Ranking MHD dos Filmes Pixar | © Disney Pixar

TOP Filmes Pixar | Ranking oficial MHD

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Com “Toy Story 4” mesmo à porta, a equipa MHD embarca na hercúlea tarefa de ranquear o TOP Filmes Pixar!

Já se passou praticamente um quarto de século desde que os feiticeiros de Pixar deram à luz a animação digital, e durante todos estes anos, o estúdio-filho da Walt Disney foi rei e senhor deste império, criando standards, marcos e obras definitivas do género.

Desde as aventuras e desventuras de um grupo de bonecos a jornadas de robôs solitários numa Terra pós-apocalíptica, sem esquecer o turbilhão de emoções que nos povoa o quotidiano ou o luto que temos de fazer quando aqueles que amamos partem definitivamente, a Pixar sempre se destacou dos demais concorrentes pela ambição e coragem das suas complexas narrativas aliadas a uma pristina mestria técnica.

Por tudo isto, ranquear os 20 filmes Pixar que chegaram às salas antes de “Toy Story 4” pode parecer uma espécie de Missão Impossível… mas com esforço, suor e (muitas) lágrimas, a equipa da MHD reuniu-se e traz-vos hoje o seu Ranking definitivo dos Filmes Pixar.

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20. CARROS 3 (2017)

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Carros 3 | © Disney Pixar

Arrancamos a alta velocidade na cauda do ranking com um protagonista expectável. Se “Carros” está longe de ser uma das obras-mestras do seminal estúdio Pixar, então “Carros 3“… parece mais uma daquelas pálidas tentativas de um estúdio rival de imitar a magia do gigante da Animação e que simplesmente não pertence a esta lista.

 Não nos interpretem mal: não é um filme horrível e dá-nos exatamente aquilo que já viemos a esperar de um filme deste franchise: muitos carros… e poucos sumo.

Se por um lado, é fácil de inferir que Carros é, sem grande margem para dúvidas, a aventura mais infantil do cânone Pixar, por outro, não deixa de ser estranho que esse mesmo franchise se dedique aqui – e de forma bastante formulaica – a desenvolver os temas do envelhecimento e do esquecimento. Ainda assim, não deixa de ser um conto simpático sobre a mentoria e o quão importante é saber dar a vez e passar os conhecimentos a uma geração mais jovem. E pontos extra pela vertente girl-power!

 

Catarina d’Oliveira




19. CARROS 2 (2011)

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Carros 2 | © Disney Pixar

Num twist surpreendente dos acontecimentos, “Carros 2” não foi colocado no último lugar da nossa lista. O infame único “tomate podre” da Pixar, era uma inevitabilidade temporária: afinal, o seu antecessor foi responsável por gerar cerca de 10 mil milhões de dólares só em vendas de merchandising – uma autêntica vaca leiteira que seria impossível de ignorar. Por isso, o caminho era só um: a sequela.

Cinco anos depois do original, e mesmo este já não sendo uma das jóias da coroa da Pixar, o entusiasmo era palpável: John Lasseter (que deu a Toy Story a aparentemente impossível sequela “perfeita”), estava de regresso à cadeira de realização e a perspetiva era de que estaria de volta para reparar o que não tinha funcionado assim tão bem… pneu furado! Apesar das consecutivas referências a James Bond e da ação ritmada envolta no enredo de uma autêntica missão de espiões, “Carros 2” é um filme insípido, sem ideias, sem maravilha, sem… coração.

 

Catarina d’Oliveira




18. A VIAGEM DE ARLO (2015)

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A Viagem de Arlo | © Disney Pixar

Um dos segredos para o sucesso da Pixar é o modo como os seus filmes tendem a representar o equilíbrio perfeito entre entretenimento infantil, virtuosismo artístico e temas adultos subjacentes à narrativa que deleita os mais pequenos. Em alguns casos, contudo, o estúdio não consegue manter este equilíbrio e aí obtemos alguns dos filmes no fim deste ranking. “A Viagem de Arlo” é o perfeito exemplo desta alquimia cinematográfica em desordem.

Por um lado, este é um dos maiores e mais extraordinários feitos de animação fotorrealista no cânone da Pixar. O mundo pré-histórico nesta aventura de dinossauros é um milagre de texturas complexas e iluminação naturalista. As paisagens do filme, especialmente aquelas que incluem elementos aquosos são impressionantes proezas de animação digital que seriam impensáveis e impossíveis meia dúzia de anos antes da produção de “A Viagem de Arlo”.

Por outro lado, tal primor estético nas paisagens e cenários não coere com o desenho estilizado das personagens. Da mesma forma, a história tende a ser muito mais simples, infantil e dependente de fórmulas do que outros clássicos da Pixar. A exploração de temáticas adultas é algo perfuntório e limitado neste filme, resultando numa produção desequilibrada que foge ao modelo de sucesso do estúdio. Não admira que este seja um dos filmes mais esquecíveis da Pixar, apesar do ser um triunfo técnico.

 

Cláudio Alves




17. THE INCREDIBLES 2 – OS SUPER-HERÓIS (2019)

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Os Incríveis 2 | © Disney Pixar

Se existe uma espécie de ‘Sequela Demasiado Tardia’, “The Incredibles 2” é definitivamente um dos seus (menos) brilhantes representantes. Quando em 2004 esta incrível família de super-heróis irrompeu pelo grande ecrã, a visão de Brad Bird de uma elétrica aventura familiar carregada de ação foi transformadora e ditou, aliás, muitas das grandes inspirações dos estúdios da concorrência. Mas há 15 anos o mundo era um lugar profundamente diferente e não ainda agastado pela demolidora cultura dos super-heróis que iniciaria a sua caminhada triunfal – que prossegue até ao dia de hoje – com a estreia de “Homem de Ferro” em 2008.

Hoje, com tudo o que vimos da Marvel, DC e outros que tais, “The Incredibles 2” tem pouco de… incrivelmente fascinante. É, certamente e sem rival, o melhor filme de ação do estúdio, com passagens verdadeiramente exuberantes que são um autêntico desfile do estado de Arte do Cinema de Animação. Afinal, vale a pena recordar que Bird (que também dirigiu o original e o adorável Ratatui), fez uma pausa no cinema de animação para orquestrar dois grandes filmes de ação live-action, sendo o primeiro deles “Missão Impossível – Operação Fantasma” – tudo isto para confirmar que o seu compromisso para com a glória e a emoção das sequências de ação é absolutamente inquebrável.

Tematicamente torna-se disperso – é um filme com muitas ideias a borbulhar no peito e na cabeça, mas que tem dificuldade em desenvolver qualquer uma delas até aos finalmentes, acabando por se tornar num esforço visualmente estonteante e fascinante, mas emocionalmente mais oco e inconsequente.

 

Catarina d’Oliveira




16. CARROS (2006)

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Carros | @ Disney Pixar

E aqui estamos: o Patinho Feio do catálogo Pixar. Depois dos sucessos retumbantes de Toy Story, The Incredibles, À Procura de Nemo e Monstros e Companhia, o gigante da animação parecia simultaneamente imparável… ou perigosamente à beira da sua primeira grande desilusão.

Nostálgico, descontraído e assumidamente mais dirigido ao público infantil, “Carros” é uma modesta comédia familiar sobre um ambicioso carro de corridas vai parar numa cidade do interior e aprende que há coisas mais importantes do que uma competição. Não nos interpretem mal. “Carros” é OK, e infinitamente melhor do que qualquer uma das desmaiadas sequelas que se lhe seguiram, mas para o padrão de genialidade de um estúdio como a Pixar, não deixa de ficar a umas boas milhas dos seus mais louvados trabalhos.

 

Catarina d’Oliveira




15. BRAVE – INDOMÁVEL (2012)

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Brave – Indomável | © Disney Pixar

A princesa Merida deve seguir os costumes ancestrais do seu reino e tornar-se rainha, ao lado do primogénito de uma das tribos vizinhas que conseguir a sua mão durante um torneio de arco e flecha. Contudo, Merida está determinada a definir o seu próprio caminho, desafiando a tradição sagrada do seu provo e a paz, até agora segura por um fio.

Perante esta sinopse, pode deduzir-se que Merida não é uma princesa normal, muito menos no que toca a procurar o seu príncipe encantado. Ao invés disso, Merida representa um lema importante e não tão evidente nos demais contos de fadas: uma princesa não precisa de um príncipe para viver a sua história e muito menos para viver o seu ‘Feliz para Sempre’. Além disso, “Brave – Indomável” apresenta a relação flutuante e construtiva entre mãe e filha, desde o maior dos seus dissabores, que leva Merida a transformar a mãe num urso, até ao grande carinho e dedicação que a leva numa demanda para reverter a maldição.

Perante a anarquia que se instalou no reino, o filme ainda conta com um leque de protagonistas hilariantes e muito bem-dispostos, desde o pai e os três irmãos gémeos de Merida até aos representantes tresloucados das tribos vizinhas. “Brave — Indomável” pode não ter agradado a todo o seu público, mas conquistou o seu lugar no Universo Pixar como um filme com caráter, essência, e humor, cativando espectadores de todas as idades. A sua animação é estonteante e os seus laços familiares são divertidos, enternecedores e autênticos.

 

Luís Telles do Amaral




14. MONSTROS: A UNIVERSIDADE (2013)

Monstros: A Universidade
Monstros: A Universidade | © Disney Pixar

Monstros: A Universidade” foi lançado depois de “Monstros e Companhia” mas é, na verdade, uma prequela e remonta ao primeiro momento em que Sulley e Mike se tornaram uma equipa. Num regresso ao passado, na Universidade dos Monstros, ficamos a conhecer as suas origens e os seus motivos para se quererem tornar profissionais de susto na maior fábrica do mundo dos monstros.

A magia deste filme – para além de ser um filme de origem, e essa temática é sempre interessante – é realmente a mensagem que passa às audiências. No meio das brincadeiras de universidade, no meio das aulas e dos trabalhos, o foco é o trabalho de equipa e a aceitação dos outros como são. “Monstros: A Universidade” volta a passar uma mensagem positiva aos espectadores ao mostrar que não importa as origens de cada um porque se houver trabalho de equipa e apoio, todos os objectivos são possíveis de alcançar, e por vezes até mesmo ultrapassar e ir mais longe do expectável. Está longe da Era Dourada da Pixar, mas é uma entrada simpática na lista porque mostra o início de belas amizades e reforça que com os amigos certos, tudo se torna mais fácil.

 

Marta Kong




13. À PROCURA DE DORY (2016)

À Procura de Dory | © Disney Pixar

13 anos volvidos da quinta maravilha Pixar ter chegado aos cinemas – aka “À Procura de Nemo” – a sua inevitável sequela chega às salas passando a bola do protagonismo para aquela que é, possivelmente, a mais icónica e adorada sidekick criada pelo estúdio.

À Procura de Dory” encontra a nossa Cirurgião-Patela favorita a ter um importantíssimo flashback inesperado que a leva a reviver momentos felizes com a família e que a catapulta numa incessante procura ao longo dos oceanos pelos seus há muito perdidos progenitores.

Sem ser uma abjeta e óbvia ‘caça ao euro’, e ainda que tenhamos alguma dificuldade em apontar algo que faça efetivamente mal, “À Procura de Dory” também não consegue recuperar todo o vigor e originalidade do filme que lhe deu origem. No entanto, e desta vez acompanhado por Angus MacLane na realização, Andrew Stanton regressa com satisfatório grau de sucesso aos temas da perda, da família e da reconciliação para construir uma comédia familiar cheia de ação e emoção que apela a toda a família.

 

Catarina d’Oliveira




12. UMA VIDA DE INSECTO (1998)

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Uma Vida de Insecto | © Disney Pixar

Todos os anos, um gangue ganancioso de gafanhotos exige parte da colheita de comida das formigas. Mas, quando algo dá para o torto e a colheita é destruída, os gafanhotos ameaçam atacar e as formigas são forçadas a pedir ajuda a outros insetos para os enfrentar, seja de que maneira for.

Uma Vida de Insecto” apresenta-se como um filme de animação alegre e divertido, com espaço para novas amizades, guerrilhas de perder o fôlego e um circo mirabolante de insetos. Sendo um título representante da infância de muitos adultos, este revela a importância de expressar a força para lutar a favor da justiça e contra a opressão, aliada a um humor viçoso e, claro, com múltiplos trocadilhos de insetos. Contendo uma panóplia marcante de personagens, há bichos e diversões para todos os gostos, em paralelo com os altos e baixos do amor e com as peripécias da amizade.

Apesar de ter estreado em 1998, “Uma Vida de Insecto” ainda se identifica como um filme fresco, com protagonistas contemporâneos e singulares. A animação pode não ostentar a tecnologia mais avançada, mas amplia uma perspetiva bela do mundo fascinante dos animais mais pequenos e que muitas vezes nos passam desapercebidos, os insetos.

 

Luís Telles do Amaral




11. TOY STORY 2 (1999)

Toy Story 2 | © Disney Pixar

Quatro anos após ter estreado o seu primeiro filme, “Toy Story”, a Pixar lançou a sua primeira sequela que viria, na verdade, ser a única até à estreia de “Toy Story 3”, onze anos depois. Intercalados com “Uma Vida de Insecto”, os dois primeiros capítulos de “Toy Story” são obras de notória complementaridade narrativa que denotam, de um para o outro, uma das evoluções técnicas mais significativas no universo Pixar. Os computadores podiam não ser muito diferentes daqueles usados em 1995 (ano da produção do primeiro filme), mas a qualidade da animação digital, sobretudo na modelação dos personagens humanos como Andy, sofreu uma melhoria colossal em “Toy Story 2”.

Sim, o segundo “Toy Story” é muitas vezes encarado como o filme menor na quadrilogia de filmes sobre as aventuras de Woody e Buzz, – como aliás acontece neste top – mas é uma obra-charneira nesse universo, na medida em que introduz temas que se tornaram transversais a toda a saga, como sejam o da obsolescência, a auto-estima ou a amizade imutável.

A valiosa adição de novos personagens como Jessie e Bala foi essencial para que a Pixar conseguisse construir uma sequela que desafiava os padrões de Hollywood: aqui não temos uma narrativa desenvolvida de forma linear, onde os personagens percorrem arcos que os trazem de volta à mesma situação em que os encontrámos no princípio. Ao invés, é uma aventura de resgate, colorida e divertida, que acrescenta emoções e complementa o seu predecessor. O momento em que Jessie recorda a sua criança, Emily, ainda é para nós um dos momentos mais emocionantes destes mais de 25 anos de Pixar.

 

Daniel Rodrigues




10. THE INCREDIBLES  – OS SUPER-HERÓIS (2004)

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Os Incríveis | © Disney Pixar

O primeiro “outsider” a entrar na Pixar (até então dominada pelos cineastas que a fizeram nascer) foi Brad Bird, o homem responsável pelo clássico de culto “O Gigante de Ferro” (1999). O resultado? Incrível, perdoem-nos o facilitismo da piada.

Em 2004 o mundo era um lugar diferente – os filmes de super-heróis começavam a entrar no nosso quotidiano a toda a velocidade, mas numa era Pré-Marvel, Bird trouxe-nos algo único sob a forma desta história de uma família com um set de habilidades muito especial mas que, como todas, tem as suas quezílias e problemas, que deve unir-se para superar uma força maligna.

“The Incredibles” é na realidade, uma história de origem que prima pela economia de ação: magistralmente escrito e dirigido por Bird, constrói um mundo pop art de heróis e vilões a partir do zero, e depois diverte-se a colorir cada personagem com pensamentos, motivos e sonhos vívidos que devem equilibrar enquanto saltam de uma vertiginosa sequência de ação para outra.

Como uma espécie de “Watchmen-sem-o-subtexto-depressivo-e-chuvoso”, “The Incredibles” é Pixar em estado de graça e a entrada perfeita no TOP 10.

 

Catarina d’Oliveira




9. TOY STORY 3 (2010)

Toy Story 3
Toy Story 3 | © Disney Pixar

Pode parecer algo rebuscado, mas uma das grandes interpretações críticas sobre os filmes da saga “Toy Story” aponta para estas aventuras de brinquedos falantes serem, essencialmente, histórias sobre mortalidade. O medo de obsolescência sentido pelos brinquedos nos primeiros dois filmes pode facilmente ser interpretado de outras formas, convém dizer, incluindo como lições morais para crianças. Contudo, o terceiro capítulo desta história realmente parece afirmar-se como uma poderosa metáfora sobre indivíduos a enfrentar a finalidade da Morte.

Quando uma criança cresce, os seus brinquedos são deixados no limbo do sótão. A doação a uma creche local oferece a possibilidade de entrada no Paraíso, o “Butterfly Room”. No entanto, é no purgatório que os brinquedos protagonistas acabam, nas mãos de meninos descuidados e demasiado novos para brincarem sem causarem alguma destruição. Por fim, uma aventura noturna leva Woody, Buzz e companhia a um inferno fogoso, onde os amigos dão as mãos e aceitam que chegou o fim. É claro que aí ocorre uma intervenção quase divina e os brinquedos como que ressuscitam com uma nova criança para deleitarem, mais uma vida.

Mesmo que não aceitem esta leitura meio espiritual do filme, as emoções subjacentes a tal história de Morte e inferno, marcam invariável presença. Este é um filme perfeito para fazer até os mais estoicos chorar, quer seja pelo fado dos brinquedos ou pela nostalgia dolorosa que vem com a imagem de Andy adulto num quarto de criança vazio. Além do mais, “Toy Story 3” é uma notável comédia misturada com sequências de ação tiradas diretamente de dramas de fugas prisionais. Isso tudo, e também tem uma versão espanhola de Buzz Lightyear.

 

Cláudio Alves




8. COCO (2017)

TOP Filmes Pixar
Coco | © Disney Pixar

“Coco” é uma tremenda variedade de texturas, cores e personalidades. Do realizador de “Toy Story 3”, o que “Coco” (2017) nos oferece vai muito além de mais um bom filme da Pixar – ele explora uma realidade e um mundo que jamais vimos retratado de forma tao delicada e homenageada.

Seguimos Miguel Rivera, um menino de 12 anos que gosta muito de tocar guitarra – apesar de tal ser extremamente proibido na sua família desde que a sua tetravó Amelia baniu a música, por ter sido abandonada por um músico que quis seguir a sua carreira musical.

Um dia, o pequeno Miguel deixa cair acidentalmente a moldura de Amelia, descobrindo algo muito importante sobre a sua família, sobre si e o mundo que o rodeia. Dá por si a entrar no mundo dos Mortos (nos festejos do Dia dos Mortos) e é lá que descobre que nunca morremos verdadeiramente enquanto alguém tiver uma recordação nossa. E essa ideia, que é na verdade um facto irrefutável – vivemos sempre até estarmos na memória de alguém – representa um dos conceitos mais belos que a Pixar nos ofereceu na sua história. É um filme memorável no seu todo, mas que ganha ainda mais vivacidade pela atenção aos detalhes e pela mensagem filosófica e – imagine-se – tranquilizadora sobre a morte.

 

Maria João Bilro




7. MONSTROS E COMPANHIA (2001)

Monstros e Companhia
Monstros e Companhia | © Disney Pixar

A Pixar tem em todos os seus filmes a audácia de ir mais longe e de criar novos cenários para o imaginário infantil e, até aos dias de hoje, continuamos a achar que são as “melhores ideias fora da caixa” possíveis. Capaz de cativar simultaneamente os mais pequenos e os mais velhos, “Monstros e Companhia” é a prova viva que um filme não precisa de personagens bonitas para ser interessante, atrativo e, acima de tudo, divertido (e não assustador).

Monstros e Companhia” mostra uma peculiar fábrica de sustos, onde os trabalhadores são diversas criaturas, desde minhocas, a criaturas com vários braços, e até mesmo gigantes azuis (Sulley) ou pequenas criaturas verdes com apenas um olho (Mike). Nesta divertida história, Sulley e Mike são dois traabalhadores que precisam de continuar a assustar crianças para manter o seu mundo vivo – são os gritos das crianças que alimentam e dão energia. Mas tudo muda quando eles são descobertos pela pequena Boo e percebem que o mundo pode ser mantido pelos risos em vez dos gritos de medo.

Destacamos esta história por ser totalmente diferente, por não se centrar num conto de histórias mágicas ou de “felizes para sempre”, mas por se fixar na importâcia da amizade, na lealdade entre amigos e claro, na sub-plot que explora a ideia de que devemos ver nas crianças uma das melhores razões para manter o mundo a (sor)rir.

 

Marta Kong




6. À PROCURA DE NEMO (2003)

À Procura de Nemo | © Disney Pixar

A jornada de um pai à procura do seu único filho enquanto atravessa um vasto oceano é capaz de ser das histórias mais emotivas e divertidas dos filmes da Pixar. “À Procura de Nemo” é, na sua essência, um conto sobre o amor de pai e filho e, sobretudo, sobre a necessidade de os pais deixarem os seus filhos encararem o mundo, apesar dos perigos que este possa representar. Apesar desta descrição parecer demasiado séria, o filme faz-nos atravessar vários estados de espírito. Durante 1h40, “À Procura de Nemo” consegue ser um filme que nos deixa felizes, tristes, entusiasmados, nervosos, assustados, surpreendidos e muito mais! As gargalhadas que o filme nos provoca são tantas como as lágrimas. É uma verdadeira montanha-russa de emoções. Mas acreditem que vai valer a pena.

“À Procura de Nemo” tem uma das personagens mais carismáticas do universo Pixar. Já devem saber de quem estamos a falar. A nossa querida e tão esquecida Dory. Grande parte das gargalhadas que damos ao ver este filme devem-se a ela. E a maioria das citações mais icónicas também são da sua autoria. Como por exemplo: “Basta nadares, basta nadares…” ou “P. Sherman, 42 Rua Wallaby, Sydney”. Convém também agradecer à grande Rita Blanco por ter dado vida a esta personagem com tanta emoção e energia – não se amedrontando perante a versão original de Ellen DeGeneres. A Dory que nós conhecemos e adoramos não seria a mesma sem esta dobragem exímia.

Por último, vale a pena salientar uma das melhores características de “À Procura de Nemo”: a sua capacidade de ser tão interessante para as crianças como para os adultos. De uma maneira geral, qualquer bom filme de animação tem essa capacidade. Contudo, “À Procura de Nemo” leva este princípio ainda mais longe, indo mais a fundo em questões que são bastante maduras, que qualquer adulto irá compreender e até rever-se nelas, ao mesmo tempo que entretém as crianças e as faz rir.

 

Filipa Machado




5. DIVERTIDA-MENTE (2015)

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Divertida-Mente | © Disney Pixar

 “Divertida-mente” (“Inside Out”), é seguramente um dos melhores filmes de animação transversais a todos os membros da família. Adequado a todas as idades, é uma longa-metragem de emoções ao rubro, de uma procura interior e das lutas diárias para sermos mais felizes. Com uma ideia arrojada, e de certo modo desafiador dos parâmetros normais das histórias de animação, “Divertida-mente” apresenta uma abordagem única explorando a forma como todos estamos em contacto com as nossas próprias emoções.

O imaginário une-se à realidade da história e apesar de tudo ser um processo de rutura com o real, não podemos deixar de sentir que aquelas emoções apresentadas, aquele grupo que aparece como vivendo nas nossas cabeças, poderia ser algo bem real. Uma perspectiva divertida de como as mentes funcionam, seja das crianças como dos adultos, vemos nas cinco emoções apresentadas – alegria, nojo, raiva, tristeza e medo – uma razão para o que fazemos no quotidiano. E quantos de nós não se ligam de imediato às emoções da cabeça da pequena Riley? Mesmo que sejamos adultos, estão lá todas as inseguranças e certezas que sentimos desde pequenos.

Por isso mesmo, consideramos estar ao nível de um top 5 de filmes da Pixar, e mantemos a nossa opinião de 2015… um dos melhores filmes de animação de sempre!

 

Marta Kong




4. RATATUI (2007)

Ratatui
Ratatui | © Disney Pixar

Lançado em 2007, “Ratatui” é uma história clássica sobre ser-se marginal e a vontade de pertença que daí advém. No enredo seguimos Remy, um rato inteligente que se separa da sua família e vai ter a Paris, ao restaurante dos seus sonhos, onde vê um jovem cozinheiro (Linguini) a fazer uma grande asneira com uma sopa. Sedento por ajudar, e por amor à comida, Remy corrige a sopa que acaba por ser um grande sucesso para Linguini.

Estranhando-se no início, mas criando laços profundos no desenvolvimento da narrativa, Remy e Linguini criam uma grande amizade e dupla na cozinha. Apesar de todas as contradições e entraves, Remy nunca desiste do seu sonho, inspirado pelas visões que tem de Gusteau, o seu ídolo: “Vocês têm de ser imaginativos, corajosos. Têm que experimentar coisas que podem não resultar e não deixem ninguém desafiar os vossos limites devido ao lugar de onde vêm. Tudo o que importa é a vossa alma. O que eu digo é verdade. Todos podem cozinhar, mas apenas os destemidos podem ser grandes.” 

Compulsivamente ‘likeable’, “Ratatui” representa, juntamente com “Coco”, um dos momentos mais corajosos da história da Pixar, tornando um roedor mal-amado num protagonista adorável e inspirador, que ao som de uma das mais inolvidáveis bandas sonoras de Michael Giacchino manifesta um carinho profundo pela comida – que assume o seu expoente máximo nas espetaculares representações de sabores e aromas no palato de Remy – pelo que ela representa e pelas memórias mais queridas que tantas vezes nos consegue despertar. Resumindo, uma generosíssima e fumegante tigela de irresistível comfort food.

 

Maria João Bilro




3. TOY STORY: OS RIVAIS (1995)

Toy Story
Toy Story | © Disney Pixar

“Toy Story” foi a primeira animação da era digital e abriu caminho para um próspero reinado da animação computorizada que é transversal a todos os estúdios. Por certo, seria bem-vinda alguma variedade nos dias que correm, mas na década de 90, a era de ouro da animação tradicional da Disney, “Toy Story” era o OVNI, o génio, o quebra-regras, o filme que toda a gente queria ver – e ser!

Torna-se difícil dissociar “Toy Story” do seu marco histórico (que lhe valeu um Óscar de Contribuição Especial “pelo desenvolvimento e aplicação inspirada de técnicas que tornaram possível a primeira longa-metragem de animação computadorizada”), mas “Toy Story” é tão mais que os seus disruptivos desenhos computarizados que, diga-se de passagem, envelheceram mal com o passar dos anos. A narrativa também ela é disruptiva e inovadora: e se os brinquedos tivessem vida? E se tivessem sentimentos? E se manifestassem emoções?

John Lasseter foi o génio inventor desta comédia de aventura para toda a familia que colocou todas as crianças da década de 90 a espiar os seus seus brinquedos para ver se ganhavam vida.  24 anos depois, o poder nostálgico que sentimos a invadir-nos só corrobora a ideia de que essa magia não se perdeu, apenas aumentou. E de que maneira.

 

Daniel Rodrigues




2. UP – ALTAMENTE! (2009)

Up – Altamente! | © Disney Pixar

Talvez desde “Bambi” que não nos era infligido tão grande sofrimento nos primeiros 10 minutos de um filme de animação. Contada através de uma sequência de vinhetas mudas, a história da vida e do amor de Carl e Ellie faz da montagem inicial de “Up – Altamente” uma das mais maduras, impactantes e emocionantes sequências da história do cinema de Animação. E por esta sequência apenas 0 10º filme da Pixar já merecia um lugar cativo no TOP 3, mas as suas façanhas não se ficam por aqui.

É uma aventura quase épica, mas que nunca perde o seu toque íntimo e humano. É um “típico filme familiar atípico” que fala de todos e para todos, e que nos proporciona uma inacreditável extensão e variedade de emoções. Apesar dos traços profundamente dramáticos, “Up” não deixa de ser um magnífico hino à alegria de viver e uma daquelas obras que nos deixa inevitavelmente com um sorriso no rosto quando abandonamos a sala de cinema. Contudo, segue o trilho que a Pixar tem vindo a construir; um trilho de temas maduros, atuais e sérios destinados não apenas a um bloco de espectadores, mas ao público em geral.

Sem darmos por isso, “Up” desliza entre vários sub-géneros (drama, comédia, ação, fantasia…); tudo isto a grande velocidade mas sem pressas, por mais paradoxal que possa parecer. Nunca nos sentimos perdidos.

 

Catarina d’Oliveira




1. WALL-E (2008)

TOP Filmes Pixar
Wall-E | © Disney Pixar

Já anteriormente referimos o equilíbrio cinematográfico que resulta nos melhores e maiores triunfos da Pixar. É uma receita feita de entretenimento infantil em comunhão com temáticas adultas e rigor artístico. O máximo exemplo desta dinâmica a funcionar num patamar de perfeição absoluta é “WALL-E”, o filme que a MHD aqui aponta como a maior glória deste prestigiado estúdio de animação, a sua joia da coroa.

Basta vermos o design adorável do robot processador de lixo no centro desta história, assim como seus movimentos trapalhões e sonoridade infantil, para entender o valor do filme enquanto divertimento para crianças. Os temas adultos incidem numa mensagem ambientalista e numa história de amor entre o homem do lixo robotizado e uma exploradora mais tecnologicamente avançada que dá pelo nome de EVE. Tudo isso é ótimo e faz de “WALL-E” uma espécie de clássico instantâneo, cujas personagens e narrativa estão destinados a perdurar em termos de popularidade.

O que realmente eleva o filme acima de tantos outros sucessos da Pixar é o modo como o realizador Andrew Stanton executa estas ideias e premissas. De todos os filmes do estúdio, este é aquele com uma linguagem cinematográfica mais básica e clássica e, por consequência, mais sofisticada também. Há algo de mágico nas sequências prolongadas em que “WALL.E” funciona como um filme mudo, dependente exclusivamente da expressividade da animação e da música de Thomas Newman. Dois robots apaixonarem-se numa dança espacial, rodopiando e “rindo” com um pano de fundo pintalgado de estrelas é o tipo de magia que tem levado as pessoas aos cinemas desde o berço da sétima arte, há mais de um século.

 

Cláudio Alves

 

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