Os 11 atores com mais nomeações ao Óscar e que nunca venceram
Estes são os atores mais nomeados ao Óscar sem nenhuma vitória. Quando é que será que vai chegar a vez deles?
Há alguns casos que ter muitas nomeações ao Óscar simboliza que a Academia gosta mesmo muito da pessoa, que o diga Meryl Streep com as suas 21 nomeações e 3 estatuetas, mas há outros exemplos em que mesmo com muitas nomeações, dá a entender que a Academia tem algum tipo de problema por resolver com o artista.
Não é que eles não gostem do ator, para o terem nomeado tantas vezes, há algum apreço. No entanto, falta que o clique se dê para transformar uma data de nomeações numa vitória certeira.
Para além destes onze nomes, há outros catorze atores, incluindo Peter O’Toole (8 nomeações), Richard Burton (7 nomeações) e Thelma Ritter (6 nomeações), que nunca ganharam um Óscar e foram muitas vezes nomeados. Todavia, o objetivo deste artigo foi refletir sobre aqueles que ainda estão vivos e têm uma chance, mais ou menos realista, de reverter a maldição.
São, então, estes os onze atores com mais nomeações ao Óscar e sem nenhuma vitória, mas que ainda vão a tempo de ganhar:
SAIORSE RONAN (4 NOMEAÇÕES)
- Nomeada em 2007 como Melhor Atriz Secundária por “Expiação”(“Atonement”), perdeu para Tilda Swinton em “Michael Clayton – Uma Questão de Consciência”;
- Nomeada em 2016 como Melhor Atriz por “Brooklyn”, perdeu para Brie Larson em Quarto (“Room”);
- Nomeada em 2018 como Melhor Atriz por “Lady Bird”, perdeu para Frances McDormand em “Três Cartazes à Beira da Estrada” (“Three Billboards Outside Ebbing, Missouri”);
- Nomeada em 2019 como Melhor Atriz por “Mulherzinhas” (“Little Women”), perdeu para Renée Zellweger (“Judy”).
O QUE SE SEGUE?
Saiorse Ronan será uma das protagonistas de “Blitz”, de Steve McQueen (2024) , drama sobre a 2ª Guerra mundial, do vencedor do Óscar por “12 Anos Escravo” (“12 Years a Slave”). Trata-se de um projeto ambicioso apoiado pela AppleTV+ que pode trazer Ronan de volta às premiações.
BRADLEY COOPER (4 NOMEAÇÕES)
- Nomeado em 2013 como Melhor Ator por “Guia para um Final Feliz” (“Silver Linings Playbook”), perdeu para Daniel-Days Lewis em “Lincoln”;
- Nomeado em 2014 como Melhor Ator Secundário por “Golpada Americana” (“American Hustle”), perdeu para Jared Leto em “O Clube de Dallas” (“Dallas Buyers Club”);
- Nomeado em 2015 como Melhor Ator por “Sniper Americano” (“American Sniper”), perdeu para Eddie Redmayne em “A Teoria de Tudo” (“The Theory of Everything”);
- Nomeado em 2019 como Melhor Ator por “Assim Nasce Uma Estrela” (“A Star Is Born”), perdeu para Rami Malek em “Bohemian Rhapsody”.
O QUE SE SEGUE?
Vale relembrar que a par destas quatro nomeações como ator, Cooper conseguiu quatro nomeações na categoria de Melhor Filme enquanto produtor e uma na categoria de Melhor Argumento Adaptado, totalizando umas impressionantes nove nomeações. Este ano, regressa à frente e atrás das câmaras em “Maestro”, um filme que o vê encarnar o maestro Leonard Bernstein com direito a uma caracterização completa e controversa. O ator emergiu dos festivais como um dos principais candidatos ao prémio de Melhor Ator, onde terá que lidar com o enorme favoritismo de Cillian Murphy por “Oppenheimer”.
ED HARRIS (4 NOMEAÇÕES)
- Nomeado em 1996 como Melhor Ator Secundário por “Apollo 13”, perdeu para Kevin Spacey em “Os Suspeitos do Costume” (“The Usual Suspects”);
- Nomeado em 1999 como Melhor Ator Secundário por “The Truman Show – A Vida em Directo” (“The Truman Show”), perdeu para James Coburn em “Affliction”;
- Nomeado em 2001 como Melhor Ator por “Pollock”, perdeu para Russell Crowe em “Gladiador” (“Gladiator”);
- Nomeado em 2003 como Melhor Ator Secundário por “As Horas” (“The Hours”), perdeu para Chris Cooper em “Inadaptado” (“Adaptation”).
O QUE SE SEGUE?
Um dos próximos projetos do ator é “Long Day’s Journey Into Night”, de Jonathan Kent, a adaptação cinematográfica da icónica peça de Eugene O’Neill. Era esperado que o drama familiar ainda estreasse a tempo desta temporada de premiações, mas parece que tal não acontecerá. Ao lado de Jessica Lange, Ed Harris surgirá num papel que já valeu várias distinções a nomes como Frederich March, Jack Lemmon ou, mais recentemente, Gabriel Byrne. Será que a vez de Harris, finalmente, acontecerá com este projeto?
WILLEM DAFOE (4 NOMEAÇÕES)
- Nomeado em 1987 como Melhor Ator Secundário por “Platoon – Os Bravos do Pelotão”, perdeu para Michael Caine em “Hannah e as suas irmãs” (“Hannah and her sisters”);
- Nomeado em 2001 como Melhor Ator Secundário por “A Sombra do Vampiro” (“Shadow of the vampire”), perdeu para Benicio Del Toro em ” Traffic – Ninguém Sai Ileso”;
- Nomeado em 2018 como Melhor Ator Secundário por “The Florida Project”, perdeu para Sam Rockwell em “Três Cartazes à Beira da Estrada” (“Three Billboards Outside Ebbing, Missouri”);
- Nomeado em 2019 como Melhor Ator por “No Portal da Eternidade” (“At Eternity’s Gate”), perdeu para Rami Malek em “Bohemian Rhapsody”.
O QUE SE SEGUE?
Visto como um dos melhores atores em atividade, Dafoe tem estado imparável e a cada projeto, surge uma esperança de que talvez a sua vez tenha chegado. Este ano, o nomeado ao Óscar interpreta o cientista Dr. Godwin Baxter em “Pobres Criaturas”, vencedor do Leão de Ouro e um dos nomes mais fortes da temporada. Inicialmente, as reações focaram-se em Mark Ruffalo e na sua prestação cómica mas ultimamente, a performance mais emocional de Dafoe tem ressoado com quem tem tido a chance de ver a obra. Dado o seu estatuto na indústria, não é difícil imaginar que, caso não haja um consenso entre Robert Downey Jr. (“Oppenheimer”) ou Ryan Gosling (“Barbie”), o ator possa surfar na onda do amor pelo filme e conquistar a tão merecida estatueta dourada.
ANNETTE BENING (4 NOMEAÇÕES)
- Nomeada em 1991 como Melhor Atriz Secundária por “Anatomia do Golpe” (“The Grifters”), perdeu para Whoopi Goldberg em “Ghost – O Espírito do Amor”;
- Nomeada em 2000 como Melhor Atriz por “Beleza Americana” (“American Beauty”), perdeu para Hilary Swank em “Os Rapazes Não Choram” (“Boys Don’t Cry”);
- Nomeada em 2005 como Melhor Atriz por “As Paixões de Júlia” (“Being Julia”), perdeu para Hilary Swank em “Million Dollar Baby- Sonhos Vencidos“;
- Nomeada em 2011 como Melhor Atriz por “Os Miúdos Estão Bem” (“The Kids are All Right”), perdeu para Natalie Portman em “Cisne Negro” (“Black Swan”).
O QUE SE SEGUE?
Bening é outro exemplo de uma atriz que a cada novo projeto, existe a expetativa que vai chegar o seu Óscar, mas ultimamente todas as tentativas, incluindo “The Report” (2019), têm se revelado furadas. Como uma recepção morna, “Nyad” pode ser mais um desses casos. Porém, entre opções que incluem nomes como Emma Stone, Lily Gladstone ou Carey Mulligan, o grande trunfo da atriz é ser a única atriz de uma faixa etária mais avançada, o que vai permitir apelar a uma certa demografia que não encontrará mais nenhuma alternativa em competição. Para já, a vitória parece estar um pouco fora de questão, mas com o Óscar é melhor “nunca dizer nunca”.
WARREN BEATTY (4 NOMEAÇÕES)
- Nomeado em 1968 como Melhor Ator por “Bonnie e Clyde”, perdeu para Rod Steiger em “No Calor da Noite” (“In the Heat of the Night”);
- Nomeado em 1979 como Melhor Ator por “O Céu pode esperar” (“Heaven Can Wait”), perdeu para Jon Voight em “O Regresso dos Heróis” (“Coming Home”);
- Nomeado em 1982 como Melhor Ator por “Reds”, perdeu para Henry Fonda em “A Casa do Lago” (“On Golden Pond”);
- Nomeado em 1992 como Melhor Ator por “Bugsy”, perdeu para Anthony Hopkins em “O Silêncio dos Inocentes” (“The Silence of the Lambs”).
O QUE SE SEGUE?
Longe do cinema desde que o seu “Regras à Parte” decepcionou, Beatty ressurgiu numa entrevista em que reencarnava o personagem Dick Tracy para uma experiência metalinguística. Durante essa entrevista, o ator e realizador esclareceu que pretendia regressar ao personagem, desta vez de forma menos estilizada e mais realista. O primeiro filme venceu três Óscares e valeu uma nomeação em Ator Secundário a Al Pacino. Talvez valha a pena ter este projeto debaixo de olho, mesmo que não dê em nada, ao menos prova que Beatty ainda tem intenções de trabalhar em Hollywood.
MARSHA MASON (4 NOMEAÇÕES)
- Nomeada em 1974 como Melhor Atriz por “O Passe da Meia-Noite” (“Cinderella Liberty”), perdeu para Glenda Jackson em “Um Toque de Classe” (“A Touch of Class”);
- Nomeada em 1978 como Melhor Atriz por ” Não Há Dois, sem Três…” (“The Goodbye Girl”), perdeu para Diane Keaton em “Annie Hall”;
- Nomeada em 1980 como Melhor Atriz por “Capítulo Segundo” (“Chapter 2”), perdeu para Sally Field em “Norma Rae”;
- Nomeada em 1982 como Melhor Atriz por “Sempre te amei” (“Only When I Laugh”), perdeu para Katharine Hepburn em “A Casa do Lago” (“On Golden Pond”).
O QUE SE SEGUE?
Ao que tudo indica, o cinema não tem sido uma prioridade para Mason, que vive dedicada ao teatro, tendo inclusive feito a sua estreia como encenadora no ano passado.
JANE ALEXANDER (4 NOMEAÇÕES)
- Nomeada em 1971 como Melhor Atriz por “A Grande Esperança Branca” (“The Great White Hope”), perdeu para Glenda Jackson em “Mulheres Apaixonadas” (“Women in Love”);
- Nomeada em 1977 como Melhor Atriz Secundária por “Os Homens do Presidente” (“All The President’s Men”), perdeu para Beatrice Straight em “Network – Escândalo na TV”;
- Nomeada em 1980 como Melhor Atriz Secundária por “Kamer vs. Kramer”, perdeu para Meryl Streep em “Kramer contra Kramer”;
- Nomeada em 1984 como Melhor Atriz por “Testamento” (“Testament”), perdeu para Shirley MacLaine em “Laços de Ternuna” (“Terms of Endearment”).
O QUE SE SEGUE?
Assim como Marsha Mason, Jane Alexander é mais uma atriz que tem tido poucos desafios relevantes no cinema, mas continua a prosperar no teatro.
MICHELLE WILLIAMS (5 NOMEAÇÕES)
- Nomeada em 2006 como Melhor Atriz Secundária por “O Segredo de Brokeback Mountain”, perdeu para Rachel Weisz em “O Fiel Jardineiro” (“The Constant Gardener”);
- Nomeada em 2011 como Melhor Atriz por “Blue Valentine – Só Tu e Eu”, perdeu para Natalie Portman em “Cisne Negro” (“Black Swan”);
- Nomeada em 2012 como Melhor Atriz por “A Minha Semana Com Marilyn” (“My Week with Marilyn”), perdeu para Meryl Streep em “The Iron Lady” (“A Dama de Ferro”);
- Nomeada em 2017 como Melhor Atriz Secundária por “Manchester by the sea”, perdeu para Viola Davis em “Vedações” (“Fences”);
- Nomeada em 2023 como Melhor Atriz por “Os Fabelmans” (“The Fabelmans”), perdeu para Michelle Yeoh em “Tudo em Todo o Lado ao Mesmo Tempo” (“Everything Everywhere All at Once”).
O QUE SE SEGUE?
Michelle Williams é uma das atrizes mais requisitadas da sua geração, no entanto não se sabe muito sobre o que o futuro lhe reserva. A atriz deverá interpretar a cantora Peggy Lee em “Fever”, de Todd Haynes. O projeto está travado por falta de financiamento, mas o realizador continua esperançoso que se irá concretizar, a certa altura.
AMY ADAMS (6 NOMEAÇÕES)
- Nomeada em 2006 como Melhor Atriz Secundária por “Junebug”, perdeu para Rachel Weisz em O Fiel Jardineiro” (“The Constant Gardener”);
- Nomeada em 2011 como Melhor Atriz Secundária por “The Fighter- O Vencedor”, perdeu para Melissa Leo em “The Fighter- O Vencedor”;
- Nomeada em 2013 como Melhor Atriz Secundária por “O Mentor” (“The Master”), perdeu para Anne Hathaway em “Os Miseráveis” (“Les Misérables”);
- Nomeada em 2014 como Melhor Atriz por “Golpada Americana” (“American Hustle”), perdeu para Cate Blanchett em “Blue Jasmine”;
- Nomeada em 2019 como Melhor Atriz Secundária por “Vice”, perdeu para Regina King em “Se Esta Rua Falasse” (“If Beale Street Could Talk”).
O QUE SE SEGUE?
Há dois projetos que avizinham boas notícias para o futuro na carreira de Amy Adams que tem enfrentado um período mais conturbado com o insucesso de filmes como “Lamento de uma América em Ruínas” (2020) e “Dear Evan Hansen” (2021). O primeiro verá Adams a reunir-se com Adam McKay, depois de “Vice”, para a comédia satírica “Average Height, Average Build” protagonizada por Robert Pattinson. O segundo trará a atriz em “Nightbitch”, de Marielle Heller, na pele de uma mulher que começa a sentir que se está a transformar num cão. A premissa é inusitada, mas tudo dependerá da execução e a realizadora tem conseguido apelar aos votantes do Óscar, sendo responsável por “Memórias de uma Falsificadora Literária” (“Can You Ever Forgive Me?“) que levou Melissa McCarthy e Richard E. Grant ao Óscar.
GLENN CLOSE (8 NOMEAÇÕES)
- Nomeada em 1983 como Melhor Atriz Secundária por “O Estranho mundo de Garp” (“The World According to Garp”), perdeu para Jessica Lange em “Tootsie – Quando Ele Era Ela”;
- Nomeada em 1984 como Melhor Atriz Secundária por “Os amigos de Alex” (“The Big Chill”), perdeu para Linda Hunt em “O ano de todos os perigos” (“The Year of Living Dangerously”);
- Nomeada em 1985 como Melhor Atriz Secundária por “The Natural”, perdeu para Peggy Ashcroft em “Passagem para a Índia” (“A passage to India”);
- Nomeada em 1988 como Melhor Atriz por “Atração Fatal” (“Fatal Attraction”), perdeu para Cher em “O Feitiço da Lua” (“Moonstruck”);
- Nomeada em 1989 como Melhor Atriz por “Ligações Perigosas” (“Dangerous Liaisons”), perdeu para Jodie Foster em “Os Acusados” (“The Accused”);
- Nomeada em 2012 como Melhor Atriz por “Albert Nobbs”, perdeu para Meryl Streep em “The Iron Lady” (“A Dama de Ferro”);
- Nomeada em 2019 como Melhor Atriz por “A Mulher” (“The Wife”), perdeu para Olivia Colman em “A Favorita” (“The Favourite”);
- Nomeada em 2021 como Melhor Atriz Secundária por “Lamento de uma América em Ruínas” (“Hillbilly Elegy”), perdeu para Youn Yuh-jung em “Minari”.
O QUE SE SEGUE?
Glenn Close é mesmo a rainha do “É desta”. Depois de tantas ilusões, talvez toda a gente agora tenha mais calma antes de a declarar como certa, como aconteceu com “Hillbilly Elegy” em 2021. Entre os futuros projetos da atriz, que incluem a comédia “Brothers”; o terror de exorcismo “The Deliverance”; e “The Summer Book” em que Close interpretará uma avó perto do fim que se conectará com a neta de 6 anos, que está nos inícios da sua vida, nada parece gritar Óscar, mas é quase certo que alguém vai tentar que algum destes se torne a nona nomeação para esta eterna injustiçada.
E tu, qual destes acreditas que vai conseguir ganhar um Óscar mais rápido?