie e Oppenheimer ajudar nas audiências dos Óscares 2024?

A cerimónia dos Óscares tem sido marcada por quedas preocupantes de audiência, mas este pode ser o ano em que tudo muda.

Ano após ano, temos assistido a uma preocupação crescente em relação às audiências dos Óscares, já que aquela que é a maior cerimónia de premiação de Hollywood não tem conseguido captar o público com a mesma eficácia de antigamente.

Em conjunto com a emissora ABC, a Academia tem procurado formas de captar a atenção do público, como a desastrosa exclusão da transmissão de algumas categorias “menores” e a inclusão de prémios votados pelo Twitter na cerimónia de 2022.

A noite do Óscar 2022 ficou marcada pelo estalo de Will Smith | King Richard © 2021 Warner Bros. Entertainment Inc. All Rights Reserved.

Nesse ano que acabaria por ficar marcado pelo estalo de Will Smith, a audiência foi de 16,62 milhões, números superiores aos preocupantes 10,4 milhões do ano de “Nomadland – Sobreviver na América”, mas não tão significantes assim.

Em 2022, a ideia era que os Óscares deviam ser menos interessados em festejar o cinema, mas sim em proporcionar um espetáculo de variedades. O resultado foi uma cerimónia que alienou quem realmente estava interessado nela e que não conquistou tanto público novo assim.

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Tudo isto se deve à ideia de que a culpa da falta de interesse do público é que os nomeados são todos “filmes que ninguém vê” e que a Academia devia premiar filmes populares.

Ora, se olharmos para a elegante e simples cerimónia deste ano, que registou uma audiência de 18,7 milhões, mesmo com filmes como “Top Gun: Maverick” e “Avatar: O Caminho da Água” na corrida, entenderíamos que o problema é muito mais sintomático e a solução muito menos simples do que nos dizem ser.

Nem o Maverick de Tom Cruise conseguiu fazer as audiências do Óscar voar| Top Gun: Maverick © 2022 Paramount Pictures Corporation. All rights reserved.

A queda de audiências não é exclusiva dos Óscares, é algo que afeta a programação televisiva globalmente e diz respeito à forma com os hábitos de consumo do público mudaram. A ideia de uma família sentar-se em frente ao ecrã a ver algo em direto já não está tão culturalmente presente e com tantas opções e caminhos por onde ir, os Óscares nunca mais vão atingir os impressionantes 57 milhões de espetadores do ano de “Titanic” e continuar a perseguir esse sonho é pura tolice.

E seria importante que as televisões entendessem que mesmo com filmes ou personalidades populares nomeadas, a maioria do público que não está tão envolvido na corrida, irá simplesmente acompanhar pelas redes sociais ou ver o vídeo mais tarde.

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Os Óscares são uma cerimónia de nicho e é para esse nicho que eles devem ser trabalhados, não são um espetáculo de variedades, mas sim uma celebração do cinema. São a oportunidade para ouvir profissionais que admirámos a serem premiados e esse devia ser o foco de uma cerimónia.

Quando existe toda esta obsessão em reduzir os discursos para dar espaço a momentos de humor, estamos a desviar-nos do que importa. Raramente, esses sketches serão mais memoráveis ou poderosos que o discurso de um cineasta.

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“Barbie” pode ajudar o Óscar a recuperar audiência © 2023 Warner Bros. Ent. All Rights Reserved.

Obviamente que olhando para o ano de 2023 em filme, existe uma certa expetativa sobre o que o Óscar 2024 trará para a mesa em termos de números. Com “Barbie” e “Oppenheimer” a serem a grande história de sucesso do ano, e com presença praticamente garantida na premiação, abre espaço para veículos como Deadline especularem sobre se tal irá refletir-se em audiência conquistada e trazer os Óscares novamente ao topo da sua popularidade.

Olhando para o ano de 2020 (23,6 milhões) em que o fenómeno “Joker” era o líder de nomeações, notámos uma ligeira queda em relação ao ano de “Black Panther” e “Bohemian Rhapsody” (29,6 milhões), que reforça uma tendência de decréscimo, independente da popularidade dos nomeados, que já estava em curso e foi muito mais acentuada com a questão pandémica.

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O que deve ser feito? Um maior investimento numa cobertura multiplataforma, permitindo que um público que não vê televisão consiga ser contaminado pelo bichinho do Óscar, tratando a cerimónia como a corrida de cavalos que é. Não se trata de mérito nem nada que se pareça, é um termómetro cultural muito específico que funciona muito mais como um desporto do que como uma recomendação cultural.

Há motivos para ser otimista, desde que as expectativas estejam alinhadas com a realidade, e esperar que a cerimónia de 2024 seja o início de uma nova era para uma Academia que tem passado os últimos anos em modo barata tonta à procura do antídoto para uma maleita que não é só sua.

E tu, acreditas que o fenómeno de Barbie e Oppenheimer vai ajudar os Óscares 2024? 


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