Este inesquecível thriller foi recusado por Brian De Palma e acabou de chegar à Netflix
O icónico Brian de Palma poderia ter sido o realizador deste inesquecível thriller erótico acabado de chegar à Netflix.
Sumário:
- Brian de Palma é conhecido por um cinema que adopta a violência estilizada, o erotismo e a influência de Alfred Hitchcock;
- Por estar ligado aos thriller eróticos, De Palma tornou-se prioridade dos estúdios quando projetos destes apareciam e poderia ter realizado o icónico “Atração Fatal”, agora disponível na Netflix;
- No entanto, De Palma recusou a oportunidade por considerar Michael Douglas, o protagonista, “antipático”, dizendo que teriam de escolher entre ele e Douglas.
Brian de Palma é um nome que deve ser discutido a par de Steven Spielberg, Francis Ford Coppola ou Martin Scorsese, sendo um produto da chamada “Nova Hollywood”. Caracterizando-se por um cinema de género mais associado à violência estilizada, ao erotismo e à forte influência de Alfred Hitchcock.
No seu currículo, Brian de Palma carrega grandes obras como o musical cult “Fantasma do Paraíso” (1974), o lendário “Carrie” (1976), o thriller “Blow Out – Explosão” (1981), o thriller erótico “Testemunha de um crime” (1984) e ainda longas-metragens mais populares como “Scarface – A Força do Poder” (1983), “Os Intocáveis” (1987) e “Missão Impossível” (1996).
Nos anos 80, De Palma era então um dos primeiros nomes pensados para qualquer projeto que incluísse uma vertente de thriller e erotismo. Como tal, quando surgiu a ideia de adaptar a curta “Diversion” (1980) ao grande ecrã, De Palma mostrou-se interessado naquilo que viria a ser “Atração Fatal” (1987).
Na história, o advogado Dan (Michael Douglas) tem um breve caso com a executiva Alex (Glenn Close), que começa a exibir um comportamento descontrolado e obsessivo. Quando ele termina o romance, Alex não aceita ser rejeitada e começa a fazer da vida do ex-amante um verdadeiro inferno.
“Ou ele ou eu” | Brian de Palma contra Michael Douglas
Segundo o que o argumentista James Dearden e a produtora Sherry Lansing contaram ao New York Times, De Palma estava à procura de atribuir ao argumento um lado mais associado a um filme de “terror”, inspirado em “Halloween”, de John Carpenter.
Assim, o primeiro rascunho terminava com “Alex a correr atrás com uma máscara e uma faca de cozinha de 30 centímetros no Halloween” revela Dearden. Ainda que este tenha acabado por não ser o rumo tomado na versão final do filme, o grande problema de De Palma com “Atração Fatal” era outro.
Naquela altura, os produtores ainda não tinham escolhido a sua Alex, mas já tinham o seu protagonista Dan escolhido: Michael Douglas (ainda sem “Wall Street” no currículo). E Douglas não agradava ao veterano realizador, o que fez com que De Palma tenha afirmado “Eu não posso fazer o filme com Michael. Ele é antipático” segundo Lansing. Brian De Palma acabou mesmo por fazer um ultimato: “Ou ele ou eu”. À mesma publicação, Dearden conta “Felizmente, Brian desistiu” e a equipa voltou à estaca zero.
O thriller erótico acabou por ser comandado por Adrian Lyne, tornando-se uma das grandes sensações dos anos 80 e tendo sido nomeado para 6 Óscares, incluindo Melhor Filme e Melhor Realizador para o próprio Lyne. “Atração Fatal” pode agora ser visto na Netflix.
E tu, gostavas de ter visto Brian de Palma como realizador de “Atração Fatal”?