Estas são para mim as 10 melhores aberturas de séries de sempre
Se nunca deste grande importância aos genéricos de abertura das tuas séries preferidas e ainda és daqueles que clica no pop-up “saltar introdução” nas plataformas de streaming, fazes muito mal.
Muitas das tuas séries preferidas têm, efetivamente, um cuidado muito próprio nestes segmentos de abertura onde, muitas vezes, nos dão logo o contexto temático, ou seja, o mood da série.
Neste artigo, apresento, assim, aquelas que considero as 10 melhores aberturas de séries. Se há séries que são demasiado simplistas e apenas apresentam o seu título no genérico, outras há que levam muito a sério o conceito de genérico. Desde a série de culto “Twin Peaks” (1990-91 e 2017, Mark Frost e David Lynch) à mítica “Os Sopranos” (1999-2007, David Chase), a minha escolha é bastante variada.
Genérico de abertura ímpar na série Twin Peaks
Para mim, “Twin Peaks” tem inegavelmente a melhor abertura de uma série televisiva de sempre. Sem quaisquer personagens no genérico, ainda assim, esta abertura é perfeita.
Neste genérico somos conduzidos por diferentes locais da cidade fictícia de Twin Peaks ao som da incrível música “Falling” de Julee Cruise, na sua versão instrumental. Não esqueçamos ainda que toda a música da série é magistralmente composta por Angelo Badalamenti.
“Twin Peaks” abre com a morte de Laura Palmer (Sheryl Lee). Face ao assassinato da jovem rapariga, o agente do FBI Dale Cooper (Kyle MacLachlan) é chamado a Twin Peaks. Assistimos à investigação do caso enquanto vemos o dia-a-dia dos seus habitantes com muitas cenas paranormais.
A série “Twin Peaks”, é a 75.ª melhor série no site IMDb e foi criada por Mark Frost e David Lynch. Teve duas temporadas na ABC entre 1990 e 1991 e ainda um filme-prequela estreado em 1992, “Twin Peaks: Os Últimos Sete Dias de Laura Palmer”. Mais tarde, em 2017, a série regressou no canal de cabo Showtime com uma terceira temporada totalmente realizada por David Lynch e que nos deixou ainda mais boquiabertos. Ficou no ar a continuação, depois de um final em aberto, mas, infelizmente, David Lynch faleceu no início deste ano…
O genérico de abertura da 3.ª temporada é bastante diferente e mais enigmático (como a própria temporada o é), mas o espírito mantém-se, como podes ver abaixo:
Se tiveres interesse em ver a série, ela está integralmente disponível na SkyShowtime. Caso não tenhas acesso à plataforma, sugiro-te aproveitares a promoção da Amazon e comprar a série em Blu–Ray que se encontra em promoção no Prime Day, com 29% de desconto a 50,21€. Quanto ao filme, podes vê-lo na FilmIn e na MUBI.
O mistério de Bron – A Ponte
Uma outra abertura sem quaisquer personagens e igualmente cheia de significado. Falo do genérico da série “Bron – A Ponte” (2011-18, Hans Rosenfeldt), a 145.ª melhor série de sempre, de acordo com o site IMDb.
Já tive oportunidade de abordar a abertura desta série que se encontra atualmente em exibição em Portugal no canal de cabo AMC. Esta série nórdica é uma co-produção entre a Dinamarca e a Suécia e é um policial onde cada uma das 4 temporadas tem um complicado caso para resolver.
Neste genérico de abertura, tal como em “Twin Peaks”, somos transportados para o misterioso universo da série ao vermos a noite nas cidades fronteiriças que funcionam como os décors da série. Além disso, temos a magnífica música “Hollow Talk” pelo Choir of Young Believers.
Caso não tenhas televisão por cabo, infelizmente, a série não está disponível no streaming. Na Amazon Espanha apenas consegues comprar as três primeiras temporadas.
Borgen, o poder no feminino
Continuando nos países nórdicos, a minha terceira escolha recai sobre a série “Borgen” (2010-13 e 2022, Adam Price). Esta série dinamarquesa de excelência chegou a Portugal através da RTP2. Depois disso, foi ainda exibida no cabo, na SIC Radical. Por fim, face ao sucesso internacional da série, a Netflix adquiriu os direitos de exibição da série e lançou ainda uma quarta temporada intitulada “O Reino, o Poder e a Glória”. Assim, podes ver, na íntegra, a série na plataforma Netflix.
A saber, “Borgen” é uma série política centrada na figura de Birgitte Nyborg (Sidse Babett Knudsen) que começa como líder da oposição até se tornar primeira-ministra.
A abertura da série é igual nas três primeiras temporadas e apresenta as diferentes personagens da narrativa ao mesmo tempo que dá o contexto temático político e dos meios de comunicação social que são uma constante ao longo da série. A música instrumental é bastante ritmada e segue sempre num crescendo, tal como a narrativa da própria série.
Já na quarta temporada, para a Netflix, a abertura é diferente. Ainda assim, está igualmente muito bem conseguida apresentando, por exemplo, a problemática central da temporada: a Gronelândia. Podes ver a abertura abaixo:
Friends – Amigos, uma diversão no genérico de abertura
Passando agora ao campo da comédia, é impossível não falar de “Friends – Amigos” (1994-2004, David Crane e Marta Kauffman), a 54.ª melhor série de sempre no site IMDb. Esta série de 10 temporadas teve sempre a mesma abertura no que diz respeito à famosa filmagem na fonte. Entrecortadas entre estes planos estão pequenos segmentos de cada personagem na temporada em questão.
“Friends – Amigos” é, pois, um marco da televisão do final dos anos 90 / início dos anos 2000 e teve um elenco de protagonistas composto por 6 amigos diferentes e muito divertidos.
Podes ver a série diariamente no Star Comedy e ainda na plataforma de streaming HBO Max. Além disso, podes igualmente comprar a série em Blu-Ray na Amazon por 96,68€. Associada à coleção, tens a promoção “Poupe 35% em 3 ou mais”.
A classe de Cheers, Aquele Bar
Continuando no reino da comédia, abordo agora um clássico americano do género: “Cheers, Aquele Bar” (1982-93, Glen and Les Charles e James Burrows). Esta é mais uma série longa, com 11 temporadas. A abertura foi sempre igual ao longo das temporadas (não se mexe no que já é perfeito), mudando apenas o nome dos atores. Para quem não conhece a série, por exemplo, é importante referir que a co-protagonista Shelley Long só fez as primeiras cinco temporadas e, depois, foi “substituída” por Kirstie Alley.
Em “Cheers, Aquele Bar” a maioria dos episódios acontecem no bar que dá nome à série onde assistimos às conversas dos clientes e empregados do bar. Com este resumo, parece uma série absolutamente banal, mas não é… O romance de Sam/Diane (Ted Danson e Shelley Long), o confuso Treinador (Nicholas Colasanto) ou a aguerrida Carla (Rhea Perlman) fazem, de facto, toda a diferença para termos uma série divertida, mas cheia de significado.
Tendo sido exibida em Portugal, mais recentemente, na RTP Memória, de momento, infelizmente, a série não está disponível em nenhum canal ou plataforma em Portugal. Contudo, podes comprar a coleção completa em DVD na Amazon por 62,37€. Os DVD da série não têm legendas em português.
Alf, Uma Coisa do Outro Mundo, a tentar compreender este mundo
Termino as comédias com um outro clássico: “Alf, Uma Coisa do Outro Mundo” (1986-90, Tom Patchett e Paul Fusco). Esta série tem apenas 4 temporadas e foi muito difícil filmá-la. Os atores não suportavam filmar com um boneco e a 4.ª temporada foi já bastante tensa. Para “rematar”, fizeram ainda um filme, devido ao final aberto da série. Contudo, a família da série não participou e a obra ficou mesmo aquém das expectativas.
O genérico de abertura manteve-se a cada 2 temporadas. Pessoalmente, considero melhor conseguida a abertura da 1.ª e 2.ª temporadas com Alf a filmar-se e à família Tanner; inclusive, em situações algo embaraçosas… Já a 3.ª e 4.ª temporadas têm uma abertura um pouco diferente onde Alf apenas visualiza, com a família Tanner, cenas da série através da televisão. A música também é ligeiramente diferente. Podes ver a mesma sequência de abertura abaixo:
Nesta divertida série, Alf é um extraterrestre do Planeta Melmac que cai por acidente na nossa Terra e fica a vier com a família Tanner. Como cena recorrente, temos Alf a perseguir o gato da família para o tentar comer.
A série foi já exibida algumas vezes na RTP Memória. De momento, a série não está em emissão nem em nenhuma plataforma de streaming em Portugal. Contudo, podes comprar a coleção em DVD através da Amazon por 36,59€, sem legendas em português.
Abertura entre arquivos e personagens em Conta-me como foi
Quero, agora, dar destaque a uma série portuguesa que considero, de facto, ter a melhor abertura de sempre no que à ficção nacional diz respeito. Ou seja, falo de “Conta-me como foi” (2007-11 e 2018-23, vários).
A série da RTP teve um total de 8 temporadas, com um interregno de 8 anos pelo meio. Ao longo da primeira fase da série acompanhamos o dia-a-dia da família Lopes no trabalho, na escola, na igreja, no café… Tudo isto durante uma época em que Portugal vivia sobre o regime opressor do Estado Novo, entre 1968 e 1974. Já no regresso, em 2019, a narrativa acontece entre 1983 e 1987. O contexto é diferente. A escola já não é um décor da série mas mantêm-se os trabalhos e os problemas familiares.
O genérico de abertura foi igual em cada uma das partes, ou seja, da 1.ª à 5.ª temporada e da 6.ª à 8.ª temporada, alterando-se apenas a presença de algumas personagens. Tal como “Alf, Uma Coisa do Outro Mundo”, considero que o primeiro genérico é muito melhor. Assim, o genérico das temporadas 1 a 5 mistura imagens de arquivo de época com imagens dos protagonistas, ao som da música “20 Anos (Vem Viver a Vida Amor)” de José Cid. Já o genérico das temporadas 6 a 8, mostra apenas as personagens em casa, nos seus locais de trabalho, nos seus momentos de lazer… Os arquivos aparecem, assim, apenas no início da série e em algumas transições de cenas. A música do genérico é “Dunas” dos GNR.
Podes ver a abertura da 6.ª à 8.ª temporada abaixo:
Podes ver as temporadas mais recentes da série gratuitamente na RTP Play.
A realeza de The Crown
Destaco agora uma série da realeza, a 141.ª melhor série de sempre no IMDb. Refiro-me, portanto, a “The Crown” (2016-23, Peter Morgan), série que aborda a quase integralidade do reinado da rainha Isabel II de Inglaterra, decorrendo entre 1947 e 2005.
Ao longo das 6 temporadas da série, a abertura é, igualmente, sempre a mesma, alterando-se apenas o nome da equipa técnica e artística. Um dos pontos-chave da série é que, ao cobrir quase 60 anos de História, os atores que a interpretam são diferentes a cada 2 temporadas, de forma a ser plausível o envelhecimento das personagens.
O genérico não tem quaisquer personagens e é bastante “simples”. Através de detalhes de uma coroa banhada a ouro a ser construída e de outros pequenos símbolos reais, sentimos a união e força desta família real através deste “simples” genérico. Podes ver a série na íntegra na plataforma de streaming Netflix.
O requinte de Downton Abbey no genérico de abertura
Continuando na realeza mas, desta vez, numa família real fictícia, é de referir a emblemática “Downton Abbey” (2010-15, Julian Fellowes). Com 6 temporadas e 2 filmes (e com um terceiro e último a estrear ainda este ano), esta série aborda a vida da família Crawley entre 1912 e 1926. A saber, a sua narrativa começa com a notícia da morte de um membro da família no desastre do Titanic e vai percorrendo outras crises como a I Guerra Mundial ou a Gripe Espanhola.
Na cuidada sequência de abertura, entramos no requinte do palácio da família Crawley com os seus criados a trabalharem nos bastidores. O genérico foi sempre igual ao longo da série, alterando apenas o nome do elenco, conforme houve entradas ou saídas de personagens.
Podes ver “Downton Abbey”, a 99.ª melhor série de sempre no IMDb, na SkyShowtime e Prime Video. Além disso, podes comprar a caixa com a série completa mais o primeiro filme na Amazon, sem legendas em português, por 60,93€.
Genérico de abertura melodioso na série Os Sopranos
Por fim, termino com o clássico da HBO, “Os Sopranos”. Nesta série, assistimos ao dia-a-dia de Tony Soprano e da sua máfia enquanto trabalham na “gestão de resíduos”, ao mesmo tempo que ele tem consultas de psiquiatria com a Dra. Jennifer Melfi.
A abertura, com Tony Soprano (James Gandolfini) a percorrer as ruas de Nova Jérsia ao som de “Woke Up This Morning” do grupo Alabama 3, é simplesmente maravilhosa porque acaba por ser uma metáfora de que Tony é o “dono” daquelas ruas.
“Os Sopranos” é a 8.ª melhor série de sempre no IMDb e teve 6 temporadas, sempre com o mesmo genérico de abertura. Está disponível para veres na íntegra na HBO Max.
Algumas menções honrosas de genéricos de abertura
É sempre difícil destacar apenas os 10 melhores em séries ou filmes. Assim, faço ainda menção a algumas outras séries com aberturas igualmente bem conseguidas.
“O.C. – Na Terra dos Ricos”:
“O.C. – Na Terra Dos Ricos” (2003-07, Josh Schwartz) é uma série com 4 temporadas e que acompanha Ryan Atwood (Ben McKenzie), um jovem expulso de casa e acolhido pela família Cohen em Orange County. Neste local, Ryan mantém-se igual a si próprio mas vai vivenciar a vida e mesquinhez dos ricos à sua volta.
A abertura da série mostra a chegada de Ryan a esta glamorosa cidade, entrecortada com momentos da série. Ao longo das temporadas, os segmentos da série mudam, mas mantém-se sempre a mesma música: “California” dos Phantom Planet. Podes acompanhar a série na HBO Max.
“Narcos”:
“Narcos” (2015-17, Chris Brancato, Carlo Bernard e Doug Miro) é uma série que acompanha o barão de narcóticos Pablo Escobar (nas duas primeiras temporadas) e, depois, alguns outros vendedores (na temporada 3).
A abertura da série é sobretudo composta de imagens de arquivo, paradas e em movimento, que dão todo o contexto do trabalho de Pablo Escobar (Wagner Moura) e da cidade onde vive, ao mesmo tempo que mostra a investigação da DEA, ao som da música “Tuyo” de Rodrigo Amarante. Podes ver a 80.ª melhor série de sempre para o IMDb na Netflix.
“Os Simpsons”:
No campo da animação, “Os Simpsons” (1989-atualidade, Matt Groening) é uma série que tem um genérico de abertura tremendamente bem pensado. Contudo, infelizmente – talvez devido à sua duração – raramente aparece na íntegra. Quando o genérico aparece na íntegra, vemos os diferentes protagonistas no trabalho, escola ou compras, à medida que vão chegando a casa.
Podes, pois, ver “Os Simpsons”, a 107.ª melhor série de sempre no IMDb, diariamente no Star Comedy e, na íntegra, no Disney+.
“Uma Aldeia Francesa”:
No campo das séries históricas, é, para mim, inegável falar de “Uma Aldeia Francesa” (2009-17, Frédéric Krivine, Philippe Triboit e Emmanuel Daucé). Esta série francesa com 7 temporadas do canal France 3 passou em Portugal através da RTP2. Acompanha várias personagens no contexto da II Guerra Mundial, sobretudo no campo da Resistência Francesa.
O genérico de abertura mostra imagens da série em sépia que dão todo o contexto da II Guerra Mundial. A maioria das imagens é alterada em cada uma das temporadas.
Infelizmente, a série não está disponível em Portugal em nenhuma plataforma de streaming.
“La Casa de Papel”:
O grande fenómeno da Netflix, “La Casa de Papel” (2017-21, Álex Pina) acompanha um grupo de assaltantes enquanto eles fazem reféns várias pessoas na Casa da Moeda (T1 e T2) e no Banco de Espanha (T3-T5).
O genérico de abertura é bastante criativo, feito com maquetes, e mostra o edifício que os assaltantes ocupam, enquanto os introduz vagamente através de pequenas fotografias da investigação policial.
Sendo que o edifício das temporadas 3 a 5 já é outro, a abertura também foi atualizada nesse sentido, conforme podes ver abaixo:
Além de poderes ver a série completa de “La Casa de Papel” na Netflix, podes igualmente comprar o DVD ou Blu-Ray da série que se encontra em promoção no Prime Day da Amazon.