Os 10 melhores filmes de 2025 (até agora)
2025 reuniu alguns dos melhores filmes dos últimos anos, obras que desafiaram géneros e mostraram o espetáculo que é a sétima arte.
Num ano repleto de estreias ambiciosas, 2025 destacou-se inegavelmente pela diversidade de narrativas e pela ousadia de cineastas em explorar novas fronteiras. Desde animações que bateram recordes até dramas que tocaram profundamente o público, este foi um ano memorável para os amantes da sétima arte. Abaixo, apresentamos uma seleção dos 10 melhores filmes de 2025.
Os melhores filmes de 2025
10. Novocaine
Novocaine é aquele tipo de filme que, à primeira vista, não parece ter grandes ambições — um thriller de ação-comédia com um protagonista que não sente dor, literalmente. Jack Quaid entrega uma atuação sólida e surpreendentemente carismática, navegando entre o ridículo e o genuíno com bastante facilidade. Amber Midthunder cria uma química meio telenovela que, apesar de ligeiramente forçada, mantém o interesse.
Confesso que Novocaine é como aquela comida de fast-food que não devia saber tão bem, mas sabe. Não é profundo nem sofisticado, mas diverte como poucos melhores filmes em 2025. A forma como os realizadores Dan Berk e Robert Olsen coreografam a violência e a comédia física é realmente um destaque, fazendo-nos rir e fazer caretas ao mesmo tempo. É uma experiência refrescante num ano cheio de filmes que tentam ser “importantes” e acabam por entediar. Lê a critica aqui.
9. Thunderbolts
Depois de tantos anos de altos e baixos no MCU, Thunderbolts chega para sacudir a poeira com um dos melhores filmes de ação do ano. E, honestamente, é uma lufada de ar fresco. O que mais me impressionou foi a forma como a Marvel finalmente colocou as personagens no centro, em vez de explodir metade do universo para chamar a atenção.
Florence Pugh está no seu melhor, dando à Yelena Belova uma profundidade rara em filmes de super-heróis, enquanto David Harbour mostra que o Red Guardian pode ser muito mais do que um alívio cómico. Lewis Pullman, como Bob, é inegavelmente o coração emocional do filme, com uma vulnerabilidade que contrasta com os clichés habituais. Claro, nem tudo funciona — o terceiro ato é apressado, e personagens como Ghost e Taskmaster são subaproveitados — mas é um passo na direção certa. Lê a critica aqui.
8. The Day the Earth Blew Up: A Looney Tunes Movie
Este é um marco histórico para os fãs dos Looney Tunes, pois finalmente temos um filme de longa-metragem inteiramente animado, centrado em Porky Pig e Daffy Duck, personagens que há décadas encantam gerações. Confesso que tive o privilégio de assistir à versão inglesa antes da estreia oficial em Portugal, marcada para 6 de julho, e posso garantir que vale cada minuto.
Assim, o filme, realizado por Pete Browngardt, é uma homenagem vibrante ao estilo clássico da animação 2D, com um charme que só os desenhos tradicionais conseguem proporcionar. A história, com uma premissa que inegavelmente evoca os filmes sci-fi dos anos 50, mostra Porky e Daffy a tentarem salvar o mundo de uma conspiração alienígena bizarra. A dinâmica entre o nervoso Porky e o caótico Daffy é o motor da narrativa, complementada pela adorável Petunia Pig, que traz uma nova camada emocional.
O guião, criado por uma equipa extensa, flui rápido, com piadas tanto visuais como verbais que evitam referências contemporâneas, apostando em paródias clássicas de Invasion of the Body Snatchers e The Thing, o que garante um apelo intemporal. A interpretação vocal de Eric Bauza, que faz tanto Porky como Daffy, é magistral e respeita o legado de Mel Blanc, enquanto o elenco de apoio enriquece a experiência com performances que combinam nostalgia e frescura.
Este filme é uma celebração que todos – miúdos e adultos nostálgicos – devem inegavelmente ver, uma verdadeira ode ao humor e à animação tradicional. Se não virem, cá entre nós, alguém pode acabar por pôr sardinhas nos vossos sapatos.
7. Mickey 17
Bong Joon Ho demonstra o seu gênio com uma ficção científica que é, paradoxalmente, uma meditação profunda sobre a singularidade humana num mundo mecanizado e desumanizador. Assim, Mickey 17 narra a vida de um “descartável” que é literalmente substituído por cópias físicas idênticas, explorando temas como identidade, valor e o capitalismo extremo.
Robert Pattinson oferece uma dupla performance inegavelmente brilhante, dando vida a duas versões distintas da mesma pessoa, numa batalha emocional e existencial. O design claustrofóbico da nave, a crítica social afiada e a narrativa que mistura humor, tragédia e romance tornam este filme uma obra multifacetada e inesquecível — um verdadeiro hino à resiliência humana e um dos melhores filmes do ano. Lê a critica aqui.
6. Companion
Companion é um dos filmes que mais me surpreendeu pela sua abordagem inteligente e irónica ao futuro próximo. Baseado na premissa de companheiros robóticos personalizáveis, o filme destaca-se pelo seu tom equilibrado entre o absurdo e o plausível. A forma como faz referência a detalhes aparentemente triviais — como a cena em que uma personagem não consegue desbloquear o telefone porque não sabe a data de nascimento de uma figura histórica e tem que usar um livro de referência — é brilhante e muito contemporânea.
Assim, a interação sarcástica entre personagens traz um humor refinado que evita que o tema da robótica se torne maçante ou demasiado sério. A cinematografia mantém-se sóbria, sem o brilho exagerado típico do sci-fi comercial, e a atuação de Lukas Gage é um dos pontos altos, enquanto rouba cenas mesmo com pouca presença. Com apenas 97 minutos, o filme é ágil e eficaz, uma combinação rara e inegavelmente valorizada num thriller de ficção científica. Lê a crítica aqui.
5. Ne Zha 2
Este filme chinês emergiu do nada para se tornar o maior sucesso de bilheteira da história da animação, superando até mesmo gigantes como Inside Out 2 e The Lion King (2019). Inicialmente eu estava cético, mas Ne Zha 2 é um feito monumental, tanto em escala quanto em profundidade emocional. É uma sequela que melhora tudo o que o original fez, com personagens mais ricos, uma narrativa mais madura e uma animação visualmente impressionante, especialmente nas cenas de ação.
O filme traz temas densos como a luta interna entre o bem e o mal, representada pelo jovem Ne Zha e a sua batalha para controlar os seus poderes demoníacos, além de explorar a complexidade da sua amizade com Al Bing, que evolui e ganha camadas inesperadas ao longo do filme. A intensidade dramática e a ousadia da narrativa surpreendem, principalmente pelo modo como lidam com perdas e tragédias, algo raro em filmes de animação mainstream.
Visualmente, a produção é um salto qualitativo em relação ao primeiro filme, apresentando batalhas épicas que desafiam qualquer blockbuster americano, evocando a grandiosidade de O Senhor dos Anéis. Embora tenha momentos de humor um pouco simplistas, o peso emocional e a escala da produção justificam sua consagração como um marco da animação e um dos melhores filmes do ano.
4. Warfare (Tempo de Guerra)
Alex Garland e o veterano Ray Mendoza entregam um dos melhores filmes sobre guerra dos últimos anos. Tempo de Guerra não é um blockbuster com heróis, mas uma reconstrução quase documental de uma missão militar que desmorona, filmada em tempo real. A tensão é palpável a cada minuto, cada som, cada silêncio. O filme não chegou a estrear em Portugal, o que é uma pena, mas estará disponível na Amazon Prime Video a 15 de junho.
A produção sonora é excecional — o som dos disparos, das explosões e do ambiente cria uma atmosfera sufocante e crua que transporta o espectador para o meio do conflito. A câmara, colada aos soldados, captura a sujidade, o medo e a camaradagem que só quem viveu a guerra conhece. É uma experiência difícil, quase desconfortável, mas profundamente respeitosa e honesta. Não é para quem procura entretenimento, mas para quem quer sentir a guerra como ela é — brutal, caótica, sem filtros.
3. The Shrouds
David Cronenberg faz inegavelmente o que sabe melhor: misturar horror psicológico com metáforas existenciais e tecnologia perturbadora. Em The Shrouds, acompanhamos Karsh (Vincent Cassel) numa viagem dolorosa pela perda e pelo mistério, numa narrativa carregada de simbolismo.
O filme não é para todos — é enigmático, por vezes obscuro, e deixa pontas soltas para que cada espectador tire as suas próprias conclusões. A tripla atuação de Diane Kruger como Becca, Terry e a voz de Hunny adiciona uma camada obsessiva e fascinante. A tecnologia, a vida além da morte e o luto são explorados com uma delicadeza cruel. Assim, Cronenberg prova, mais uma vez, que a sua visão é única e perturbadora, e The Shrouds é uma das obras mais memoráveis do ano. Lê a crítica aqui.
2. Black Bag
Steven Soderbergh regressa em grande forma com Black Bag, um thriller de espionagem que mais parece um jogo de xadrez entre personagens afiadas e traições silenciosas. Michael Fassbender e Cate Blanchett formam um casal intenso, cuja química é um tango hipnotizante de poder, manipulação e confiança à beira do colapso.
O filme não precisa de tiros para criar tensão — a narrativa é sustentada por diálogos rápidos, jogo de olhares e a sensação constante de que algo explosivo está prestes a acontecer. Assim, Soderbergh domina a câmara e o ritmo com maestria, transformando uma simples reunião de jantar numa arena de suspense quase insuportável. É uma obra que combina técnica, atuações e narrativa com perfeição, e prova que o mestre ainda é inegavelmente capaz de criar um dos melhores filmes do ano.
1. Sinners
Aqui está o filme mais pessoal de Ryan Coogler até hoje, e que apresenta um Michael B. Jordan em dose dupla, interpretando irmãos gémeos num Mississippi dos anos 1930, onde os blues, a música e a luta contra um mal sobrenatural se entrelaçam numa narrativa profunda e multifacetada.
Sinners é muito mais do que um filme de terror; é uma metáfora poderosa sobre racismo, cultura, liberdade e música como força vital que ultrapassa gerações. A cinematografia inovadora, combinando formatos IMAX 65mm e Ultra Panavision 70mm, cria uma experiência visual única e imersiva. A banda sonora de Ludwig Göransson é arrebatadora, dando vida a uma mistura de blues, folk e country que enriquece cada cena. É uma obra inegavelmente intensa, complexa e emocionante, que mexe com a alma e desafia o espectador a olhar além do óbvio.
Michael B. Jordan não só brilha em papéis gêmeos, mas é o jovem Miles Caton, com sua voz e presença, quem rouba o filme num momento que é puro cinema — aquela cena em que canta “I Lied To You” é uma verdadeira transcendência. Assim, Sinners não é apenas um dos melhores filme de 2025, é uma obra que vai ficar para a história. Lê a critica aqui.
E para ti, qual foi o filme que mais te marcou em 2025? Partilha a tua opinião nos comentários.