10 filmes a não perder na Sundance TV esta semana (18/09-24/09)

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Vem saber quais são os 10 filmes que não podes perder esta semana no canal Sundance TV. Entre os destaques encontram-se clássicos de Scorsese e Cassavetes ao lado de novas obras-primas contemporâneas de cineastas como Asghar Farhadi.

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Esta semana, o canal Sundance TV oferece-nos uma seleção de estupendas obras cinematográficas. Elas vão desde clássicos respeitados da Nova Hollywood dos anos 70 a pequenos tesouros dos últimos anos. Como tal, oferecemos aqui uma listagem do top 10 dos seus melhores filmes para a próxima semana. Presta particular atenção aos horários dos filmes para não perderes a sua emissão no Sundance TV. Para mais informações consulta o seu site oficial.

 

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para veres o top 10 dos filmes a não perder no Canal Sundance esta semana!

 




10º “MÃE E FILHO” (2013) de Calin Peter Netzer

sundance tv mae e filho child's pose

Nos últimos 15 anos, o cinema romeno tem vindo a afirmar-se como talvez o mais importante cinema europeu do século XXI. Aliás, basta vermos a quantidade esmagadora de prémios que obras desta nacionalidade têm vindo a conquistar nos mais importantes festivais de cinema à escala mundial para entendermos essa mesma importância. “Mãe e Filho” é um desses mesmos títulos, tendo arrecadado o Urso de Ouro na Berlinale de 2013.

Esta é a história de Cornelia, uma mulher abastada e de meia idade cujo filho adulto se envolve num acidente rodoviário mortal. Decidida a salvar o seu progénito recentemente independente, esta mãe fará tudo em seu poder, usando as suas posses e influência para manipular, não só as corruptas hierarquias de poder e justiça da Roménia moderna, mas também seu filho. Para além de uma cáustica crítica à sociedade romena e suas disparidades socioeconómicas, este é também o retrato de uma doentia relação maternal que faria Freud salivar com as suas potenciais perversidades.

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Apesar de Calin Peter Netzer não ser um dos maiores autores romenos da atualidade nem uma figura muito associada aos maiores píncaros do Novo Cinema Romeno, esta é uma obra de impor respeito, particularmente ao nível de trabalho de ator. É certo que todos os membros do elenco são impecáveis, mesmo aqueles que têm apenas uma cena para darem um murro emocional no estômago do espetador, mas é a espetacular Luminita Gheorghiu que faz o filme como Cornelia. Com traços de hipérbole melodramática sombreados com naturalismo imenso. Esta é uma das grandes prestações da década.

 


Horário: Quarta-feira dia 20 às 20:34 | Quinta-feira dia 21 às 13:45 | Sábado dia 23 às 09:05

Duração do filme: 107 minutos

 




9º “ÉDEN” (2014) de Mia Hansen-Løve

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A realizadora Mia Hansen-Løve tem-se vindo a assumir como uma das grandes cineastas francesas da atualidade, sendo que, em 2016, esse estatuto foi indubitavelmente confirmado pelo majestoso “O Que Está Por Vir”, que lhe valeu o prémio de Melhor Realização na Berlinale e deu ao mundo uma das melhores prestações na carreira de Isabelle Huppert. Antes de completar essa magnum opus, contudo, tinha assinado aquele que é, possivelmente, o seu filme mais pessoal de sempre, “Éden”.

Baseando-se na vida do seu próprio irmão, Sven Hansen-Løve, a cineasta concebeu aqui uma crónica do movimento da música eletrónica nos anos 90, nomeadamente o “French Touch” que ainda hoje vive em músicos como os Daft Punk.

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Para amantes de música, isso será razão suficiente para procurar esta pequena gema, mas vale a pena ver “Éden” por uma miríade de outras razões. Gostaríamos de destacar o modo como a cineasta desenvolveu aqui o seu estilo focado em dramas domésticos menores e o expandiu, nunca deixando de mostrar afeto para com as suas complexas personagens, cujas vidas nunca são vistas com qualquer tipo de sacarino sentimentalismo.

 


Horário: Domingo dia 24 às 00:29 e às 08:03

Duração do filme: 125 minutos

 




8º “À PEINE J’OUVRE LES YEUX” (2015) de Leyla Bouzid

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Premiado com o prémio Label Europa aquando da sua estreia no Festival de Veneza de 2015, esta obra de Leyla Bouzid foi um dos grandes sucessos do circuito dos festivais de 2015 e 2016. Quando passou por Portugal, aliás, este foi um dos poucos títulos com a sala esgotada no IndieLisboa. Mas o que fez deste filme um tão grande favorito de críticos e espetadores?

Para começar, temos a sua história. Na Tunísia, um pouco antes da revolução de 2010, “À peine j’ouvres les yeux” é um poderoso retrato de uma adolescente que, após terminar os estudos na escola secundária, desafia os desejos e expetativas da sua família conservadora. Ela canta numa banda de rock e vive uma vida hedonista, caminhando na corda bamba entre a rebeldia justificada e a petulância imatura, enquanto o seu país se aproxima do precipício da revolução.

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Bouzid, com a ajuda de um ótimo elenco e de uma equipa criativa capaz com grande virtuosismo formal, faz deste projeto um sonoro retrato de uma jovem artista numa sociedade pré-revolucionária dos nossos dias. Este é um dos mais belos e humanistas exemplos de cinema político dos últimos anos, sendo capaz de encontrar nuance nos dois lados do seu conflito ideológico sem nunca perder coerência ou confiança.

 


Horário: Segunda-feira dia 18 às 18:29 | Quarta-feira dia 20 às 10:58

Duração do filme: 97 minutos

 




7º “NÃO” (2012) de Pablo Larraín

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De uma obra-prima do cinema político saltamos para outra, desta vez num registo mais próximo do cinema de época do que do eletrizante conto de vida contemporânea. “Não” conta a história de como a oposição ao regime ditatorial de Augusto Pinochet organizou uma campanha a favor do NÃO aquando de um referendo de apoio à sua presidência feito em 1988, depois de incontornável pressão internacional.

Este foi o último filme numa trilogia não oficial do autor chileno Pablo Larraín sobre a negra História do seu país sob a sombra de Pinochet, e é também o seu filme mais aberto em relação ao seu discurso político. Ao mesmo tempo, é também uma estupenda celebração do poder de histórias e entretenimento para a criação de efetiva mudança de mentalidades, focando-se num protagonista singular, o executivo publicitário René Saavedra, para contar a sua história revolucionária.

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Melhor ainda, este é um thriller divertido que exibe todo o primor formal e estético do realizador em todo o seu esplendor. Afinal, que outro filme recente teve a audácia de tentar copiar o estilo visual de programas televisivos de baixo orçamento dos anos 80? Que outro filme o conseguiu fazer sem cair em pastiche? E que outro filme o fez como uma arma da sua argumentação ideológica sobre o poder da imagem como arma contra a opressão? Nenhum, a não ser o maravilhoso “Não”.

 


Horário: Quarta-feira dia 20 às 14:26

Duração do filme: 112 minutos

 




6º “OSLO, 31 DE AGOSTO” (2011) de Joachim Trier

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Adaptado de um romance francês chamado “Le feu follet”, “Oslo 31 de Agosto” do norueguês Joachim Trier conta a história de um dia na vida de um homem a debater o suicídio após ter saído momentaneamente de um centro de desintoxicação para ir a uma entrevista de emprego na cidade titular.

Filmando este dia na vida do seu protagonista com uma elegância sem igual, Trier pinta aqui um retrato da experiência subjetiva de um homem a questionar a sua existência neste mundo, ao mesmo tempo que aprecia, talvez pela última vez, as suas maravilhas. É um espetáculo sensorial do mais alto gabarito, sem nunca perder a tonalidade melancólica que, hoje em dia, já é expectável de qualquer filme com o nome de Joachim Trier associado.

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De destacar estão ainda as prestações do elenco. Como o protagonista, Anders Danielsen Lie é um sonho de perfeição deprimida, retratando o estado mental da sua personagem com minimalismo admirável. Melhores ainda são os atores que apenas aparecem por uma cena de diálogo, interpretando as várias pessoas que a personagem principal desiludiu e magoou ao longo da sua vida.

 


Horário: Terça-feira dia 19 às 00:12 e às 17:25 | Sábado dia 23 às 10:57

Duração do filme: 90 minutos

 




5º “DOWN BY LAW” (1986) de Jim Jarmusch

down by law magazine hd

Em 2017 é já uma verdade absoluta e inquestionável que Jim Jarmusch é um dos grandes autores do cinema americano das últimas décadas. Nem sempre foi assim e, apesar do sucesso do seu primeiro filme “Stranger Than Fiction”, foi o sucesso de “Down by Law” de 1986, que pôs este cineasta no mapa.

Em termos muito básicos, este é um filme sobre uma fuga da prisão. Nomeadamente é sobre a fuga de três indivíduos, Zach, um DJ, Jack, um chulo e Roberto, um turista italiano, de uma prisão no Louisiana. Mas, a realidade do filme é muito mais inclassificável.

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O que é interessante aqui, e o que torna o filme numa das grandes obras-primas do cinema americano dos anos 80, é que a sua estranheza não devém de grandes e opulentes devaneios estilísticos, mas sim da sua imensa simplicidade. Este é um filme de precisão modesta, de humor casual, um retrato da América profunda em que nem um plano é desperdiçado, uma comédia onde todos os elementos funcionam como as partes de um mecanismo perfeito.

 


Horário: Segunda-feira dia 18 às 12:08 | Quarta-feira dia 20 às 18:43

Duração do filme: 102 minutos

 




4º “CANINO” (2009) de Yorgos Lanthimos

sundance tv canino

Vencedor do Prémio da Secção Un Certain Regard em Cannes e do prémio principal do LEFFEST, “Canino” é o depravado trabalho de génio que Yorgos Lanthimos trouxe ao mundo em 2009, chocando e impressionando em igual medida o público por todo o mundo com a sua sátira suburbana grega.

Despindo a sua narrativa de dados que ofereçam contextualização ao espetador, “Canino” é a história de uma família que vive numa casa cercada por paredes de vegetação que bloqueiam a vista do exterior. Os filhos já adultos desta unidade familiar foram criados com base em mentiras, vivendo encarcerados na sua casa e num mundo imaginário concebido pelos seus controladores pais.

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Para quem se choque facilmente e não tiver gosto por tais provocações, “Canino” será insuportável. Para quem não se importe de experienciar isso, então este pesadelo cinematográfico de Lanthimos será, não só uma montra de perícia cinematográfica inestimável na sua severidade absoluta, como uma coleção de obscenidades inimagináveis. No final, contudo, o que fica do filme não é somente os seus chocantes momentos, mas o seu retrato de uma sociedade podre simbolizada pelo microcosmo familiar.

 


Horário: Quarta-feira dia 20 às 09:17

Duração do filme: 93 minutos

 




3º “UMA MULHER SOB A INFLUÊNCIA” (1974) de John Cassavetes

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É impossível sobrestimar a importância de John Cassavetes no desenvolvimento do cinema americano. O cinema independente focado em estudos de personagem naturalistas, que todos os anos invade o circuito dos festivais a começar por Sundance, não existiria na sua presente forma sem a influência deste cineasta e suas obras-primas. A maior delas todas é, sem sombra de dúvida o seu triunfo de 1974 “Uma Mulher Sob a Influência”.

O filme retrata a vida doméstica de Mabel e Nick, à medida que os dois tentam existir dentro de uma ideia de “normalidade” que a instabilidade mental de Mabel não permite. Com um texto pouco convencional, especialmente a nível de estrutura dramática, e uma estética de naturalismo cru levada ao seu mais primoroso píncaro, esta foi a apoteose cinematográfica de Cassavetes.

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Mas, mais marcante ainda que o triunfo do realizador, é o milagre performativo de Gena Rowlands no papel principal. O trabalho da atriz é o tipo de supernova de inspiração e empenho que só é possível quando um realizador e intérprete confiam plenamente um no outro e o resultado é de tal modo poderoso que, por vezes, quase queremos afastar os olhos do ecrã, tão perturbadoramente visceral é o tormento humano em cena. Sem dúvida, esta é uma das melhores prestações na História da sétima arte.

 


Horário: Sexta-feira dia 22 às 22:30 | Domingo dia 24 às 14:33

Duração do filme: 140 minutos




2º “O REI DA COMÉDIA” (1982) de Martin Scorsese

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Apesar de ser um dos autores mais respeitados e populares do cinema americana, Martin Scorsese tem visto alguns dos seus esforços mais arriscados, vanguardistas e ambiciosos serem rudemente rejeitados tanto pela crítica como pelo público. Ainda este ano, a severidade espiritual de “Silêncio” foi rapidamente ignorada no auge da Awards Season, mas pelo menos esse filme não recebeu o tipo de vitriole crítica que se abateu sobre obras-primas como “Nova Iorque, Nova Iorque”.

O Rei da Comédia”, estreado entre 1982 e 1983, é quase tão arriscado e abrasivo como a experiência musical que mencionámos antes. Este filme retrata os atos crescentemente psicóticos de Rupert Pupkin, um comediante frustrado e monstruosamente ambicioso, que rapta o seu ídolo numa tentativa de garantir o seu sucesso.

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Pupkin é também uma das personagens mais fascinantes no repertório de Robert De Niro, uma acídica interpretação que não tem medo de sugerir a mediocridade da personagem. Ele, com a ajuda do resto do elenco, uma montagem cruel e um argumento cáustico, dá ao filme o seu maior trunfo, um toque de desesperado humor, tão negro que transcende a comédia para transformar a experiência numa espécie de desconcertante anti-comédia.

 


Horário: Terça-feira dia 19 às 20:37 | Quinta-feira dia 21 às 08:34 | Domingo dia 24 às 18:44

Duração do filme: 104 minutos

 




1º “UMA SEPARAÇÃO” (2011) de Asghar Farhadi

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Quando estreou na Berlinale de 2011, “Uma Separação” do iraniano Asghar Farhadi teve direito a uma das receções mais calorosas na História desse festival. Para além de arrecadar o Urso de Ouro, este potente drama humano foi ainda premiado com o galardão de Melhor Atriz, pelo seu elenco feminino, Melhor Ator, pelo seu elenco masculino, o prémio especial dos leitores do Berliner Morgenpost e ainda a honra máxima do Júri Ecuménico. Para além disso, o filme viria a ganhar inúmeros prémios por todo o mundo, culminando em duas nomeações para os Óscares e uma vitória, na categoria de Melhor Filme numa Língua Estrangeira.

Será que o filme merece toda essa aclamação? Sim, na verdade merece muito mais. Este é um dos incontestáveis píncaros da sétima arte no século XXI, relembrando como o cinema iraniano tem vindo a ser, desde a década de 1970, um dos mais importantes cinemas nacionais, apesar de grande parte dos seus melhores cineastas acabarem por ser forçados a sair do país ou serem censurados e presos. Farhadi pode estar a ir nesse caminho, mas a sua melhor obra continua a ser esta joia de um drama familiar.

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Contando a história de um casal abastado a divorciar-se cujas vidas colidem com o drama de uma mulher grávida e seu marido controlador de classes mais baixas, “Uma Separação” é um milagre de cinema humanista profundamente específico e misterioso, um ensaio sociológico com rasgos de acutilante estudo psicológico. Isto é uma obra-prima, pura e simplesmente e Farhadi é um dos grandes mestres do cinema desta era.

 


Horário: Domingo dia 24 às 22:30

Duração do filme: 117 minutos

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Será que, para a semana teremos mais uma gloriosa joia do cinema iraniano e outra obra injustamente subvalorizada de um mestre americano? Vem descobrir e não percas esta nossa rubrica semanal da Magazine HD!

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