Amy March no novo filme de "Mulherzinhas", de Greta Gerwig © Big Picture Films

Óscares 2020 | As novas estrelas de Hollywood

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A edição de 2020 dos Óscares está quase a chegar. Para assinalar a contagem decrescente para a cerimónia, porque não recordar todos os jovens intérpretes que se destacaram entre os filmes nomeados?

Os Óscares são entregues já na madrugada de 9 para 10 de fevereiro. Entre as obras da noite, encontramos nos seus elencos um diversificado conjunto de jovens talentos. São a nova Hollywood – as promessas para uma nova geração de atores. Alguns deles estão já presentes na indústria há algum tempo,  outros “acabaram de chegar” e começam já a provar o seu valor.

Propomo-nos a percorrer a lista dos 9 filmes nomeados a Melhor Filme e nela encontrar as novas estrelas em ascensão. Desta lista são excluídas interpretações em obras ignoradas pelos Óscares, como por exemplo a performance revelação de Awkwafina em “A Despedida” (entre outras).

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MULHERZINHAS  DE GRETA GERWIG 

Óscares Mulherzinhas
Emma Watson, Saoirse Ronan, Florence Pugh e Eliza Scanlen em “Mulherzinhas” (2019), de Greta Gerwig | ©Big Picture Films

Comecemos com o filme, entre os indicados à estatueta mais cobiçada da noite, que reúne um dos elencos mais repletos de jovens. É, como esperado, “Mulherzinhas”, o Coming of Age  – história sobre crescimento e transição para a idade adulta – que Greta Gerwig adaptou a partir do romance seminal escrito por Louisa May Alcott em 1868.

O filme, sobre quatro irmãs, as quais acompanhamos da infância ao início da vida adulta, tem como protagonista a imensamente talentosa Saoirse Ronan. Pela sua interpretação como a inspiradora Jo March, Saoirse recebe a sua quarta indicação a uma estatueta dourada – isto aos 25 anos de idade. Torna-se assim apenas a segunda atriz a conseguir o feito de chegar a esta idade com tantas nomeações. É apenas destronada por Jennifer Lawrence, que era poucos meses mais nova quando garantiu a sua quarta nomeação. Continuará a sua ascensão a ser tão estável como tem sido desde a sua nomeação ao Óscar, em 2008, pela sua interpretação magnífica como Briony Tallis em “Expiação”?

Como uma outra irmã temos Emma Watson, que aos 29 anos começa a conseguir libertar-se da “pele” de Hermione Granger. Crescer no grande ecrã, num franchise tão imenso quanto “Harry Potter”, dificulta a criação de uma identidade enquanto intérprete. Embora Emma se tenha centrado nos estudos académicos e no ativismo, não abandonou o cinema. Interpretar Meg March, e apesar de apresentar a mais fraca prestação entre as irmãs, é um ponto a favor na sua evolução no campo da representação.

Eliza Scanlen, de 21 anos, é o membro mais jovem do elenco central. Dá vida à discreta Beth March, numa prestação contida mas eficaz. A atriz australiana tem vindo a dar que falar, com diversos papéis de destaque como na série da HBO “Sharp Objects” (2018) ou no filme de 2019 “Babyteeth”. Está de facto em início de carreira, e não parece nada senão promissora. Em 2020 co-protagoniza “The Devil All the Time”, uma obra com um forte elenco central , sobre os traumas do pós-Segunda Guerra Mundial.

Chegamos à última irmã, Amy March, interpretada por uma soberba Florence Pugh. Pugh parece encaminhar-se para o estatuto de nova “queridinha” de Hollywood, multiplicando-se os perfis sobre a sua ascensão rumo à fama. Está, em 2020, pela primeira vez nomeada ao Óscar (Melhor Atriz Secundária) aos 24 anos. A atriz inglesa é verdadeiramente versátil – basta atentar como representou na perfeição (e de forma convincente) uma criança em “Little Women” e ao mesmo tempo entregou uma prestação excelente e, acima de tudo, pesada e adulta no perturbador “Midsommar – O Ritual”. Em 2020, é uma das estrelas de “Black Widow”  – o primeiro filme a solo da Viúva Negra da MCU.

A compor este leque de jovem talento temos Timothée Chalamet, que embora ainda não tenha conseguido ainda suplantar a sua prestação de uma vida em “Chama-me pelo Teu Nome” (2017), que lhe valeu a nomeação ao Óscar de Melhor Ator, tem construído um sólido currículo desde então. “Mulherzinhas” é mais um exemplo da competência do jovem ator de 24 anos.




1917 DE SAM MENDES

Óscares 1917
Os dois protagonistas de “1917” |©NOS Audiovisuais

“1917” é um filme que se prende com o geral e não com o particular, com a identidade coletiva dos soldados e com o sofrimento humano.  As almas penadas que nunca regressam a casa numa guerra. Não é um filme sobre grandes vedetas, é antes um no qual grandes astros do cinema britânico apenas surgem durante poucos minutos e entregam algumas falas. Voltamos, sem demoras, ao quase anonimato – um elemento essencial para representar o quão pequeno é o soldado que trava a batalha ditada por terceiros que nunca conheceu.

Uma obra sobre os horrores da guerra, e também sobre o espectáculo da guerra, não é escrita com o intuito de permitir grandes desempenhos por parte dos seus intérpretes. Certo, muitos já o fizeram no passado: “Apocalypse Now” (1979), “O Resgate do Soldado Ryan” (1998) ou até “A Linha Vermelha” (1998), entre outros. Ainda assim, é nesta diluição do individual no coletivo e na rejeição do estrelato que o registo de cenário de guerra encontra as suas virtudes mais evidentes.

Não obstante esta questão, dois jovens atores carregam o filme às costas. Um deles é Dean-Charles Chapman, que dá vida ao soldado inglês Blake. Aos 22 anos, Chapman tem já um currículo significativo, especialmente na televisão. Foi Tommen Baratheon de 2013 a 2016 em “Game of Thrones”, depois do primeiro ator (muito mais jovem) ter sido substituído quando o papel se tornou mais substancial. Foi também Castor na popular série “Into the Badlands”, e entrou em 2019 nos filmes “The King” e “Blinded by the Light – O Poder da Música”. Em 2020 protagoniza o drama adolescente britânico “Here Are the Young Men”.

Quem, acima de tudo, lidera o filme é George MacKay, ator britânico de 27 anos, que aqui dá vida ao protagonista – o soldado Schofield. MacKay não tem assim tantas falas, nem tão pouco monólogos “à Óscares”. Ainda assim, consegue transmitir a sua intensidade através da linguagem corporal empregue. Não sendo uma cara muito reconhecida pelo público mais generalizado, participou ainda assim em dezenas de projectos e alguns deles bem apreciados pela crítica especializada – tais como “Orgulho” (2014) ou “Capitão Fantástico” (2016) . “1917” dá-nos a forte indicação de que o veremos no futuro em mais produções “hollywodescas“.




LE MANS ’66: O DUELO DE JAMES MANGOLD

Um Lugar Silencioso 2
Noah Jupe, Millicent Simmonds e Emily Blunt em “Um Lugar Silencioso 2” | © NOS Audiovisuais
Em “Le Mans ’66: O Duelo” Christian Bale dá vida ao engenheiro e piloto de carros Ken Miles. O filme, sobre a criação de um carro da marca Ford capaz de suplantar os veículos de corrida da Ferrari, não assenta apenas em factos históricos ligados ao automobilismo. Ao invés disso, encontra na dinâmica pai/filho um dos seus subterfúgios para conferir ao filme a necessária conexão emocional face ao espectador.
Noah Jupe interpreta Peter Miles, o filho do afamado piloto. Esta é uma das relações mais relevantes do filme, e o jovem Noah mostra já uma notável capacidade para entregar uma prestação com algumas nuances e bastante sentimento. Este jovem ator britânico de 14 anos tem uma carreira tão impressionante como a de muitos atores mais experientes. O seu primeiro papel foi um arco de um episódio em “Penny Dreadful”e desde aí não parou.
Em 2016, entre outros projectos, teve um arco de três episódios na popular série “The Night Manager”. Entre diversas entradas na sua filmografia, em 2017 participou na comédia negra “Suburbicon” e no popular drama familiar “Wonder – Encantador”. 2018 marcou esta carreira ainda na sua fase inicial, com o papel de Marcus Abbott, um dos filhos em “Um Lugar Silencioso”. Em 2019 não só entrou neste “Ford v Ferrari” (título original), como deu vida à versão mais jovem do personagem interpretado por Lucas Hedges no popular filme independente “Honey Boy”.
Em 2020 é novamente Marcus Abbott na sequela de “Um Lugar Silencioso”, e interpreta o filho de Nicole Kidman na antecipada série “The Undoing”, da HBO.




JOKER DE TODD PHILLIPS 

Zazie Beetz Óscares 2020
Zazie Beetz em “Joker” (2019) |©NOS Audiovisuais

“Joker”, filme nomeado a 11 Óscares em 2020, não é particularmente composto por um elenco jovem. Não existe sequer uma criança com uma interpretação da qual nos recordemos (o jovem Bruce é pouco enquadrado). Ainda assim, podemos destacar uma atriz em ascensão que aqui dá ares da sua graça.

Falo de Zazie Beetz, atriz de 29 anos que iniciou a sua carreira na representação em 2013 e que em “Joker” dá vida a Sophie Dumond. Sophie é uma jovem mãe por quem Arthur Fleck, o nosso protagonista, desenvolve um interesse romântico. Zazie não rouba o ecrã, mas é bastante coesa dentro do pequeno papel que lhe é entregue.

Na sua carreira destacam-se papéis como Van, de 2016 a 2018, na aclamada série “Atlanta” ou a hilariante Domino na sequela de “Deadpool” (2018), entre outros, especialmente nos últimos anos. A atriz conta com quatro projetos divulgados entre fase de pós-produção e anunciados, o que prova a sua lógica de ascensão.

Entre estes papéis futuros contam-se o drama “Still Here”, uma dobragem na animação “Extinct “, mais um filme no Universo da Marvel intitulado “X-Force” – onde voltamos ao mundo dos mutantes. Conta-se ainda uma outra presença num elenco de voz, na série “Invincible” – criada por Robert Kirkman (argumentista de “The Walking Dead”) e por Cory Walker, co-criador da banda desenhada que serve de base. Ao seu lado, no elenco, poderemos encontrar nomes como Steven Yeun (“Em Chamas”), J.K Simmons (“Whiplash”), Sandra Oh (“Killing Eve”) ou Seth Rogen (“Freaks and Geeks”). 




ERA UMA VEZ EM…HOLLYWOOD DE QUENTIN TARANTINO 

Óscares Era Uma Vez... Em Hollywood
Margot Robbie em “Era Uma Vez… Em Hollywood” |©Big Picture Films

“Era Uma Vez Em…Hollywood”, indicado a 10 Óscares da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas de Hollywood, assenta principalmente nos ombros de Leonardo DiCaprio e Brad Pitt mas não dispensa algum jovem talento.

Comecemos com o talento mais instaurado, a atriz australiana Margot Robbie. Robbie é uma das maiores e mais populares estrelas de Hollywood e está presente tanto em filmes de pequeno como de grande orçamento. Tanto é Harley Quinn como produz os seus próprios filmes. Nos Óscares de 2020, está presente em dois dos elencos que mais destaque tiveram ao longo da temporada de prémios. Foi uma luminosa (embora algo ornamental) Sharon Tate neste “Era Uma Vez Em…Hollywood” e encontra-se ainda nomeada ao Óscar de Melhor Atriz Secundária pela sua robusta prestação em “Bombshell: O Escândalo”. Nascida em 1990, é atualmente uma das mais badaladas estrelas da sua geração. O filme conta ainda com a presença de uma “velha” jovem estrela, Dakota Fanning,  de 25 anos, que atingiu a sua maior fase de sucesso antes sequer da adolescência e que agora começa lentamente a voltar aos projectos de grande visibilidade.

Quanto a jovem talento um pouco mais desconhecido do grande público, salta à vista a bailarina e atriz norte-americana Margaret Qualley. Apesar de ter a mesma idade que Fanning, Qualley é um rosto relativamente novo no panorama do cinema americano. Na obra de Tarantino foi “Pussycat”, uma das Hippies pertencentes ao culto de Mason. Destacou-se entre o elenco, não só devido à interacção da sua Pussycat com a personagem de Brad Pitt mas também devido à forte presença em cena. No seu currículo conta-se como primeiro crédito um pequeno papel em “Palo Alto” (2013), o apreciado drama adolescente realizado por Gia Coppola.  Entretanto já participou em séries como “The Leftovers “, como parte do elenco recorrente. 2019 foi mesmo o “seu ano”: para além de “Once Upon a Time in…Hollywoood” participou ainda na aclamada série “Fosse/Verdon” (onde o seu passado na dança se pode reflectir) e ainda no drama de festival “Seberg”. Certamente vamos ouvir falar dela num futuro próximo…

Falta apenas mencionar Julia Butters, jovem atriz de 10 anos, que faz um impecável trabalho como o prodígio Trudi Fraser – a companheira de cena no Western que Rick Dalton (Leonard DiCaprio) se encontrava a filmar. Butters nasceu em Los Angeles, e é evidente que se move já nesta indústria com uma naturalidade inata, representando desde os dois anos de idade. Tarantino criou a personagem com esta atriz em mente, e DiCaprio compara-a a uma jovem Meryl Streep devido à sua aptidão natural. A primeira prestação de Butters na televisão foi em “Criminal Minds”, e desde então teve um arco de oito episódios em “Transparent” (2015 – 2016). Em 2016 juntou-se ao elenco fixo da nova comédia “American Housewife”, da ABC, e por lá participou já em mais de 80 episódios. Se continuar a representar, na idade adulta, terá de certo uma longa carreira.




PARASITAS DE BONG JOON HO 

Óscares parasitas critica
Park So Dam e Choi Woo Shik em “Parasitas” | © Alambique

Como filme “estrangeiro” nos Óscares e na temporada de prémios dos Estados Unidos, “Parasitas” é o filme criado por forasteiros que é convidado a entrar numa casa onde “não pertence”.  Fosse o jogo tão “justo” para filmes americanos como para obras de outros países, “Parasitas” teria direito a receber nomeações de representação para os Óscares. O elenco de “Parasitas” fez história ao ser consagrado Melhor Elenco nos Prémios SAG (Prémios do Sindicato de Atores dos Estados Unidos), mas, na generalidade, recebeu pouca atenção.

Não obstante esta falta de atenção, quem veja o maravilhoso “Parasitas” – indicado a seis Óscares e número 25 no Top IMDB –  sabe que o excelente elenco é uma das peças determinantes para o sucesso desta obra. Todos estão excecionais, mas vamos focar-nos no jovem talento mais notório. Choi Woo Shik, de 29 anos, começou a sua carreira em 2011 e dá vida a “Kevin”, o filho da família na qual a acção se centra –  o “professor de inglês” que desencadeia toda a trama. Tem uma carreira já com algum prestígio na Coreia do Sul, tendo entrado na elogiada obra de terror “Train to Busan” (não estreada em Portugal mas exibida no MOTELx em 2017) e recentemente no filme “Okja”, produção original Netflix (também da autoria de  Bong Joon Ho). O cinema sul-coreano cria anualmente produções de qualidade, mas quiçá este “Parasitas” traga ao jovem uma perspectiva de internacionalização.

Já Park So Dam da vida à filha do núcleo familiar que acompanhamos. Ela é “Jessica”, a “professora de arte” e uma vigarista tão nata como qualquer outro dos membros do clã Kim. A atriz que a interpreta tem 28 anos e encontra toda a sua carreira na Coreia do Sul. Em 2015, participou em “Silenciadas” – filme de terror sobre um colégio interno. Por este papel foi nomeada a diversos prémios de atriz revelação no continente asiático.

Na hipótese da não internacionalização após “Parasitas”, vale a pena procurar acompanhar não só o trajecto destes intérpretes como o cinema sul-coreano em geral!




O IRLANDÊS DE MARTIN SCORSESE 

O Irlandês
Frank Sheeran (Robert De Niro), Russell Bufalino (Joe Pesci) e Peggy Sheeran (Lucy Gallina). © 2019 Netlfix US, LLC. All rights reserved.

Entre os nomeados aos Óscares é difícil encontrar um filme que seja mais “velha guarda” do que “O Irlandês”. Como filme dominado por velhos dinossauros associados ao cinema sobre gangsters e máfia ítalo-americana, pouco talento jovem tem a apresentar. Contudo, podemos ainda assim identificar Lucy Gallina como uma presença silenciosa mas forte.

A menina de 13 anos dá vida a Peggy Sheeran, uma das filhas de Frank Sheeran (Robert De Niro)  – conhecido por todos como “O Irlandês”. Anna Paquin dá vida à versão adulta de Peggy, mas quem acaba por brilhar mais é mesmo Gallina. O seu primeiro papel de co-protagonista surgiu com 6 anos de idade – um filme de natal – “Christmas with Holly”. Antes de dar vida à filha de De Niro participou em 29 episódios do conceituado drama “Boardwalk Empire”. Tanto em “Christmas With Holly”  como em “Boardwalk Empire” partilhou o papel com a sua gémea verdadeira – Josie Gallina – tendo ambas representado a mesma personagem em ambos os casos.

“O Irlandês” é a primeira experiência a solo desta criança talentosa, e mesmo apenas com o olhar foi capaz de dizer muito. Que mais nos trará o seu futuro?




JOJO RABBIT DE TAIKA WAITITI

Óscares Jojo Rabbit
Roman Griffin Davis e Thomasin McKenzie formam a dupla maravilha de “Jojo Rabbit” |© Big Picture Films

“Jojo Rabbit” é, entre os nomeados a Melhor Filme na edição de 2020 dos Óscares, é o que reúne o elenco mais jovem. Além das prestações de apoio de Scarlett Johansson, Sam Rockwell, Rebel Wilson , Alfie Allen, Stephen Merchant e do próprio realizador  – que dá vida a um Hitler fruto da imaginação de uma criança – é verdadeiramente das prestações dos miúdos que o filme vive.

O seu protagonista é o inglês Roman Griffin Davis. Jojo é o seu primeiro papel profissional, que interpretou aos 11 anos (tem agora 12). Não chegou à nomeação ao Óscar, como seria de esperar, mas recebeu um total de 17 nomeações por este seu crédito cinematográfico inaugural. Entre estas indicações encontramos a nomeação ao Globo de Ouro na categoria de Melhor Ator de Comédia. Aqui, partilhou a nomeação com o vencedor Taron Egerton (por “Rocketman”) e com nomes como Daniel Craig, Leonardo DiCaprio e Eddie Murphy. É cedo para dizer o que o futuro lhe reserva, especialmente em Hollywood. Ainda assim, faz já parte da história da temporada de prémios de 2019/2020.

Como co-protagonista encontramos Thomasin McKenzie. McKenzie dá via à adolescente judia Elsa, que vai virar o mundo do menino fanático nazi Jojo Betzler  ao contrário. A amizade entre os dois é basilar para a mensagem de tolerância que emana a partir do filme, e a adolescente de 19 anos mostra bastante potencial neste papel.

Nascida em 2000 na Nova Zelândia, Thomasin deixou já uma primeira marca no cinema na temporada cinematográfica de 2018/2019. O seu primeiro grande papel surgiu com o filme “Leave no Trace”, estreado em Sundance em 2018. “Leave no Trace”, de Debra Granik  – realizadora de “Despojos de Inverno”, filme que valeu a Jennifer Lawrence a sua primeira nomeação ao Óscar – foi um enorme sucesso no circuito indie e por este Thomasin McKenzie foi nomeada ao Critics’ Choice Award para Melhor Atriz/ Ator Jovem. Em 2019, participou ainda no filme “The King”. Em 2020, entra no thriller “Lost Girls” e será uma das protagonistas de “Last Night in Soho”, de Edgar Wright (“Baby Driver”). Uma ascensão rápida espera certamente esta adolescente talentosa. 

Espaço ainda para falar de um outro miúdo com um papel mais pequeno mas ainda assim memorável. Archie Yates é o desastrado Yorki, melhor amigo de Jojo. Archie é um dos elementos cómicos mais coloridos deste filme nomeado a seis Óscares, e continuaremos a vê-lo em breve no grande ecrã. Será o protagonista da nova versão de “Sozinho em Casa”. A sua personagem não será Kevin McCallister ( Macaulay Culkin), e será antes criada uma premissa semelhante com uma nova criança, Yates, no centro da narrativa.




MARRIAGE STORY DE NOAH BAUMBACH 
Óscares Marriage Story
Marriage Story | © Netflix

“Marriage Story” é um intimista retrato de um divórcio e centra-se muito nas devastadoras interpretações de Adam Driver e Scarlett Johansson – ambos nomeados a Óscares.

Não obstante, há um pequeno jovem talento a destacar entre o elenco. Azhy Robertson dá vida a Henry, o filho que vai originar a batalha pela custódia que está no centro da narrativa. O ator nova-iorquino conta apenas com 10 primaveras, mas apareceu na sua primeira série logo em 2016. Marcou também presença em dois episódios da série de comédia de sketches “Saturday Night Live” (em 2016 e 2018) e em  2020 terá um papel recorrente na antecipada mini-série histórica “The Plot Against America”.

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