“Parthenope”: Celeste Dalla Porta, uma Sereia de Beleza que encantou Cannes
“Parthenope”, do realizador italiano Paolo Sorrentino mostrou-nos ontem à noite uma Nápoles luminosa e diferente, ladeada pelo mar, num filme apaixonante onde vive uma bela ‘sereia’ que na verdade é uma a jovem beldade napolitana, com o mesmo nome, que seduz os homens mas que foge do amor.
Depois de “A Mão de Deus” (2021), realizador italiano Paolo Sorrentino, voltou à Competição de Cannes e a Nápoles, a terra da sua infância e pela segunda vez para rodar um belo e expressivo filme intitulado “Parthenope”, a história de uma ‘mulher-fatal napolitana’ ou melhor uma bela ‘sereia’ do mar, que seduz todos os homens incluindo o seu próprio irmão.
Mas desta vez, também, estão em destaque os seus belos arredores de Nápoles: Capri e a Costa Amalfitana , são também ‘protagonistas’ deste filme luminoso e melancólico, que é apesar de tudo um verdadeiro hino à beleza ao amor pela vida e claro a essa bela região de Itália.
Inspirado na lenda de uma sereia chamada, “Parthenope”, que se tornou uma divindade napolitana, vinda directamente da mitologia grega Sorrentino e que remete para um ideal de amores “verdadeiros e indizíveis”, vamos acompanhar o destino dessa bela mulher (quase parece uma deusa) chamada precisamente “Parthenope”. Ela foi batizada em homenagem a essa sereia lendária, cuja a morte romântica está associada à fundação da cidade grega, que precedeu à Nápoles moderna.
Parthenope, da Mitologia Grega para o Festival de Cannes
“Parthenope” (Celeste Dalla Porta), é uma antropóloga nascida numa bela villa e nas águas de uma praia da Costa Malfitana. A viagem que vamos fazer pela sua vida — não sem certos traços de fantástico e trágico — vai desde a década de 50 até à actualidade.
A interpretação de Celeste Dalla Porta é notável e quase hipnótica. Enigmática, sexy, de mente livre e independente, mas disponível para a sedução, até mesmo a um bispo envelhecido e obsceno em plena catedral, Parthenope funciona como uma metáfora de uma cidade que seduz, sem nunca perder a sua essência, num toca e foge, quase como se fosse uma encarnação de uma fantasia erótica masculina, nunca concretizada.
Sempre em fundo, perto e longe ao mesmo tempo, vimos a cidade de Nápoles, a cidade indefinível, aliás como a personagem de Parthenope, um figura que enfeitiça, encanta, grita, ri, mas também pode magoar e levar à perdição. “Parthenope” é um filme belíssimo e confesso que Celeste Dalla Porta não sai da cabeça, aliás como os planos para rapidamente viajar para Nápoles.
Só não percebo é porque o filme termina com a visão milagrosa de um autocarro azul, com a claque do Napoli comemorando o terceiro título da sua na Série A na temporada passada salvo erro, querendo parecer o transatlântico do “Amarcord” de Fellini. É que isto, tem pouco ou nada a ver com o que vimos anteriormente.
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Se anda perdido à procura de amor, marque já a sua viagem, que sabe anda por lá uma Celeste, perdoe-me uma sereia chamada Parthenope.
Parthenope, em análise
Movie title: Parthenope
Movie description: Este filme conta a vida de Parthenope, que nasceu nos anos 1950, até aos nossos dias. Trata-se de um épico feminino desprovido de heroísmo, mas apaixonado pela liberdade, por Nápoles e pelo amor. Um filme sobre os amores verdadeiros, indescritíveis ou efémeros que nos condenam à dor, mas que ao mesmo tempo nos fazem recomeçar. O verão perfeito em Capri para uma juventude despreocupada apesar de um horizonte sem esperança. Em torno de Partenope, estão os napolitanos. Examinados, amados, desiludidos e cheios de vida, que acompanhamos nas suas derivas melancólicas, nas suas trágicas ironias e nos seus momentos de desânimo. A vida pode ser muito longa, memorável ou comum. A passagem do tempo oferece todo o repertório de sentimentos e emoções. E ali, ao fundo, perto e longe, esta cidade indefinível, Nápoles, que enfeitiça, encanta, grita, ri e pode magoar.
Country: Itália, França
Director(s): Paolo Sorrentino
Actor(s): Celeste Dalla Porta, Gary Oldman, Stefania Sandrelli, Luisa Ranieri
Genre: Drama, Fantasia
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José Vieira Mendes - 80
Prós e Contras
O melhor: A notável e hipnótica interpretação de Celeste Dalla Porta, na sua estreia numa longa-metragem. A actriz é de uma beleza tal que parece quase uma deusa.
O pior: O final horrível do autocarro dos tifosi do Nápoles aos gritos a festejarem o campeonato, não tem nada a ver com a beleza do que vimos anteriormente ou melhor não tem nada a ver.