George R. R. Martin explica a diferença entre Smaug e os seus dragões
George R. R. Martin usou o seu blog para esclarecer as dúvidas dos fãs quanto aos seus dragões de “House of the Dragon”, a série mais vista da Max. (Sem Spoilers, apesar do tema).
Depois de ver “The Red Dragon and the Gold“, o quarto episódio da segunda temporada de “House of the Dragon”, George R. R. Martin decidiu partilhar com os fãs um texto sobre os seus dragões, e o modo como estes se diferem dos dragões da mitologia real e de outros universos fictícios.
Como o autor de “Sangue e Fogo” descreve: “Os dragões nunca existiram… apesar de encontrarmos criaturas semelhantes um pouco por todo o mundo. Alguns acreditam que as histórias se inspiram na descoberta de ossos de dinossauro quando os agricultores lavravam os seus terrenos. Independentemente de onde as histórias se originaram, elas têm feito parte do mundo da fantasia por séculos. E eu sempre as adorei”.
De Toothless a Senhor dos Anéis, e Dragonslayer
George R. R. Martin continua explicando que existem diversos tipos de dragões, incluindo os ocidentais que, por tradição, estão ligados ao fogo e à morte. No mundo da fantasia, o autor dá os exemplos dos dragões de “Eragon” e “Como Treinares o Teu Dragão“, afirmando: “O Toothless é fofo”.
J. R. R. Tolkien e o seu Smaug
Já os dragões de Tolkien “são sempre maus, serventes de Morgoth e Sauron”. Ele continua: “JRRT não criou dragões amigáveis. Contudo, os seus dragões eram inteligentes. O Smaug fala. Ele também acumula ouro, uma característica muito tradicional dos dragões… e dorme sobre o seu tesouro, por meses e anos seguidos”.
Vermithrax de Dragonslayer
O autor de “Game of Thrones” confessa ainda que antes de Smaug, o seu dragão cinematográfico favorito era Vermithrax Pejorative, de “Dragonslayer” – conhecido em Portugal como “O Dragão do Lago de Fogo“, o filme de 1981 é realizado por Matthew Robbins, e tem no elenco principal Peter MacNicol, Caitlin Clarke, e Ralph Richardson. Sobre Vermithrax, George R. R. Martin explica: “Duas patas, duas asas, perigoso, cuspidor de fogo, voador, não fala, não acumula ouro. Uma inspiração para todos os amantes dos dragões”.
Dragonheart, o dragão inferior
Se Vermithrax foi o auge para George R. R. Martin, o mesmo não se aplica ao dragão de “Dragonheart”, interpretado por Sean Connery. Sobre a criatura do filme de 1996, realizado por Rob Cohen e protagonizado por Dennis Quaid, Sean Connery e Dina Meyer, o autor diz: “Gordo, quatro patas, falante, um tipo bom que cria amizade com o herói. Um dragão bem inferior, num filme bem inferior. Bah”.
Os dragões de Westeros, por George R. R. Martin
“Os meus dragões não falam. São relativamente inteligentes, mas são selvagens”. A parte final do texto do autor centra-se nas características que diferem os dragões de Westeros, e de “House of the Dragon”, dos demais.
George R. R. Martin refere que os seus dragões podem criar laços com humanos, “alguns humanos”, mas que o porquê ou como não era sabido até agora – o escritor aproveita aqui para lembrar o lançamento dos seus novos livros, “The Winds of Winter” e “A Dream of Spring“, o sexto e sétimo livro da série “As Crónicas de Gelo e Fogo“.
Treinados mas nunca domesticados
Ele continua: “Tal como acontece com os lobos e os ursos, os dragões podem ser treinados, mas nunca domesticados. Eles serão sempre perigosos. Alguns são mais selvagens e mais teimosos que outros. São únicos, têm personalidades… que frequentemente refletem as personalidades dos seus cavaleiros, graças ao laço que partilham com eles”.
O ouro não os cativa, nem dormem para sempre
Quanto a comparações com Smaug e outras criaturas da fantasia, George R. R. Martin reafirma: “Eles estão tão interessados em ouro ou joias, quanto um tigre. (…) Os dragões precisam de comida. E de água também, mas não possuem guelras. Eles precisam de respirar. Alguns dizem que Smaug dormiu durante sessenta anos nas Lonely Mountains até o Bilbo e os anões o acordarem. Os dragões de Valyria não podem fazer isso. Eles são criaturas de fogo, e o fogo precisa de oxigénio”.
As tocas são secas e quentes, por norma em montanhas
O autor tem ainda espaço para esclarecer uma dúvida que alguns fãs têm partilhado, nomeadamente, se os dragões constroem as suas próprias tocas. George R. R. Martin explica: “Os meus dragões são predadores, carnívoros que gostam da sua carne bem passada. Eles podem e irão caçar a sua própria presa. Eles têm tocas. Como criaturas dos céus, os dragões gostam dos topos das montanhas, e em especial das montanhas vulcânicas. Estas são criaturas de fogo, e as cavernas frias e húmidas nas quais as outras fantasias guardam os seus animais, não são minhas”.
É verdade que dragões como Caraxes, Meleys e Vermax são guardados em tocas artificiais, mas o autor refere que estas têm de ser criadas corretamente e, se te lembrares, a toca de King’s Landing tem bastante fogo no seu interior. Mantendo-os confortáveis e obedientes.
Eles voam mas não são nómadas
No que diz respeito à possibilidade de serem nómadas e voarem por todo Westeros, George R. R. Martin refere em “Here There Be Dragons”: “Os meus dragões são criaturas dos céus. Eles voam, e podem sobrevoar montanhas e planícies, num raio de centenas de quilómetros… mas apenas o fazem se o seu cavaleiro os levar. Eles não são nómadas. (…) Pensem. Se os dragões fossem nómadas, já teriam conquistado metade de Essos, e o Doom teria apenas morto alguns deles. À semelhança, os dragões de Westeros teriam vagueado para longe de Dragonstone. Depois de trezentos anos, teríamos dragões por todo o reino e todas as casas nobres seriam donas de alguns deles. (…) Não encontrarás dragões a caçar nas Riverlands, no Reach ou no Vale, ou nas terras do norte ou nas montanhas de Dorne”.
Valyria tinha centenas de dragões
Sabemos que Balerion, Meraxes e Vhagar são os únicos dragões que sobrevivem ao Doom, o evento catastrófico que destruiu Valyria, a terra natal da Casa Targaryen. Contudo, será que sabes quantos dragões existiam no passado?
Se ainda não conheces a obra literária de George R. R. Martin, ele responde a esta questão: “Durante os dias de glória de Valyria, havia quarenta famílias cavaleiras com centenas de dragões”.
No final do texto, o autor relembra que a fantasia tem de ser baseada em realidade e que cada universo tem regras diferentes e que devem ser respeitadas: “O Smaug e o Toothless podem ser ambos dragões, mas nunca devem ser confundidos. Ignora o canon, e o mundo que criaste é desfeito como um lenço de papel rasgado”.
Qual o teu dragão favorito de George R. R. Martin? Está em “House of the Dragon”?